Para uma melhor compreensão do pensamento de Hélio Oiticica, assim como para um entendimento mais profundo da proposta da instalação Tropicália, algo mais próximo da uma experiência sensorial proposta, os estudantes devem assistir o documentário Hélio Oiticica: Museu é o Mundo, que é a maior retrospectiva de Hélio Oiticica, uma vez que abarca todas as fases e categorias de obras desenvolvidas pelo artista, do seu início, junto ao Grupo Frente até as obras públicas e proposições para serem executadas pelos participantes. O presente filme traz textos seminais na concepção de Hélio durante toda a sua vida, sendo uma referência fundamental para a compreensão de sua obra. O documentário de 31 minutos se encontra no link abaixo:
Abaixo alguns links que ajudarão os alunos em sua análise sobre a instalação Tropicália:
Por fim, o professor poderá mediar um debate entre os alunos, tendo como tema central a presença do tema da Antropofagia (moderno X arcaico; cultura nacional X cultura internacional, alta cultura X baixa Cultura; periferia X centro) na instalação Tropicália.
3ª. AULA
A terceira aula será utilizada para que os alunos apliquem os conhecimentos gerados nas aulas anteriores, desenvolvendo o conteúdo e construindo atividades em grupo, recriando o saber histórico, tornando esse conhecimento algo dinâmico e atual. Os três grupos das aulas anteriores serão mantidos.
O grupo responsável pela linguagem cinematográfica ficará encarregado de realizar um vídeo seguindo as propostas estéticas e políticas contidas no Manifesto Estética da Fome. O vídeo deverá ter, no máximo, 10 minutos de duração. Poderá ser gravado com a utilização de câmeras de vídeo, máquinas fotográficas ou mesmo celular. O filme poderá ser um documentário ou uma ficção, à escolha dos alunos, e o enredo deverá explorar temas como violência, desigualdade, fome... Os alunos deverão organizar-se e montar a equipe dividindo entre si funções como: diretor, roteirista, diálogos, produção, direção e câmera. O professor de Arte da escola poderá auxiliar na realização da obra audiovisual. O resultado deverá ser mostrado para todo o grupo docente e discente da escola.
O grupo responsável pela linguagem musical ficará encarregado de compor e interpretar uma canção, seguindo as propostas estéticas e políticas inspiradas na canção Tropicália, de Caetano Veloso. Com o auxílio do professor de Artes e de Música – caso exista um profissional dessa área na escola –, os alunos deverão fazer a letra da canção usando o artifício da montagem de fragmentos de eventos, ditos populares, emblemas e personagens. A letra deverá comentar algum acontecimento político ou social contemporâneo e mobilizar pares antagônicos como: moderno e arcaico; cultura nacional e cultura internacional; o regional e o universal. Já a parte sonora deverá primar pelo diálogo, trazendo elementos da cultura nacional, como o samba, por exemplo, ou, da cultura regional, a cultura popular de cada Estado da federação ou de cada região, misturados a elementos da cultura universal, como a música pop, o RAP ou o rock, e da cultura erudita, como a música clássica. Os alunos não precisarão ficar presos a essas sugestões, podendo ser criativos e inventivos. O resultado deverá ser mostrado para todo o grupo docente e discente da escola.
O grupo responsável pelas artes plásticas ficará encarregado de criar uma obra seguindo as propostas estéticas e políticas inspiradas na instalação Tropicália e nas ideias de Oiticica. Com o auxílio do professor de Artes, os alunos deverão planejar e desenvolver uma instalação, pensada como: construção de um certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre objetos, construções e o ponto de vista e o corpo do observador. É preciso percorrer a obra para compreendê-la, passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos. Em conjunto, os alunos deverão deliberar sobre o tema da instalação, sobre o material utilizado, o tamanho da obra etc., usando o espaço físico da escola e lembrando-se de que a instalação tem que mobilizar pares antagônicos como: moderno e arcaico; cultura nacional e cultura internacional; o regional e o universal, a cidade e o campo, a periferia e o centro.
CONCLUSÃO
Os alunos deverão ser incentivados a perceber como a Antropofagia Oswaldiana foi retomada e reinterpretada na década de 1960, por meio do estudo de contextos históricos distintos, analisando fontes iconográficas, estudando manifestos, analisando as linguagens estéticas da música, do cinema e das artes plásticas.