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“O apoio norte-americano ao golpe e à ditadura no Brasil”

 

18/11/2013

Autor e Coautor(es)
JULIANA VENTURA DE SOUZA FERNANDES
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Anna Flávia Arruda Lanna; Mauro Mendes Braga

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Poder
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno poderá compreender o contexto histórico e político em que se estabeleceu o apoio norte-americano às ditaduras latino-americanas, especialmente à ditadura instaurada no Brasil em 1964, compreendendo as estratégias utilizadas para esse fim.

Duração das atividades
Quatro aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Para o desenvolvimento dessas discussões, é fundamental que o aluno conheça aspectos da conjuntura política mundial após a Segunda Guerra Mundial. É necessário que o aluno saiba do contexto de emergência da Guerra Fria, compreenda a polarização do mundo em dois blocos políticos, econômicos e militares, pautados respectivamente sobre as ideias comunistas e capitalistas. Nesse sentido, precisa compreender o papel estratégico da América Latina como área de domínio político e econômico norte-americano, papel que começou a ganhar mais destaque após a ameaça advinda da Revolução Cubana.

Ao mesmo tempo, é interessante que o aluno conheça aspectos da ideologia anticomunista partilhada também, internamente, nos países latino-americanos, sobretudo, mas não exclusivamente, nos meios militares.     

Estratégias e recursos da aula

DESENVOLVIMENTO

 

1ª. AULA

 

Desenvolvimento

No contexto da Guerra Fria, os Estados Unidos da América (EUA) possuíam um particular interesse na hegemonia sobre o Continente Americano. A Revolução Cubana de 1959 presentificou a ameaça socialista, tornando-se um importante centro de influência política. Diante disso, os EUA aproximaram-se de maneira ainda mais intensa dos governos ditatoriais, já que em comum tinham a adoção de uma perspectiva política anticomunista.

O professor deverá realizar uma abordagem introdutória do tema. Em seguida, poderá utilizar-se do vídeo “Historiador americano fala sobre a relação da ditadura brasileira com os EUA”. A partir disso, os alunos serão convidados a um debate acerca das relações entre Brasil e EUA no contexto do golpe e da ditadura, identificando as razões para essa aproximação.

Link para o vídeo “Historiador americano fala sobre a relação da ditadura brasileira e os EUA” (20 minutos e 30 segundos): http://www.youtube.com/watch?v=P89gxOfAUxw.

 

2ª. e 3ª. AULAS

 

Contextualização

Ainda que não se tenha concretizado uma intervenção militar direta dos EUA, o apoio norte-americano às ditaduras militares latino-americanas estabeleceu-se a partir de outras três estratégias principais, que visavam, sobretudo, conter o avanço socialista na América Latina e desenvolver o capitalismo.

A primeira delas é a Aliança para o Progresso. A Aliança foi um programa que se desenvolveu entre 1961 e 1970, cujo objetivo formal foi a construção de um esforço cooperativo com o intuito de fazer com que necessidades básicas dos povos americanos pudessem ser atendidas. Nesse sentido, ele se articulou em torno da oferta de ajuda econômica e social aos países latino-americanos. Por meio dele, na verdade, o governo Kennedy procurava ampliar sua base de “aliados”, com o objetivo de promover o “progresso” da região – sendo que, por “progresso”, podemos compreender “desenvolvimento capitalista”. A Aliança foi lançada, na verdade, como resposta à Revolução Cubana.  

Contando com financiamento católico, o Plano Caritas procurava atenuar os efeitos da crise social que atingia a imensa maioria dos países latino-americanos. Ele contemplava a distribuição de alimentos, medicamentos e subsídios financeiros. Contudo, a partir dele, também se pretendia certa doutrinação das camadas populares no sentido de se rechaçar as perspectivas revolucionárias de esquerda. No Brasil, por exemplo, o ano de 1963 foi marcado pela vinda do Padre Patrick Peyton, especialmente preparado pela CIA (Agência Central de Inteligência), com o intuito de articular ações de caráter anticomunista e doutrinário.  

Por fim, a Operação Brother Sam foi um movimento da Marinha Mercante estadunidense com o objetivo de apoiar a deposição do governo João Goulart. Na verdade, elas não chegaram a agir diretamente, mas se colocaram como retaguarda em caso de resistências ao golpe.

 

Desenvolvimento

O objetivo agora é nos aprofundarmos nas investigações sobre cada uma dessas estratégias ou operações. Para isso, sugerimos que o professor organize a turma em três grupos. Cada um deles será responsável pela ampliação de um dos pontos de discussão, a partir de pesquisas que deverão iniciar-se pelos sites sugeridos. Os alunos, no entanto, deverão ser estimulados a buscar outras fontes para o desenvolvimento da atividade. Por isso, é interessante que estas aulas aconteçam em uma sala na qual estejam disponíveis computadores para os alunos. A partir disso, orientaremos os alunos a apresentarem, como resultado final de suas pesquisas, “Seminários” sobre as estratégias de apoio estadunidense ao golpe/ditadura brasileira e trabalhos escritos. Esse trabalho deverá conter, na medida do possível, imagens e documentos que possam sustentar os argumentos apresentados ao longo do texto e deverá ser entregue ao professor. Já os seminários deverão ser apresentados à turma no final da terceira aula.  

 

- Grupo 1: “Aliança para o Progresso”.

 

Sites sugeridos:

http://www.mundoeducacao.com/historia-america/alianca-para-progresso-anticomunismo.htm

http://www.brasilescola.com/historia-da-america/era-kennedy.htm

http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/kennedy-cria-alianca-para-progresso-10005300

 

- Grupo 2: “Plano Caritas”.

 

Sites sugeridos:

http://virtualiaomanifesto.blogspot.com.br/2008/12/igreja-catlica-e-ditadura-militar.html

 

- Grupo 3: “A Operação Brother Sam”.

 

Sites sugeridos:

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/operacao-brother-sam-golpe-de-64-teve-apoio-dos-eua.htm

http://www.infoescola.com/ditadura-militar/operacao-brother-sam/

http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/operacao-brother-sam/

http://www.youtube.com/watch?v=frRAVourn18 (Vídeo: “A Operação Brother Sam” – Carlos Fico)

 

4ª. AULA

 

Nosso objetivo final é nos utilizarmos do filme como recurso didático e fonte histórica que nos possibilite construir conhecimento acerca do tema das relações entre Estados Unidos da América e Brasil no contexto do golpe e da ditadura. Para tanto, proporemos a análise do documentário “O dia que durou 21 anos”. Produzido pelo diretor Camilo Tavares, ele resgata as articulações entre os dois países que resultariam no golpe contra Goulart. Propomos que o documentário seja assistido em sala de aula. O professor poderá selecionar alguns trechos, se preferir. Em seguida, deverá estar disponível para a discussão de dúvidas trazidas pelos alunos.

Depois, a turma será novamente organizada em grupos. O professor poderá combinar uma data para que seja entregue a análise do documentário. O trabalho deverá ser entregue na forma de um texto escrito que responda às seguintes questões:

 

- Qual o tema tratado pelo documentário?

- Em qual (quais) momento ele está ambientado?

- O que você considera mais relevante no documentário?

- Por que você imagina que o diretor decidiu abordar esse tema?

- Como ele apresenta as relações entre Brasil e EUA no contexto do golpe? E da ditadura?

- Como você avaliaria criticamente as relações entre Brasil e EUA nesse contexto?

 

Links para comentários sobre o vídeo:

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1254117-documentario-o-dia-que-durou-21-anos-busca-papel-dos-eua-no-golpe-de-1964.shtml

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/ditadura-com-apoio-externo

 

Link para download do documentário:

http://www.imdb.com/title/tt2634236/?ref=ext_shr_fb_tt

Recursos Complementares
Avaliação

Os alunos serão avaliados pela qualidade de suas produções escritas e de seu seminário, bem como por sua participação e desenvolvimento de uma perspectiva crítica acerca do tema.

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