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ARTE CONTEMPORÂNEA: INSTALAÇÃO - AS JANELAS DE JOAO VIRMONDES

 

15/09/2009

Autor e Coautor(es)
Soraia Cristina Cardoso Lelis
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Elizabet Rezende de Faria

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Apreciação significativa em arte visual
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

 Conhecer uma produção poética visual de João Virmondes na linguagem da instalação;
 Trabalhar a apreciação/leitura/recepção de imagens de obra, com enfoque em obras instalacionais de artistas contemporâneos;
 Produzir plasticamente no contexto das instalações, à luz do referencial teórico-plástico estudado.

Duração das atividades
•Cinco aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

• Incursões pelo Banco de Dados/Acervo da sala ambiente de artes, onde estão livros de arte, portifólios de artistas, reprodução de imagens de obras, folders e catálogos de exposições – para apreciação e apropriação teórico-plástica;
• Trabalhos de campo em museus e galerias que contemplam a Arte Contemporânea na linguagem plástica das Instalações;
• Exercícios de leitura/recepção de obras e imagens de obras;
• Diálogo com artistas da cidade que trabalham com a linguagem da instalação - em seus ateliês ou na visita destes à escola.

Estratégias e recursos da aula

Aula 1
 Apresentar o artista:

Fonte: Foto Marilane Melo

João Virmondes Alves Simões nasceu em Ituiutaba (1970) Minas Gerais. Veio para Uberlândia quando ingressou no curso de Artes Plásticas da Universidade Federal de Uberlândia no ano de 1992. Foi professor substituto do núcleo tridimensional do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Uberlândia. Realizou várias exposições na cidade de Uberlândia e região. Foi premiado no Primeiro Salão de Artes Visuais de Uberlândia (2005). Em 2007 participa de uma exposição itinerante que iniciou em Valencia (Espanha) passando por várias cidades do Brasil, inclusive Uberlândia. Hoje é coordenador do setor de artes plásticas da Casa da Cultura ligada à Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Uberlândia e proprietário da Galeria espaço de arte João Virmondes.

 Pesquisa Poética: Expressão Tridimensional com ênfase em escultura e instalações na busca pelo objeto.

 Apreciação de imagem da obra: Estar aí, 2003, João Virmondes – Instalação

Instalação Estar aí , João Virmondes, Parque do Sabiá – 2003: Madeira e espelhos

Fonte: LELES, Marilane Melo in Poéticas Visuais no Triângulo Mineiro: ensaios e percepções – CDRom do NUPEA: Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte, Uberlândia, 2007) - Disponível no Banco de Dados do NUPEA, Uberlândia-MG e na EDUFU – Editora da Universidade Federal de Uberlândia.

 Olhando a imagem da obra do artista contemporâneo João Virmondes – Estar aí, 2003 - pergunte ao grupo:

- O que você vê e percebe nessa imagem?
- Quantas janelas você percebe no contexto da obra?
- Porque você acha que o artista optou pelo espelho e não vidro transparente? (falar da ampliação e duplicação da imagem, do espaço expandido)
- Qual a linguagem plástica usada pelo artista: é uma pintura, uma fotografia, uma escultura, uma instalação?
- O local/espaço que o artista escolheu para expor o seu trabalho é uma galeria (área fechada) ou um parque (área aberta)?
- Como é o chão?
- Imagine-se andando por entre as árvores e as janelas de Virmondes... Feche seus olhos e tente construir essa imagem.
- Em que período essa foto foi tirada – manhã, tarde ou noite?
- O trabalho plástico de João Virmondes está no chão ou suspenso?
- A obra pode ser identificada como uma instalação aérea ou flutuante?

- Como você registraria esse trabalho? (Através de que técnica? Desenho, pintura, maquete...)

Comentar que as instalações são de acesso do público/espectador, artistas, estudiosos e interessados por arte, também através de fotografia – que nos dá a imagem da obra, a sua reprodução;

 Retomar com o grupo a característica da efemeridade das instalações – linguagem artística contemporânea que busca a interação público, espaço e obra;

 Apresentar e discutir com os alunos os conceitos de Instalação de Móbile. Sugestão:
* Instalação - A instalação procura criar um ambiente que traduza a idéia artística, utilizando-se, para isso, muitas vezes, de recursos cênicos (A Metrópole e a Arte, São Paulo: Prêmio/ Banco Sudameris, 1992, p.120).
Na arte contemporânea, substitui a noção de obra e designa o conjunto de objetos e intervenções concebidos na estreita relação com o espaço compositivo ou com o ambiente. (Material Didático, II Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Nov. 1999 a Jan. 2000).

* Móbile – Termo cunhado por Marcel Duchamp para designar certas esculturas de Alexander Calder expostas em 1932, que consistiam tipicamente em peças planas de metal, suspensas por fios e movidas pela ação conjunta das correntes de ar e de sua própria tensão estrutural. O termo foi empregado para denominar, por extensão, outras esculturas de mesmo tipo (que também podem ser movidas a motor); muitos outros escultores (em especial Lynn Chadwick) realizaram experimentos neste g ênero, e desde a metade do século os móbiles tornaram-se artigo popular d e decoração de inter iores, vendido em lojas de novidades etc. (CHIVERS, Dicionário Oxford de Arte, 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 354)


 Convidar os alunos a saírem pela escola, elegendo espaços interessantes do contexto escolar, espaços estes que possam abrigar uma instalação;
 Sugerir que tais espaços tenham ênfase na incidência da luz e em áreas abertas (como vãos em paredes);
 Solicitar também que os espaços eleitos possam remeter o artista/produtor e o público/espectador à “janelas” ou fendas, aberturas;
 Registrar os espaços de maior preferência do grupo, através de fotografia digital (se houver máquina fotográfica na escola);
 Propor a realização de estudos de croquis dos espaços de maior preferência do grupo (com lápis e papel sulfite), antecipando assim, pré-projetos para a instalação coletiva a ser construída posteriormente.

Aula 2
 Apresentar novamente a obra de João Virmondes – Estar aí, 2003, na qual o artista expõe janelas com espelhos em um parque da cidade, convidando os alunos a uma construção plástica, primeiramente individual e coletiva na sua culminância;
 Rememorar com os alunos o conceito de instalação e de móbile, trabalhados na aula anterior;
 Propor a construção de móbiles – esculturas aéreas, a partir do seguinte material: velas, cordão, faca sem corte, palitos de fósforo, retalhos de cartolina, cola e tinta acrílica.
 Convidar os alunos a produzirem três objetos cada um, a partir da escultura em vela: usando faca ou palito de picolé, retirar aos poucos a parafina da vela, esculpindo o bloco cilíndrico, até encontrar a forma desejada;
 Chamar a atenção do grupo para a materialidade da vela e a possibilidade de ressignificação do objeto.


Processo criativo em escultura com vela parafinada
Aluna 5ºAno/2008 - ESEBA-UFU
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis

Aula 3

 Os alunos realizarão a pintura dos objetos escultóricos utilizando tinta acrílica – que adere bem à materialidade da parafina/vela; Usar um azulejo ou um prato como base ara a preparação da tinta ou produção/criação de novas cores.

Processo criativo em pintura com tinta acrílica sobre escultura na vela parafinada
Aluna 5ºAno/2008 - ESEBA-UFU
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis

Aula 4

 Construir um suporte para abrigar os três objetos – usando o retalho de cartolina, propor a colagem de palitos de fósforo.

Processo criativo em colagem de palitos de fósforo sobre base de cartolina
5ºAno/2008 - ESEBA-UFU
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis

Processo criativo em colagem de palitos de fósforo sobre base de cartolina
5ºAno/2008 - ESEBA-UFU
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis

Aula 5

 Com cordão ou fio de nylon, cada aluno montará o seu móbile, composto pelos três objetos escultóricos construídos e adaptados/pendurados no suporte criado com os palitos de fósforo e o retalho de cartolina, transformado e m uma peça (base) circular.

Construção de Móbile - Alunos 5ºAno/2008 - ESEBA-UFU
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis

 Os móbiles individuais serão reunidos em uma instalação aérea;

* Retornar aos croquis trabalhados individualmente (Pré-projetos) para a construção da instalação coletiva;

*Definir com o grupo de alunos o melhor pré-projeto (espaço) para montagem da instalação;


 Esta aula acontecerá fora da sala de aula.

 Preparar o material básico: Móbiles individuais, tesoura, cordão ou fio de nylon.


 Convidar os alunos para construírem uma instalação aérea - eles deverão se deslocar para o  espaço/local eleito previamente e, a partir do pré-projeto, buscar a construção/criação de uma janela/cortina com os móbiles individuais, aplicando  o conhecimento adquirido durante o processo  de estudo em arte contemporânea (teoria e vivência) , especificamente no contexto das instalações.
 Mostrar o material disponível ao tr abalho e proponha uma atividade coleti va de criação de uma instalação aérea, referendados pela obra João Virmondes – Estar aí, 2003.
 Fotografar os alunos em ação e o trabalho concluído para socialização posterior em exercício de leitura de imagem, discutindo o conceito de fotografia e de espaço. Sugestão:


Fotografia: Ao fotografar a câmera realiza certas transformações do real convertendo-o numa imagem de dimensões determinadas e circunscritas a um certo número de limitações. A imagem captada pelo olhar pode ser eternizada e o acontecimento ressuscitado. A fotografia permite o resgate do instantâneo acontecido e a reprodução infinita de determinado acontecimento. Ela não só representa a realidade como também a cria, distorce. A fotografia é registro, traço, porém, ao mesmo tempo, é capaz de mostrar a realidade como jamais havia sido vista antes. É vestígio, mas também revelação. Na revelação está implícito a mudança de um estado, um rito de passagem, um corte radical entre o que era latente e o que vai se manifestar a nós num tempo subseqüente. (LELES, Marilane Melo in Poéticas Visuais no Triângulo Mineiro: ensaios e percepções – CDRom do NUPEA: Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte, Uberlândia, 2007). Disponível em:

Espaço - Na visão de Platão (427-345 a.C.) o espaço seria recipiente, receptáculo de tudo que existe [...] lugar de geração das coisas sensíveis. Em Aristóteles (384 - 322 a.C.) o próprio espaço é concebido como soma global dos lugares ocupados pelos corpos. Para Aristóteles, o lugar seria aquela parte do espaço cujos limites coincidem com os limites do corpo que o ocupa. (CAMPOS, Jorge Lúcio. Do simbólico ao virtual – a representação do espaço em Panofsky e Francastel. São Paulo: Ed. Perspectiva, Coleção debates, 1990, p. 47- 49).

Instalação: Objetos velados, 2008
Alunos 5ºAno/2008 - ESEBA-UFU
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis

Detalhe Instalação: Objetos velados, 2008
Alunos 5ºAno/2008 - ESEBA-UFU
Fonte: Acervo e autoria Soraia Lelis

Recursos Complementares

 Escultura – “Esse trabalho de talhar ou modelar, possibilita ao escultor sentir o seu caminho/percurso de criação e descoberta pessoal, dirigindo-se pela forma tomada/encorpada na matéria, na qual suas mãos obedecem aos pensamentos próprios e às possibilidades do material, numa atitude de respeito e encantamento. Assim, o cortar e o esculpir num processo escultórico é dar forma a um bloco, a um todo bruto que se apresenta de forma autônoma e deixa-se revelar na ênfase da função expressiva”. (LELIS, Soraia Cristina Cardoso, Poéticas visuais em construção – o fazer artístico e a educação (do) sensível no contexto escolar, Dissertação de Mestrado, UNICAMP, 2004, p. 112).

 Instalação – A instalação procura criar um ambiente que traduza a idéia artística, utilizando-se, para isso, muitas vezes, de recursos cênicos (A Metrópole e a Arte, São Paulo: Prêmio/Banco Sudameris, 1992, p.120).

 Materialidade: Ênfase dada à natureza e potencialidade dos materiais que compõe a obra por meio da sua manipulação, exploração, transformação e ressignificação. (Soraia Lelis)

 Objeto – É um termo que surgiu para designar obras de arte contemporâneas, que são tridimensionais, mas não são esculpidas ou modeladas como a escultura. (Soraia Lelis)

 Relevo (art. plást.) – gradação de planos reais na escultura, representados no desenho e na pintura. (Coleção Arte no Brasil, Abril Cultural, 24º Fascículo, São Paulo: 1979).

Avaliação

• Acredita-se que em um processo contínuo, as trocas e reflexões acerca da fruição e da produção artística pelo viés da História da Arte, atribuem mérito à produção do conhecimento em arte e contribuem para a construção do repertório e vocabulário plásticos. Neste sentido, o ensino de arte deve buscar a educação estética, entendendo a avaliação em Arte como processual e qualitativa, não visando apenas a um resultado final.


Recursos educacionais
Nome                                                                  Tipo
Aula expositiva                                                  Teórica
Apreciação de imagem de obras                          Teórica
Escultura e Pintura                                              Prática
Montagem de Instalação                                      Prática

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • sandra, PMU , Minas Gerais - disse:
    sandravieiraxavier@yahoo.com.br

    09/02/2013

    Cinco estrelas

    Parabéns pelo trabalho é muito bom pesquisar buscando referencias e encontrar pessoas conhecidas, valeu. Um abraço, Sandra.


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