• Esquematizar todas as etapas que permitem a interpretação de odores e de sabores; • Elaborar e testar hipóteses para explicar a sensação de sabores; • Identificar os agentes que causam a sensação de sabor.

Uma aula de 50 minutos

noção dos conceitos de molécula e átomo.

Atividade 1 - Professor, desafie seus alunos a relatarem como conseguimos sentir gosto. Ao colocar a comida na boca, sentimos o gosto de imediato ou demora um pouco? Sabemos que a sensação é imediata, então a estrutura que permite sentirmos o sabor deve estar localizada na cabeça. Professor, por meio de argumentação será fácil restringir essa estrutura a três hipóteses:
• Hipótese 1: A sensação de sabor é ocasionada apenas por uma estrutura localizada na boca;
• Hipótese 2: A sensação de sabor é ocasionada apenas por uma estrutura no nariz;
• Hipótese 3: A sensação de sabor é ocasionada por uma interação de estruturas da boca e do nariz.

Para rejeitar ou confirmar cada uma dessas hipóteses, proponha aos alunos o seguinte experimento:
1. Material necessário: prendedores de roupa do tamanho suficiente para prender o nariz, bebidas (explicado no item seguinte), vendas para os olhos.
2. Prepare algumas bebidas anteriormente à aula (podem ser sucos naturais ou artificiais, achocolatado, sopas, mel, leite etc.), todas à temperatura ambiente. Procure variar a amostra de bebidas, tenha as opções: salgadas, amargadas, doces, azedas etc. Traga também copos de água.
3. Identifique os recipientes das bebidas com rótulos numéricos, e faça uma tabela que traga a correspondência: número-identificação do líquido. Isso evita que os alunos possam ler antes da atividade.
4. Escolha alguns alunos para participarem do experimento (serão montados dois grupos, portanto escolha um número par de participantes - seis, por exemplo. Nenhum participante pode estar gripado ou com doença respiratória similar).
5. Todos os alunos participantes são vendados. O grupo testando a hipótese 1 deve usar um prendedor de roupas para tapar o nariz. As hipóteses 2 e 3 são testadas pelo outro grupo;
6. Oriente os alunos não participantes a se unirem ao grupo que trabalha com a hipótese que eles acham estar correta.
7. Forneça as bebidas, uma a uma, aos grupos. Eles devem relatar todas as sensações de sabor: doce, salgado etc., e ainda tentar indicar qual é a bebida: suco de uva, de limão, achocolatado etc. É importante que eles relatem AMBAS sensações (salgado, doce, amargo,etc.) e qual a bebida. Os alunos de um mesmo grupo devem conversar e chegar a um consenso que bebida é aquela, enquanto os alunos que estão observando anotam o que o grupo experimentador decide.
8. Estimule a competição entre os grupos. Os grupos devem estar distantes e d iscutir em voz baixa para não influenciar o outro grupo. Nesse momento, só o professor sabe qual número corresponde a qual bebida porque só ele possui a lista de correspondência, ainda assim oriente os alunos não participantes a não ajudarem os experimentadores.
9. Tire as vendas e contabilize acertos e erros, determinando qual grupo se saiu melhor.

Analisando os resultados, espera-se que o grupo da hipótese 1 erre mais os nomes das bebidas que o grupo da hipótese 2. Com isso podemos interpretar que o nariz deve ser uma estrutura importante para detectar o sabor, portanto concluímos que a hipótese 1 está errada.
Mas, como saber qual está correta: a 2 ou a 3? Por argumentação, explique que a 2 não seria possível de testar, porque os experimentadores teriam que inalar os líquidos e testar se percebem o cheiro (qualquer um que já fez isso sabe o quanto é desagradável). No entanto, podemos inferir a resposta, pois o grupo 2 conseguiu acertar as sensações de salgado, doce, azedo etc., portanto a boca também participa. Com isso consideramos a hipótese 3 como a mais provável.

Tomando essa hipótese como verdade, discuta com os alunos que sabor e cheiro devem estar associados. Então, convide-os a conhecer o que a Ciência já descobriu sobre isso.

 

Atividade 2 - Peça que acessem a animação:
http://www.bbc.co.uk/science/humanbody/body/factfiles/smell/smell_ani_f5.swf.

A seguir, um roteiro com a tradução da animação:
-Os cheiros entram pelo nariz.
-Dentro do seu nariz, eles dissolvem no muco.
-Eles então estimulam as terminações das células receptoras olfatórias, que são similares a pêlos.
-Isso gera um impulso nervoso que viaja diretamente para o cérebro.
-A região do cérebro que processa os cheiros é chamada de sistema límbico.

Peça que assistindo a essa animação, eles tentem responder:
• Que vapores são esses que entram pela cavidade nasal?
• Quais alimentos liberam esse tipo de vapores?
• De onde vem esse muco, e qual é a função dele?

Para entender plenamente essa animação é necessário que eles tenham uma noç&ati lde;o da diferen&cced il;a entre os processos de ebulição e de evaporação: use esse momento para esclarecer esses conceitos. Ambos fazem com que um líquido evapore. No entanto, a ebulição é um processo mais visível e mais violento. A evaporação ocorre o tempo todo, mas não conseguimos observar. É por esse princípio que as roupas secam no varal, por exemplo: colocamos a roupa lá molhada e depois de um tempo recolhemos a roupa completamente seca, mas em nenhum momento observamos a água da roupa “fervendo” ao sol, não é?
Conclua que todas as substâncias no estado líquido estão constantemente liberando vapores, pelo processo de evaporação, e essas moléculas ficam circulando pelo ambiente o tempo inteiro.

E é por isso, também, que a comida ao ser preparada no fogo conseguimos sentir o cheiro de longe, ainda mais se for líquida, por exemplo, uma feijoada ou sopa! O que não impede que comidas mais sólidas, como carnes, liberem cheiro ao serem preparadas, porque dentro dela há líquidos que evaporam e permitam sentirmos seu cheiro. Mas o fato é que em uma comida fria dificilmente conseguimos sentir cheiros, não é mesmo?

Com essas explicações, peça que os alunos assistam novamente à animação.
E agora, o que podem ser esses vapores? Será que só sentimos o cheiro da comida antes de comermos, ou podemos senti-la durante a mastigação?
Lembre os alunos que estamos testando a hipótese 3, ou seja, tanto o nariz quanto a boca devem ter um papel na percepção de sabor. Será que esses vapores são percebidos durante a mastigação?

Atividade 3 - Para responder a essa pergunta, proponha um novo experimento:
Escolha alguns alunos para serem vendados e tampe seus narizes novamente com o pregador (dessa vez TODOS os alunos devem ter o nariz tampado). Eles devem beber o líquido com o nariz tampado, sem engolir. Tire a venda do aluno e permita que ele escreva o que ele acha que é a bebida.
Depois, ainda com a boca fechada e com líquido dentro, eles devem tirar o pregador do nariz e escrever qual o sabor que sentiram, e depois engolir.

A quantidade de acertos deve ter sido maior depois que o nariz foi destampado. Conclui-se, então, que deve existir alguma forma de comunicação da boca com o nariz.

Solicite aos alunos que observem uma das duas figuras (professor, veja cada uma antecipadamente e escolha a que considerar melhor):

http://www.aafp.org/afp/991115ap/2279_f1a.jpg (legendas em inglê s)

http://www.anatomiahumana.ucv.cl/efi/esplac/boca.gif (legendas em espanhol)

Informe-lhes que estamos vendo a anatomia da cabeça. Veja se eles conseguem identificar: língua, palato, nariz. Então, pela figura já podemos ver que existe sim uma ligação entre o nariz e a boca. O nome desse canal é orofaringe.

Professor, em seguida faça um fechamento relacionando todos os conceitos trabalhados. A seguir, um texto que pode inspirar sua discussão:

Vemos então que o sentido do paladar está na boca e o olfato, no nariz. Mais especificamente, as responsáveis pelo paladar são as papilas gustativas, localizadas na face superior da língua. E no nariz, os responsáveis são sensores químicos, localizados na parte interna e superior do nariz.
Quais os sabores de paladar que conseguimos detectar? Os cientistas dizem que só conseguimos detectar cinco até hoje: salgado, doce, amargo, azedo e umami (sabor similar ao salgado, muito usado nos salgadinhos e em carnes, apreciado principalmente pelos japoneses).
A percepção de sabor pode ainda envolver outras sensações, como o ardido (pimenta) ou gelado (menta), a dor causada por alguns ingredientes, a adstringência etc., além do aroma que sentimos pelo nariz.

CURIOSIDADE 1: a pimenta não esquenta a nossa boca, nem a menta a esfria. Isso é apenas uma sensação, uma ilusão causada pelo contato dessas substâncias com nossa boca. Pode conferir: coloque um termômetro na boca, tire a temperatura, depois coma algum alimento apimentado à temperatura ambiente e tire a temperatura novamente: ela deve ser igual para as duas situações.

CURIOSIDADE 2: No seguinte site: http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/quimiosensores.html é possível encontrar exemplos de estruturas moleculares das substâncias responsáveis por odores característicos do nosso cotidiano, como rosas, alho, cebola, chocolate, morango, etc. Professor, se julgar que seus alunos já possuem um conceito avançado do que são átomos e mol&eacut e;culas, apresente-os essas figuras, e mostre-os que às vezes a diferença entre um cheiro muito agradável e outro desagradável está na posição de um único átomo.
 

 

Atividades complementares

Professor, sugerimos um tema que permite uma interação com conhecimentos de zoologia:
Será que todos os animais sentem cheiro? Se sentem, como eles fazem? Será que os peixes sentem cheiro? Qual a vantagem de ter uma boa olfação? Essa aula pode ser trabalhada em seguida à apresentação dos sentidos de olfação e paladar, e permite que seja feita uma introdução contextualizada ao estudo dos animais. Essa atividade complementar pode ser usada também como um recurso motivacional adicional à sua aula de olfato e paladar.

A maioria dos mamíferos possui uma olfação aguçada. As aves, nem tanto. Dentre os mamíferos, aqueles com melhor olfação são os carnívoros, que usam esse sentido como auxílio para caçar, e os ungulados, que o usa para reconhecer parentes.
Os cães possuem uma olfação, milhares a milhões de vezes, mais aguçada do que a do homem. Os peixes usam a olfação para encontrar o caminho de casa, encontrar presas, manter hierarquias sociais etc.
Já os insetos percebem cheiros usando suas antenas, tanto para traçar o caminho para casa como para indicar locais onde existem alimentos. Indicamos um jogo que mostra bem essa função da olfação em formigas: http://www.robotsandus.org/thinking/ants/
Ainda que o jogo seja apresentado em inglês; é possível construir um labirinto entre um formigueiro e o alimento; a seguir se pode observar as formigas buscando o alimento. Note que, ao encontrá-lo, a formiga libera uma substância odorífera para avisar às outras formigas onde está o alimento, e essa substância é liberada até o caminho para o formigueiro. As outras formigas tendem a circular mais por esses caminhos odoríferos de cor mais escura, pois elas sabem que quanto maior a quantidade de moléculas odoríferas, mais próximo está o alimento.
 

Questionário
1. Afinal, qual estrutura permite que nós possamos sentir o gosto dos alimentos? Ela fica na boca ou no nariz?
2. O que é paladar? Quais estruturas estão envolvidas com esse sentido?
3. O que é olfato? Quais estruturas estão envolvidas com esse sentido? Como o olfato interage com o paladar?
4. Moléculas menores, mais leves, tendem a ser mais voláteis , ou seja, evaporam com mais facilidade. Baseando-se nisso, qual alimento sentimos com mais intensidade: um que possui moléculas mais leves ou mais pesadas? Por quê?
5. Considerando que a gripe faz com que o nariz produza muito mais muco que o normal, por que quando estamos gripados temos dificuldade de sentir o gosto dos alimentos?
 

Aprofundamento para o professor http://www.brasilescola.com/oscincosentidos/olfato.htm (breve texto explicando resumidamente o processo de olfação); http://www.afh.bio.br/sentidos/Sentidos7.asp (fornece detalhes sobre os quimiorreceptores responsáveis pela olfação, com ênfase nos aspectos neurológicos).

Avalie os alunos por dois instrumentos: analisando o desempenho e participação deles em sala, durante o experimento, e também por um questionário (mostrado a seguir). Esse questionário deve ser facilmente respondido pelos alunos que compreenderam o experimento, a animação e explicações mostradas em sala. Considerando que alguns alunos possuem melhor desempenho quando avaliados por um outro método de avaliação, considere como nota final a avaliação em que o aluno teve uma melhor pontuação (sendo pelo questionário ou pela participação/ interesse/empenho em sala). Caso julgue que apenas com a aula os alunos não serão capazes de responder a esse questionário, selecione um site relacionado na seção “Aprofundamento para o professor” e peça que os alunos o consultem em casa. Um exemplo de site de apoio: http://www.canalkids.com.br/saude/sentidos/olfato.htm.