01/10/2008
Cristina Leite
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Geografia | Cartografia como instrumento na aproximação dos lugares e do mundo |
Desde os primeiros anos de escola, as crianças participam de atividades que mobilizam um referencial de localização e orientação centrado nelas mesmas (frente – atrás; esquerda – direita; em cima – embaixo), mas que pode ser transferido para outras pessoas, animais ou objetos. Esses referenciais são fundamentais, mesmo com a apropriação de sistemas de orientação mais complexos, pois ocorre, na verdade, um uso associado e combinado deste.
O sistema de orientação baseado nas direções Norte-Sul e Leste-Oeste foi desenvolvido a partir da observação, por diversas civilizações, dos astros e de seus movimentos pelo céu. Nesse contexto Assim, para compreender esse sistema, os alunos também precisam observar o Sol, seus movimentos aparentes (diário e anual) e ainda, relacionar tais observações com outros conhecimentos produzidos pela humanidade.
Aula 01 - Orientando-se pelo Sol
As atividades mais simples são aquelas de observação do Sol pela manhã, ao meio-dia e no fim da tarde, por vários dias consecutivos. As paisagens do nascer e do pôr-do-sol podem ser desenhadas.
Existe um instrumento, chamado gnômon, muito útil no acompanhamento dos movimentos do Sol e na determinação das direções. Ele já era usado por pastores, séculos antes de Cristo, para indicar a passagem das horas do dia e das estações do ano. O gnômon, tão valioso, em virtude das observações que permite, é, por outro lado, extremamente simples, nada mais do que uma vareta fixada na posição vertical, sobre um chão plano e horizontal..
Como utiliza-lo?
Essa é uma ferramenta simples e eficaz de determinar as direções Norte-Sul e Leste-Oeste. Professor e alunos podem levá-la adiante. Em suas observações eles riscam seu comprimento no chão (sempre a partir do “pé” da vareta). Então, duas circunferências são traçadas, ambas com o centro no “pé” da vareta, mas com raios diferentes, correspondendo aos comprimentos da sombra nos dois momentos.
À tarde, quando a sombra voltar a tocar cada uma das circunferências, riscam-se novamente dois raios. Assim, dois ângulos são determinados, um mais aberto (formado pelos raios maiores) e outro mais fechado (formado pelos raios menores). A linha que divide esses dois ângulos ao meio é a direção Norte-Sul geográfica. A direção Leste-Oeste é indicada por uma linha que também passa pelo pé da vareta, mas é perpendicular à direção Norte-Sul. Essas duas linhas devem ser riscadas no chão. Se uma rosa-dos-ventos for colocada no cruzamento dessas linhas, com o Leste apontando para o lado em que o Sol nasce, então, fica fácil indicar os sentidos Leste, Oeste, Norte e Sul.
Essa simples experiência possibilita uma série de discussões sobre o movimento do Sol e localização. Durante as atividades, faça perguntas tais como:
• como é o movimento do Sol?
• de onde para onde?
• e a sombra da estaca, como se comporta, em relação ao movimento do Sol?
• sua direção e seu comprimento variam? como?
• em que momento a sombra fica mais comprida? quando é menor?
• que uso poderia ter um gnômon?
Comente com seus alunos que é comum se dizer que o Sol nasce no Leste e se põe no Oeste. Muitas vezes falamos em “lado Leste”, “lado Oeste”... Quando chegamos a uma cidade que não conhecemos, perguntamos onde nasce o Sol, assim, nos orientamos de modo aproximado, o que está de acordo com a situação.
No entanto, observando bem, com atenção especial na paisagem, percebemos que, durante o ano, o Sol não aparece sempre no mesmo ponto do horizonte, ocorrendo o mesmo na hora em que ele se põe. Isso pode ser registrado numa janela, por exemplo.
Aula 2 – Comparação do Norte Magnético com o Norte Geográfico
Professor, se possível compare essa orientação com a de uma bússola, já que esta indica a direção Norte-Sul magnética, que geralmente não coincide com a geográfica e ainda varia no tempo e no espaço (os pólos magnéticos da Terra não coincidem com os geográficos, nem são fixos). No Brasil, em determinadas áreas a diferença entre as direções Norte-Sul magnética e Norte-Sul geográfica pode chegar, por exemplo, a 20º. Mas existem mapas que informam essa diferença e sua variação no tempo, o que permite encontrar a direção Norte-Sul geográfica a partir da indicação da bússola. Em algumas situações, é suficiente considerar a orientação da agulha como aproximação da direção Norte-Sul geográfica, noutras, envolvendo cálculos de engenharia ou navegação, por exemplo, erros de 20º são demasiados.
Para os alunos perceberem a diferença entre as direç ões Norte-Sul geogr&aacut e;fica e magnética basta colocar a bússola sobre a linha Norte-Sul do gnômon.
Durante as atividades reforce a importância dos sistemas de orientação, a partir dos seguintes questionamentos
• sempre nos orientamos por Norte-Sul, Leste-Oeste?
• como se orientam os taxistas, em seu trabalho diário?
• e os pescadores?
• se utilizamos o guia de uma cidade, como nos orientamos? Sugere-se que se utilize o recurso diponível no Google Mapas, eis o link:
Perguntas como essas suscitam discussão a respeito da existência de vários sistemas de orientação, muitas vezes empregados associadamente.
Quatro estrelas 3 classificações
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29/06/2010
Cinco estrelasadorei muito legal nota:10
12/06/2010
Quatro estrelasachei muito interessante mostra como as pessoa antigas de outra epoca faziam para se orientar
24/03/2010
Cinco estrelasAulas assim ajudam em muito nosso trabalho. Valeu!