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A Inconfidência Mineira na canção popular brasileira

 

16/05/2012

Autor e Coautor(es)
Bruno Viveiros Martins
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Lígia de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Sujeito histórico
Ensino Médio História Memória
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral: escrita e produção de texto
Ensino Médio História Cultura
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Cidadania e cultura contemporânea
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Os alunos irão aprender como a memória da Inconfidência Mineira foi apropriada e cantada pelos compositores populares durante o século XX.

Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Brasil Colônia.

- Inconfidência Mineira.

- Proclamação da República.

- Governo Juscelino Kubitschek (1956-1961).

- Golpe Civil-Militar de 1964.

Estratégias e recursos da aula
Cronograma, estratégias e recursos da aula

 

Aulas

Atividade

1

Pesquisa em Grupo

2

Produção de Programas de Rádio

3

Seminário Interdisciplinar

 

AULA 1


INTRODUÇÃO

O professor deverá fazer uma breve introdução, estimulando a reflexão em torno da construção e da apropriação da memória da Inconfidência Mineira em meio a diferentes momentos da história do País, como: a Proclamação da República, em 1889; a fundação de Brasília por Juscelino Kubitschek, em 21 de abril de 1960; a atuação do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) e dos Novos Inconfidentes, grupo de extrema-direita sediado em Belo Horizonte, durante a ditadura militar; a redemocratização do Brasil com o falecimento de Tancredo Neves, no dia 21 de abril de 1985.

Sugerimos que o professor inicie a aula com a análise da canção "Tema dos inconfidentes", composta por Chico Buarque a partir dos versos de Cecília Meireles:

Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar

Foi trabalhar para todos
E vede o que lhe acontece
Daqueles a quem servia
Já nenhum mais o conhece
Quando a desgraça é profunda
Que amigo se compadece?

Foi trabalhar para todos
Mas, por ele, quem trabalha?
Tombado fica seu corpo
Nessa esquisita batalha
Suas ações e seu nome
Por onde a glória os espalha?

Por aqui passava um homem 
(E como o povo se ria!)
Que reformava este mundo
De cima da montaria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Ele na frente falava
E atrás a sorte corria

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
No entanto à sua passagem
Tudo era como alegria

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia

Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar

 

PESQUISA EM GRUPO

A turma será dividida em grupos. Cada um deles será responsável por apresentar ao restante dos colegas um tema ligado à Inconfidência Mineira, trazendo informações sobre esse evento histórico para serem debatidas em sala de aula. Os grupos deverão fazer, também, um levantamento de obras artísticas, como poesia, monumentos e artes plásticas, inspiradas ou que abordem a Inconfidência Mineira:

 

Vila Rica

Vista de Vila Rica. Autor: Armand Julien Palliére. Data: 1820. O Museu da Inconfidência. São Paulo: Banco Safra, 1995. Vários colaboradores, pp. 316.

O Alferes

Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Autor: José Washt Rodrigues. Data: 1940. MILLIET, Maria Alice. Tiradentes: O corpo de herói. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp.99.

Tiradentes, Nosso Herói

http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/consulta/detalhe.php?Id_Disco=DI03584

Liberdade, Liberdade

 

http://www.discosdobrasil.com.br/discosdobrasil/consulta/detalhe.php?Id_Disco=DI04131

 

Sugestão de temas:

- GRUPO 1: “Vila Rica e o povoamento da Capitania”.

Em 1776, a população de Minas representava 20% da população da colônia. Mais de 50% da população era negra; o restante da população era constituído por percentagem igual de brancos e pardos. Os índios eram excluídos dessa contagem. Após a década de 1760, com o declínio da mineração e o crescimento das atividades agrícolas e pastoris, ocorreu um considerável movimento migratório interno, em especial para o sul. Minas Gerais, entretanto, continuaria uma sociedade essencialmente urbana no último quarto do século XVIII e o desenvolvimento regional, resultado da própria demanda urbana. O grande afluxo de gente de todo tipo para a atividade mineratória possibilitou o rápido crescimento de Vila Rica. Ao longo do século XVIII, a capital das Minas iria surpreender os seus visitantes pela qualidade técnica e artística de suas edificações religiosas; pela presença dos muitos chafarizes e pontes, voltados para o abastecimento de água; pelo grande número de manifestações artísticas: música, teatro, pintura e poesia.

O tema sugerido poderá ser desenvolvido a partir da consulta aos links listados a seguir:

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/inconfidencia_mineira.htm

http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/

http://www.brasilescola.com/historiab/inconfidencia-mineira.htm

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/inconfidencia-mineira-movimento-foi-resposta-ao-excesso-de-impostos.jhtm

http://www.infoescola.com/historia/inconfidencia-mineira-conjuracao-mineira/

 

- GRUPO 2: “Estrada Real”.

A Estrada Real ou Caminho Novo, como ficou conhecido, foi aberta no século XVIII. Graças ao Caminho Novo, o Rio de Janeiro transformou-se no principal centro de abastecimento, povoamento e circulação do ouro e dos diamantes mineiros, suplantando o núcleo paulista, que cansou de pedir à Coroa Portuguesa o seu fechamento. Pelo Caminho Novo, entrava, na capitania, açúcar, cachaça, gado, feijão, arroz, farinha e, com a multiplicação das vilas e dos arraiais, vidros, espelhos, veludos, pelúcia, louças, vinhos, azeites, armas, pólvora, sal e ferro. Por ele, também, boa parte da população negra escrava foi trazida para a região das Minas e, nos Registros de Matias Barbosa e do Paraibuna, eram cobrados os impostos da Coroa sobre o ouro de Vila Rica e sobre os diamantes do Tejuco. Hoje em dia, boa parte dessa rede foi coberta por rodovias e por novas estradas, ou incorporada à periferia de cidades sempre em expansão, ou, ainda, transformada em pastagens. Contudo permanecem ruínas nos trechos até hoje existentes e no seu entorno: sedes de antigas fazendas, vendas e pousos, capelas, casas de pau a pique ou adobe, restos de pontes e muros, por exemplo; além, é claro, de exemplares de fauna e flora nativas da região.

O tema sugerido poderá ser desenvolvido a partir da consulta aos links listados a seguir:

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/inconfidencia_mineira.htm

http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/

http://www.brasilescola.com/historiab/inconfidencia-mineira.htm

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/inconfidencia-mineira-movimento-foi-resposta-ao-excesso-de-impostos.jhtm

http://www.infoescola.com/historia/inconfidencia-mineira-conjuracao-mineira/

- Grupo 3: “Ideais e planos dos inconfidentes”.

O início do levante se daria com a instauração da Derrama. Os regimentos militares estariam coniventes com os rebeldes quando a população fosse insuflada à revolta. A direção militar do levante ficou por conta de três inconfidentes: Alvarenga Peixoto levaria tropas até Rio Verde e asseguraria a rota do Caminho Velho; Padre Rolim assumiria a responsabilidade de resistir no Arraial do Tejuco, à frente de 200 homens armados; Carlos Correia de Toledo fecharia o caminho da Estrada Real, na altura do Registro do Paraibuna. O novo regime pretendia transformar São João del-Rei em sua capital. Na República sonhada pelos inconfidentes, havia o projeto da construção de fábricas de pólvora, ferro e oficinas de tecidos; havia a ideia de liberação da circulação dos diamantes e de todo o comércio; havia a preocupação com a criação de uma milícia própria; havia o desejo de que “jamais saísse o ouro para fora” do País; e, finalmente, havia a promessa de que os homens de baixa extração poderiam vestir cetim ou roupas de qualquer qualidade, enquanto os de origem nobre ou proprietários haviam de vestir-se apenas com “fazendas próprias ao país”.

O tema sugerido poderá ser desenvolvido a partir da consulta aos links listados a seguir:

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/inconfidencia_mineira.htm

http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/

http://www.brasilescola.com/historiab/inconfidencia-mineira.htm

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/inconfidencia-mineira-movimento-foi-resposta-ao-excesso-de-impostos.jhtm

http://www.infoescola.com/historia/inconfidencia-mineira-conjuracao-mineira/

 

- GRUPO 4: “Tiradentes: o mito e o personagem”.

O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é o mais famoso e polêmico personagem da Inconfidência Mineira. Existe, ainda hoje, um intenso e animado debate sobre sua personalidade, suas convicções políticas, sua cultura e sua aparência física. Tampouco existe consenso sobre o seu papel na Inconfidência, se era uma de suas principais lideranças ou, ao contrário, um mero seguidor; se era um divulgador entusiasmado dos sucessos da Revolução Americana e do projeto de transformar a Capitania das Minas em República ou simples falastrão. Entretanto, não resta dúvida alguma de que, preso, reclamou para si o maior risco; seu comportamento, ao ser interrogado, foi exemplar e a tranquila dignidade com que enfrentou a morte foi um dos poucos momentos heroicos da Inconfidência Mineira.

O tema sugerido poderá ser desenvolvido a partir da consulta aos links listados a seguir:

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/inconfidencia_mineira.htm

http://www.sohistoria.com.br/ef2/inconfidencia/

http://www.brasilescola.com/historiab/inconfidencia-mineira.htm

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/inconfidencia-mineira-movimento-foi-resposta-ao-excesso-de-impostos.jhtm

http://www.infoescola.com/historia/inconfidencia-mineira-conjuracao-mineira/

AULA 2

PRODUÇÃO DOS PROGRAMAS DE RÁDIO

Os alunos deverão realizar um levantamento de canções inspiradas ou que abordem a Inconfidência Mineira com o objetivo de escrever e produzir miniprogramas de rádio sobre a Inconfidência Mineira. É necessário ressaltar a importância do acesso às obras dos artistas, disponíveis em vários sites e blogs de divulgação da canção popular brasileira. Os miniprogramas deverão ser desenvolvidos a partir dos temas discutidos na primeira aula, em diálogo com a narrativa musical selecionada pelo grupo.

Primeiro passo

Se a escola tiver um Laboratório de Informática adequado à produção de programas de rádio, o trabalho poderá ser realizado no próprio local.  Caso a escola não possua esse espaço, os alunos poderão produzir os programas em computadores particulares. A produção do programa poderá ser realizada em qualquer máquina que possua as seguintes ferramentas:

- Sony Sound Forge Pro 10.0b: ferramenta que cria, edita, digitaliza, grava e limpa arquivos de sons digitais;

- Reaper 3.7: é um editor de áudio que permite mixar faixas utilizando diversos fragmentos de áudio;

- Microfone normal para computador.

Segundo passo

Cada grupo de alunos ficará responsável pela produção de um Programa de Rádio de caráter jornalístico. O grupo deverá escrever  um pequeno texto analítico, de aproximadamente 15 linhas, sobre cada tema proposto, a partir de uma canção a ser analisada. O texto deverá ser gravado por um dos alunos, que terá a função de locutor. Os outros alunos do grupo deverão escolher, também, o "slogan" e as canções que servirão como vinhetas iniciais e finais. Todos os grupos deverão apresentar os trabalhos radiofônicos  à comunidade escolar, em um Seminário Transdisciplinar que envolva as disciplinas de História, Língua Portuguesa e Artes. A socialização dos alunos será realizada durante a produção dos programas  em sala de aula e, também, durante a apresentação coletiva para a escola. Segue, abaixo, um exemplo de programa de rádio produzido pela Rádio UFMG Educativa sobre a Inconfidência Mineira, disponível em:

http://www.4shared.com/rar/hrLTC42Y/Programa_Decantando_-_Inconfid.html

AULA 3

SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR

Os grupos deverão apresentar à turma os resultados das pesquisas, utilizando equipamento de som. Os programas produzidos por cada um dos grupos serão apresentados à comunidade escolar em um Seminário Transdisciplinar envolvendo as disciplinas de História, Língua Portuguesa e Artes. O professor solicitará aos alunos um trabalho final, escrito extraclasse, sobre a Inconfidência Mineira a partir da intertextualidade entre a narrativa musical, os temas abordados em sala de aula e o contexto histórico estudado.

CONCLUSÃO

Tiradentes e a Inconfidência Mineira são apropriados como referência simbólica de um passado de lutas que se desenrolou contra o absolutismo português e não entre diferentes facções das elites regionais ou entre as elites e os setores das camadas populares. Tiradentes sempre pareceu aos republicanos de variados matizes um símbolo adequado à construção da identidade nacional: surgiu aos positivistas do 15 de novembro de 1889 com o contorno pedagógico e formador do cidadão por excelência; sob o comando de JK, transformou-se no símbolo de articulação entre modernidade e tradição; para os conspiradores golpistas de 1964, que se intitularam novos inconfidentes, forneceu a imagem de rebeldia e de insubmissão de que sempre careceram; e garantiu aos guerrilheiros do MRT a marca libertária na luta contra os militares.

Sugerimos que o professor organize um festival em que os alunos interpretem as canções selecionadas durante a pesquisa. É importante que o professor também incentive os alunos a compor canções ou escrever poemas sobre o tema estudado. Dessa forma, o professor poderá difundir não apenas o conhecimento histórico como também a criatividade artística entre os alunos.

Recursos Complementares
Avaliação

A avaliação será realizada em todas as etapas do aprendizado:

- A pesquisa sobre os compositores e intérpretes que cantaram a Inconfidência Mineira possibilitará ao aluno entrar em contato direto com a história da música popular brasileira;

- Durante o trabalho em grupo, os alunos serão avaliados segundo a sua capacidade de realizar tarefas coletivas, como a interação e o diálogo, o respeito aos diferentes pontos de vista e o consenso entre opiniões divergentes;

- A escolha dos temas estudados, em diálogo com as canções selecionadas, deverá ser avaliada, levando-se em consideração a autonomia dos alunos em se tratando da capacidade de tomar suas próprias decisões a partir da análise pertinente do contexto histórico;

- Durante a produção dos Programas de Rádio, serão avaliadas a redação, a criatividade e a desenvoltura na utilização das ferramentas de edição de áudio, além da capacidade de trabalhar em grupo;

- O Seminário Interdisciplinar será um meio de avaliar a capacidade dos alunos de organizar e transmitir, de forma concatenada, o aprendizado adquirido durante as atividades.

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