18/11/2013
Anna Flávia Arruda Lanna; Mauro Mendes Braga
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | História | Poder |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | História | Relações de poder e conflitos sociais |
Ensino Médio | História | Memória |
O aluno poderá compreender as relações que se estabeleceram entre Cuba e Brasil no contexto das ações armadas desenvolvidas nos anos 1960-1970.
- A crise política de 1961-1964.
- O golpe e a ditadura civil-militar brasileira instaurada em 1964.
INTRODUÇÃO
De acordo com a historiadora Denise Rollemberg, Cuba passou a apoiar a formação de guerrilheiros no Brasil desde que o país assumiu a função de exportar sua Revolução e apoiar a luta armada na América Latina. Isso quer dizer que as relações entre Cuba e Brasil, no que diz respeito à luta armada, iniciaram-se antes mesmo do golpe de 1964. Contudo, a maioria dos treinamentos de brasileiros aconteceu a partir de 1968, quando Cuba já havia assumido a perspectiva socialista, com o apoio da URSS. Mesmo no ano de 1973, quando muitos militantes já se encontravam mortos, presos ou no exílio, houve treinamentos guerrilheiros. A exceção devia-se à guerrilha levada a cabo pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Araguaia (1972-1974).
Cuba apoiou o Brasil em três momentos bastante distintos. O primeiro deles, anterior ao golpe. Nesse momento, o contato entre Cuba e Brasil estabelecia-se via Ligas Camponesas. Após a instauração da ditadura e agora de maneira desarticulada das Ligas, o apoio cubano foi dado ao grupo liderado por Leonel Brizola, composto de lideranças de movimentos sociais do período anterior a 1964. O Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), como era conhecido, teve quatro de seus militantes treinados em Cuba. Dessa aproximação vieram recursos financeiros para a guerrilha que estava sendo organizada no Brasil.
A partir de 1967, com a desarticulação das tentativas de implantação de guerrilha ligadas a este grupo, Carlos Marighela, presente na Conferência da Organización Latinoamericana de Solidaridad (OLAS), passou a assumir entre os cubanos o lugar de grande nome da Revolução no Brasil. Passam a assumir destaque, nesse último momento, organizações armadas como a Aliança Libertadora Nacional (ALN), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e o Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8).
DESENVOLVIMENTO
1ª. AULA
Sugere-se que o professor inicie as atividades por meio de uma exposição dialogada acerca das relações entre a luta armada brasileira e Cuba. Nesse sentido, deve-se problematizar e historicizar a opção pelas ações violentas no combate à ditadura e aos problemas sociais. Em seguida, o professor poderá sugerir que, em pequenos grupos, os alunos façam a leitura do texto “Guerrilheiros na Primeira Viagem”, publicado pela Revista de História da Biblioteca Nacional. A partir da leitura, os alunos tentarão identificar os pontos de intersecção entre as trajetórias brasileira e cubana no que diz respeito à luta armada. Por fim, deve-se abrir um debate que contará com a participação de toda turma, com o tema: “As relações Brasil-Cuba no contexto da luta armada”.
Link para o texto: “Guerrilheiros na Primeira Viagem”: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/guerrilheiros-na-primeira-viagem
2ª. e 3ª. AULAS
Desenvolvimento
O objetivo destas aulas será o de aprofundar o estudo sobre as relações entre Cuba e Brasil no contexto da luta armada. Para isso, partiremos da investigação de algumas experiências e organizações que estiveram ligadas à guerrilha. Os alunos deverão ser organizados em grupos para realizar a pesquisa temática. A expectativa é que o grupo consiga caracterizar a experiência ou organização que analisa, destacando o papel de Cuba em seus desdobramentos. A atividade deverá ser desenvolvida ao longo de duas aulas em sala de aula ou em Laboratório de Informática onde estejam disponíveis computadores com acesso à Internet. Ao fim, espera-se que os grupos possam entregar ao professor relatórios escritos com os resultados de suas pesquisas e contribuir para a composição de um “Mural da Luta Armada no Brasil – A influência Cubana”. Ele poderá ser elaborado em sala de aula, com recursos bastante simples, como folhas de papel pardo ou ser construído a partir de recursos computacionais, se assim for possível. O mural poderá ser organizado em torno das principais organizações guerrilheiras no Brasil e suas experiências.
Grupo 1: “As Ligas Camponesas”.
Legenda: Ligas Camponesas.
Disponível em: http://assessoriajuridicapopular.blogspot.com.br/2011/07/desapropriacao-para-instalacao-do-museu.html
Sites sugeridos:
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/glossario/ligas_camponesas
http://www.ligascamponesas.org.br/?page_id=99
http://www.infoescola.com/historia/ligas-camponesas/
http://www.mundoeducacao.com/historiadobrasil/as-ligas-camponesas.htm
Grupo 2: “Brizola e o Movimento Nacionalista Revolucionário”.
Legenda: Brizola exilado em Paris.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Moniz_Bandeira_e_Brizola_em_Paris.JPG
Sites sugeridos:
http://www.brasilescola.com/historiab/movimento-nacionalista-revolucionario.htm
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/nasce-um-lider-das-esquerdas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonel_Brizola
Grupo 3: “ALN, VPR e MR-8”.
Legenda: Cartaz da ALN.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_Libertadora_Nacional
Sites sugeridos:
http://www.historiabrasileira.com/ditadura-militar/alianca-libertadora-nacional/
http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/acao-libertadora-nacional/
http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/movimento-revolucionario-oito-de-outubro-mr-8/
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/5/05/mais!/12.html
http://www.infoescola.com/ditadura-militar/vanguarda-popular-revolucionaria/
Grupo 4: “Guerrilhas Rurais: Caparaó”.
Legenda: Prisão de militantes no Caparaó.
Disponível em: http://www.altocaparao.mg.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=54&Itemid=99
Sites sugeridos:
http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/guerrilha-do-caparao/
http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/caparao_-_a_primeira_guerrilha_contra_a_ditadura.html
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/livros/caparao-a-primeira-guerrilha-contra-a-ditadura
http://blogs.estadao.com.br/luiz-zanin/a-guerrilha-de-caparao-em-questao/
Grupo 5: “Guerrilhas Rurais: Araguaia”.
Legenda: Militantes mortos na Guerrilha do Araguaia.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/especiais/regime_militar/galerias/lutaarmada/imagens/Guerrilha_Araguaia5.html
Sites sugeridos:
http://www.infoescola.com/historia/guerrilha-do-araguaia/
http://guerras.brasilescola.com/seculo-xx/a-guerrilha-araguaia.htm
http://www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/multimidia/araguaia/mapa_01.swf
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/entenda-o-que-foi-a-guerrilha-do-araguaia-20100520.html
Grupo 6: “Experiências Guerrilheiras Urbanas: assaltos e sequestros”.
Legenda: Presos políticos trocados pelo embaixador Charles Elbrick.
Disponível em: http://virtualiaomanifesto.blogspot.com.br/2009/05/os-sequestros-que-abalaram-ditadura.html
Sites sugeridos:
http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/sequestro-charles-elbrick.htm
http://virtualiaomanifesto.blogspot.com.br/2009/05/os-sequestros-que-abalaram-ditadura.html
4ª. e 5ª. AULAS
Desenvolvimento
Para finalizarmos este bloco de atividades, solicitaremos aos alunos que assistam previamente ao documentário “Hércules 56”. Em sala de aula, o professor poderá escolher alguns trechos nos quais se abordem as relações entre Cuba e Brasil no que diz respeito à luta armada, para que sejam novamente assistidos e mais cuidadosamente discutidos. O objetivo é potencializar a capacidade de análise dos alunos para que eles possam elaborar a atividade final.
Em grupos, os alunos deverão construir uma análise do documentário. É interessante que eles procurem identificar os principais atores envolvidos com a luta armada e sejam capazes de identificar a perspectiva que eles apresentam para suas ações. Em seguida, espera-se que o grupo possa também identificar as opções que o diretor assumiu para a elaboração desse documentário, identificando sua própria perspectiva sobre o tema que ele desenvolve.
Link para o documentário “Hércules 56” (1 hora e 35 minutos): http://www.youtube.com/watch?v=xxPNQfNpkOo
- Link para o artigo “A Ação Libertadora Nacional, a Revolução Cubana e a luta armada no Brasil”, de Jean Rodrigues Sales:
- Link para o artigo “O apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro”, de Denise Rollemberg:
http://www.historia.uff.br/artigos/rollemberg_apoio.pdf
- Link para o filme “O que é isso companheiro?”, baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira (1 hora e 46 minutos):
Os alunos serão avaliados por sua participação nas atividades que levaram à composição do “Mural da Luta Armada” e da análise do documentário. Nesse sentido, deverão ser consideradas a qualidade conceitual dos trabalhos e a capacidade de problematização demonstrada pelos grupos.
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