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A crônica argumentativa

 

22/04/2014

Autor e Coautor(es)
ROGERIO DE CASTRO ANGELO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias, Lazuita Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: léxico e redes semânticas
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Conhecer o que é crônica argumentativa.
  • Reconhecer  as características da crônica argumentativa.
  • Produzir uma crônica argumentativa.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • O que são crônicas.
  • Estratégias de argumentação.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

 

  • Discussão oral com toda a classe.
  • Leitura de textos literários.
  • Resolução de questionário em duplas.
  • Exibição de um vídeo do Youtube.
  • Pesquisa e produção textual em duplas.

 

Recursos:

 

  • Laboratório de informática (ou UCA se houver).
  • Handout com textos e questionário.
  • Vídeo do Youtube (se necessário para aprofundar no tema Pré-sal).
  • Folha avulsa para produção textual.

 

Módulo 1

 

Atividade 1

 

O professor iniciará a aula, ativando os conhecimentos prévios dos alunos sobre o que é uma crônica, por meio de uma discussão oral, lembrando-os de que se trata de um texto curto, que parte de um fato do cotidiano e apresenta um ponto de vista particular sobre determinada situação do cotidiano.

 

Feito isso, o professor entregará aos alunos o texto "Pré sal", da coluna de crônicas do Estadão, publicado em novembro de 2009.

 

Pré Sal

Dizem que otimista é o cara que vê o copo meio cheio, enquanto pessimista é quem o enxerga meio vazio. A imagem é batida, mas vem a calhar, pois não é outro o tema desta crônica, senão a água. Muita água. Trilhões de litros de H2O, que serão acrescidos aos oceanos nas próximas décadas, quando as calotas polares derreterem.

Os pessimistas, claro, só conseguem ver o lado ruim da mudança climática: a morte de milhões de pinguins, focas, leões marinhos, ursos polares e a extinção de algumas espécies desconhecidas; o alagamento de certas cidades litorâneas como Rio de Janeiro, Nova York, Xangai, Veneza, Barcelona e a perda de boa parte do patrimônio histórico e cultural da humanidade; o aumento de catástrofes naturais como tufões, furacões, dilúvios, enchentes e a desgraça humana decorrente desses aguaceiros. OK. O Rio é legal. As focas e a Piazza San Marco, também. Mas focar-se (sem trocadilho) apenas nos aspectos negativos da lambança climática impede-nos de perceber outros acontecimentos maravilhosos que se avizinham. Praia em São Paulo, por exemplo.

Claro que a tese ainda não é um consenso entre a comunidade científica. Alguns estudiosos, desses que só conseguem ver a parte vazia do copo, afirmam que, por mais que a gente queime todo o petróleo existente, o aumento do nível dos oceanos será apenas de alguns metros. Cientistas de ânimo mais solar, contudo, garantem que o que conhecemos como polo norte é, literalmente, apenas a ponta do iceberg e, se tudo der certo, antes de 2020, vai ter prédio na Berrini com vista pro mar.

Quanta coisa boa há de acontecer! Já pensou que belo cartão postal a ponte estaiada com praia ao fundo? E seus filhos colhendo mexilhões nos pés do Borba Gato? Consigo ver, facilmente, a 23 de Maio tomada por ambulantes, vendendo óleo bronzeador, canga, Shhhhkol e Biscoito Globo. O Morumbi, com as casonas nas colinas, debruçadas sobre o mar, será a Beverly Hills paulistana. E nossos restaurantes, já tão afamados, o que não farão com peixes fresquinhos e frutos do mar, trazidos diretamente pela comunidade caiçara de Santo Amaro? O lago do Ibirapuera não teve sempre a vocação para ser a nossa Rodrigo de Freitas? E qual o sonho da Vila Nova Conceição, senão tornar-se a Barra da Tijuca?

Cruzemos os dedos, meus queridos paulistanos, pois muito em breve, quando as margens plácidas do Ipiranga ouvirem um estrondo, não será o brado retumbante de um povo heroico, mas o som das ondas quebrando na Avenida do Estado. E, nesse instante, o sol da liberdade, com seus raios fúlgidos, dourará os corpos estirados à beira-mar. E ainda tem gente preocupada com o futuro. Tsc tsc...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,pre-sal,459845,0.htm>. Acesso em: 24 mar. 2014.

 

Depois de lerem o texto "Pré-Sal", os alunos lerão um texto que explica o que é o pré-sal.

 

1. O que é o pré-sal?

O termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para a geração e acúmulo de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da costa atinge espessuras de até 2.000m. O termo pré é utilizado porque, ao longo do tempo, essas rochas foram sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.

As maiores descobertas de petróleo, no Brasil, foram feitas recentemente pela Petrobrás na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, onde se encontrou grandes volumes de óleo leve. Na Bacia de Santos, por exemplo, o óleo já identificado no pré-sal tem uma densidade de 28,5º API, baixa acidez e baixo teor de enxofre. São características de um petróleo de alta qualidade e maior valor de mercado.

Disponível em: <http://www.petrobras.com/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/pre-sal/>. Acesso em: 24 mar. 2014.

 

Se o professor julgar necessário, para melhor compreensão dos alunos, poderá exibir um vídeo que explica claramente o que é o Pré-sal.

 

 pre sal

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1wumNuq3mu0>. Acesso em: 24 mar. 2014.

 

Atividade 2

 

Assim que os alunos tiverem lido o texto "Pré-sal"  com informações sobre  o que é o programa Pré-Sal, o professor promoverá uma discussão  a respeito da relação entre o Pré-sal e a mudança climática/efeito estufa.

 

O professor direcionará a discussão, relembrando aos alunos que um dos maiores causadores do efeito estufa é o dióxido de carbono (CO2), que é produzido a partir da queima de combustíveis fósseis, que são usados em veículos automotores movidos à gasolina e a óleo diesel.

 

O objetivo desta atividade é mostrar aos alunos que, apesar dos benefícios econômicos trazidos pelo programa Pré-sal, da Petrobrás, o autor da crônica argumentativa,"Pré-sal", adverte o leitor sobre a questão de  se estar comemorando o fato de se encontrar petróleo, mas se esquecendo de que o petróleo é, na verdade, a matéria prima para a produção de combustíveis (gasolina e óleo diesel) que agravam o efeito estufa.

 

O professor deverá advertir os alunos sobre o fato de que o narrador da crônica utiliza o título pré-sal, que é o tema de sua crônica, mas defende o ponto de vista de que, na verdade, a queima dos derivados do petróleo (combustíveis) é nociva ao meio ambiente.Ele defende esse ponto de vista valendo-se de argumentos.

 

Vale ressaltar ainda que o autor é bastante irônico, expondo o lado dos "pessimistas" e dos "otimistas", com relação ao efeito estufa, e mostrando que,  no caso do efeito estufa, fechar os olhos para os problemas que estão sendo causados pela queima dos combustíveis trará desastrosas consequências.

 

 

Módulo 2

 

Atividade 1

 

O professor deverá dispor  os alunos em duplas, para que analisem uma crônica argumentativa e, a partir do questionário que será respondido pela dupla, eles poderão perceber as características da crônica argumentativa.

 

 

ciclovia

Disponível em: <http://agenciat1.com.br/wp-content/uploads/2013/03/av-republica-do-libano.jpg>. Acesso em: 24 mar. 2014.

 

Crônica sobre rodas: as pedaladas cariocas e paulistanas


 

ARTUR VOLTOLINI


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


No Rio de Janeiro não se anda de bicicleta, se passeia. Mesmo pra quem usa a bicicleta como meio de transporte, o ritmo é outro. A prefeitura da cidade a chama de "capital das bicicletas" e anuncia orgulhosa 235 Km de ciclovias.

Mesmo que muitas dessas "ciclovias" sejam faixas compartilhadas com skatistas ziguezaguendo, crianças brincando e casais paquerando. Isso quando a "ciclovia" não é apenas uma faixa vermelha pintada numa calçada estreita e com postes no meio.

Mas para que a pressa? A beleza da cidade e de seus moradores, a brisa fresca-- e limpa --que sopra do mar. Tudo é um convite à passear. E assim como as "ciclovias" são uma abstração, as regras de trânsito também. Cada um dirige como quer, e os motoristas de ônibus e os de carro performam lindos duetos trocando rapidamente de faixas ou dando freadas bruscas alternadas.

E nessa liberdade caótica do trânsito vivem os ciclistas cariocas. Capacetes são raros (quem quer esconder as belas madeixas?), muitos acreditam que andar na contramão é mais seguro. E ninguém reclama das bicicletas na calçada, o lugar preferido delas. Mesmo com o risco constante de atropelamentos.

Já São Paulo parece não ter sido feita para bicicletas: apenas 45 Km de ciclofaixas, ladeiras íngremes, avenidas e marginais assustadoras, ar poluído e uma pressa sem fim. E foi aí onde floresceu a forte cultura ciclística paulistana. Quase todos de capacete e lanternas piscantes. Muitos metidos em camisetas de tecido especial para o esporte e, apesar do enorme número de anúncios, compradas a preços exorbitantes em lojas especializadas.

Mas esse ciclista paulistano no meio dos carros, mesmo seguindo estritamente as poucas linhas destinadas à circulação de bicicletas no código brasileiro de trânsito, pode representar algo imoral, irresponsável. E que merece ser punido. Aí se xinga, gesticula, e às vezes se mata.

Já no Rio de Janeiro ninguém reclama de nada. Ou todos reclamam de tudo, mas ninguém dá atenção. E no meio dessa bagunça, me parece haver muito mais usuários de bicicletas nas ruas cariocas do que nas paulistanas. Mas quem ousar sair da "ciclovia" que se cuide.

De qualquer forma, segundo dados oficiais (nunca 100% confiáveis), de três a quatro ciclistas morrem por mês, tanto apressados e organizados em São Paulo quanto os que passeiam calmamente no Rio.
 

Artur Voltolini, 31, jornalista e designer gráfico paulistano, usa a bicileta como meio de transporte desde 2007, sendo os últimos dois anos no Rio de Janeiro.

 

Disponível em: <http://tools.folha.com.br/print?url=http%3A%2F%2Fwww1.folha.uol.com.br%2Fsaopaulo%2F1059379-cronica-sobre-rodas-as-pedaladas-cariocas-e-paulistanas.shtml&site=emcimadahora>. Acesso em: 24 mar. 2014.

 

Sobre o texto responda:

 

  1. Qual o tema abordado na crônica?
  2. Qual o posicionamento do cronista sobre as ciclovias em São Paulo e no Rio de Janeiro?
  3. Quais os argumentos o cronista elenca para fundamentar seu posicionamento?
  4. De que forma o cronista termina sua crônica?
  5. O dado apresentado ao final da crônica denuncia/revela qual problema em relação às ciclovias?
  6. A linguagem utilizada é formal ou informal?
  7. O texto é predominantemente narrativo, descritivo, dissertativo, argumentativo ou instrucional? Explique.

 

Após os alunos lerem a crônica e responderem às questões, o professor fará a correção dos exercícios, oralmente, levando-os a perceberem que a crônica argumentativa trata, geralmente de forma sarcástica ou irônica, temas do cotidiano, apresentando uma argumentação num tom leve, mas sobre temas sérios.

 

Atividade 2

 

Os alunos deverão escrever uma crônica argumentativa. Para isso, o professor deverá levá-los  ao laboratório de informática para pesquisarem sobre temas/problemas sociais. Eles deverão anotar em uma folha separada os argumentos contrários ou favoráveis à questão que eles resolverem discutir em suas crônicas.

 

Segue uma lista de assuntos que podem servir de tema para a produção textual, e sobre os quais os alunos deverão buscar notícias, textos de opinião, etc. que sirvam de subsídio para a argumentação em defesa de um ponto de vista embasado sobre o assunto.

 

  • Programa mais médicos.
  • Reforma agrária e MST.
  • Violência no trânsito.
  • Problemas de mobilidade urbana.
  • Projetos de liberação/regulamentação da maconha.
  • Sustentabilidade.
  • Emprego registrado versus Emprego informal.
  • Incentivo ao esporte.

 

Os alunos poderão decidir, em duplas, sobre qual tema irão escrever sua crônica, a qual deverá abordar de forma sarcástica/irônica um problema de ordem social, valendo-se de argumentos elencados que sustentem o posicionamento defendido no texto.

 

Os alunos deverão ler suas crônicas para os colegas, e as demais duplas terão de perceber qual o tema abordado e qual o posicionamento está sendo sustentado. Ao final da leitura de cada crônica, os alunos das outras duplas poderão fazer comentários sobre como as crônicas produzidas pelos colegas poderiam ser melhoradas, inclusive, sugerindo outros argumentos, dessa forma, cada dupla terá a chance de rever o seu  texto e reescrevê-lo.

 

Atividade 3

 

O professor poderá selecionar as crônicas resultantes dessa atividade e publicá-las num blog da escola ou da área de Língua Portuguesa, se houver.

 

 

 


 

Recursos Complementares

Site com crônicas argumentativas escritas semanalmente:

Disponível em: <http://acritica.uol.com.br/tema/cronicas.html>. Acesso em: 24 mar. 2014.

 

Crônicas argumentativas (exemplos):

Disponível em: <http://letrasmundosaber.blogspot.com.br/2009/11/cronicas-argumentativas.html>. Acesso em: 24 mar. 2014.

 

Material sobre crônicas argumentativas:

Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/redacao/a-cronica-argumentativa.htm>. Acesso em: 24 mar. 2014.

Avaliação

Os alunos serão avaliados qualitativamente quanto:

  • à participação nas discussões;
  • ao interesse demonstrado;
  • ao comprometimento nos trabalhos em dupla.

Quantitativamente, em relação aos textos produzidos pelos alunos, o professor deverá observar:

  • produção de um texto prioritariamente argumentativo, sobre um fato do cotidiano;
  • visão pessoal do escritor (tese) sobre um fato do cotidiano;
  • argumentação feita de forma satírica/irônica.
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