03/04/2014
Eliana Dias; Lazuíta Goretti de Oliveira.
Modalidad / Nivel de Enseñanza | Disciplina | Tema |
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Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua escrita: prática de leitura |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Análise e reflexão sobre a língua |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua escrita: prática de produção de textos |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos |
Ensino Médio | Língua Portuguesa | Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens |
Para introduzir a aula, prepare uma breve biografia sobre Clarice Lispector. Essa biografia poderá ser apresentada com a ajuda de um projetor, ou por meio de leitura pelo professor ou um aluno, ou apresentada em cópias impressas para cada aluno. Veja uma sugestão, abaixo:
Imagem disponível em: http://novacharges.files.wordpress.com/2008/09/post84.jpg. Acesso em: 22 mar. 2014.
Clarice Lispector (Tchetchelnik, Ucrânia, 1925 - Rio de Janeiro-RJ, 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha. Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977). Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo. |
Texto adaptado de: http://www.escritas.org/pt/biografia/clarice-lispector. Acesso em: 22 mar. 2014.
Feita a introdução da aula com a apresentação da biografia de Clarice Lispector, comece essa atividade, perguntando aos alunos se conhecem algum trabalho da escritora. Dê oportunidade a eles de se manifestarem, discorrendo sobre o que já leram de sua obra.
Na sequência, divida a turma em três grupos. Para cada grupo, entregue cópias impressas dos três poemas de Clarice, expostos abaixo. A tarefa para cada grupo é fazer a leitura dos três poemas. Entretanto, cada grupo vai trabalhar com apenas um dos três poemas, preparando uma declamação do poema indicado. A declamação deverá ser feita, depois, para os demais colegas da turma.
SaudadeClarice Lispector
Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. |
Texto disponível em: http://www.mensagenscomamor.com/poemas_e_poesias_de_clarice_lispector.htm. Acesso em: 21 mar. 2014.
Dá-me a tua mãoClarice Lispector
Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio. |
Texto disponível em: http://www.mensagenscomamor.com/poemas_e_poesias_de_clarice_lispector.htm. Acesso em: 21 mar. 2014.
Mas há a vidaClarice Lispector
Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata. |
Texto disponível em: http://www.mensagenscomamor.com/poemas_e_poesias_de_clarice_lispector.htm. Acesso em: 21 mar. 2014.
Depois de ouvir os três grupos, com a ajuda de um projetor, ou no laboratório de informática, projete o vídeo com a declamação do poema, "Dá-me tua mão" - Clarice Lispector.
Vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=qVq9GSb4yrs. Acesso em: 21 mar. 2014.
Dando sequência às atividades desenvolvidas na aula anterior, convide os alunos a assistirem à declamação de um poema de Clarice Lispector, intitulado, " Desabafo". Porém, antes de projetar o vídeo, pergunte a eles o que é um desabafo. Depois, para fixar a compreensão do conceito, apresente a concepção de desabafo, encontrada em Houaiss (2009):
DESABAFO substantivo masculino |
Em seguida, proponha uma discussão a respeito desse assunto. Você pode propor as seguintes questões:
1. Você sente necessidade de desabafar?
2. Em quais situações você tem o hábito de desabafar?
3. Com quem você sente liberdade de desabafar?
4. Como você costuma se desabafar? De forma tranquila ou de forma tempestuosa?
5. Você acredita que o desabafo ajuda a melhorar as emoções?
Terminada a discussão, projete o vídeo com a interpretação / declamação do poema de Clarice Lispector. O título do vídeo é o último verso do poema: Eu adoro voar.
Texto disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=moWQkt9GgE8. Acesso em: 22 mar. 2014.
Para desenvolver essa atividade:
Imagem disponível em: http://i429.photobucket.com/albums/qq17/xXxMary_Weather209xXx/9f6c55202eff6c4dafd7b9786d8de323.jpg. Acesso em: 22 mar. 2014.
DESABAFO (Clarice Lispector)
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
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Texto disponível em: http://canaldepoesia.blogspot.com.br/2012/04/clarice-lispector-ja-escondi-um-amor.html. Acesso em: 22 mar. 2014.
Imagem disponível em: http://www.aguaonline.net/fotos/editor2/escrever.jpg. Acesso em: 22 mar. 2014.
Depois de explorarem bem a leitura e compreensão do poema, os alunos já estarão preparados para criar um texto poético nos moldes do poema de Clarice Lispector. Peça a cada grupo que escreva um texto poético, seguindo o modelo do poema estudado. Eles deverão criar um poema no qual o início dos versos se repita, como nos versos do poema Desabafo, em que a palavra "Já" introduz a maioria dos versos.
Professor, peça que cada grupo produza um poema, ou, se preferir, sugira que a produção seja individual. Combine com a turma o número mínimo e máximo de versos, caso queira que as produções tenham um tamanho padrão.
Faça a correção dos textos, devolva-os aos alunos que deverão recopiá-los e, posteriormente, expô-los aos demais colegas da turma. Essa exposição poderá ser oral e também em forma de mural, no corredor do colégio, ou em mural destinado a exposições.
http://www.mensagenscomamor.com/poemas_e_poesias_de_clarice_lispector.htm. Acesso em: 21 mar. 2014.
http://www.e-biografias.net/clarice_lispector/. Acesso em: 21 mar. 2014.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Clarice_Lispector. Acesso em: 22 mar. 2014.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro Salles. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 1 CD ROM, 2009.
A avaliação qualitativa dessa aula dar-se-á de maneira processual, no decorrer das atividades propostas pelo professor. A avaliação quantitativa poderá ser feita por meio da correção dos textos escritos pelos alunos.
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