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“O Modernismo Brasileiro na Literatura”.

 

25/09/2013

Autor e Coautor(es)
JULIANA VENTURA DE SOUZA FERNANDES
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Lígia Beatriz de Paula Germano

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Tempo: transformações e mentalidades
Ensino Médio História Cultura
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Nesta aula, o aluno terá a oportunidade de compreender o contexto de surgimento do modernismo brasileiro, bem como sua preocupação com a construção de uma identidade nacional, que nos levasse a produzir nossa própria “revolução”. 

Duração das atividades
Seis aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

É interessante que os alunos conheçam aspectos culturais do século XIX, sobretudo o romantismo literário. Também seria importante que os alunos conhecessem características das transformações políticas, sociais e econômicas do início do século XX no Brasil.

Estratégias e recursos da aula

INTRODUÇÃO

O marco fundamental que inaugurou o Modernismo brasileiro foi a Semana de Arte Moderna de 1922. É interessante, no entanto, que apontemos alguns de seus antecedentes. Em 1912, Oswald de Andrade faz uma viagem à Europa. Lá, tem contato com o Futurismo de Marinetti e fica muito impactado por esse movimento avesso ao passado, às tradições e ao sentimentalismo e entusiasta do futuro e do dinamismo. Em 1915, Monteiro Lobato publica as crônicas “Urupês” e “Velha Praga”, nas quais condena o regionalismo sentimental e idealista. O escritor Graça Aranha, por sua vez, publica “Estética da Vida”, no qual condena, em 1921, os padrões estéticos da época.  

DESENVOLVIMENTO

1ª AULA

Contextualização

A primeira discussão que deve nos nortear é exatamente em torno do conceito de “moderno”. Quando os modernistas o evocam, o que queriam dizer? A introdução do assunto também requer que consideremos que o modernismo não é uma invenção brasileira. Em toda Europa, diversas correntes modernistas experimentavam novos padrões estéticos, propondo novas formas de se fazer arte. O Modernismo brasileiro, no entanto, fará uma apropriação particular desses modelos estrangeiros e não se reduzirá a nenhum deles. Isso porque seu problema central é a busca de uma identidade nacional, o que o situa diante de uma questão de histórica de primeira ordem. Esse é o segundo  principal ponto a ser apresentado nesse momento. 

Desenvolvimento

Para tratarmos dessas questões, recorreremos ao “Manifesto Antropófago”, escrito por Oswald de Andrade e publicado na emblemática Revista de Antropofagia em 1928. O professor deve disponibilizar uma cópia do “Manifesto” a todos os alunos. Deve-se iniciar por uma leitura conjunta do texto em sala de aula. Em seguida, dada a complexidade das discussões apresentadas no texto, os alunos devem conjuntamente realizar uma pesquisa de aprofundamento. Seu objetivo é que se esclareçam os diálogos históricos e conceituais envolvidos no “Manifesto”. O professor deve apresentar questões que devem ser respondidas em grupos. Essas respostas deverão ser redigidas para proporcionar o debate posterior. Para tanto, seria interessante que a aula se realizasse em ambiente no qual a turma tivesse acesso a computadores. Sugerimos a seguir um roteiro de questões para favorecer a dinâmica das atividades.

 

  1. Como o autor qualifica o Brasil?
  2. “Contra todas as catequeses”, “contra todos os importadores de consciência enlatada”. Como podemos compreender essas referências?
  3. “Queremos a Revolução Caraíba”. Qual é a revolução esperada pelo autor? Qual a compreensão de “modernidade” envolvida no texto?
  4. Quem foi Sigmund Freud? Montaigne? Rousseau?  
  5. O que é a Revolução Bolchevique? O que é o Surrealismo? 
  6. Quem foi Padre Antônio Vieira? Goethe? Dom João VI?
  7. Por que você acha que o autor os menciona na discussão?
  8. Diante das suas respostas anteriores, como você definiria a Antropofagia?
  9. Por que ser “Antropófago” segundo o autor?

 

O segundo texto a ser abordado não foi escrito pelos modernistas brasileiros. Trata-se do “Manifesto Futurista”, movimento cujas perspectivas já haviam seduzido a Oswald de Andrade e impactariam fortemente nossa primeira geração modernista. O trabalho com esse segundo texto tem por objetivo a identificação da visão de mundo/sociedade ideal que se depreende a partir dele. Também se espera que os grupos possam identificar como o autor do texto entende a literatura  (qual sua função, como deve ser escrita...). Pretende-se que a atividade com ambos os textos possam produzir debates que levem o aluno a compreender o que se entendia por "modernidade" nesse contexto e como se concebia o problema da identidade brasileira.   

O “Manifesto Antropófago” está disponível em:

http://www.letras.ufmg.br/profs/sergioalcides/dados/arquivos/manifestoantropofago.pdf

 

O “Manifesto Futurista” está disponível em:

http://memoriavirtual.net/2005/02/21/futurismo-manifesto-futurista-2/

 

 

2ª e 3ª Aulas

 

Contextualização

 

            A Semana de Arte de 1922 foi considerada o marco do movimento modernista. Ela durou apenas três dias, mas foi decisiva para a consolidação de seu projeto.  

 

Desenvolvimento

 

            Nossa sugestão é que o professor inicie sua aula com o vídeo cujo link está disponível abaixo. Trata-se de um programa especial da rede de televisão “Globo News” sobre a Semana de Arte Moderna.   

 

Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=1i_zSa7F2Wg

 

            Quanto ao vídeo, sugerimos as seguintes questões para a abordagem:

 

1.      Como a Semana de Arte Moderna foi recebida por artistas e pelo público? Que tipo de reação ela causou?

2.      Como era São Paulo na época? Como os modernistas viam essas características?

3.      Quais foram os movimentos que influenciaram os debates modernistas?

4.      Quais eram os artistas envolvidos na Semana de Arte?

5.      Quais eram os escritores ligados ao modernismo?

 

O debate fomentado pelo filme servirá como preparação para a próxima atividade. O professor deve pedir que os alunos pesquisem, caso as discussões em aula não tenham sido suficientes, nomes de escritores modernistas (dessa primeira fase). Eles devem se reunir em duplas ou trios e aprofundar os estudos sobre a trajetória de um autor que escolherão. Sugerimos que o professor trabalhe pelo menos com Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Manuel Bandeira, dadas suas trajetórias emblemáticas no movimento, explorando também as diferentes perspectivas apresentadas por cada um deles.

A partir de então a atividade proposta será um “Sarau”, com recitais de textos e poesia. Os alunos devem investir na criatividade da apresentação e junto com suas duplas ou trios apresentar aspectos biográficos, características que localizem esses autores dentro do movimento modernista, explicar suas obras principais e por fim, esclarecer o tipo de recursos estéticos e formais que se utilizam na escrita.

Seria mais conveniente que o professor orientasse a atividade na segunda aula e sugerisse a apresentação para a terceira, o que enriqueceria a pesquisa, permitindo inclusive a caracterização dos personagens. Sugerimos que se não se deixe de abordar o poema de Manoel Bandeira, “Os Sapos”, que durante a “Semana” foi lido por Ronald de Carvalho. Na ocasião, Bandeira preferiu não comparecer à Semana de Arte Moderna, pois, nutria admiração pelos Parnasianistas e Simbolistas, alvos privilegiados da crítica modernista. Também se sugere que não se deixe de tratar do poema “Ode ao Burguês”, que compõe “Paulicéia Desvairada”, de Mário de Andrade. Este é certamente um texto decisivo para essa etapa do movimento modernista.

Semana de Arte Moderna

Legenda: Cartaz de Divulgação da Semana de Arte Moderna de 1922.

Disponível em:

http://marmel-ton-marmel.blogspot.com.br/2012/02/semana-de-arte-moderna-13-de-fevereiro.html

 

4ª e 5ª AULA

Contextualização

            A geração de 1930, a segunda geração modernista, foi marcada por profundas experiências políticas. É uma geração bastante politizada e que, do ponto de vista formal, utilizava-se predominantemente do prosa ainda que não se tenha abandonado a poesia.

Desenvolvimento

            Proporemos que o professor de história realize uma atividade conjunta com a disciplina de Língua Portuguesa – Literatura Brasileira. Sugerimos a realização de Seminários sobre obras modernistas da geração de 1930. Seu objetivo é que, em grupos, os alunos possam investigar aspectos biográficos de escritores pertencentes a essa geração, compreendendo a partir de sua obra, seu contexto histórico de inserção e seus principais diálogos estético-literários. Deve ser observada a capacidade dos grupos de lerem e interpretarem as principais obras do período, articulando-as a seu contexto histórico, mas sem negligenciar as particularidades do autor pesquisado. O(s) professor(es) pode(m) deixar que os grupos escolham as obras ou pode(m) sorteá-las. Em seguida, deve(m) marcar uma data em que será realizado o Seminário. O Seminário deve conter uma apresentação biográfica do autor. Em seguida, os grupos devem procurar apresentar uma resposta a pergunta “Por que esse autor é considerado um modernista?”. Na sequência, devem apresentar aspectos gerais da obra estudada, relacionando-os às perspectivas modernistas e ao contexto sócio histórico no qual está inserida.

            Os alunos podem realizar apresentações orais, mas se deve orientá-los ao uso de outros recursos que facilitem a compreensão dos colegas: imagens, caricaturas, canções ou outros que julgarem apropriados. Abaixo sugerimos os escritores modernistas que devem ser incluídos nos Seminários.    

Modernistas – 2ª Geração

Graciliano Ramos.

Raquel de Queiros

José Lins do Rego

Érico Veríssimo

Carlos Drummond

Murilo Mendes

Jorge de Lima

Cecília Meireles

Vinícius de Moraes

 

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6ª AULA

Contextualização

 

            Em comparação às outras fases, o modernismo da 3ª geração torna-se muito mais plural em suas manifestações. Persistem temas sociais, contudo as reflexões psicológicas assumem tom particular. 

 

Desenvolvimento

 

O filme “A Hora da Estrela”, baseado no livro homônimo de Clarisse Lispector será nosso ponto de partida para as discussões. Sua temática é altamente relacionada a questionamentos sobre a condição humana, articulando dimensões psicológicas e sociais. Os alunos, em grupos de cinco pessoas, devem escolher trechos do filme. A atividade consiste em descrever detalhadamente esses trechos, identificando aspectos do modernismo nessa fase. A seguir, a partir das questões abaixo, devem produzir um trabalho escrito que contenha uma análise mais ampla do filme.

 

1.      De que trata o filme?

2.      Quem o produziu? Por quê?

3.      Quais as relações entre Macabéa e o narrador? Qual é a perspectiva de cada um?

4.      Que tipo de linguagem a autora utiliza? Você consegue identificar uma figura de linguagem predominante?

5.      Esse tipo de obra modernista está inserida em que contexto histórico?

 

Link para o filme completo:

http://www.youtube.com/watch?v=b4dnSclsqQ8

 

Alguns modernistas dessa geração:

Guimarães Rosa

Clarice Lispector

João Cabral de Melo Neto

 

CONCLUSÃO

 

 

            A partir das atividades, espera-se que os alunos possam compreender o contexto de surgimento do movimento modernista no Brasil, atentando-se para sua preocupação com a construção de elementos da identidade nacional. 

Recursos Complementares
Avaliação

Os alunos serão avaliados pela capacidade de se situarem o movimento modernista em seu contexto histórico, sendo capazes de observar essas incidências nas obras. Quanto à apresentação do Seminário e ao Sarau, além da adequação na aplicação dos conceitos e profundidade das pesquisas, se observará a criatividade na apresentação. 

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