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“A industrialização brasileira no século XIX”

 

29/09/2013

Autor e Coautor(es)
JULIANA VENTURA DE SOUZA FERNANDES
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Anna Flávia Arruda Lanna, Mauro Mendes Braga

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Caracteristicas e transformações das estruturas produtivas
Ensino Médio História Poder
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Trabalho e relações sociais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Este conjunto de aulas tratará do início da industrialização em nosso País. Pretende-se que o aluno compreenda que o século XIX foi o marco desse processo, percebendo sua relação com a economia cafeeira, bem como reconhecendo as contradições que o permearam.

Duração das atividades
Cinco aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

É importante que os alunos conheçam aspectos da economia do Brasil Colonial, atentando para as relações com a metrópole. Deve conhecer, ainda, os impactos da proclamação da Independência para as relações políticas do País. 

Estratégias e recursos da aula

INTRODUÇÃO

O século XIX é considerado um marco da origem da indústria no Brasil. É interessante que abordemos com os alunos as pequenas mudanças iniciadas no processo de industrialização brasileira a partir da Independência e, especialmente, aquelas decorrentes do crescimento econômico gerado por meio da cafeicultura.

Nesse contexto, surgiram homens de negócios, comerciantes e industriais preocupados com o desenvolvimento de estradas de ferro e com a ampliação da infraestrutura para que as atividades econômicas continuassem a crescer. O mais famoso deles foi Irineu Evangelista de Souza, que ficou conhecido como “Barão de Mauá”. Contudo, as indústrias tinham ainda pequena participação na economia nacional. O Brasil continuou muito dependente de sua economia agrícola até o século seguinte.

DESENVOLVIMENTO

1ª. AULA

Desenvolvimento

Após uma contextualização dos temas que abordamos na introdução, sugerimos que o professor trabalhe com o vídeo produzido pela TV Escola, chamado O Brasil Império na Escola – a modernidade chega a vapor (episódio 7). O vídeo é interessante, pois permite-nos analisar mais cuidadosamente o impacto das medidas de estímulo à industrialização em grandes centros como o Rio de Janeiro e em pontos mais distantes, percebendo como, em alguma medida, ela agravava contradições sociais.

Em relação ao Rio de Janeiro, é interessante trabalhar as mudanças culturais e políticas que ocorreram nesse contexto como, por exemplo, o advento da fotografia, a aceleração proveniente de novos maquinários e meios de transporte e as relações entre urbanização e industrialização. O vídeo está disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=DMYTjEv26K0.

Depois da apresentação do vídeo, que dura aproximadamente 15 minutos, sugerimos que o professor proponha um debate a partir das questões abaixo e de outras que julgar pertinentes. Por meio dessas atividades, pretendemos que os alunos possam começar a se posicionar criticamente em relação aos aspectos de nossas medidas industrializantes no XIX.

Questões:

- De que lugares o texto trata?

- De que mudanças culturais o texto trata?

- Em que o surgimento da fotografia, do Telex e das ferrovias pode ter mudado a vida das pessoas?

- O que estava mudando na Europa? E no Brasil?

- Vocês acham que esses avanços/mudanças beneficiaram a todos?

- Como deveria ser a vida dos moradores dos cortiços?

- O que acontecia com a política econômica?

- O que acontecia, enquanto isso, no Nordeste?

 

2ª. AULA

Contextualização

Como nossos alunos imaginam que seja a indústria de que estamos tratando? Ela tem semelhanças com os modelos que eles conhecem atualmente? Nesta aula, trataremos das características dessas indústrias. No início do século XIX, as indústrias mais se pareciam com oficinas de trabalho. Elas estavam localizadas principalmente na Região Sudeste, nas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, estendendo-se posteriormente para São Paulo. Dedicavam-se à produção de sabão, velas, tecelagem, alimentos e derretimento de ferro e utilizavam-se do trabalho livre ou escravo. Até 1840 esse cenário modificaria pouco. A produção manufatureira continuaria incipiente. Os fatores relacionados a isso foram a autossuficiência das fazendas que, em geral, produziam a maioria dos produtos que utilizavam, a falta de capitais para investimento específico e os altos custos de produção, que tornavam a nascente indústria pouco competitiva.

Para estimular a indústria nacional, o ministro da Fazenda Manoel Alves Branco aprovou, em 1844, uma medida que ficou conhecida como a Tarifa Alves Branco. Era uma tarifa alfandegária que aumentou as taxas de importação para 30% (caso não houvesse nenhum produto semelhante no País) ou 60% (se existisse um similar).

Entre 1840 e 1860, foram criadas fábricas de mais alta tecnologia. Um exemplo é a “Ponta da Areia” em Niterói, metalúrgica que também construía barcos a vapor. Ela pertencia ao Visconde de Mauá, de quem trataremos adiante. Havia subsídio governamental para a instalação de fábricas, mas este era restrito aos projetos que se utilizassem exclusivamente de trabalho livre.A partir de 1870, houve um grande crescimento da indústria, principalmente na Região Sudeste. Ele foi motivado, entre outros fatores, pelo acúmulo de capitais provenientes da cafeicultura e pela ampliação da malha ferroviária.

Desenvolvimento

Como vimos na primeira aula, a fotografia é uma das “novidades” que nesse período chegava ao Brasil. Justamente por isso, pensamos que seria interessante trabalharmos com elas. Proporemos aos alunos que, em grupos, analisem as imagens abaixo a partir das seguintes sugestões:

- Descrever a imagem.

- Pensar em hipóteses para que elas tenham sido produzidas.

- Há pessoas? O que fazem? Qual seu aspecto?

- Qual o lugar das ferrovias nessas imagens (nas que couber)? 

- Há objetos? Para que servem? Quais são seus possíveis usos?

Ao fim, os grupos entregarão essas respostas na forma de um texto, que se articule com o que já foi discutido na aula anterior. A ideia é que eles consigam elaborar um quadro geral de características dessas indústrias, incluindo aspectos das relações de trabalho. Para elaborar esse relatório, o professor poderá sugerir consultas em sites da Internet. Esses resultados deverão ser apresentados em sala de aula, em uma data combinada, em forma de seminário e debate entre os grupos.  

Algumas sugestões:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_no_Brasil

http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_do_Imp%C3%A9rio_do_Brasil

http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/industria-brasileira-no-seculo-xix/

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/industrializacao_brasil.htm

http://www.mundoeducacao.com/geografia/a-industrializacao-brasileira.htm

Industrialização

Legenda: Trabalhadores do Rio de Janeiro ao lado dos novos trens.

Disponível em: http://cfvv.blogspot.com.br/2011/04/barao-de-maua-sera-homenageado-no-dia.html

Máquina de Costura

Legenda: Exemplo de maquinário típico da indústria do século XIX.

Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiab/industrializacao-brasileira.htm

Ferrovias

Legenda: Ferrovia no Segundo Reinado.

Disponível em: http://segundoreinado.files.wordpress.com/2009/12/ponde.jpg

Industrialização

Legenda: Trabalhadores concentrados em frente à indústria em São Paulo.

Disponível em: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/industrializacao_brasil.htm

Industrialização

Legenda: A estação ferroviária como ponto de organização populacional.

Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/historiadobrasil/barao-maua-industrializacao.htm

Manufatura

Legenda: Indústria no século XIX – Brasil.

Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/historiadobrasil/barao-maua-industrializacao.htm

 

3ª. AULA

Desenvolvimento

O professor deverá orientar a apresentação dos trabalhos em grupos, propondo discussão e questões.

 

4ª. e 5ª. AULAS

Contextualização

“Barão de Mauá” acabou se tornando uma figura emblemática nessa fase da industrialização brasileira, a ponto de ela se tornar conhecida em alguns trabalhos como “Era Mauá”. Nestas duas aulas, trataremos de seu percurso não para pensarmos sua biografia em si mesma, mas para que possamos analisar o modelo de industrialização que se vivenciou no XIX. Assim, as questões que poderão nortear-nos são: por que um homem como ele se tornou tão representativo para a industrialização brasileira nessa fase? O que ele representa em termos de interesses políticos e econômicos? Existem outros homens como ele? Seus interesses contemplam a que grupos sociais? Há grupos sociais excluídos desses interesses?

Desenvolvimento

Para fomentar essas discussões, partiremos de um pequeno texto biográfico que levaremos em sala. Uma sugestão para o início dos debates poderá ser o texto disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=165.

Em seguida, orientaremos os alunos a assistirem ao filme brasileiro Barão de Mauá. OImperador e o Rei. Como é bastante longo, sugerimos que os alunos assistam ao filme como atividade para casa, junto com seus companheiros de grupo da aula anterior. O professor deverá agendar uma data limite para que o filme seja visto e uma data para o debate em sala de aula. Deverá solicitar, também, aos grupos que organizem um resumo do filme para esse último dia e que proponham questões, a partir do que foi visto nas aulas anteriores. Espera-se que se possa, em sala de aula, discutir aspectos da industrialização na segunda metade do século XIX, incluindo características da vida cultural e política do Brasil. O filme é bastante rico neste sentido. O professor pode, previamente, selecionar alguns trechos do filme e levá-los para sala de aula no dia do debate. Isso ajudaria a enriquecer a discussão, caso os alunos apresentassem dificuldades em fazê-la pelos outros meios. É indispensável, no entanto, que eles o assistam anteriormente.  

Ao fim, solicitaremos dos grupos um relatório, baseado no filme, que articule a trajetória de Mauá com a industrialização brasileira no XIX e aos principais aspectos políticos e sociais do período. Ele deverá ser entregue em aula posterior, com data combinada.

Link para o filme: http://www.youtube.com/watch?v=BcgoHAC-PBc.

           

CONCLUSÃO

Ao fim das atividades, espera-se que os alunos possam compreender aspectos gerais da industrialização brasileira no século XIX, com foco nas tensões sociais deles decorrentes. Também, espera-se que eles sejam capazes de identificar os grupos que majoritariamente se beneficiaram das primeiras políticas de fomento à indústria, desenvolvendo uma postura crítica. 

Recursos Complementares
Avaliação

 

Os alunos deverão ser avaliados ao longo de todo o processo, considerando-se sua participação. A qualidade da pesquisa e dos relatórios deverá ser avaliada, bem como o envolvimento nos debates em sala de aula. 

Opinião de quem acessou

Cinco estrelas 1 classificações

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Opiniões

  • maria das dores serafim felix, EMEFEM LUIZ JOAQUIM DOS SANTOS , Paraíba - disse:
    mariaddfelix@hotmail.com

    10/10/2013

    Cinco estrelas

    a aula esta excelente. os texto são de facil compreensao. os alunos assistiiram o filme - tempos moderno para fazer a uma coorelação ao conteudo . parabéns professora


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