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O teatro na escola

 

18/09/2009

Autor e Coautor(es)
LAZUITA GORETTI DE OLIVEIRA
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Desenvolver habilidades manuais.
Desenvolver a expressão vocal.
Exercitar a socialização, a criatividade, a coordenação motora e a memorização.

Duração das atividades
6 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Em aula anterior, o professor, em conversa informal, poderá verificar se os alunos têm conhecimento das diferentes modalidades de apresentação de teatro:

 teatro de fantoches, de máscaras e pantomimas.

Estratégias e recursos da aula
                   

Uso da Internet.
Apresentação de vídeo.
Atividades em grupo.

Aula 1
ATIVIDADE 1

Como forma de motivação, o professor deverá levar os alunos à sala de informática e apresentar o vídeo disponível em:


http://videolog.uol.com.br/video.php?id=321662


ATIVIDADE 2

Ainda na internet, mostrar também como podem ser construídos os bonecos e máscaras para um teatro de fantoches e apresentar informações sobre pantomimas. Para tanto, deverá utilizar a internet.

Disponível em:

http://mundodosfantoches.pt.vu/

Importante:

O professor deverá informar aos alunos que a pantomima pode ser considerada um jogo teatral que é realizado por cenas de ação dramática que se caracterizam por explicação da ação através do gesto.

Aula 2

ATIVIDADE

• O professor deverá distribuir para cada aluno cópia do texto completo "Médico à força", a qual poderá ser recolhida ao final de cada aula. Colocará a turma em grupos de cinco alunos que deverão ler o texto e planejar nesse momento qual material será usado na criação de fantoches, ou de máscaras ou de bonecos (copinhos, meias...palitos, massinha, cordão, etc). Esses materiais deverão ser trazidos de casa, para serem usados futuramente. Ainda nessa aula, cada grupo distribuirá aleatoriamente os papéis: Lenhador – Mulher – Rei – Soldado – Princesa - entre os componentes dos grupos para que façam em voz baixa a segunda leitura do texto. Posteriormente, eles poderão trocar de papéis entre si.
• Após a segunda leitura do texto, o professor deverá fazer perguntas orais para verificar se os alunos entenderam o texto. Deverá explicar que a graça dessa farsa (peça teatral onde entram poucos atores em situações que causam riso por serem ridículas) está principalmente nos exageros.
• Explicar o uso da linguagem coloquial e de expressões como: vai me pagar, o vinho sobe à cabeça, cada canto do mundo, médico de fazer os mudos falarem, um doutor de mão santa, a sós, eureca, eurecou.


TEXTO: MÉDICO À FORÇA

Adaptação de uma comédia de Molière
Personagens: Pedro, lenhador
Maria, sua mulher
Soldado, mensageiro do rei
A princesa
O rei

Quando abre a cortina, a cena já está começada. Se não tiver cortina, o casal já começa a briga lá dentro.
LENHADOR (falando alto e bravo e batendo na mulher com um pedaço de isopor pintado como se fosse ma-
deira) Mulher, onde você pôs o fumo do meu cachimbo? E a comida que você fez com o tatu que eu cacei? Trata de trabalhar direito, se não você vai morrer de pauladas...

MULHER (falando, chorando, gritando a cada paulada) Ai marido! Aai! Marido! Você vai me pagar por me bater assim. Um dia eu me vingo! Ai! Ai!

(O lenhador depois dessa briga deixa o pau no chão, pega o machado e sai. A mulher senta-se num tronco caído, chora alto e diz:)
Minha vida é um horror! Quando faço comida gostosa ele toma vinho, o vinho sobe à cabeça e ele me bate! Se faço comida ruim ele me bate também. Mas um dia ele vai me pagar. Se vai... (Limpa os olhos e o nariz fazendo ruído e gestos largos para as crianças rirem.)

(Bem atrás vem entrando um soldado do rei. Está cansado. A mulher se assusta ao vê-lo, mas ele a acalma dizendo:)
SOLDADO: Não se assuste, dona! Sou soldado do rei. Estou cansado de tanto andar.

MULHER: Então se assente seu moço. Quer um pouco d´água?

SOLDADO: Jóia! Estou morto de sede.

MULHER: Vou buscar a li em casa. (Sai e volta com um copo exageradamente grande. Dá para o soldad o. Este vai virando o copo até parecer que está bebendo a última gota.

SOLDADO: Obrigado, dona! Qu e água boa! Já preci so ir andando!

MULHER:
Por que está tão cansado? Por que está andando tanto?

SOLDADO: Pois não sabe? Estou procurando um médico para curar a filha do rei.

MULHER: A princesa Regalina?

SOLDADO: Essa mesma! Perdeu a fala, coitadinha! E o rei, que já consultou todos os médicos da cidade, mandou um soldado para cada canto do mundo a procura de um bom médico...

MULHER: O mal da princesa é que perdeu a fala? Não pode falar?

SOLDADO: Sim, dona!

MULHER: (Falando para a plateia) Acho que chegou a hora de eu me vingar de meu marido, que tanto me bate. (Falando para o soldado) Sabe que, por acaso, o Sr...Seu moço, veio parar no lugar certo?

SOLDADO: Como assim?

MULHER: Pois meu marido, aquele que está lá longe, derrubando árvore, ele é um grande médico. Médico de fazer os mudos falarem.

SOLDADO: (Muito interessado) É mesmo? Mas parece um simples lenhador!

MULHER: Essa é minha tristeza. Tão bom médico é e vive a lenhar o mato. Mas tem um porém...

SOLDADO: (Muito interessado) Qual porém? Qual porém?

MULHER: Todos que precisam dele vêm aqui, dão-lhe uma surra com esse pau (mostra-lhe o isopor pintado) ele nega um pouco, mas depois vai e cura todos os doentes. É um doutor de mão santa. Pena que precise sempre tomar tanta surra!

SOLDADO: É pra já dona. Eu vou atrás dele.

MULHER: Não. Espere aqui. Ele já vem voltando. Eu vou entrar e o sr., seu moço, conversa com ele direitinho. Não se esqueça. Se ele negar, pau nele, que ele cura tudo.(Vai saindo toda contente e diz para a plateia) Quero só assistir essa surra de vingança (a mulher sai. Pelo outro lado entra o lenhador, machado no ombro, vem cantando uma música que as crianças conhecem)

SOLDADO: O sr. é o grande médico capaz de fazer a princesa Regalina falar?

LENHADOR: Eu? Médico? O que é isso, seu soldado, sou um simples lenhador!

SOLDADO: (Para a plateia ) Bem que a mulher me avisou. (Para o lenhador) Não tem nada disso, seu médico. (Já levanta o pau para bater) Vai ou não vai comigo para curar a princesa?

LENHADOR: Que é isso, seu soldado? O senhor está enganado. Eu não sou médico, não.

SOLDADO: (Pega o braço do lenhador e dá-lhe uma surra. O lenhador pula e grita). Diga sim! Diga sim!

LENHADOR: (Gritando) Ai, não me bata. Mulher, vem me salvar! Ai, socorro! Não me bata! Ai! Ai! Tá certo. Eu sou médico, eu vou!

SOLDADO: Ótimo, então vamos! Coloque seu avental de médico.

LENHADOR: Avental? Eu não tenho!!!

SOLDADO: (Já começando a bater de novo): Tem sim!

LENHADOR: Sim, eu tenho. Maria traga o avental do médico.(Para a plateia, agora ele vai ver que não sou médico. Maria vai me salvar.) (Maria traz um avental branco grande, um gorrinho branco e um estetoscópio bem exagerado.) (Espantado porque a mulher trouxe tudo isso) Ah! Ah! Então foi você, Maria?

SOLDADO: Depressa, vamos, vamos. (sempre batendo no lenhador que se apronta)

LENHADOR: (Veste-se dizendo) Já vou! Já vou!Ai! Ai! (Saem, um batendo, o outro gritando.)

MULHER: Lá vão os dois. (ri). Eu disse que ele me pagaria. (sai)
Se houver cortina, fecha-se. Se não houver, duas pessoas vestidas, preferencialmente de soldado, tiram o tronco e colocam no meio do palco dois tronos. Entram o rei e a princesa e sentam-se com muita pose. Chega o soldado empurrando o médico).

SOLDADO: Majestade, aqui está o medico que vai salvar nossa princesa. Ele cura quem perdeu a fala.

REI: Verdade? Grande doutor!

LENHADOR: (Vai dizer que não, mas o soldado o ameaça com o pau e ele diz) Sim! Sim! Sou médico!

REI: Esta é minha filha doente. Se você fizer com que ela volte a falar, eu te darei este saco de moedas de ouro. (Mostra um saco do tama nho de uma fronha, ch eio de qualquer coisa, com um cifrão desenhado.)

LENHADOR: (Olhando pra princesa) Sim, majestade!Vou curar esta linda princesa. (Vai até ela e beija-lhe a mão e pergunta) A pri ncesa tem tomado leit e? Tem comido queijo ? Chupado balas e chicletes? Cachorro quente?

REI e SOLDADO: (a cada pergunta respondem:) sim!

LENHADOR: E não fala? Só come?

REI e SOLDADO: Sim! Sim!

LENHADOR: Preciso examinar nossa doente a sós. Queiram sair.

REI e SOLDADO: (Um pouco espantados) Sair!!!

LENHADOR: Sim! Sa-ir! Preciso iniciar o tratamento. (Os dois saem, dão dois passos e olham para trás; dão dois passos e olham para trás)

LENHADOR: Enfim sós... (fazendo graça) Princesa, quero lhe dizer uma coisa: não sou médico. O soldado me bateu tanto, que virei médico à força.

PRINCESA: (Arregala os olhos e faz boca de Oh!)

LENHADOR: Vamos fazer um trato?

PRINCESA: (Com gesto) Qual?

LENHADOR: Você me diz porque ficou muda. Me diz o que quer, para voltar a falar. Eu, como médico, vou conseguir tudo do rei, seu pai. Se ele lhe der o que você quer, você voltará a falar. E eu ganho a bolsa de ouro, certo?

PRINCESA: (Bem alto e bem fininho) Feito.

LENHADOR: Então me diga o que é que você deseja para voltar a falar.

PRINCESA: Eu queria, eu queria... eu quero me casar com o soldado, e quero também comer um algodão doce bem grande, da cor do céu!

LENHADOR: É só? Então continue muda até eu conseguir tudo o que você deseja. Feito? Segredo, hem? (com a mão faz um gesto de passar um zíper na boca; a princesa imita o gesto.O lenhador vai até a porta e diz bem alto). Entrar!!!

REI e SOLDADO: (Entram correndo, quase tropeçando) Sim! Sim! Descobriu qual o remédio?

LENHADOR: (Bem lento e bem alto) Majestade! Estou quase descobrindo. Vou trabalhar! ( Pega o estetoscópio, escuta a princesa, escuta o rei, escuta a princesa, escuta o rei, escuta o soldado, escuta a princesa. Todos devem estar mais ou menos distantes, para que o lenhador possa andar de um lado para outro. Cada vez que escuta um coração, lá dos bastidores alguém deve bater um tambor, uma lata, um bumbo). Eureca!!!

REI e SOLDADO: O que foi que o doutor eurecou???

LENHADOR: Achei a causa do mal e esse mal só tem um remédio.

REI e SOLDADO: Qual?

LENHADOR: Ouvi o coração de todos e já sei. A princesa sarará se puder casar-se com o soldado e ganhar um palito de algodão doce da cor do céu.

REI: Oh!

LENHADOR: É pra já!

REI: Corra soldado, vá buscar o algodão doce. (O soldado sai correndo. O rei abre o baú que está ali perto do trono e tira dele um véu de noiva e coloca na filha. Também coloca uma calda branca, sempre dizendo) Depressa! Depressa! A princesa fica pronta, de pé no meio do palco, um pouco ao fundo. Entra o soldado correndo com um algodão doce na mão. A noiva pega o doce, como se fosse o buquê da noiva. O soldado pega a mão da princesa para começar o desfile do casamento e diz: Minha noiva!!

PRINCESA: (Bem alto e fininho) Meu noivo!!!

REI: Ela falou! Ela falou! (Bate Palmas). Viva! Você é um grande médico. Toma aqui as moedas de ouro e mais a minha amizade. Dá um beijo bem estalado de cada lado do rosto do médico.)Vamos fazer o casamento lá na praça, vamos! (Ao som da marcha nupcial dão uma volta no palco.Pelo outro lado entra a mulher chorando).

MULHER: Marido, não aguento mais a saudade de você; vim te buscar.

LENHADOR: Ah! Maria! Que bom, você veio! Olha quanto ouro ganhei! Estamos ricos, agora. Vamos para casa! E para não esqueceres que te quero bem, toca a apanhar. (Ai começa a bater na mulher com um saco de ouro e saem ela gritando ele dizendo) Vamos para casa, mulher!

Fonte: Maria Clara Machado. A aventura do teatro. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1985.

AULA 3

ATIVIDADE
Distribuídos os personagens na aula anterior, nesta aula, os al unos iniciarão a confecção dos bonecos ou máscaras com os materiais que trouxeram de casa.

AULAS 4 E 5

Serão destinadas duas aulas 4 e 5 para o término da confecção dos bonecos ou máscaras. Nessas aulas o professor deverá deixar os grupos ensaiarem o teatro com o material produzido por eles. Deverá orientá-los durante os ensaios.


AULA 6

ATIVIDADE 

Apresentação dos grupos. Se forem necessárias, disponibilizar mais aulas para a apresentação dos grupos.

Recursos Complementares

O professor poderá utilizar o site abaixo para apresentar mais informações sobre o assunto aos alunos.

http://www.efdeportes.com/efd50/teatro.htm

Avaliação

A avaliação dar-se-á de forma processual, isto é, em todos os momentos em que os alunos estiverem lendo em grupo, confeccionando o material, ensaiando e apresentando o teatro. Devem ser considerados o empenho, o respeito ao outro, o compromisso, a postura, a dicção.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 2 classificações

  • Cinco estrelas 1/2 - 50%
  • Quatro estrelas 1/2 - 50%
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Opiniões

  • Daniel, UNIDESC , Goiás - disse:
    dfdbandeira@gmail.com

    17/08/2014

    Quatro estrelas

    O final que conheço é um pouco diferente e mais simples. O marido aprende a lição que não se deve bater em mulher e a princesa estava doente por se engasgar com uma espinha de peixe. A espinha só sai depois de tantas risadas da princesa ao ver o lenhador apanhando do soldado diante do rei... Mas de qualquer modo, as aulas foram bem idealizadas!!!


  • Victória, Tubarão , Santa Catarina - disse:
    victoriabicalho@hotmail.com

    29/03/2011

    Cinco estrelas

    A peça é muito boa vou pega-lá para usar na escola !! :)


Sem classificação.
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