•    Compreender as estratégias de leitura da propaganda audiovisual;
•    Perceber a importância da utilização de imagem e de som em textos publicitários;
•    Identificar e pesquisar as ideologias difundidas pelo discurso publicitário;
•    Fazer comentários críticos sobre textos publicitários em redes sociais.
 

Seja na rua, seja em casa, seja na rede, somos constantemente impactados por propagandas que, sem pedir licença, entram em nossa vida nos oferecendo seus produtos e suas ideias. Diante disso, é importante desde cedo analisarmos esse impacto inevitável para que consigamos entendê-lo e, sobretudo, evitar que o processo de alienação consumista seja promovido por esse mundo tão sedutor da publicidade. É nesse ponto que a escola tem um significativo papel, no sentido de formar cidadãos preparados a lidar com as armadilhas do mundo publicitário que invade nosso cotidiano nos oferecendo seu próprio estilo de vida. Os alunos sem dúvida já perceberam ou pelo menos se sentiram impactados pelo bombardeio de anúncios e imagens muitas vezes profundamente agressivas. A consciência de que todos estamos imersos nesse sistema é essencial para o desenvolvimento desta sequencia didática, em que se busca, principalmente, analisar esse cenário de compra e venda, para que os alunos se tornem cada vez mais conscientes do quão estão sujeitos às artimanhas do uso da linguagem nesse mundo.

Durante muito tempo o Festival de Cannes teve uma única categoria (Filmes), até que novas categorias surgiram, por exemplo, a de publicidade e propaganda. O Festival , do qual muitas nações participam, é hoje considerado um dos mais renomados da área. Os prêmios são divididos em Grand Prix, Leão de Ouro, Leão de Prata e Leão de Bronze.

Observação: Professor, dada a importância do Festival, é salutar que em algum momento da sequencia didática, o Festival e as suas principais peças publicitárias sejam abordadas.

Disponível em: http://daily.com.ua/articles/7/2011-06-142323.html.
Acesso em: 05 jun. 2012.
 

Atividade 01

O professor deve iniciar a aula ativando os conhecimentos prévios dos alunos sobre o quanto somos impactados pelas propagandas e pelos produtos por ela oferecidos diariamente. Para tanto, ele deve promover uma discussão que procure sondar quais publicidades eles conhecem, quais são as de maior interesse e por que eles se interessaram por elas.

Para essa discussão inicial, essas propagandas podem ser buscadas em sites de pesquisa da Internet como o youtube, o Google, o Ask.com, o Bing. O objetivo aqui é apenas perceber o quanto estamos imersos no mundo da publicidade, ou seja, como somos impactados diariamente por esse mundo e o que poderíamos fazer talvez para minimizar esse impacto. Eis algumas sugestões para análise:

Os vídeos foram retirados dos links a seguir:
•    http://www.youtube.com/watch?v=_iYV3wGPwA 
•    http://www.youtube.com/watch?v=EpxLnwgaPdM
•    http://www.youtube.com/watch?v=86XwhLv4GZE
•    http://www.youtube.com/watch?v=VecxWw9bOlo


Nessa análise preliminar, o professor fará as seguintes perguntas:
1.    Que propagandas vocês acham interessantes?
2.    O interesse é pelo produto ou pela criatividade do texto?
3.    Por que o produto é interessante?
4.    Onde está a criatividade desses textos?
5.    O que eles ressaltam principalmente?
6.    Que elementos estão ali para chamar nossa atenção?
7.    Vocês seriam levados a comprar esses produtos?
8.    Vocês realmente precisam desses produtos?
9.    O que poderíamos fazer para evitar um consumo desnecessário?

Por meio dessa atividade, levando o aluno a procurar e a analisar as propagandas de seu interesse, o professor poderá perceber o nível de interpretação dos alunos, suas escolhas e preferências em relação aos textos publicitários e, principalmente, o perfil de consumidores que possuem,  em geral.

Atividade 02

De forma a complementar atividade anterior, o professor deverá apresentar aos alunos o poema “Eu Etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade. Trata-se de um poema que demonstra como o ser humano é impactado pelas marcas e propagandas em geral. Em outras palavras, como se dá o processo de reificação e alienação do ser humano num mundo tomado pela publicidade. O professor pedirá aos alunos que acessem o texto no link indicado a seguir:
 
 

Eu, etiqueta
  
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome noco é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
 
 (Carlos Drummond de Andrade)
 

Disponível em: http://projetos.educacional.com.br/paginas/pp/47080001/3854 /t132.html. Acesso em: 20 mar. 2012.

As perguntas a seguir servirão de norte para que o professor desenvolva uma reflexão junto aos alunos sobre o poema.

1.    O texto tem o seguinte título: Eu, etiqueta. Com base na leitura do poema como um todo, como podemos justificar a utilização desse título?
2.    Por que o autor não demonstra intimidade com as marcas e nomes anunciados em suas roupas?
3.    Como o eu poético se caracteriza como “homem-anúncio itinerante”?
4.    Leia o trecho a seguir:
“Meu isso, meu aquilo. / Desde a cabeça ao bico dos sapatos, / São mensagens, / Letras falantes, / Gritos visuais, / Ordens de uso, abuso, reincidências.”
Que estratégias a voz poética utiliza que são próprias das propagandas em geral?
5.    Qual o preço pago pelo eu lírico por estar “estar na moda”?
6.    Antes de se tornar um “homem-anúncio” como a voz poética se caracterizava?
7.    Mesmo pagando para fazer o anúncio de uma marca, o que leva o eu lírico “a escolher” ser o homem-etiqueta?
8.    Como se dá o processo de transformação do homem em coisa? O que isso representa para a essência humana da voz poética?
9.    O processo sofrido pela voz poética realmente acontece na sociedade? Quais as consequências desse processo? O que pode ser feito para evita-lo?

A partir dessa atividade, o aluno perceberá ainda mais as relações que se estruturam entre a publicidade e a arte. É por meio de poemas e textos semelhantes a esses que se consegue alertar o consumidor das armadilhas e artimanhas do mundo publicitário. Nessa sequencia de aulas, foram analisadas apenas dois textos relacionados à arte. Entretanto, caso o professor sinta interesse, poderá procurar por outros materiais (listados na sessão “Recursos Complementares”), que agreguem conhecimento e tragam mais reflexões aos alunos.
 

Atividade 03
    
Após a exibição e a análise de algumas propagandas de interesse dos alunos, o professor deverá apresentar a seguinte propaganda, para que seja analisada conjuntamente, tentando perceber as ideologias difundidas por meio da publicidade:

Propaganda da Coca-Cola: Bebe quem pode!!

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=PFerRdZKoCM. Acesso em: 15 mar. 2011
    

Logo depois da exibição da publicidade, o professor conduzirá uma discussão entre os alunos sobre as impressões que tiveram do vídeo. É importante que o professor, nesse momento, não se manifeste explicitamente e não ofereça nenhuma interpretação a respeito da propaganda. Com essa postura, ele trará à tona o conhecimento da realidade e da vida de seus alunos, bem como valorizará a participação deles durante a aula.

Depois dessas primeiras impressões sobre o vídeo, o professor começará a trabalhar com uma interpretação mais profunda do texto, abordando aspectos que ainda não foram apresentados na discussão anterior. Para isso, o professor deve convidar seus alunos a fazer uma análise junto a ele, dizendo que a propaganda “guarda” muito mais “coisa” do que em geral percebemos. Para motivar a discussão, o professor deve reexibir o vídeo, pausando-o e fazendo as seguintes perguntas:
 
1.    Quem são as personagens representadas? Como podemos caracterizá-las?
2.    Por que a escolha desses personagens para representar a propaganda? O que eles fazem durante toda a propaganda?
3.    Onde os personagens se encontram? Qual a importância desse ambiente para a construção da propaganda?
4.    Como esses personagens atraem a atenção um do outro? É uma forma criativa de abordagem? Por quê?
5.    Os personagens estão conversando sobre o quê? Qual o motivo da conversa? Eles chegam a um consenso entre si? Por quê?
6.    Como a propaganda termina? Qual a mensagem presente no vídeo?
7.    Repare na linguagem do “olho” e na das línguas. Como podemos caracterizar cada uma delas quanto à utilização do registro padrão?
8.    A propaganda quer vender não apenas um produto, mas uma ideia? Que ideia é essa? Devemos comprá-la? Por quê?

Ao longo da abordagem dessas questões, o professor deve pontuar a importância da linguagem não verbal presente nesta e em outras propagandas em geral, recurso que permite transmitir um maior número de informações em um menor tempo. Afinal, a junção entre linguagem verbal e não verbal, característica essencial em textos publicitários, consegue um maior efeito persuasivo, uma vez que a imagem suplanta o texto verbal em velocidade e quantidade de transmissão das informações. Logo, é graças à utilização da linguagem não verbal que o texto publicitário, transmissor de um grande número de informações em um tempo relativamente curto, conquista o leitor com mais rapidez e eficiência.


Atividade 04

Após a análise do vídeo, o professor deverá retornar a ele. Só que agora com outro enfoque na sua análise, pedindo aos alunos para se atentarem aos comentários que foram feitos a respeito desse vídeo no site youtube. Alguns desses comentários estão reproduzidos a seguir:

 
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=y89nJseGpLE&feature=related.  Acesso em: 10 ago. 2011.

Em seguida, o professor procederá à análise desses comentários. Isso será feito a partir de algumas perguntas para motivar uma discussão com os alunos em sala.

1.    Qual a opinião das pessoas sobre o vídeo? Vocês concordam com elas?
2.    As pessoas são, na maioria das vezes, contra ou a favor do clipe?
3.    O que as pessoas a favor estão dizendo? E aquelas que são contra ao clipe?
4.    As opiniões estão bem fundamentadas? Por quê?
5.    Que argumentos as pessoas utilizam para defender suas opiniões?
6.    Como se caracteriza a linguagem desses comentários? Formal ou informal? Por quê?
7.    Que marcas podemos observar acerca do registro formal? E do registro informal?
8.    Por que há essa mistura de registros nesses comentários?
9.    Essa forma de escrever está adequada ao contexto? Por quê? Que contexto é esse?
10.     Nós podemos escrever de qualquer forma nesse contexto? Quais as consequências dessa atitude?

Todas essas perguntas devem ser feitas oralmente e o professor anotará no quadro uma síntese das respostas a cada pergunta, como forma de levantar as principais características desse tipo de texto. Nessa síntese, é importante que ele considere que nesses comentários, em geral, não se utiliza predominantemente o registro formal, isto é, neles há muitas marcas de coloquialidade. Entretanto, isso não constitui um erro, pois, em se tratando de Internet, em um site de se postarem vídeos e comentários, o usuário está livre para fazer praticamente qualquer tipo de comentário.

Nesse momento, é importante que o professor discuta o fato de que, embora o usuário tenha essa liberdade, ele deve ficar atento ao uso que se faz da Internet. Afinal de contas, quando produzimos qualquer tipo de texto, estamos nos expondo seja em maior ou em menor grau. E na Internet, por se tratar de um meio público e muito acessado, essa exposição pode alcançar um enorme número de pessoas. Desse modo, o aluno deve ter consciência de que, ao postar um texto na rede, esse texto pode contribuir formando uma imagem positiva ou negativa de si mesmo.


Atividade 05

Já tendo discutido e analisado os comentários, os alunos poderão redigir suas próprias impressões sobre o vídeo em comentários semelhantes aos que foram analisados na Atividade 03. Para tanto, o professor pedirá que os alunos acessem o videoclipe e se atentem aos comentários dos usuários, para que possam postar suas impressões sobre o clipe.

Na produção dos próprios comentários, os alunos devem estar atentos a toda a discussão que foi feita anteriormente, a fim de que suas produções estejam adequadas ao contexto de circulação desses comentários. Logo, deve estar claro para eles que estarão livres para fazer praticamente qualquer tipo de comentário, devendo, inclusive, utilizar o registro informal, mas que devem fazer bom uso dessa liberdade, entendendo os alcances que seu texto pode tomar.

O ideal seria que os alunos fizessem comentários que mesclassem a norma padrão com a popular, utilizando gírias para que seu texto torne-se criativo e atraente aos olhos do leitor. Nesse ponto, eles devem tomar cuidado para que a utilização de marcas de coloquialidade não deixe o texto ilegível e inacessível ao leitor comum. Seria interessante também que abordassem uma pequena análise bem fundamentada do vídeo analisado, ressaltando a riqueza e a criatividade ali presentes bem como os efeitos de sentido que conseguem mobilizar para atingir o espectador.
    
Durante a produção dos comentários, o professor percorrerá a sala, não só para verificar como o trabalho está sendo feito, mas também para auxiliar os alunos naquilo que tiverem dificuldade ao redigirem o texto. Esse auxílio é bastante importante para que o professor esteja mais próximo de seus alunos, conhecendo suas dificuldades bem como para que os incentive a participar da aula e vencer suas inseguranças.

Para que o professor esteja ainda mais perto de seu aluno, ele pode, inclusive, fazer também um comentário pessoal sobre o vídeo analisado em sala, baseando-se nos mesmos parâmetros que ele deu aos alunos para redigirem seus próprios textos. Ao produzir um texto com marcas de coloquialidade, o professor ratificará que a sala de aula também oferece espaço para a produção de textos informais que podem ser muito bem fundamentados. Com essa postura, ele não só quebra a imagem de que “a escola e o professor só produzem textos em norma culta”, como, principalmente, faz com que os alunos se sintam mais à vontade para redigir esses e outros tantos textos.

Um ponto importante a ser levantado é o fato de o site youtube permitir que o usuário não só poste o comentário sobre o vídeo assistido, como também possa responder aos comentários de outro usuário. Assim, uma atividade interessante seria pedir que os alunos respondam a esses usuários dizendo se concordam ou não com o ponto de vista por eles defendido. Além disso, como essa atividade englobará toda a turma, os alunos podem se corresponder entre si, gerando uma grande discussão a respeito do vídeo. Essa discussão pode perdurar indefinidamente, até que o vídeo seja retirado, bastando apenas que os alunos acompanhem as respostas a seus comentários.
 

Nos links a seguir, os alunos poderão ter acesso a maiores informações sobre propagandas, inclusive, exercitar análises e comentários a respeito:

•    Comunidades de Orkut
Propagandas Inesquecíveis:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=157611
Eu Analiso Propagandas:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=16030074
Melhores Propagandas:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=7286922
Eu Acredito em Propagandas:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=397057 79
Propagandas bem Boladas:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=6485979
Propagandas Criativas:
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=3649490
Eu Amo Propagandas da Coca:
 http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=23074230

•    Blogs
Propagando a Propaganda:
http://www.propagandopropaganda.com/
Dez Propagandas:
http://www.dezpropaganda.com.br/blog/
G&G Comunicação Interativa:
http://propaganda-e-marketing.blogspot.com/
Brainstorm9:
http://www.brainstorm9.com.br/
Midiáticos:
http://midiaticos.blogspot.com/
Propaganda Sustentável:
http://www.propagandasustentavel.com.br/site/

•    Sites do Cannes
Sobre o Festival de Cannes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Festival_de_Cannes
Sobre a Cidade de Cannes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cannes

Nas referências a seguir, o professor encontrará uma base teórica para auxiliá-lo no desenvolvimento do tema:

AGUIAR, Vera Teixeira de. O verbal e o não-verbal. São Paulo: UNESP, 2004.
FIORIN, José Luiz. Linguagem e ideologia. São Paulo: Editora Ática, 2001.
MACHADO, Ida L. et alli (Org). As emoções no discurso. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.
BRAIT, Beth. Poesia e Publicidade. In: Revista Língua portuguesa. São Paulo: Editora Segmento. Ano 5. n° 6. Out. de 2010.
 

As avaliações ocorrerão de forma processual, ao longo de todas as atividades ministradas, as quais contemplam o desenvolvimento das habilidades de leitura, de escrita e de expressão oral.
    
Os alunos, frequentemente, terão oportunidade de participar de discussões para que o professor perceba o desenvolvimento da capacidade interpretativa de cada um, apresentada por meio da oralidade. Nesse momento, o professor deverá estar alerta para o processo de argumentação do aluno, visando à pertinência das informações apresentadas bem como às marcas de registro popular e padrão utilizadas concomitantemente. Em outras palavras, nessas situações, o professor deve perceber, portanto, como cada aluno tem avançado na produção e fundamentação do próprio texto oral.

 As atividades escritas a serem feitas serão avaliadas de acordo com o nível de entendimento individual do aluno, de forma a considerar a aquisição processual dessa habilidade. O professor deve observar se, nos textos, os alunos abordaram adequadamente:

O conteúdo relativo ao tema e ao objetivo de cada questão proposta, item mais importante e essencial;
Os processos de coesão e coerência textual, responsáveis pelo encadeamento lógico do texto;
O registro da língua utilizado, visto que esta sequência apresenta atividades que ora se pautam na variante padrão ora se valem da variante coloquial.
    
Os trabalhos em grupo ressaltarão a criatividade, a participação e integração de todos, tanto na apresentação, quanto na colaboração e audiência da turma, levando em conta o grau de envolvimento e de desenvoltura de cada aluno com o conteúdo a ser apresentado. Nessa atividade, o professor terá a oportunidade de avaliar a originalidade e as capacidades de falar e ouvir dos alunos. Por isso, ele deve se atentar ao desenvolvimento da oralidade de cada um deles, lembrando que, diferentemente das ocasiões anteriores, nesta, eles tiveram tempo de preparar suas próprias falas.