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A concepção de “fim da história” em Francis Fukuyama

 

19/12/2011

Autor e Coautor(es)
Rafael da Cruz Alves
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Danilo Araújo Marques; Lígia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Cidadania e cultura contemporânea
Ensino Médio História Processo histórico: nações e nacionalidades
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio História Tempo: transformações e mentalidades
Ensino Médio História Poder
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Nesta aula, o aluno terá a oportunidade de compreender o problema central presente no polêmico artigo publicado no fim da década de 1980 – bem como a sua extensão em livro, publicado no início dos anos 1990. Tal compreensão tem por objetivo demonstrar uma das formas de entusiasmo do bloco liberal-capitalista norte-americano ante a iminente derrocada do dito “socialismo real”, representado pelo bloco socialista soviético.

Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

É necessário que o professor já tenha trabalhado com os alunos a temática histórica da Guerra Fria, sobretudo as ações finais do período Gorbatchev. É recomendável, ainda, que os alunos tenham, minimamente, uma noção da Filosofia Hegeliana da história, bem como a sua ideia de progresso na mesma.

Estratégias e recursos da aula

AULA 1

Introdução

(Como esta primeira aula possui um aspecto mais teórico, é inevitável que sua dinâmica seja mais descritiva. Dessa forma, seria interessante se os assentos dos alunos fossem, na medida do possível, dispostos em forma de semicírculo, a fim de provocar maior interação.)

O professor deverá introduzir, rapidamente, a questão fundamental presente tanto no artigo “O fim da história?”,quanto na obra O fim da história e o último homem, ambos do cientista político norte-americano Francis Fukuyama, a saber: de que a história teria atingido o seu fim a partir de um suposto avanço global da democracia liberal e diante da iminência da derrocada de sua antítese ideológica, o sistema socialista soviético.

É pertinente lembrar que Fukuyama havia publicado o artigo “O fim da história?”no verão de 1989, na Revista The National Interest, ou seja, antes mesmo de ocorrer o evento simbólico representado pela Queda do Muro de Berlim. Dessa forma, o autor norte-americano já teria diagnosticado o fim do socialismo,a partir da progressiva abertura política e econômica (Perestroika) da URSS.

Francis Fukuyama

Foto do cientista político norte-americano Francis Fukuyama. Presente em: http://www.sais-jhu.edu/faculty/fukuyama/photos.html

O fim da historia e o último homem

Capa da edição brasileira do livro The end of history and the last man. FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

 

Ora, mas qual o argumento de Fukuyama para dizer que a história havia atingido o seu fim? (O professor, aqui, deverá retomar a base fundamental da Filosofia Hegeliana da história para explicar o argumento do autor.)

Apelando para o sistema básico do sistema dialético da filosofia de Hegel (Tese-Antítese-Síntese), o professor deverá esclarecer que o argumento de Fukuyama baseava-se, basicamente, nesse método. Para ele, tanto quanto para aquele filósofo alemão, a história possuiria um “motor” que a manteria em constante movimento. Tal movimento se daria de acordo com aquele sistema básico, no quala interação dialética entre uma Tese e uma Antítese provocaria sempre uma Síntese, que se tornaria, por sua vez,uma nova Tese, renovando o processo dialético.

O argumento de Fukuyama baseia-se no indício claro da polarização causada pela Guerra Fria, a qual poderia ser vista como um embate dialético entre duas forças ideológicas: a democracia liberal (Tese) e o socialismo soviético (Antítese), o qual seria, como já se viu, o grande “motor” que manteria a história em movimento.

Com o progressivo desmantelamento do sistema político e econômico do “socialismo real” na URSS, Fukuyama declara que esta ordem já não se configuraria como uma Antítese capaz de manter aquele movimento dialético, característico da história, em oposição à democracia liberal-capitalista. Sendo assim, a história não possuiria mais um “motor”, de modo que seria pertinente decretar o seu fim.

 

Desenvolvimento

Feita esta introdução, o professor deverá dividir a classe em três grupos que irão expor, em um texto escrito,o argumento do autor e discutir,de maneira crítica,a tese de Francis Fukuyama e a sua relação com a hegemonia política norte-americana no contexto defim da Guerra Fria.

As questões que deverão orientar os alunos em suas discussões são as seguintes:

- Com base na aula, qual seria a relação da tese de Fukuyama com a hegemonia política norte-americana no contexto de fim da Guerra Fria?

- Supondo como certa a tese do “motor” da história, depois do socialismo haveria, ainda, outras formas políticas, econômicas ou culturais que se mostrariam como Antítese à democracia liberal-capitalista? Quais seriam elas?

Após as discussões, o professor deverá orientar os alunos aapresentarem, rapidamente, suas conclusões para toda a classe. Dessa forma (e se as conclusões assim o permitirem), o professor poderá estimular uma espécie de debate entre as apresentações de cada grupo.

 

 

AULA 2

Nesta aula, mantendo a mesma formação dos três grupos, o professor deverá solicitar aos alunos que façam um trabalho que confronte (discordando ou concordando) a tese do “Fim da História”, de Francis Fukuyama, comalgumas experiências históricas ocorridas de 1990 até os dias atuais.

Cada grupo ficará responsável por um tema e sua discussão deverálevar em conta as reflexões da aula anterior:

Grupo 1: “Ascensão da ‘economia socialista de mercado’ chinesa”

As reflexões dos alunos deverão partir dos textos presentes nos links e nas imagens abaixo:

Links:

http://www.publico.pt/Mundo/paises-ricos-mais-preocupados-com-ascensao-economica-na-china_1487116

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292008000100010&script=sci_arttext

http://www.gpepsm.ufsc.br/html/arquivos/06OuriquesHR_2011.pdf

Imagens:

Poder dos trabalhadores chineses

Presente em:http://isape.wordpress.com/2010/07/29/o-crescente-poder-dos-trabalhadores-chineses/

EUA e China

Presente em:http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/china-eua-rumo-conflito-ou-colaboracao/15319

EUA e China 2

Presente em:http://griloescrevente.blogspot.com/2011_01_01_archive.html

 

 

Grupo 2: “Fundamentalismo islâmico e a ‘ameaça terrorista’”

As reflexões dos alunos deverão partir dos textos presentes nos links e nas imagens abaixo:

Links:

http://www.historiadomundo.com.br/arabe/o-fundamentalismo-islamico.htm

http://www.tiberiogeo.com.br/index.php?id=27

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jihad

http://www.pucrs.br/mj/artigo-revolucao-xiita-e-a-contradicao-norte-americana.php

 

Imagens:

Al-Qaeda

Presente em: http://facemundial.blogspot.com/2011/05/al-qaeda-deve-vingar-morte-de-bin-laden.html

WTC

Presente em:
http://temposfinais.blogspot.com/2011/06/motivos-para-o-terrorismo-no.html

jihad

Presente em: http://withfriendship.com/user/boss/jihad.php

 

Grupo 3: “‘Primavera árabe’e a luta pela democracia”

As reflexões dos alunos deverão partir dos textos presentes nos links e nas imagens abaixo:

Links:

http://coladaescola.blogspot.com/2011/10/afinal-o-que-e-primavera-arabe.html

http://port.pravda.ru/mundo/11-03-2011/31367-revolucao_arabe-0/

http://noticias.terra.com.br/retrospectiva/2011/noticias/0,,OI5493940-EI19303,00-Primavera+Arabe+uma+nova+mensagem+para+uma+nova+decada.html

Imagens:

Egito 2011

Presente em:http://livrespensadores.org/artigos/a-primavera-arabe-2/

Líbia 2011

Presente em:http://cafecomnoticias.blogspot.com/2011/08/libia-primavera-arabe-se-fortalece-no.html

FREEDOM

Presente em:http://www.outraspalavras.net/2011/02/16/a-longa-caminhada-da-revolucao-arabe/

Primavera árabe

Presente em:http://noticias.uol.com.br/album/111030primavera_arabe_album.jhtm#fotoNav=8

 

Além de se pautarem de acordo com as reflexões da aula anterior, todos os grupos deverão procurar responder à seguinte questão: “Tendo em vistaessas experiências, a avaliação de Fukuyama sobre a falta de uma Antítese à democracia liberal-capitalista na história estaria correta?”

O professor deverá, ainda, solicitar aos alunos do Grupo 3 que, além da questão comum a todos os grupos, pensem nas seguintes:

- APrimavera Árabe corrobora ou desconstrói a tese de Francis Fukuyama?

- As respectivas democracias reivindicadas seriam alinhadas àquela pertencente à cultura ocidental ou possuiriam suas próprias peculiaridades?

Durante esta aula, os grupos deverão preparar tanto uma redação final, quanto uma apresentação (ambas para a próxima aula) que procuremoferecer um panorama sobre o tema estudado e que incorporemuma resposta à questão comum a todos os grupos (lembrando-sedas questões caras ao Grupo 3).

Se possível, ao final da aula, o professor deverá exibir uma entrevista concedida por Fukuyama a um canal de Tevê português neste mesmo ano (2011), na qual é tratada a situação político-econômica atual no mundo dentro da perspectiva de sua tese central de “fim da história”, concebida há mais de vinte anos. O vídeo poderá ser acessado no link  a seguir (que deverá ser exibido a partir do minuto 4:52): http://www.youtube.com/watch?v=L5xru_hKF7A

 

 

Aula 3

Nesta aula, o professor irá avaliar as apresentações, referentes ao trabalho da aula anterior, de cada grupo, bem como solicitar a redação final. Cada grupo terá o máximo de 15 minutos para a apresentação do trabalho, que, reiterando, deverá oferecer um panorama sobre o tema estudado e incorporar uma resposta à questão comum a todos os grupos.

Conclusão

A partir da dinâmica de compreensão da concepção de “fim da história” presente na obra de Francis Fukuyama, além de ter acesso crítico ao argumento central de uma obra que se pretende mostrar como uma filosofia da história, os alunos terão condições de perceber a polêmica causada tanto pelo artigo, publicado em 1889, quanto pelo livro, de 1992. Os alunos terão, ainda, a capacidade de explanar criticamente a influência do meio histórico social na concepção de determinada obra, ao conceberem a relação entre o fim da Guerra Fria, positivo para o bloco liberal, e um certo entusiasmo da tese fundamental do autor em estudo.

Recursos Complementares

- Artigo « El fin de la historia? », disponível em:

http://ttp://www.esnips.com/displayimage.php?pid=1614550

- Entrevistas, disponíveis em:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u29838.shtml

http://veja.abril.com.br/171104/entrevista.html

http://veja.abril.com.br/150409/entrevista.shtml

- Vídeos, disponíveis em:

http:// http://www.youtube.com/watch?v=WByrDjnD9xM

http://www.youtube.com/watch?v=cmyQifVu70k&feature=related

http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/214/entrevistados/francis_fukuyama_2006.htm

- Livros:

ANDERSON, Perry. Fukuyama. O fim da história: de Hegel a Fukuyama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992.

DOSSE, François. Fukuyama. A história. Bauru, São Paulo: Edusc, 2003. p.248-250.

Avaliação

A avaliação será realizada em todas as etapas do aprendizado:

- As atividades presentes na primeira aula possibilitarão aos alunos fixarem, introdutoriamente, a tese fundamental, bem como a construção básica do argumento do autor. Terão, ainda, a possibilidade de articular e tecer comentários críticos ao mesmo;

- Durante o trabalho em grupo, os alunos serão avaliados segundo a sua capacidade de realizar tarefas coletivas como a interação e o diálogo, o respeito aos diferentes pontos de vista e o consenso entre opiniões divergentes;

- As apresentações serão um meio de se avaliar a capacidade de autonomia dos alunos para a organização de um trabalho consistente, bem como da transmissão, de forma concatenada, do aprendizado adquirido durante as atividades;

- O trabalho final redigido deverá ser avaliado, levando-se em consideração a autonomia dos alunos, em se tratando da capacidade de transmissão coerente e consistente de suas opiniões, bem como da pertinência ao assunto estudado.

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