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UCA - produzindo paráfrases

 

19/10/2011

Autor e Coautor(es)
MARTA PONTES PINTO
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: processos de interlocução
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Comparar textos de diferentes autores sobre  o mesmo tema;
  • escrever seguindo o mesmo tema;
  • criar paráfrases de imagens.
Duração das atividades
03 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Interpretação de textos em prosa e verso.
Estratégias e recursos da aula
  • Uso da internet;
  • discussão em grupos;
  • atividades escritas.

Atividades

 

Atividade 1

Professor, nesta aula, você deverá explicar aos alunos o que é paráfrase, assim, de uma forma diferente, para que sua aula não seja somente expositiva.

Sugestão:

Coloque os alunos em duplas para discutirem o texto, acessando o site indicado abaixo:

 http://www.colegiodante.com.br/escola/webquest/e_medio/mackenzie/parafrase.htm 

 

PARÁFRASE

A paráfrase é um texto que procura tornar mais claro e objetivo ou até de maneira inusitada aquilo que se disse em outro texto. Portanto, é sempre a reescritura de um texto já existente, uma espécie de ‘tradução’ dentro da própria língua.

O autor da paráfrase deve demonstrar que entendeu claramente a ideia do texto.

São exigências de uma boa paráfrase:

1.     Utilizar a mesma ordem de ideias que aparece no texto original.

2.    Não omitir nenhuma informação essencial.

3.    Não fazer qualquer comentário acerca do que se diz no texto original.

4.    Utilizar construções que não sejam uma simples repetição daquelas que estão no original e, sempre que possível, um vocabulário também diferente.

 

 Como exemplo, vejam a paráfrase que Maria da Penha fez sobre o poema "A porta" de Vinícius de Moraes e Toquinho.

http://peinharrebonato.blogspot.com/ 

 

Roteiro:

1- Vocês creem que o objetivo dos dois textos é o mesmo? Justifiquem.

2- "A Toyota" é paráfrase de "A porta". Você acha que quem conhece o texto A porta acha o texto A Toyota mais ou menos interessante?

nenhuma porta   Toyota

 

Imagens disponíveis em:  http://www.google.com.br/imgres?q=porta&um=1&hl=pt-BR&sa=N&biw=1366&bih=557&tbm=isch&tbnid=8saXHS0_LiJnxM:&imgrefurl=http://borboletasesquizofrenicas.blogspot.com/2010/12/o-grande-espa%25C3%25A7o.html&docid=CSWQf1jLK8brVM&w=271&h=360&ei=a4KRToKJL8e4tweGl-yYDA&zoom=1&iact=hc&vpx=316&vpy=173&dur=260&hovh=259&hovw=195&tx=117&ty=125&page=6&tbnh=159&tbnw=120&start=72&ndsp=14&ved=1t:429,r:1,s:72  

http://www.google.com.br/imgres?q=porta&um=1&hl=pt-BR&sa=N&biw=1366&bih=557&tbm=isch&tbnid=8saXHS0_LiJnxM:&imgrefurl=http://borboletasesquizofrenicas.blogspot.com/2010/12/o-grande-espa%25C3%25A7o.html&docid=CSWQf1jLK8brVM&w=271&h=360&ei=a4KRToKJL8e4tweGl-yYDA&zoom=1&iact=hc&vpx=316&vpy=173&dur=260&hovh=259&hovw=195&tx=117&ty=125&page=6&tbnh=159&tbnw=120&start=72&ndsp=14&ved=1t:429,r:1,s:72 

http://www.google.com.br/imgres?q=caminh%C3%A3o+toyota&um=1&hl=pt-BR&biw=1366&bih=557&tbm=isch&tbnid=cG7tlfsYnzX41M:&imgrefurl=http://www.caminhoesecarretas.com.br/detalhesveiculo.aspx%3Fid%3D134435%26Veiculo%3DCARRO%25C2%25A0TOYOTA%25C2%25A0TOYOTA%25C2%25A0DE%25C2%25A0Ernestinho%2520Caminh%25C3%25B5es%25C2%25A0-%25C2%25A0Leme/S%25C3%2583O%2520PAULO%2520(SP)&docid=SqykD7onHaxIKM&w=640&h=480&ei=LYORTt7iEcmgtgfll9mqDA&zoom=1&iact=hc&vpx=1060&vpy=6&dur=390&hovh=194&hovw=259&tx=163&ty=170&page=3&tbnh=151&tbnw=189&start=33&ndsp=12&ved=1t:429,r:11,s:33 

 

 Vejam abaixo os textos e os comparem.

A  Porta

Sou feita de madeira

Madeira, matéria morta

Não há nada no mundo

Mais viva do que uma porta

 

Eu abro devagarinho

Pra passar o menininho

Eu abro bem com cuidado

Pra passar o namorado

 

Eu abro bem prazenteira

Pra passar a cozinheira

Eu abro de sopetão

Pra passar o capitão

Eu fecho a frente da casa

Fecho a frente do quartel

Fecho tudo no mundo

Só vivo aberta no céu!

 

 

 

 

A Toyota

Eu sou feita de aço

Aço, matéria morta

Mas, não há coisa no mundo

Mais viva que uma toyota.

 

Eu ando devagarinho

para carregar o velhinho

Eu ando com cuidado

pra ninguém ficar com o nariz quebrado

 

Eu ando com toda velocidade

Pra dar um rolé pela cidade

Eu ando desconfiado

quando carrego um deputado.

 

Só não ando com essa gente

Que é metido a rico

Diz que Toyota é carro velho

Que não paga esse mico.

Eu  sou muito inteligente!

Pois não deixo ninguém a pé

Carrego o pobre, carrego o rico

carrego até sua colheita de café.

 

  Disponível em: http://peinharrebonato.blogspot.com/2010/09/produzindo-parafrases.html

 

  • Professor, promova a discussão dos textos com toda turma e faça a correção.

 

Atividade 2

 

O professor apresentará à classe outras paráfrases e o roteiro abaixo. Ambos poderão ser xerocados ou apresentados em telão ou ainda salvos nos pendrives dos alunos. Dirá que o primeiro texto é de Gonçalves Dias e que foi parafraseado por Carlos Drummond, Casimiro de Abreu, Oswald de Andrade, Murilo Mendes.

1- Quando Gonçalves Dias diz " as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá", fala de dois lugares. Levantem hipóteses: de que lugares ele fala?

2- Retirem dos poemas  palavras ou expressões que:

a-  traduzem esta mesma ideia espacial.

b- expressam a mesma ideia de saudade.

c- figuram em comum em todos os poemas.

3- Quando se lê Murilo Mendes tem-se que estar atento às críticas que faz o tempo todo. Expliquem o que se pode entender por:

a- "Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturamos de Veneza".

b- "Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista".

c- "Os sargentos do exército são monistas, cubistas, os filósofos são polacos vendendo a prestações".

d- "A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos". "."""".

e- "Os sururus em família têm como testemunha a Gioconda".

f- "Nossas frutas são mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia".

g- "uma carambola de verdade" e "um sabiá com certidão de idade".

 

(Murilo critica a importação de  frutas, pássaros, reproduções de obras de arte já que temos produtos nacionais de qualidade, frutas saborosas e aves legítimas. Critica também a falta de saneamento básico que multiplica os pernilongos).

 praia do forte

http://www.google.com.br/imgres?q=paisagem+com+coqueiros+e+aves&um=1&hl=pt-BR&biw=1366&bih=557&tbm=isch&tbnid=G6rZTEB3dF73zM:&imgrefurl=http://pontosturisticostv.blogspot.com/2011/07/praia-do-forte-em-salvador-lindo-ponto.html&docid=_0DUxcsWTxKugM&w=500&h=333&ei=eIWRTuTdNIWDtgeitvygDA&zoom=1&iact=hc&vpx=1044&vpy=206&dur=110&hovh=183&hovw=275&tx=191&ty=102&page=22&tbnh=155&tbnw=209&start=229&ndsp=10&ved=1t:429,r:4,s:229 

Canção do exílio - Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

 

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

 

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar – sozinho, à noite –

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

 

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem que ainda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá. 

 

NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO Carlos Drummond de Andrade 

Um sabiá na palmeira, longe.

Estas aves cantam um outro canto.

O céu cintila sobre flores úmidas.

Vozes na mata, e o maior amor.

Só, na noite,

seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe.

Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz.

(Um sabiá, na palmeira, longe.)

Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo é belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe.

  

CANÇÃO DO EXÍLIO      Casimiro de Abreu  

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,

Meu Deus ! Não seja já;

Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,

Cantar o sabiá !

Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro

Respirando este ar;

Faz que eu viva, Senhor ! dá-me de novo

Os gozos do meu lar !

O país estrangeiro mais belezas

Do que a pátria não tem;

E este mundo não vale um só dos beijos

Tão doces duma mãe !

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava

Lá na quadra infantil;

Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,

O céu do meu Brasil !

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,

Meu Deus ! Não seja já;

Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,

Cantar o sabiá ! Quero ver esse céu da minha terra

Tão lindo e tão azul !

E a nuvem cor-de-rosa que passava

Correndo lá do sul !

Quero dormir à sombra dos coqueiros,

As folhas por dossel;

 

E ver se apanho a borboleta branca,

Que voa no vergel !

Quero sentar-me à beira do riacho

Das tardes ao cair,

E sozinho cismando no crepúsculo

Os sonhos do porvir !

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,

Meu Deus ! Não seja já;

Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,

Cantar o sabiá !

Quero morrer cercado dos perfumes

Dum clima tropical,

E sentir, expirando, as harmonias

Do meu berço natal !

Minha campa será entre as mangueiras,

Banhada do luar,

E eu contente dormirei tranquilo à sombra do meu lar !

As cachoeiras chorarão sentidas

Porque cedo morri,

E eu sonho no sepulcro os meus amores

Na terra onde nasci !

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,

Meu Deus ! Não seja já;

Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá !

  

 

CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA  Oswald de Andrade  

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas

E quase tem mais amores

Minha terra tem mais ouro

Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas

Eu quero tudo de lá

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte pra São Paulo

Sem que eu veja a rua 15

E o progresso de São Paulo 

 CANÇÃO DO EXÍLIO    Murilo Mendes  

Minha terra tem macieiras da Califórnia

Onde cantam gaturamos de Veneza

Os poetas da minha terra

São pretos que vivem em torres de ametista,

Os sargentos do exército são monistas, cubistas,

Os filósofos são polacos vendendo à prestações.

A gente não pode dormir

Com os oradores e os pernilongos

Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.

Eu morro sufocado

Em terra estrangeira.

Nossas flores são mais bonitas

Nossas frutas são mais gostosas

Mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade

E ouvir um sabiá com certidão de idade ! 

Após a leitura e exploração de todos os poemas, destacar que os poetas modernistas Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes,Oswald de Andrade fizeram somente uma recriação daquilo que Gonçalves Dias já havia criado e também já havia sido parafraseado por Casimiro de Abreu na era romântica.  

 O professor pedirá aos alunos que, ainda em grupo, façam duas  paráfrases uma do texto de Gonçalves Dias e outra, com texto e  ilustração dada ao texto de  Vinícius de Moraes e Toquinho . 

 

Atividade 3

 

Peça aos alunos para se reunirem em grupos de três para fazerem juntos os exercícios abaixo.

 

Exercícios:

O trecho abaixo foi reescrito cinco vezes. Utilizaram-se vários recursos. Em quatro opções, o sentido é rigorosamente o mesmo. Marque aquele em que o sentido foi alterado.

O homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado, por não reconhecer no seu íntimo a importância de todos os instantes, de  todas as coisas, simples ou grandiosas.

a) Frequentemente sem rumo, segue o homem pela vida, por não reconhecer no seu íntimo o valor de todos os instantes, de todas as coisas, sejam simples ou grandiosas.
b) Não reconhecendo em seu âmago a importância de todos os momentos, de todas as coisas, simples ou grandiosas, o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado.
c) Como não reconhece no seu íntimo o valor de todos os momentos, de todas as coisas, sejam elas simples ou não, o homem vai pela vida frequentemente desnorteado.
d) O ser humano segue, com frequência, vida afora,  sem rumo, porquanto não reconhece, em seu interior, a importância de todos  os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas.
e) O homem caminha pela vida sempre desnorteado, por não reconhecer, em seu mundo íntimo, o valor de cada momento, de cada coisa, seja ela simples ou grandiosa.

Observações
a) Tenha cuidado com a mudança de posição dos termos dentro da frase. Palavras ou expressões podem alterar profundamente o sentido de um texto.
 

Ex.: Encontrei determinadas pessoas naquela cidade.
Encontrei pessoas determinadas naquela cidade.
 

Na primeira frase, determinadas é um pronome indefinido, equivalente a certas, umas, algumas; na segunda, é um adjetivo e significa decididas.

Outro ex.: Ele é um pobre homem. Ele é um homem pobre. Exemplos que mostram que a paráfrase não deve ser entendida por mudança da ordem dos termos pois as ideias podem ser alteradas.

b) Cuidado também com a pontuação, que costuma passar despercebida.
 

Ex.: A criança agitada corria pelo quintal.
A criança, agitada, corria pelo quintal.
 

Na primeira frase, o adjetivo agitada indica uma característica da criança, algo inerente a ela, isto é, trata-se de uma pessoa sempre agitada. Na segunda, as vírgulas indicam que a criança está agitada naquele momento, sem que necessariamente ela o seja no seu dia a dia.  

Adaptado de:  http://www.analisedetextos.com.br/2010/06/exercicio-comentado-sobre-parafrase.html 

 

  • Professor, recolha as paráfrases para avaliação (Se fizeram corretamente, você poderá verificar se compreenderam o conteúdo).
Recursos Complementares
Avaliação

Professor, aproveite para avaliar o comprometimento dos estudantes com as atividades.

Avalie os exercícios que recolheu. Tenha como critério o empenho no atendimento das propostas. 

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Berenice Maria Paiva Lagares, Secretaria Regional de Educação , Goiás - disse:
    berepaiva@hotmail.com

    13/01/2014

    Cinco estrelas

    Excelentes atividades de parafraseados. É bom poder contar com esse apoio. Sou professora do ensino fundamental 1ª fase e precisava de exemplos para elaborar minhas aulas para alunos do 3º ano. Obrigada.


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