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OS BEBÊS CHEGARAM, E AGORA?

 

30/07/2012

Autor e Coautor(es)
Thaisa Neiverth
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FLORIANOPOLIS - SC Universidade Federal de Santa Catarina

Dalânea Cristina Flôr

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação Infantil Natureza e sociedade Organização dos grupos e seu modo de ser, viver e trabalhar
Educação Infantil Natureza e sociedade Objetos e processos de transformação
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

• Apresentar a instituição de educação infantil para as famílias e seus bebês;
• Estabelecer vínculos afetivos com as crianças;
• Estreitar relações com as famílias;
• Construir um “aquaplay” com as famílias, para as crianças.

O período de inserção na educação infantil é, ao mesmo tempo, delicado e especial, principalmente quando se trata da primeira experiência de crianças a partir de quatro meses em instituições de educação infantil. Acreditamos que a chegada dos bebês à instituição acontece em uma contradição entre “dores e sabores”.
 Desse modo, ao mesmo tempo em que as famílias reconhecem que o ingresso das crianças à creche é importante do ponto de vista profissional e pedagógico, elas estão vivendo um momento de ruptura, já que as mães, em geral, estão saindo da licença maternidade e voltando à vida produtiva. Nesse contexto, a organização da rotina e a relação familiar com a criança se transformam.
 Assim, acreditamos que a inserção sem sofrimento dos bebês na creche é possível, desde que seja feita em etapas, com parceria e respeito ao tempo dos bebês e das famílias. Para tanto, a instituição de educação infantil precisa acolher toda a família no sentido de respeitar as necessidades dos bebês, dos pais e, ao mesmo tempo, compartilhar com eles as especificidades do trabalho pedagógico com crianças tão pequenas em um espaço coletivo.

Duração das atividades
As atividades deverão ser desenvolvidas em 03 dias consecutivos, em diferentes momentos, com duração aproximada de meia hora (por família) no primeiro dia, e de aproximadamente duas horas nas atividades dos dias posteriores. Nosso primeiro contato será com os responsáveis pelos bebês e, a partir do segundo encontro, receberemos efetivamente as crianças.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

• Entrevista com as famílias;
• Conhecer as especificidades de cada criança.

Estratégias e recursos da aula

 Primeiras considerações:

A inserção nas creches deverá ser pensada de maneira processual e com o apoio das famílias, dessa maneira, esta atividade foi organizada para ser desenvolvida em três dias consecutivos, nos quais um adulto de referência da criança deverá estar presente. Levando-se em conta os compromissos profissionais dos familiares, não é necessário que sempre o mesmo familiar participe em todos os dias, podendo a presença oscilar entre pais, avós, irmãos mais velhos, enfim, alguém em quem a criança confie e esteja autorizado a apresentar a creche e o professor para o bebê.
 Cabe aqui relembrar o direito da criança à adaptação processual e ao atendimento individualizado. Comtemplar esse direito significa que o horário de inserção não poderá ser padronizado.


PRIMEIRO DIA:
Entrevista com as famílias


 No primeiro dia, não teremos atividades pedagógicas com as crianças. Será um momento de conversa com as famílias em busca de informações preciosas para que a inserção aconteça com sucesso e tranquilidade. Como estratégia, deverá ser feita uma entrevista já previamente estruturada com as famílias, a fim de conhecer melhor cada bebê.
É necessário que a creche organize as condições objetivas para que os pais possam participar, mesmo que se tenha de pensar em horários alternativos para o atendimento. Porém, se mesmo flexibilizando os horários a família não puder participar da entrevista, sugerimos que esta seja entregue aos pais, a fim de que as questões sejam respondidas, ainda que por escrito.
As entrevistas poderão ser feitas pelo menos de três formas: 1 – coletiva, em reunião, na qual o professor explicita os objetivos e entrega os questionários para que as famílias respondam; 2 – coletiva, em reunião, o professor pergunta aos pais e transcreve as respostas; 3 – individual, previamente agendada, sugere-se um tempo médio de trinta minutos para cada família.


 Entrevista semiestruturada:
As questões devem conter as seguintes informações. Organizo abaixo um roteiro de possibilidades que poderá ser resumido ou complexificado diante das condições e necessidades de cada espaço educativo:


- nome e idade da criança, de seus pais ou responsáveis e familiares que residem na mesma casa;
 - dados significativos do desenvolvimento motor (sentar, engatinhar, caminhar, segurar objetos etc.) e comunicação verbal;
- dados significativos da rotina: tipo e horário do sono e alimentação; hábitos para dormir ou se alimentar (como chupeta, fralda, mamadeira, dente outros);
- dados significativos do perfil da criança: situações que manifesta alegria, insegurança medo, choro etc.; com quem costuma brincar; como se relaciona com outras crianças e adultos; quais suas brincadeiras preferidas, entre outros;
- dados significativos da autonomia da criança (o que ela já faz sozinha);
- tempo que a família dispõe para a criança.
 
  Além de ouvir os pais, a conversa precisará esclarecer a maneira como foi pensada a inserção, a qual será feita em parceria com as famílias, que precisarão estar mais próximas à instituição, pelo menos, nos primeiros dois dias, apresentando a creche e o professor aos bebês.

SEGUNDO DIA:
Primeiro dia dos bebês na instituição.


 Organize o espaço da sala de forma acolhedora, com brinquedos de montar, mordedores, ursos e livros de pano disponibilizados, assim como cantinhos para descanso, alimentação e trocas.
 Estabeleça escalas de atendimento, ao longo do dia, em tempo reduzido para cada criança. O tempo reduzido servirá para que as crianças se acostumem de forma gradual com o espaço novo.
Obs.: Os horários de permanência poderão ser combinados com as famílias no momento da entrevista.

Sugestão de escala:
NOME DOS BEBÊS HORÁRIO DE PERMANÊNCIA
A, B, C, D 07h30min-09h30min
D, E, F, G 09h30min-11h30min
H, I, J, K 13h-15h
L, M, N, O 15h-17h

Receber as crianças em subgrupos facilita a criação de vínculos, visto que o professor terá mais tempo e tranquilidade para o atendimento individualizado.
 Com intuito de conhecer a instituição, as crianças deverão vir acompanhadas por um familiar, que deverá permanecer todo o tempo em sua companhia.
 Nesse dia, os pais e o professor deverão ajudar as crianças a explorarem os espaços da sala, mediando as relações por intermédio dos brinquedos disponibilizados e satisfação das necessidades básicas das crianças como sono, alimentação, dentre outros. Os pais como adultos de referência precisam apresentar a sala para a criança, oferecê-la aos cuidados do professor, enfim, mediar a chegada da criança ao espaço, mostrando ao professor como o seu bebê gosta de comer, dormir, brincar, ser trocado etc.  
Famílias e bebês na creche

Acervo institucional - NDI-CED-UFSC/2011.

Fotografia: Thaisa Neiverth

 

TERCEIRO DIA:

Confecção do “aquaplay”

 A partir do segundo dia, a presença das crianças e de seus familiares na creche será gradativamente aumentada na instituição. Os grupos serão divididos em dois e cada um deles ficará quatro horas na creche. Parte do grupo ficará das 8h às 12h e, a outra, das 13h às 17h. Entre as atividades da rotina inerentes à faixa etária, como alimentação, trocas e sono, sugere-se que se faça com os pais e bebês uma oficina de confecção de um “aquaplay”. O “aquaplay” é um brinquedo colorido e apelativo aos pequenos, estimula todos os sentidos, assim como o desenvolvimento motor e intelectual. Além disso, sua confecção via oficina com as famílias estreita vínculos de confiança.
 O material deverá ser disponibilizado na sala de aula e o professor dará as coordenadas para a confecção.

Material:

• Garrafas PET (500 ml ou 2 litros);
• Água;
• Anilina comestível ou tinta guache;
• Pedaços de E.V.A; purpurina; lantejoula;
• Fita adesiva;
• Cola quente de silicone, ou outra cola que cole plástico.

Modo de fazer

 Preencha a garrafa com os elementos sólidos e coloridos até o fundo estar repleto deles. Depois coloque a água, a anilina (ou tinta) e chacoalhe. Por último, feche e vede a tampa com a fita adesiva. O “aquaplay” está pronto para ser explorado!!
Obs.: É fundamental que se coloque cola quente, ou outra bem resistente, antes de fechar definitivamente o “aquaplay”, isso dificultará a abertura da garrafa por parte das crianças.

 Algumas das possibilidades pedagógicas do “aquaplay”:
• Disponibilizar na sala para as crianças manipularem livremente;
• Rolar o “aquaplay” e incentivar que os bebês engatinhem para pegá-los;
• Pendurar na sala na altura dos bebês em formato de móbile.

Aquaplay

Acervo institucional - NDI-CED-UFSC/2012.

Fotografia: Thaisa Neiverth

bebês

Acervo institucional - NDI-CED-UFSC/2012.

Fotografia: Thaisa Neiverth

Recursos Complementares
Avaliação

Com intuito de avaliar os bebês, o professor deverá registrar o comportamento deles em relação à chegada e rotina de alimentação, descanso e atividades direcionadas; verificar se as crianças estão chorando muito, se já se sentem mais seguras e se conseguem se alimentar e dormir na instituição; se aproveitam as propostas e atividades oferecidas, assim como se a participação das famílias foi importante na constituição do vínculo com as crianças.


 


 

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