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Adaptações psico-biológicas necessárias para realizar os elementos da ginástica geral

 

24/08/2012

Autor e Coautor(es)
Cátia Pereira Duarte
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JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora

José Luiz Lacerda

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Educação Física Ginástica: Valores culturais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Pesquisar na internet sobre as adaptações psicológicas (medo, tensão, consciência corporal) e biológicas (metabolismo energético celular) que o corpo necessita para realização dos elementos corporais da ginástica geral;

- Identificar, diferenciar e vivenciar elementos corporais que compõem a ginástica geral: parada de mão, estrela, rolamento e equilíbrio.

Duração das atividades
200 minutos: 4 Aulas.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos prévios dos alunos.  

Estratégias e recursos da aula

Este tema será desenvolvido em duas etapas distintas.

A primeira será voltada ao conhecimento sobre as adaptações psico-biológicas do organismo exigidas nas atividades de ginástica que envolvem o deslocamento do centro de gravidade.

A segunda parte será voltada a vivência de atividades práticas da ginástica, buscando perceber as sensações corporais provocadas pelos movimentos em que o centro de gravidade é alterado. Essas sensações na ginástica envolvem também mudanças e inversões em nossa posição bípede com apoio de mãos, giros, saltos.

A proposta do tema se encerra com a turma estabelecendo as relações teórico-práticas sobre o assunto.

Atividade 1: Conhecendo as adaptações psico-biológicas do corpo

O professor deverá iniciar a aula com uma conversa sobre as sensações vividas em aulas de ginástica já vivenciadas anteriormente ou durante o Ensino Fundamental.

A partir das respostas, o professor abordará algumas adaptações psico-biológicas (cãibra, vertigens e vômitos) que o corpo faz para realizar alguns elementos corporais da ginástica geral.

Também deverá ser solicitado que para a próxima aula os alunos pesquisem sobre o tema em livros, entrevistas com treinadores/ professores, a partir do roteiro:

1. Dados pessoais do entrevistado: Nome, idade, quanto tempo o profissional atua como treinador ou professor de ginástica.

2. Quais as dificuldades que os alunos/atletas encontram para a prática da ginástica?

3. Quais as características psico-biológicas que diferenciam a ginástica de outras modalidades esportivas? 

4. O que os praticantes e/ ou atletas sentiam quando começavam a praticar esta modalidade?

5. O que os treinadores de ginástica fazem para diminuir as sensações de desconforto de seus atletas durante os treinos?

6. Outras questões que queiram inserir.

A entrevista deverá ser gravada e o grupo deverá apresentar o resultado das respostas sintetizados na aula seguinte.

Após a exposição do trabalho acima a aula terá prosseguimento com uma conversa, questionando:

Quando vocês realizam os movimentos de ginástica, que tipo de sensações sentem?  Ao realizarem estas atividades vocês sentem algum tipo de estresse, enjoo, medo, vertigem, cãibra? Quais? Em que exercícios?

Dentre as questões apontadas, identificar junto aos alunos o que cabe ao estado psicológico do indivíduo e o que cabe ao estado fisiológico/ biológico.

Em seguida assistir o vídeo:

 

A partir das respostas, ler o texto:

O corpo precisa primeiramente se adaptar aos movimentos que deslocarão o seu centro de gravidade nas diferentes posições de atividades da ginástica de solo.

Para compreender essas sensações é preciso ter noções sobre o que acontece dentro de cada célula, ou seja, compreender o metabolismo energético celular. Estar sempre bem alimentado poderá evitar cãibras, vertigens ou vômitos na passagem pela posição invertida ou nos giros.

Para saber se a pessoa está bem alimentada, basta saber se ela ingeriu uma quantidade de glicose suficiente para realizar suas atividades. A glicose é o carboidrato mais importante na biologia. As células a usam como fonte de energia e intermediário metabólico, pois é um dos principais produtos da fotossíntese e inicia a respiração celular nos humanos. É um cristal sólido de sabor adocicado, de formula molecular C6H12O6, encontrando-se na natureza nas uvas e em vários frutos.

A quantidade de glicose no sangue altera todo o metabolismo. Ela varia de acordo com a quantidade de carboidratos consumidos e ainda depende de alguns fatores psicológicos e fisiológicos que ocorrem no decorrer do dia.

Quando a glicose de uma pessoa está abaixo do normal, podemos dizer que apresenta hipoglicemia, ou seja, baixo nível de açúcar no organismo. Esse quadro causa fraqueza, sudorese, desmaio e pode levar ao coma. Já a hiperglicemia é o processo contrário, causando falta de energia no organismo, necessidade de urinar, cicatrização lenta, visão embaraçada, sede intensa, aumento do apetite e cansaço.

No entanto, a sensação de desconforto não é causada somente pela alimentação. Os diferentes níveis de esforço muscular podem gastar toda energia produzida pelos alimentos e acarretar dores, náuseas passageiras se a pessoa parar de forçar seus músculos. Neste sentido, conhecer as diferentes contrações nos auxilia em diferentes treinamentos. A contração estática ou isométrica é a contração muscular que não provoca movimento ou deslocamento articular. Não há alteração no comprimento do músculo, mas sim um aumento na tensão máxima do mesmo. Já a contração dinâmica ou isotônica é a contração muscular que provoca um movimento articular. Há alteração do comprimento do músculo sem alterar sua tensão máxima, possuindo alto consumo calórico, mas durando pouco tempo.

Considerar que a cãibra ou câimbra é um espasmo ou contração involuntária dos músculos, normalmente muito dolorosa, que pode durar de alguns segundos até vários minutos. Acredita-se que a causa básica da câimbra seja uma hiperexcitação dos nervos que estimulam os músculos, porém uma atividade física vigorosa ou desidratação também são bem aceitas. A falta de cálcio e magnésio causa este problema, porém a falta de potássio no organismo causa contrações involuntárias que se encaminham para uma fraqueza ou paralisia muscular. Para se evitar a câimbra deve ser realizada uma boa sessão de alongamento antes e após exercícios, uma boa hidratação (com água tônica ajuda muito) antes, durante e depois do esforço e evitar exercícios físicos em dias muito quentes.

Além desses problemas, acrescentar que ainda podemos ter problemas funcionais, como por exemplo a vertigem causada por problemas nos órgãos de equilíbrio. A vertigem é um sintoma no qual a pessoa tem a sensação de uma tontura rotatória, podendo causar náuseas, vômitos, ilusão de movimento ao observar o espaço de cabeça para baixo. Comentar que o corpo detecta a postura e controla o equilíbrio através de órgãos localizados no ouvido interno. Esses órgãos possuem conexões nervosas com áreas específicas do cérebro. A vertigem pode ser causada por distúrbios do ouvido, dos nervos que conectam o ouvido ao cérebro ou do próprio cérebro, mas a causa mais comum de vertigem é a doença do movimento, que pode ocorrer em qualquer indivíduo cujo ouvido interno é sensível a determinados movimentos, como o balanço (oscilação) ou as freadas e arrancadas abruptas.

Texto construído pela autora da aula em 10 de maio de 2012 fundamentado em Macardle (2011).

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Esses três fenômenos devem ser estudados a fim de garantir maior segurança a quem se propõe a realizar os movimentos da ginástica geral.

Atividade 2: Compreendendo e superando a falta de força na manutenção da posição invertida

 

Pedir que os alunos experimentem realizar a parada de mão (iniciar a posição invertida do corpo, aproximando as mãos do solo, elevando o quadril e se equilibrando) e, se possível, que se desloquem nesta posição. Caso não dominem o movimento, pedir que façam o movimento próximo da parede e/ou com apoio de um colega.

Nestas experiências, é necessário que os alunos conheçam que tipo de contração está envolvida em cada movimento corporal.

Pedir que observem as contrações isométricas exigidas pelos músculos envolvidos no movimento, as  sensações de desequilíbrios, a respiração, as percepções da corrente sanguínea.

 

Atividade 3: Compreendendo e superando a vertigem na passagem pela posição invertida

Pedir que os alunos realizem uma estrela (com o pé de apoio à frente, passar pelo solo tocando a mão dominante primeiro, depois a outra mão, executando uma roda com as pernas em “x” na posição invertida até concluir o movimento, tocando o pé não dominante no solo até ficar em pé novamente) e, se possível, realizem o movimento descendo um banco, conforme foto abaixo.

Estrela a partir do banco 2a fase da estrela a partir do banco 3a fase da estrela a partir do banco

Fotos do arquivo interno do C. A. João XXIII/ UFJF

Pedir que observem as contrações isotônicas realizadas pelos músculos envolvidos no movimento, a mudança ou não do centro de gravidade do corpo na passagem pelo solo, as percepções do ambiente no momento do giro, a manutenção da trajetória retilínea após a realização do movimento. Caso não dominem o movimento, pedir que façam um simples “au” de capoeira, e depois, realizem o movimento próximo da parede e/ou com apoio de um colega.

Pedir que analisem a movimentação, verificando em que posições do corpo o mesmo tende a sentir vertigem.

Aqueles que não se sentirem encorajados devem ser poupados neste momento, pois o objetivo da atividade é apenas a sensibilização e não a aprendizagem dos elementos corporais, especificamente.

 

Atividade 4: Compreendendo a respiração celular aeróbica

Assistir o vídeo sobre Metabolismo energético, pedindo que anotem a diferença básica de uma respiração celular aeróbia de uma anaeróbia:

 

Atividade 5: Compreendendo e superando a cãibra na repetição de movimentos

Pedir que os alunos realizem um rolamento grupado para frente (partindo da posição agachada no solo com as pernas flexionadas, as mãos colocadas próximas dos joelhos e com os polegares voltados para frente, impulsionar o corpo grupado para frente até que o mesmo passe pelo solo e retorne a posição inicial) e descrevam as sensações percebidas durante o movimento.

Repetir este movimento muitas vezes, fazendo com que os alunos questionem as sensações de desconforto.

 

Atividade 6: Compreendendo e superando a cãibra na repetição de movimentos (parte II)

Pedir que os alunos realizem vários rolamentos afastados para frente: sentado sobre um plano elevado com as pernas estendidas e afastadas, elevar o quadril empurrando o plano com as mãos colocadas entre as pernas e os dedos poderão estar voltados uns para os outros ou para frente. De pé, pernas afastadas, as mãos tocando o solo a sua frente, andar com as mãos no solo, sustentando o corpo até que quadril chegue ao solo. Voltar a posição inicial.

Rolamento para frente afastado 2a fase do rolamento para frente afastado 3a fase do rolamento para frente afastado 4a fase do rolamento para frente afastado

Fotos do arquivo interno do C. A. João XXIII/ UFJF

Pedir que os alunos realizem vários rolamentos para trás grupado (partindo da posição sentada no solo com as pernas flexionadas, as mãos colocadas acima dos ombros, com os polegares voltados para os ouvidos e os braços paralelos, impulsionar o corpo grupado para trás até que as mãos toquem o solo, e daí retornar a posição inicial)

Atividade 7: Aplicando os conhecimentos psico-biológicos das aulas na construção da ponte

Pedir que os alunos realizem uma ponte saindo para trás: partindo da posição deitada no solo erguer o tronco formando um arco. Diminuir o ângulo dos braços em relação às costas, formando 90º dos braços em relação ao solo e, sucessivamente, 180º entre os braços em relação ao quadril. Impulsionar uma perna para trás e depois a outra, até que o aluno fique de pé novamente.

1a fase da ponte para trás 2a fase da ponte para trás 3a fase da ponte para trás 4a fase da ponte para trás 5a fase da ponte para trás 6a fase da ponte para trás

Fotos do arquivo interno do C. A. João XXIII/ UFJF

Pedir que os alunos realizem uma ponte saindo para frente: partindo da posição em pé realizar uma parada de mãos. Permitir que uma perna desça pelas costas do aluno, depois a outra, até que o mesmo tenha realizado um arco em relação ao solo. Diminuir o ângulo das pernas em relação ao quadril, formando 90º das pernas  em relação ao solo e, sucessivamente, 180º entre as pernas em relação aos braços, o que significa que o aluno está em pé novamente.

1a fase da ponte para frente 2a fase da ponte para frente 3a fase da ponte para frente 4a fase da ponte para frente 5a fase da ponte para frente

Fotos do arquivo interno do C. A. João XXIII/ UFJF

 

Atividade 8:

Apresentação dos resultados das pesquisa por cada grupo.

Atividade 9:

Relacionar os conhecimentos práticos aos teóricos.

O Professor colocará os alunos em círculo e juntamente com eles realizar a integração dos conhecimentos teóricos apresentados pelo texto trabalhado e pelas entrevistas aos conhecimentos vivenciados  nas atividades práticas. Estabelecer como estes se relacionam, destacando os seguintes pontos:

1. O que são contrações musculares, vertigem, metabolismo energético celular e cãibras?

2. O que desencadeia as contrações musculares, a vertigem, o metabolismo energético celular e as cãibras?

3. Como evitar desconforto na realização dos movimentos de ginástica?

4. Quais as dificuldades encontradas na realização das atividades e o que elas tem haver com os conhecimentos tratados nas aulas?

Quanto mais os alunos discutirem sobre o assunto, avaliarem suas sensações com propriedade teórica sobre suas vivências, maiores serão as possibilidades de adesão à prática. 

Recursos Educacionais
Nome Tipo
TV Escola - Série Atividade - Ginástica para todos - parte 2 Vídeo
Recursos Complementares

Fotos do arquivo interno do C.A. João XXIII/UFJF

 

Referências:

Metabolismo energético: http://www.youtube.com/watch?v=g8C8lehHuPk (acessado em 19/04/2012);

Macardle, W. D. Fisiologia do Exercício: Nutrição, Energia e Desempenho Humano. 7ª Ed. (s.c.): Ed. Guanabara Koogan, 2011.

Avaliação

A avaliação será reflexiva e deverá propor soluções para superação das dificuldade por parte do alunos. 

deste modo, a partir do conhecimento adquirido nas atividades realizadas, anotar em um cartaz:

- Quais foram as maiores dificuldades encontradas pelo grupo para se manter na posição invertida e para se manter ou passar por esta posição?

- O que pode ser feito para superar tais dificuldades?

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