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Civilidade e boas maneiras: por que praticá-las?

 

22/04/2014

Autor e Coautor(es)
IZABEL CASTANHA GIL
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ADAMANTINA - SP EUDECIO LUIZ VICENTE PROF ETE

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Sociologia Indivíduo, identidade e socialização
Ensino Médio Geografia Estrutura e dinâmica de diferentes espaços urbanos e o modo de vida na cidade
Ensino Fundamental Final Geografia Ambiente urbano, indústria e modo de vida
Ensino Médio Sociologia Cultura e diversidade cultural
Ensino Médio Sociologia Mudança e transformação social
Ensino Médio Sociologia Ideologia e a indústria cultural
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Diferenciar civilidade e cidadania.

- Reconhecer demonstrações de civilidade e boas maneiras em atitudes cotidianas.

- Reconhecer aspectos importantes da civilidade e das boas maneiras para o convívio social.

- Relacionar a concepção de civilidade com os princípios da ética e da moral.

Duração das atividades
04 horas aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Ética e moral: conceituação e histórico

Civilização: conceituação

Relações sociais: conceituação

Estratégias e recursos da aula

Aula sugerida para as séries finais do ensino fundamental e para a primeira série do ensino médio.

 

Caro colega professor

 

Esta aula não tem a intenção de doutrinar os alunos, tampouco de reproduzir estereótipos, que levam ao preconceito e à discriminação. Sua intenção é leva-los a questionarem comportamentos e atitudes praticadas quando estamos em locais públicos, muitas vezes sem medir as consequências.

 

Cerca de 85% da população brasileira, segundo o censo demográfico (IBGE, 2010), vive em cidades. A vida urbana, principalmente nas grandes cidades, tem se caracterizado pela perda constante de qualidade, incluindo aí o transporte coletivo, a segurança pública, a insuficiência das áreas de lazer, a demora em longas e intermináveis filas de espera em diferentes órgãos e instituições, entre outros.

 

A impessoalidade própria das grandes concentrações urbanas, a fluidez dos deslocamentos, a exposição constante a situações desafiadoras como medo, raiva, ansiedade, pressa, cobrança, angústia etc. levam as pessoas a reagirem de maneiras diversas: indiferença, intolerância, agressividade, descrença, omissão. A reprodução dessas situações ocorre por tempo indeterminado, transformando-se numa espécie de padrão de vida e de comportamento, influenciando a formação de uma cultura gerada e geradora desses mesmos comportamentos. Tornamo-nos, pois, vítimas e provocadores de situações indesejadas, desrespeitosas, humilhantes.

 

Inevitavelmente, esses padrões de comportamento e atitudes nos levam a questionar sobre os conceitos de ética e de moral. Serão eles capazes de provocar mudanças de acordo com o contexto histórico? Vivemos numa época de crise de valores éticos e morais? Nenhum deles é duradouro, a ponto de perpassar o tempo? Aonde nos levarão essa nova ética e moral, que parece estar germinando na contemporaneidade?

 

Essas dúvidas emergem também na sala de aula, pois ali entrecruzam-se diferentes culturas e padrões de comportamento, mediados pelos arroubos próprios da adolescência e pelas múltiplas influências advindas da conectividade que nossos jovens estudantes protagonizam. Nossos alunos são majoritariamente urbanos ou rurais? Há diferenças nos princípios de civilidade por influência desses dois habitats? Alunos moradores das grandes, das médias, e das pequenas cidades demonstram culturas e comportamentos idênticos ou diferentes? A ascensão social em massa é um fenômeno recente no Brasil. Esse fenômeno influenciou ou está influenciando o comportamento dos estudantes em sala de aula?

 

Essas inquietações inspiraram a elaboração desta aula. Espero compartilhar com outros colegas, instigados por inquietações semelhantes, algumas propostas para a reflexão de nossos alunos sobre padrões de comportamentos adequados e outros, que podem melhorar o convívio social.

 

 

 

Atividade 1: O senso comum

O professor poderá solicitar aos alunos para que, utilizando uma tira de papel (de seu caderno ou entregue pelo professor), escrevam o que entendem por civilidade. Além da definição por escrito, eles deverão representa-la por meio de um pequeno desenho. Na lousa, deverá ser escrito apenas o título da aula: Civilidade e boas maneiras: vale a pena praticá-las? Para o desenvolvimento da atividade, não deverá ser dada nenhuma explicação sobre o conceito ou a definição de civilidade. A intenção é captar a noção dos estudantes sobre a mesma.

 

O professor deverá fixar duas cartolinas ou papeis pardos em uma das paredes da sala, formando dois quadros. Em um deles os alunos deverão colar as suas tiras. O outro deverá ficar em branco, pois será utilizado para a fixação da atividade 2.

 

Para concluir a atividade 1, o professor deverá solicitar que os alunos manifestem, oralmente, as suas opiniões sobre suas percepções acerca das mensagens registradas pelos colegas. O professor deverá solicitar, então, que falem o que entendem por civilidade e porque ela é importante para a nossa vida em sociedade.

 

Atividade 2: Ampliando a visão 

Civilidade1

http://www.solssiaseguros.com.br/solssiaseguros/Portugues/detDicas.php?codDica=43

 

O professor deverá levar os alunos ao laboratório de informática para que acessem a fonte Pequeno Manual de civilidade, disponível no link http://veja.abril.com.br/041109/pequeno-manual-civilidade-p-108.shtml. Outra forma é a impressão do texto para leitura e interpretação. A leitura deverá ser feita em voz alta, estimulando a participação de todos.

 

Após a leitura, o professor deverá formar dez grupos, distribuindo um dos itens elencados no documento para cada grupo. A distribuição deverá ser feita por sorteio. Os alunos deverão ler e interpretar cada situação apresentada, procurando trazê-la para a sua vida cotidiana. Seria uma espécie de comparação ou transferência: compreendendo o fato e a análise dispostos em cada item do Manual. Em cada um desses itens os estudantes deverão identificar situações semelhantes que acontecem nas relações sociais vivenciadas no ambiente escolar, em seus grupos de convivência familiar e de amigos ou na cidade em que vivem.

 

A socialização dos resultados da leitura e interpretação será feita por meio de seleção de imagens, que representam o fato. Para isso,  o professor deverá distribuir revistas e jornais para que os alunos selecionem e recortem imagens e ou frases pertinentes aos seus temas. As revistas e jornais poderão ser obtidos na biblioteca da escola ou trazidos pelos alunos, mediante solicitação prévia. O professor deverá também distribuir uma folha de papel sulfite a cada grupo para que realizem a colagem das imagens selecionadas.

 

 

Observações:

 

1- O papel sulfite poderá ser adquirido na secretaria da escola, aproveitando os descartes. Essa prática estimula o uso responsável dos recursos naturais renováveis. Trata-se da pedagogia dos 3 R: reduzir, reutilizar, reciclar. Informações sobre isso podem ser acessadas em http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1161&class=21

 

2- A confecção de pequenos cartazes em papel sulfite tem a intenção de trabalhar com a ideia de síntese. Cada grupo montará um mini cartaz para fixa-lo no cartaz maior, colocado na parede, como indicado na atividade 1. O quadro com as dez sínteses formará uma imagem geral sobre a temática da civilidade.

 

 

Cada grupo fará a exposição oral do seu trabalho, destacando o que aprendeu com o item investigado. O professor deverá abrir o debate para que todos coloquem suas percepções e opiniões sobre a temática da civilidade, propondo alguns questionamentos:

 

1- Qual é a importância da civilidade e das boas maneiras para as relações sociais?

2- Quem deve praticá-las?

3- Você as pratica? Por quê?

4- É possível dizer que, atualmente, a civilidade está em uso ou desuso? Comente.

5- Como podemos definir a palavra civilidade?

 

Após os comentários dos alunos e as tentativas orais de definição, o professor deverá fixar a definição de civilidade no cartaz, em algum local de destaque. Para isso, previamente ele deverá imprimir a definição destacando-a no tamanho e na cor das letras. Vários dicionários trazem a definição desse termo. Uma delas pode ser acessada em http://aulete.uol.com.br/civilidade.

 

Por indução, os alunos serão estimulados a observar as noções expressadas anteriormente, comparando-as com a definição apresentada pelo professor. Essa prática contribui também para que reavaliem as percepções adquiridas durante a elaboração do trabalho.

 

 

Atividade 3. Civilidade e boas maneiras: espalhando essa ideia

 Civilidade2  Civilidade3  Civilidade4

http://derosealtodaxv.org.br/blog/civilidade-comeca-no-bom-relacionamento-humano

http://vivendocomciencia.blogspot.com.br/2012/11/13-de-novembro-dia-mundial-da-gentileza.html

http://tecnologia.vocerealmentesabia.com/2013/12/etiqueta-digital-como-desfrutar-da.html

 

O professor deverá levar os alunos ao laboratório de informática ou imprimir a matéria Etiqueta digital: como desfrutar da tecnologia em público sem incomodar, disponível em http://tecnologia.vocerealmentesabia.com/2013/12/etiqueta-digital-como-desfrutar-da.html. A leitura deverá ser feita em voz alta, estimulando a participação de todos.

 

Além da leitura sugerida no parágrafo anterior, o professor deverá estimular os alunos para que citem exemplos de civilidade e boas maneiras, que podemos (ou não) praticar no dia a dia. Na lousa, ele deverá formar duas colunas: uma delas refere-se a ações de civilidade e boas maneiras que se podem praticar na escola; a outra refere-se aos mesmos princípios, porém praticados em casa, na vizinhança, no veículo de transporte coletivo, entre outros. Alguns exemplos estão elencados no quadro a seguir.

 

 

Civilidade e boas maneiras na escola

 

- Pedir licença ao entrar e ao sair da sala.

- Usar espontânea e frequentemente as expressões com licença, por favor, muito obrigado, bom dia, boa tarde, boa noite, até logo.

- Respeitar a fila da merenda.

- Pegar apenas a quantia que realmente irá comer, evitando sobras e desperdícios.

- Escovar os dentes logo após as refeições, evitando a deselegância do mau hálito. Em sua mochila, leve escova e pasta para a escola.

- Jogar o lixo somente na lixeira.

Dar descarga no vaso sanitário toda vez que usá-lo.

- Jogar o papel higiênico na lixeira.

- Avisar os responsáveis quando não há lixeira em algum lugar onde ela é necessária.

- Desligar completamente as torneiras, após o uso.

- Usar apenas a quantidade necessária de papel toalha para secar as mãos.

- Evitar “guerrinhas de giz” com as pequenas sobras.

- Andar pelos corredores sempre do lado direito, favorecendo o fluxo.

- Evitar falar alto, aumentando desnecessariamente a poluição sonora dos ambientes.

- Durante as aulas, usar o telefone móvel somente quando for extremamente necessário ou com a autorização do professor.

- Solidarizar-se com os colegas faltosos (desde que a falta seja justificada), emprestando o caderno ou repassando as informações disponibilizadas pelo professor.

- Educar o organismo para usar o banheiro e o bebedouro antes da entrada na sala ou durante o intervalo, evitando interromper a explicação do professor.

- Evitar fazer ou copiar de outro colega a tarefa de outra matéria em aula de outro professor.

- Evitar conversas paralelas durante as explicações, atrapalhando a sua própria atenção ou desfocando a atenção do colega.

- Erguer a mão quando deseja emitir opinião ou perguntar algo, evitando tumultos durante as aulas.

- Na biblioteca e no laboratório de informática, evitar conversas fora do foco da aula e falar em voz baixa.

- Contribuir para o enriquecimento das aulas tanto na sugestão de novas metodologias quanto no aprofundamento dos conteúdos.

 

Civilidade e boas práticas em casa, na vizinhança e na cidade

 

- Cuidar bem de seu animal de estimação para que não perturbe os vizinhos com latidos e outros comportamentos próprios de animais mal treinados ou mal cuidados.

- Dividir as tarefas de casa, aliviando a sobrecarga de um deles, principalmente da mãe.

- Solidarizar-se com os irmãos realizando algumas tarefas em momentos que não podem executá-las.

- Manter o quarto em ordem, evitando deixar calçados, roupas e material escolar espalhados.

- Manter a calçada e a sarjeta limpa.

- Evitar situações em que o som alto (música, reuniões familiares, buzina etc.) incomode os vizinhos, mesmo em horários anteriores às 22 horas.

- Evitar comentários maldosos ou maliciosos (fofoca) sobre as atitudes e comportamentos de quem quer que seja.

- Nunca jogar papel, embalagens de produtos, ou qualquer outro objeto descartado em locais públicos.

- Respeitar as filas de banco, lotéricas, cinema, supermercados, lojas etc.

- Cumprimentar os vizinhos antes mesmo que eles nos cumprimentem.

- Dar preferência a idosos, gestantes e pessoas portadoras de necessidades especiais em ônibus, filas e vagões de metrô.

- Estacionar a moto ou o carro em locais adequados.

- Respeitar o semáforo e os sinais de trânsito.

- Evitar apertar frutas e legumes para verificar sua vitalidade.

- Olhar obras de arte, sem tocá-las com as mãos.

- Identificar-se ao telefone, assim que a outra pessoa disser alô, principalmente em ligações a cobrar.

- Esperar sua vez de ser atendido, quando houver alguém conversando com a pessoa com a qual também deseja falar.

 

 

 

 

 

 

 

 

A partir da relação de ações de civilidade e boas maneiras elencadas pelos alunos, o professor deverá solicitar para que os grupos (os mesmos que desenvolveram as atividades anteriores) elaborem pequenos cartazes com dicas, recomendações e exemplos de civilidade. Esses cartazes devem ser espalhados pela escola, em locais de circulação e com boa visibilidade.

 

Os alunos poderão fazer o mutirão da civilidade e das boas práticas. Com o apoio da coordenação de área, direção, e de outros colegas professores, que se identifiquem com a temática, poderá ser definida uma data para a realização do mutirão. Em contato com colegas de outras salas e de outras séries poderá ser organizada uma gincana, com a temática da civilidade na escola.

 

Sob orientação de professores, poderá ser formada uma comissão sigilosa para que, durante um determinado período (um dia ou uma semana) sejam observados comportamentos e atitudes dos colegas durante as aulas e também durante os intervalos, entradas e saídas do período escolar. As pessoas ou as turmas que mais se destacarem pelas boas ações poderão ser recompensadas com algum brinde.

 

Os prêmios individuais poderão ser livros adquiridos com recursos da APM (Associação de Pais e Mestres) ou doação de professores, pais, empresários, e outros. As turmas que mais se destacarem assistirão a um filme de sua preferência, durante o horário escolar, com direito a pipoca (também doada pela APM ou pelo sistema de merenda escolar).

Recursos Complementares

Manuais de civilidade, modelos de civilização. Disponível em

http://www2.ufpel.edu.br/ich/ndh/downloads/historia_em_revista_09_maria_pilla.pdf

Avaliação

O professor deverá estar atento ao envolvimento e participação dos alunos em todas as etapas. Como se trata de parâmetros à formação de hábitos e atitudes, o professor deverá estimular as boas ações e valorizá-las, com elogios, quando realizadas.

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