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Quais estratégias podem ser utilizadas para se trabalhar com crônicas nos anos iniciais do Ensino Fundamental?

 

01/12/2011

Autor e Coautor(es)
LUCIANA SOARES MUNIZ
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Ana Maria Ferola da Silva Nunes, Eliana Aparecida Carleto, Mariane Éllen da Silva e Priscila Gervásio Teixeira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Alfabetização
Ensino Fundamental Inicial Ciências Naturais Ser humano e saúde
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua oral: usos e formas
Ensino Fundamental Inicial Ética Diálogo
Ensino Fundamental Inicial Geografia Conservando o ambiente
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: usos e formas
Ensino Fundamental Inicial Ciências Naturais Ambiente
Ensino Fundamental Inicial Geografia Natureza
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Compreender o uso da linguagem escrita;
  • Perceber a importância da leitura;
  • Compreender a estrutura de uma crônica;
  • Ampliar o vocabulário;
  • Utilizar os recursos existentes no laptop do Projeto UCA, visando construir conhecimentos novos relativos ao tema da aula.
Duração das atividades
Aproximadamente 180 minutos – 3 atividades de 60 minutos cada uma.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Para a realização desta aula, é necessário que o aluno já tenha entrado em contato com diferentes tipos de texto tais como: parlenda, música, texto retirado de jornal etc.  

Estratégias e recursos da aula

1ª Atividade: aproximadamente 60 minutos.

Professor, inicie a aula com a turma organizada para uma roda de conversa. Possibilite um momento de diálogo sobre o que sabem sobre “crônicas”. É importante ouvir as hipóteses de todos os alunos. Explique para a turma que terá como desafio realizar uma pesquisa e descobrir a origem e as características da crônica. Para isso, auxilie os alunos a acessarem no laptop Classmate o programa Mozilla Firefox a partir do caminho: Metasys > Aplicativos > Internet > Mozilla Firefox, e os sítios sugeridos abaixo para que possa realizar a leitura dos textos online:

 Crônica 1

Fonte: http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/cronicas/origem.htm

 

Crônicas 2

 Fonte: http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/cronicas/caracteristicas.htm

Para consolidar o conhecimento obtido, a partir da leitura do texto online, organize os alunos em duplas e proponha que façam um resumo das informações, utilizando o laptop Classmate, a partir do programa KWord, acessado pelo ícone da área de trabalho ou Metasys > Aplicativos > KWord , ou outro editor de texto. É importante que os alunos registrem algumas características fundamentais da crônica enquanto gênero narrativo:

  • Texto escrito para ser publicado em jornais;
  • O cronista se baseia em acontecimentos do cotidiano;
  • Geralmente é um texto curto e narrado em primeira ou terceira pessoa.

Após todos terminarem os registros, é importante que cada dupla possa socializar com a turma o seu registro, para que todos possam contribuir com a construção do conhecimento sobre crônicas.

 

2ª Atividade: aproximadamente 60 minutos.

 Agora, distribua uma cópia da crônica abaixo para cada aluno. Faça a leitura com a turma.

  

O melhor amigo

 Fernando Sabino

A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado,

arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse

para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu quarto.

- Meu filho? – gritou ela.

- O que é – respondeu, com o ar mais natural que lhe foi possível.

- Que é que você está carregando aí?

Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a cabeça? Sentindo-se perdido,

tentou ainda ganhar tempo.

- Eu? Nada ...

- Está sim. Você entrou carregando uma coisa.

Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o jeito era procurar comovê-la.

Veio caminhando desconsolado até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:

- Olha aí, mamãe: é um filhote...

Seus olhos súplices aguardavam a decisão.

- Um filhote? Onde é que você arranjou isso?

- Achei na rua. Tão bonitinho, não é, mamãe?

Sabia que não adiantava: ela já chamava o filhote de isso. Insistiu ainda:

- Deve estar com fome, olha só a carinha que ele faz.

- Trate de levar embora esse cachorro agora mesmo!

- Ah, mamãe... – já compondo uma cara de choro.

- Tem dez minutos para botar esse bicho na rua. Já disse que não quero animais aqui em

casa. Tanta coisa para cuidar, Deus me livre de ainda inventar uma amolação dessas.

O menino tentou enxugar uma lágrima, não havia lágrima. Voltou para o quarto, emburrado:

a gente também não tem nenhum direito nesta casa – pensava. Um dia ainda faço um estrago

louco. Meu único amigo, enxotado desta maneira!

- Que diabo também, nesta casa tudo é proibido! – gritou, lá do quarto, e ficou

esperando a reação da mãe.

- Dez minutos – repetiu ela, com firmeza.

- Todo mundo tem cachorro, só eu que não tenho.

- Você não é todo mundo.

- Também, de hoje em diante eu não estudo mais, não vou mais ao colégio, não

faço mais nada.

- Veremos – limitou-se a mãe, de novo distraída com a sua costura.

- A senhora é ruim mesmo, não tem coração!

- Sua alma, sua palma.

Conhecia bem a mãe, sabia que não haveria apelo: tinha dez minutos para brincar

com seu novo amigo, e depois... ao fim de dez minutos, a voz da mãe, inexorável:

- Vamos, chega! Leva esse cachorro embora.

- Ah, mamãe, deixa! – choramingou ainda: - Meu melhor amigo, não tenho mais

ninguém nesta vida.

- E eu? Que bobagem é essa, você não tem sua mãe?

- Mãe e cachorro não é a mesma coisa.

- Deixa de conversa: obedece sua mãe.

Ele saiu, e seus olhos prometiam vingança. A mãe chegou a se preocupar: meninos nessa

idade, uma injustiça praticada e eles perdem a cabeça, um recalque, complexos, essa coisa

toda...

Meia hora depois, o menino voltava da rua, radiante:

- Pronto, mamãe!

E exibia-lhe uma nota de vinte e uma de dez: havia vendido seu melhor amigo por trinta

dinheiros.

- Eu devia ter pedido cinquenta, tenho certeza que ele dava murmurou, pensativo.

 Fonte: Sabino, Fernando. A vitória da infância. São Paulo: Ática, 1995.

 

 Após a leitura do texto, explore a identificação das características de uma crônica encontradas anteriormente pela turma, a qual relata fatos do cotidiano e é um texto relativamente curto.

 Agora, solicite que utilizem o caderno de Língua Portuguesa para fazerem o registro abaixo:

 

Legal! Estamos aprendendo muito sobre Crônicas!

Após ler o texto de Fernando Sabino, faça o que se pede.

 

A _ Responda:

 

1 – Quem são os personagens desta crônica?

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2 – Em que lugar se passa a história?

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3 – Como o menino resolveu agir para convencer a mãe a ficar com o filhote?

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4– Copie, do texto, os trechos em que a mãe demonstra seu desprezo pelo animalzinho.

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Agora, converse com a turma sobre o final escolhido por Fernando Sabino para a crônica. Pergunte aos alunos o que acharam e se preferiam outro final. É importante que todos possam expressar a sua opinião.

Professor, explore com a turma como é o narrador da crônica: alguém que apenas observa a história ou que sabe tudo o que acontece na história? É importante que os alunos percebam que o narrador da crônica geralmente é alguém que conhece bem a história e que sabe tudo sobre suas personagens.

Após, todos terminarem a atividade, possibilite um momento para socializarem as respostas com toda a turma. Depois, organize a turma em duplas e solicite que façam uma pesquisa sobre a biografia do autor “Fernando Sabino”. Para isso, auxilie os alunos a acessarem no laptop Classmate o programa Mozilla Firefox a partir do caminho: Metasys > Aplicativos > Internet > Mozilla Firefox, e o sítio sugerido abaixo:

Crônica3

 Fonte: http://www.releituras.com/fsabino_bio.asp

Após a leitura do texto online, os alunos poderão conversar sobre a vida e a obra do autor, apontando os aspectos que mais chamaram a atenção de cada um.

 

3ª Atividade: aproximadamente 60 minutos.

 Professor, disponibilize uma cópia da crônica abaixo para cada aluno. Auxilie a turma a realizar a leitura do texto.

  

Galochas

Fernando Sabino

            E como ontem estivesse chovendo, tive a infeliz idéia, ao sair à rua, de calçar um velho par de galochas. Já me desacostumara delas, e me sentia a carregar nos pés algo pesado, viscoso e desagradável, dando patadas no chão como um escafandrista de asfalto. Ainda assim, não deixaram de ser, em tempos de chuvas, a única proteção efetiva para o sapato.

            Mas quem disse que chovia? No centro da cidade um sol radioso varava as nuvens e caía sobre a rua, enchendo tudo de luz, fazendo evaporar as últimas poças de água que ainda pudessem justificar minhas galochas. E elas de súbito se tornaram para mim tão anacrônicas, como se eu estivesse de fraque, cartola e gravata plastrom.

            “É que não se usa galocha há mais de vinte anos”, advertia-me uma irônica voz interior. Desconsolado, parei e olhei em volta. Naquela festa de sol, em plena Esplanada do Castelo, quem é que iria estar de galocha, além de mim? Vi passar a meu lado os sapatos brancos de um homem pernosticamente vestido de branco. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, pensei. Saíra depois da chuva, certamente. Veio-me a desagradável impressão de que todo mundo reparava nas minhas galochas.

            Galochas – mas que coisa antiga, meu Deus do céu! – descobri de súbito: como não pensar nisso ao calçá-las? Artefatos de borracha – e concluí idiotamente: hoje em dia tudo é de matéria plástica, ninguém fala mais em capa de borracha – existirão galochas de plástico? Como fazem os pelintras de hoje para não molhar os pés nos dias de chuva?

No restaurante, onde entrei arrastando os cascos como um dromedário, resolvi- me ver livre das galochas. Depois de acomodar-me, descalcei-as, procurando não chamar a atenção dos outros fregueses, deixei-as debaixo da mesa.

            Ao sair, porém, o garçom, solícito, me advertiu em voz alta, lá do fundo:

            — O senhor está esquecendo suas galochas!

            Humilhado, voltei para apanhá-las, e sem ligar mais para nada, saí com elas na mão.

            Agora estão lá, abandonadas numa das gavetas de minha mesa de trabalho, despojos de um mundo extinto. Um dia me serão úteis, quando eu for, como diz o poeta, suficientemente velho para merecê-las.

Fonte: Quadrante 2. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1963, p. 236-238.

Após a leitura do texto, explore oralmente com a turma, o que compreendeu do texto a partir da palavra “galocha”. Procure com a turma o significado desta palavra no dicionário e dialogue com os alunos sobre o seu uso em nosso dia a dia. Os alunos perceberão que galocha é uma espécie de calçado de borracha e que atualmente esta palavra não é tão utilizada.

 Agora, organize os alunos em duplas e solicite que façam um registro no caderno de Língua Portuguesa, como o sugerido abaixo:

Hoje lemos a crônica “Galocha” de Fernando Sabino.

Agora responda:

 

1 – A crônica mostra que a ideia de sair de galocha pelas ruas foi infeliz por duas razões. Quais são elas?

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2 – Explique com suas palavras o provérbio que o homem de galochas pensou:

"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra".

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3 – Por que o homem de galochas se sentiu desconsolado?

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4 – Por que o homem de galochas se sentiu humilhado?

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Após todos terminarem a atividade, possibilite um momento de socialização das respostas.

Em seguida, apresente à turma as duas imagens abaixo e problematize qual seria o objetivo da representação da capa do livro a seguir, do homem-autor que Luis Fernando Veríssimo, um importante cronista, é hoje com o menino-aluno. 

 Crônicas4

Fonte: http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp

Após dialogar com a turma sobre a intenção do autor de sugerir na ilustração o reencontro do menino-aluno com o homem-autor, organize os alunos em duplas e proponha que utilizem o laptop Classmate, a partir do programa KWord, acessado pelo ícone da área de trabalho ou Metasys > Aplicativos > KWord , ou outro editor de texto, para elaborar uma crônica, com base em fatos reais do seu dia a dia. Explique que a história deverá ser contada em terceira pessoa, e o narrador deverá representar alguém que sabe tudo o que acontece na história. Converse com a turma sobre os fatos cotidianos que gostariam de escrever, após todos exporem suas ideias, possibilite que iniciem a escrita.

Em seguida, depois de terminarem a escrita da crônica, proponha um momento de leitura, para a turma conhecer a crônica de cada dupla. Depois, imprima as crônicas e organize um painel na sala de aula para expô-las.

Recursos Complementares

Para outras informações sobre como elaborar uma crônica acesse o sítio:

 http://www2.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/cronicas/facasuacronica.htm

Avaliação

Professor, a avaliação deverá permear todo o processo de desenvolvimento das atividades propostas, a partir da observação, a qual nos fornecerá elementos para perceber o interesse e a disponibilidade dos alunos para com as atividades propostas. Também sugerimos a análise das escritas dos alunos, no sentido de compreender o processo de desenvolvimento da escrita de cada um e intervir de acordo com as suas necessidades, com o intuito de observar a compreensão da crônica. 

Opinião de quem acessou

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