22/04/2014
Eliana Dias e Lazuíta Goretti de Oliveira
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: modos de organização dos discursos |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: processos de construção de significação |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos |
Disponível em: http://oblogderedacao.blogspot.com.br/2012/09/o-texto-de-opiniao.html Acesso em: 20 abril 2014.
2Fcomo-fazer-textos-artigos-documentos%252Fcomo-fazer-um-artigo%252F%3B1017%3B767 Acesso em: 20 abril 2014.
Na sequência, depois da leitura e exploração do texto pelo professor, com a participação dos alunos, o professor deve solicitar que os estudantes respondam às questões abaixo, digitem-nas em word e enviem as respostas para o e-mail do professor.
1. Explique com suas palavras o que autor quis dizer com:
"Durante o evento, a quantidade de turistas aqueceria o setor de turismo e outros diversos setores e, após terminada a copa, teríamos melhor qualidade de vida, graças à infraestrutura instalada e, assim, nós, brasileiros, viveríamos felizes para sempre."
2. O autor deixa clara sua opinião sobre a copa no Brasil.
( ) Sim. ( ) Não. Por quê?
3. Quais os argumentos usados pelo autor para a desaprovação da copa no Brasil?
TEXTO 1
Despontamos como uma das potências do mundo e poderemos dar uma enorme visibilidade à nossa riqueza cultural, à nossa beleza natural e contribuir para incrementar nossa economia.
Por outro lado, se o Brasil não se preparar, pode trazer problemas preocupantes como aumento da prostituição, maior segregação social e danos a direitos sociais conquistados (como no caso o direito à meia entrada para estudantes, política que deve ser universalizada com o Estatuto da Juventude).
É interessante observar como a mídia abordou a aprovação do Estatuto da Juventude . Não foi constatada nenhuma avaliação positiva sobre a construção de um marco legal que convoca a sociedade a ter uma atenção social para este período da vida pelo qual passam 50 milhões de brasileiros.
Ao contrário de serem vistos como sujeitos de direitos, capazes de participar da construção do país, os estereótipos sobre os jovens são sempre com cunho negativo, os imputam irresponsabilidade, alienação, apatia, rebeldia, enfim, um conjunto de características que reforçam ações de caráter repressivo ou mesmo repulsivos.
Inúmeras pesquisas têm demonstrado que a juventude espelha muito a sociedade que vivemos e que seus valores e opiniões sobre o mundo não são tão diferentes dos presentes no mundo adulto.
Os únicos aspectos destacados na cobertura da imprensa deram destaque a capítulos que geram “gastos” ao Estado ou a setores do mercado, mas a maior preocupação foi dada a proposta de meia-entrada em eventos culturais e esportivos, principalmente com destaque para os problemas com a Copa do Mundo, diga-se de passagem com a FIFA.
A proposta de meia-entrada para estudantes já existe em vários Estados do país, o que se procurou fazer foi universalizar a política para o território nacional com um claro objetivo de afirmar que a cultura e o esporte devem ser considerados direitos sociais, elementos fundamentais para a formação do desenvolvimento integral dos jovens e para a promoção da qualidade de vida.
Esporte e cultura não devem ser meras mercadorias em balcões de supermercados ou presentes em shopping center, e sim investimento social.
Cabe destacar um caso emblemático: o cinema, que não sobrevive mais nos centros da cidade, são operados por grandes empresas, a custos altos e pautados pela indústria cinematográfica dos Estados Unidos.
É preciso “desmercantilizar” a vida, recuperar o sentido do público no convívio na sociedade e permitir que uma nova geração tenha plenas condições de ter acesso ao patrimônio cultural produzido pela humanidade para que tenha plenas condições de construir novos valores e sociabilidades.
O estatuto não pretende prejudicar nenhum setor da cultura, principalmente os artistas que vivem de sua produção independente com dificuldade de se sustentar. A estes setores, defendo que o Estado crie mecanismos para subsidiar cadeias produtivas criativas, fundamentais para o nosso país.
Porém, existem setores da indústria cultural e esportiva que têm condições de diminuir o seu lucro e assumir o compromisso com a construção de um novo Brasil. Para facilitar o entendimento do leitor, não é assustador os ganhos mensais de um jogador de futebol de um time grande?
O país tem a responsabilidade de oferecer condições para que todos os jovens, independentemente de sua classe social, gênero, raça ou região possam viver a juventude, tempo que deve ser assegurado o direito ao tempo livre, à liberdade, à participação e não apenas período de preparação para a vida adulta.
Hoje em dia milhões de jovens não têm o direito de usufruir de uma educação de qualidade e em muitos casos são obrigados a trabalhar precocemente, sendo vítimas da precarização, informalidade. Ciclo de exclusão que marcará toda uma vida.
Ao despontar como uma das potências econômicas do mundo, o Brasil precisa que sua riqueza acumulada seja um patrimônio a serviço do desenvolvimento do seu povo, na busca da redução da pobreza, na diminuição da desigualdade e oferecimento de serviços públicos de qualidade universais.
Uma Copa do Mundo não pode limitar um país de exercer sua soberania, de aprofundar a construção de um novo processo civilizatório, marcado pela participação democrática e justiça social.
O Estatuto da Juventude precisa ser votado e sancionado pela Presidenta. Os direitos previstos nele, como a meia-entrada, precisam ser regulamentados e, inclusive, experimentados na Copa do Mundo.
É desta forma que o Brasil continuará sendo exemplo para o mundo. Reafirmando que os rumos de nosso país são determinados pelo Estado, que abre canais de diálogo com a sociedade cuja direção é orientada pelo bem comum e da defesa do público.
Nem só de Copa do Mundo vive um país!
Gabriel Medina
Presidente do Conselho Nacional de Juventude
Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis – Fonajuves
Disponível em: http://www.pt.org.br/artigos/view/artigo_nem_so_de_copa_do_mundo_vive_um_pais_por_gabriel_medina Acesso em: 20 abril 2014.
TEXTO 2
Veja sete argumentos econômicos para defender a Copa do Mundo no Brasil
Os gastos públicos com a organização da Copa do Mundo têm sido alvo de protestos em todo o País, o apoio popular ao evento tem diminuído, segundo as últimas pesquisas, e os atrasos nas obras prometidas para o Mundial geraram críticas da imprensa internacional e da própria Fifa. Mas há dados oficiais e estudos de consultorias independentes que provam que organizar a Copa traz benefícios ao país.
"Por um lado, o Mundial gerará reflexos e benefícios em diversos setores da economia e da sociedade, sejam temporários ou duradouros, diretos ou indiretos. Por outro, também apresenta vários riscos, necessitando de processos de gestão eficientes no setor público e privado", diz o estudo Brasil Sustentável: Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014, feito em parceria pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e a consultoria internacional Ernst&Young.
O UOL Esporte pesquisou outros estudos, levantou informações públicas do governo federal e ouviu a opinião de economistas e especialistas em planejamento urbano para montar uma lista com sete tópicos que mostram o que o Brasil tem a ganhar com a organização do evento neste ano.
1 – Turistas estrangeiros devem gastar 42% mais
O turismo é um dos setores da economia que mais pode se beneficiar da realização da Copa no Brasil. Entre junho e julho, são esperados 600 mil turistas estrangeiros, segundo o Ministério do Turismo – cerca de 10% do total de visitantes de outros países que o Brasil recebeu em 2013, ano com o maior número de chegada de estrangeiros na história.
O Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) estima que o gasto médio desses turistas será até 42% maior que o normal. Os estrangeiros devem deixar R$ 6,85 bilhões no País nos 30 dias do Mundial, contra R$ 11,8 bilhões gastos pelos turistas de outros países que vieram ao Brasil no ano passado.
Os economistas do Embratur estimam, ainda, que os três milhões de turistas brasileiros que vão circular pelo País por causa do Mundial devem injetar R$ 18,35 bilhões na economia. O turismo pode se beneficiar, ainda, da exposição do Brasil na imprensa internacional e da divulgação de destinos que ficam fora da rota das 12 cidades-sede, segundo especialistas.
2 – Economia pode ganhar até R$ 142 bilhões
Os setores de turismo e serviços devem colocar em movimento cerca de R$ 142 bilhões na economia brasileira entre 2010 e 2014, segundo estudo da Ernst&Young. Comparado com o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do último ano, a riqueza gerada pela Copa equivaleria a 2,9% do PIB de 2013.
No último ano, a soma das riquezas produzidas no País atingiu R$ 4,84 trilhões, segundo o Ministério da Fazenda. Estudos internacionais, porém, mostram que o impacto do evento na economia costuma ser pequeno: o PIB dos EUA aumentou 1,4% em 1994, o da França cresceu 1,3% em 1998; o da Coréia, 3,1%, e o do Japão, 0,3%, em 2002. A Alemanha teve acréscimo de 1,7% em 2006.
O governo federal pretende divulgar um balanço do setor ao fim do ano, quando será possível medir o real impacto da Copa na economia. A título de comparação, a Copa das Confederações rendeu R$ 740 milhões, segundo o Embratur, e atraiu cerca de 250 mil turistas entre 15 e 30 de junho nas seis cidades-sede do torneio. A JMJ (Jornada Mundial da Juventude), realizada entre 23 e 28 de julho, levou 3,5 milhões de pessoas ao Rio e movimentou R$ 1,2 bilhão, segundo o governo.
3 – Capacidade dos aeroportos deve dobrar
O governo federal costuma dizer que alguns investimentos em infraestrutura nas cidades sedes foram antecipados ou priorizados por causa da Copa do Mundo. Ainda que as obras não fiquem prontas a tempo do Mundial, devem melhorar a qualidade de alguns serviços prestados.
A capacidade dos aeroportos nas 12 cidades-sede, por exemplo, deve dobrar, segundo dados oficiais, passando de 81,7 milhões de passageiros, em 2011, para 167,4 milhões de passageiros nas 12 sedes, de acordo com dados da Infraero e das concessionárias privadas que administram os aeroportos.
A demanda de passageiros deve crescer num ritmo menor, de 36,2%, levando-se em conta apenas os dados dos aeroportos administrados pela Infraero (o que exclui Cumbica, por exemplo).
4 – Microempresas movimentaram R$ 280 milhões
A Copa do Mundo rendeu cerca de R$ 280 milhões em negócios para micro e pequenas empresas. Até o final do evento a expectativa é que o faturamento chegue a R$ 500 milhões, segundo levantamento realizado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O aumento no faturamento equivale a 0,07% do que o setor movimenta ao ano: R$ 700 bilhões, de acordo com o IBGE. As microempresas são estratégicas para a economia do País, uma vez que são responsáveis por 20% do PIB e cerca de 60% dos empregos, segundo o Sebrae.
5 – Obras geram mais empregos
A construção dos seis estádios da Copa das Confederações foi responsável pela geração de 24,5 mil empregos, de acordo com balanço do governo federal. O programa de alimentos e bebidas da Copa do Mundo criará 12 mil empregos temporários em bares e lanchonetes. Além disso, a União pretende capacitar 90 mil pessoas por meio de cursos técnicos relacionados a serviços e turismo.
Mesmo assim, não há consenso sobre quantos empregos diretos devem ser creditados ao Mundial. Em 2010, um estudo da FGV previa que a Copa pudesse gerar 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos ao ano (num total de 14 milhões até 2014). O número, porém, é mais alto do que os últimos resultados obtidos pelo País. Em 2013, o Brasil gerou 1,1 milhão de postos de trabalho com carteira assinada, segundo o Ministério do Trabalho.
A previsão do governo federal em 2010 era mais modesta: 332 mil empregos permanentes e 381 mil temporários entre 2010 e 2014.
6 – Arrecadação de tributos pode crescer R$ 18,1 bilhões
A despeito da isenção fiscal para a Fifa e seus vários parceiros, os governos podem aumentar sua arrecadação de tributos por causa da Copa do Mundo. A pesquisa da FGV e da Ernst&Young aponta que o incremento do turismo, a geração de empregos e o consequente aumento do consumo no período do Mundial devem mexer com toda a economia.
Como reflexo disso, a arrecadação de tributos para União, Estados e municípios pode crescer R$ 18,1 bilhões. A previsão do governo federal é um pouco menos otimista: R$ 16,1 bilhões, segundo documento preparado pelo Ministério do Esporte em 2010.
7 – Imagem internacional e autoestima
Estudos internacionais sugerem que há ganhos não mensuráveis relacionado a grandes eventos como a Copa do Mundo, como a melhoria da autoestima da população e da imagem do país no exterior, o que, indiretamente, pode influenciar em ganhos em turismo nos anos seguintes.
"Dependendo do sucesso dos jogos e de como conseguir capitalizar essa imagem positiva, o País terá benefícios por muitos anos. A boa imagem lhe renderá, por exemplo, um incremento na atividade turística, a atração de investimentos estrangeiros, mais visibilidade e credibilidade", diz o estudo Brasil Sustentável.
A queda na popularidade da Copa dentro do Brasil, porém, pode afetar os resultados. A última pesquisa do Datafolha mostrou que 52% da população é a favor da Copa. Em junho de 2013, o índice estava em 65%. Em 2008, 79%. O número de brasileiros contra o Mundial saltou de 10% para 38% no mesmo período.
Disponível em: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/03/06/veja-sete-argumentos-para-defender-a-copa-do-mundo-no-brasil.htm Acesso em: 20 abril 2014.
Professor, ajude os alunos a reconhecerem a estrutura do texto de opinião nos textos lidos. Converse com os estudantes sobre o tema e a opinião dos autores. Explore-os bastante.
Desde 2007, quando a FIFA anunciou o Brasil como sede oficial da Copa do Mundo de 2014, a polêmica começou:
Elabore um texto de opinião, que responda à seguinte questão:
- Professor, se necessário, ofereça mais opções de textos para os alunos lerem antes de elaborarem seu texto.
- Recolha os textos, faça as correções, e com a autorização dos estudantes, publique no site ou blog da escola.
Para o professor:
A avaliação deverá ocorrer durante o desenvolvimento das atividades. O professor deverá observar o interesse e a participação dos alunos na leitura dos texto dos textos e na escrita do texto de opinião. Na correção do texto de opinião, o professor deverá optar por:
Cinco estrelas 3 classificações
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14/05/2014
Cinco estrelasParabéns pelo tema: Copa do Mundo. Além de incentivar o aluno a escrever textos de caráter dissertativo, há uma motivação plausiva por se tratar de um tema de importante relevância que é o futebol. Isso, certamente facilitará o seu ato de escrever. Parabéns...
28/04/2014
Cinco estrelasMuito interessante. Pretendo adaptá-la nas classes em que leciono.
25/04/2014
Cinco estrelasMuito bem elaborada a aula.