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LIMERIQUES PARA LER E ESCREVER

 

06/10/2009

Autor e Coautor(es)
Maria Auxiliadora Cunha Grossi
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Aparecida Clemilda Porto

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral: escrita e produção de texto
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

a) Conhecer o gênero poético denominado Limerique que se caracterizam pelo humor e o nonsense;
b) perceber a sua forma sugerida a cada verso da estrofe; ”.(O primeiro verso informa quem é o protagonista, o segundo indica a sua qualidade, o terceiro e quarto versos dizem o que ele está fazendo e o quinto verso é reservado ao aparecimento de um epíteto final, geralmente extravagante).
c) compreender o diálogo entre palavra, ritmo, sonoridade;
d) praticar a leitura e a escrita de um texto poético – o Limerique

Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há a necessidade de conhecimentos prévios. O gênero poético em questão deverá ser explorado, apresentado aos alunos, durante as atividades.

Estratégias e recursos da aula

1) Os alunos deverão se unir em grupos de cinco.
2) Lápis e papel
3) Bibliografia de Limeriques

Sugestões de bibliografia:

BELINK, Tatiana. Limeriques (1987). São Paulo: FTD.
_______________. Limeriques das coisas boas (1994). Belo Horizonte: Formato.
BELINK, Tatiana. Limeriques do bípede apaixonado (2005). São Paulo. Ed 34.
LEAR, Edward. Sem cabeça nem pé (1994). São Paulo: Ática.
RODARI, Gianni. Gramática da fantasia (1982).São Paulo: Summus.


Aula 1
Atividade 1
O professor apresenta os limeriques, lendo-os alguns para os alunos. Lê-los é sempre uma situação de novidade, um desafio, uma nova descoberta, pelo que eles revelam de humor, de inusitado, de brejeirice. O professor deve ler primeiro para que os alunos os escutem, quantas vezes forem necessárias. Os alunos vão repetindo os versos lidos pelo professor, até conseguirem falar o limerique inteiro. Em seguida, os alunos devem também ler para eles, e entre eles. Vejamos alguns escritos por Tatiana Belinky: 1) Um cara chamado Mariz/ estava com dor no nariz/ vou jogá-lo fora/ falou- e na hora/ fez isso e vive feliz. 2) Ao ver uma velha coroca/ fritando um filé de minhoca/ o Zé minhocão/ falou pro irmão/ “não achas melhor ir pra toca?” 3) De volta da festa de arromba/ soltando fumaça da tromba/ um gordo elefante/ marchava importante/ pensando que era uma bomba. 4) Um moço chamado Hipólito/ achou seu nome insólito/ pensou, repensou/ e o nome mudou/ para Tripodeglutifrutólito.

Aula 2
Atividade 2
Sem seguir à risca a estrutura inglesa dos limeriques e buscando formas alternativas em sua estrutura, propor a seguinte atividade de escrita.
a) Elaborar as perguntas – Quem? Fez o quê? Onde? Quando? Por quê?
b) Sanfonar um papel sulfite. Em cada face do papel, no alto, escrever estas perguntas. Formar grupos de cinco alunos e distribuir um papel sanfonado para cada grupo. Cada aluno escreve uma frase ao responder uma das perguntas e assim, ao final, comporão a estrofe. Um aluno responde à primeira pergunta – Quem?- dobra a face do papel que contém esta pergunta, passa o papel para o outro, sem que ele veja a resposta do colega, e o outro responde à segunda – Fez o quê? -, e assim sucessivamente, até chegar à quinta pergunta, podendo fazer isso várias vezes até esgotar o espaço do papel. Quando todas as respostas estiverem respondidas, chega a hora de lê-las para o grupo. Todos os grupos leem seus limeriques para a sala. Um aluno de cada grupo poderá ler todo o limerique ou o grupo todo, neste caso, cada um lê o verso por ele construído.
Fazendo estas leituras, com as respostas dos alunos, a situação que se vê é, muitas vezes, de uma sequência desconexa das ideias contidas nos versos/frases que eles construíram, mesmo porque as estruturas métricas das frases são mantidas com muita liberdade, sem que, num primeiro momento, seja necessário se preocupar com a correspondência entre as rimas. Isto virá depois. E, sem querer limitar as possibilidades do absurdo, seguir lendo as frases desconexas.
Vejamos alguns exemplos de frases escritas por alunos de um 6º. ano.

1                                                                             2                                                                     3
Sansão (Quem?)                                                   Joselito                                                          João
Andou até Marte (Fez o quê?)                                Jogou a casca da banana                                  Pulou do prédio
Onde a baleia perdeu a calda (Onde?)                   Na barraca da praia                                          No Japão
Quando o sol perdeu seu brilho (Quando?)             Quando amanheceu                                          Quando a terra secou
Porque anoiteceu e a lua adormeceu (Por quê?)    Porque queria com o tio andar de navio               Por que passou o dia triste

Depois de lidas as estrofes, percebe-se que os recursos sonoros e rítmicos estão em desacordo, não há métrica nem rima, o que provoca muito estranhamento e riso. Isto se dá porque a construção dos versos não é visualizada como um todo pelos alunos, senão na hora de lê-las para o grupo. Para tornar o texto mais elaborado em sua estrutura narrativa, rítmica e sonora, o grupo então procede à reescrita dos limeriques, agora cuidando das rima s, que ora se faziam entr e segundo, terceiro e quinto versos, ora entre segundo e terceiro ou entre o quarto e o quinto versos; enfim, de formas variadas. Percebemos que esta combinação se dá tanto na organização sonora dos versos, quanto na repetição das palavras. Percebemos também que há uma maior qualidade sonora e rítmica destes versos reelaborados.

Aula 3

Atividade 1
Reescritura e leitura dos limeriques.

Vejamos a alguns limeriques reescritos pelos alunos:

     1                                                                 2                                              ;                   3
Sansão                                                     Joselito                                                            João

Voou até Marte                                            Comeu rápido sua banana                           Pulou do prédio

Onde a baleia fez uma arte                           Na praia de Copacabana                             No Japão

E o sol perdeu seu brilho                               Quando amanheceu                                    Quando a terra tremeu

Porque anoiteceu e a lua teve um infarte       Porque queria andar de navio com o Dirceu   Porque João estava com tédio

O que os alunos muitas vezes não podem imaginar é que ao favorecer a estrutura rítmica e sonora dos versos, seu sentido também se altera. Se observarmos as histórias de Sansão, de Joselito e de João, vemos que elas se reformulam de um limerique a outro. Isto se deve também ao uso das rimas, de repetições, de aliterações. Estes recursos acabam contribuindo para que algumas ações inesperadas ocorram, para que certos fatos sejam esclarecidos, para que pessoas e objetos sejam nomeados, enfim, para que os sentidos do texto possam se renovar e possam fluir. Ao final, a leitura dos limeriques é feita pelo grupo. Todos os alunos devem ler seus textos. Em pouco tempo, eles se familiarizam com as técnicas criadas, por serem simples e envolverem muitas possibilidades de composição, além de vivenciarem momentos de muito riso e humor.

Avaliação

O professor poderá avaliar a leitura dos alunos e sua capacidade de memorizar seus versos, na medida em que os limeriques dos autores sugeridos na bibliograria são lidos. Poderá também avaliar a escrita do ponto de vista da escrita espontânea, no momento em que a atividade é construída, no coletivo. Ao final, o professor deverá recolher os limeriques escritos pelos alunos para certificar-se de que eles compreenderam sua estrutura, se os recursos sonoros e rítmicos foram utilizados, ou seja, se há rima, se a métrica de seus limeriques ao menos se aproxima da métrica proposta pelos autores. Em seguida, deverá devolver os limeriques aos alunos, fazendo observações sobre os resultados da sua escrita.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 4 classificações

  • Cinco estrelas 3/4 - 75%
  • Quatro estrelas 1/4 - 25%
  • Três estrelas 0/4 - 0%
  • Duas estrelas 0/4 - 0%
  • Uma estrela 0/4 - 0%

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Opiniões

  • Andreia, Rede Municipal de Ensino , Rio Grande do Sul - disse:
    andreia.dn@hotmail.com

    02/01/2012

    Cinco estrelas

    Adorei a aula! Estou pesquisando sobre poesia, e essa proposta de atividade me ajudou muito.


  • zaira de oliveira, escola estadual guanabara , Rio Grande do Sul - disse:
    zairamirlene@hotmail.com

    28/10/2011

    Cinco estrelas

    Gostei, porque era o que eu estava procurando: uma sugestão de aula para trabalhar limeriques. Obrigada.


  • Millene, Áustria - disse:
    miriamreginaalmeida@yahoo.com.br

    28/09/2011

    Cinco estrelas

    parabens pela materia


  • Luís Cláudio, Colégio Agripina de Lima Pedreira , Bahia - disse:
    luisc.lima@hotmail.com

    13/09/2010

    Quatro estrelas

    Muito interessante, criativo e envolvente. Estimula o gosto da garotada pela produção e leitura de poesia que, em nosso país, é tão pouco lida.


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