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Interpretando artigos de opinião

 

20/05/2014

Autor e Coautor(es)
WALLESKA BERNARDINO SILVA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias; Lazuíta Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: processos de interlocução
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Ler e interpretar um artigo de opinião.
  • Corrigir a atividade de interpretação de texto de um colega e participar das discussões provocadas na e pela correção.
  • Escolher um artigo de opinião e propor questões de interpretação textual.
Duração das atividades
1 aula de 100 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Gênero artigo de opinião (características).

Estratégias e recursos da aula

Estratégias e recursos:

  • textos impressos;
  • leitura e interpretação textual;
  • pesquisa na internet;
  • discussões orais e coletivas;
  • computador e e-mail.

 

Módulo 1

Atividade 1

O objetivo desta atividade é ler e interpretar um artigo de opinião.

 

A sala será dividida em dois grupos e os alunos de cada grupo receberão um artigo de opinião diferente. A ideia é que os alunos respondam-nos individualmente. 


GRUPO 1

Sou contra a redução da maioridade penal

Renato Roseno
Coordenador do CEDECA-CE

 

A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu a fogueira da redução da idade penal. A violência seria resultado das penas que temos previstas em lei ou do sistema de aplicação das leis? É necessário também pensar nos porquês da violência, já que não há um único tipo de crime.

De qualquer forma, um sistema socioeconômico historicamente desigual e violento só pode gerar mais violência. Então, medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos que fazer as opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos.

Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do mundo houve experiência positiva de adolescentes e adultos juntos no mesmo sistema penal. Fazer isso não diminuirá a violência e formará mais quadros para o crime. Além disso, nosso sistema penal como está não melhora as pessoas, ao contrário, aumenta sua violência.

O Brasil tem 500 mil trabalhadores na segurança pública e 1,5 milhão na segurança privada para uma população que supera 171 milhões de pessoas. O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la. Sou contra a redução da idade penal porque tenho certeza que ficaremos mais inseguros e mais violentos. Sou contra porque sei que se há possibilidade de sobrevivência e transformação destes adolescentes, está na correta aplicação do ECA. Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei. Agora não podemos esperar que adolescentes sejam capturados pelo crime para, então, querer fazer mau uso da lei. Para fazer o bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade.

Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade penal, além de ineficiente para atacar o problema, desqualifica a discussão. Isso é muito comum quando acontecem crimes que chocam a opinião pública, o que não respeita a dor das vítimas e não reflete o tema seriamente.

Problemas complexos não serão superados por abordagens simplórias e imediatistas.

Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva lá. A decisão agora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.

[Fonte: CEDECA-CE - Artigos - 21/11/2003] Disponível em: http://www.crianca.caop.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=373 Acesso em: 18 de maio 2014.

 

a) Sabendo que Renato Roseano, autor do texto, é advogado e coordenador do Cedeca e da Anced, qual o peso argumentativo de seu texto, tendo em vista o tema que discute? Explique, considerando que se trata de um artigo de opinião. 

b) Qual é o tema do texto? Por que ele é polêmico? 

c) Qual o tipo de argumento que o autor utiliza para iniciar o texto? 

d) Qual a posição do autor a respeito da polêmica, isto é, qual sua tese? 

e) Que argumento o autor utiliza para defender a ideia de que adulto e adolescente juntos no mesmo sistema prisional não é uma boa alternativa? Qual é esse tipo de argumento? Na sua opinião, esse argumento é convincente? Por quê? 

f) Retome dois argumentos utilizados pelo autor (diferente da letra “e”) para justificar a posição dele no texto. 

g) O autor propõe alguma alternativa de tratamento para os jovens infratores, ou seja, reflete a respeito de uma solução para a polêmica? Se sim, qual seria?

h) O artigo de opinião apresenta uma estrutura predominante: introdução, desenvolvimento e conclusão. Indique, por meio do número dos parágrafos cada uma destas partes. 

Introdução: _____________§                Desenvolvimento: _____________§                  Conclusão: _____________§

i) Você concorda com a posição do autor: “Nosso sistema penal como está não melhora as pessoas. O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la.”? Em um parágrafo, elabore uma defesa ou um ataque a esta proposição. 

 

GRUPO 2

Um ponto de vista sobre a pena de morte no Brasil

Publicado por Mila Mnemosyne em 7 de maio de 2012 às 2:40

Pena de morte em geral leva a discussões polêmicas, onde cada qual tem a sua opinião baseada em dogmas e crenças, porém - por mais extremista que soe - hoje não vou falar sobre todos os lados e as suas consequências, vim expor minha opinião pessoal, mostrando dados que possam me dar embasamento. Não estou aqui para falar sobre o politicamente correto, sobre o que as religiões pensam sobre o assunto, estou aqui para falar sobre o que pode vir a ser eficiente para a diminuição da criminalidade no nosso país.

  Matar alguém em nome da justiça é algo muito radical, podendo soar como semelhante ao Velho Oeste, ou há vários lugares sem lei onde temos o famoso “Olho por olho, dente por dente”, mas até que ponto só colocar alguém atrás das grades é suficiente para punir um crime? Não digo qualquer crime, estou falando daqueles brutais, hediondos, estou falando de chacina, genocídio, tortura, palavras nem um pouco bonitas de se ler, muito menos de ser vítima (direta ou indiretamente) desse tipo de situação. Sim, estou defendendo a pena de morte para certos casos, para casos tão extremos quanto essa “punição”.

Todos já devem ter ouvido falar do famoso “Maníaco do Parque”, que - há mais ou menos uma década - levava moças para um parque de São Paulo, com a promessa de contratá-las como modelos, torturava, estuprava e matava suas vítimas. Para crimes desse tipo, não existe tempo suficiente atrás das grades que garanta a segurança dos que estão aqui fora, nem para o criminoso pagar pelo mal que fez a todas as pessoas atingidas (as que perderam suas vidas e suas famílias). Além do mais, há quem diga que receber um grande número de anos para ficar na prisão pode ser o suficiente, uma vez que existe a chance do criminoso nunca mais ter a liberdade, caso morra antes de cumprir toda sua pena. Porém acredito que isso não valha nada, sabendo que lá dentro ele estará sendo bem tratado, ganhará privilégios conforme seu comportamento, receberá comida todos os dias, poderá até trabalhar e receber dinheiro, entre outras coisas. Realmente é uma punição digna para quem matou, esfaqueou, enforcou, torturou, esquartejou, estuprou, ou qualquer coisa do gênero, muitas pessoas? Serial Killers devem realmente receber um tratamento tão leve? Claro que defendo o “inocente até que se prove o contrário”, mas acho que algumas pessoas merecem sim serem executadas, pois, além de serem uma ameaça para todos a sua volta, causaram danos irreversíveis, agiram brutal, cruel e friamente e não merecem simplesmente ficar vivendo financiados pelo governo (ou seja, por nós todos) enquanto esperam a vida passar.

Suzane Von Richthofen

Tenho ainda mais exemplos em que a punição deveria sim ser aplicada, como no famoso caso “Suzane Von Richthofen”, onde a garota premeditou e foi mandante da execução dos seus pais, com ambição de herdar seu dinheiro e fugir com o namorado que estes não aprovavam. Assim como no caso da “Rua do Arvoredo”, ocorrido em 1864, em Porto Alegre, onde um homem e sua esposa atraiam suas vítimas, matavam estas esquartejadas e faziam linguiças com os corpos para vender em um açougue. Crimes hediondos, chocantes, a sangue frio, brutais como esses são os que se qualificariam perfeitamente para a pena de morte. Já o tráfico de drogas é algo para ser pensado e repensado, pois traficar ilegalmente algo- por si só- não é motivo para matar alguém como punição, alguns anos atrás das grades seriam suficientes… Porém temos todo um esquema montado por trás disso, onde quem está na cadeia tem celulares e consegue se comunicar com quem está do lado de fora, mandando crimes serem executados por terceiros. Bem como o “traficante chefe” (também conhecido como dono da “boca”) tem muitos homens armados a sua disposição, que matam friamente quem fica devendo, ou seus rivais… é praticamente uma máfia italiana nos morros do Brasil. Além do mais, o tráfico gera crimes, como roubo para conseguir dinheiro para o craque, entre outros. Logo, essa “rede de crimes” merece uma punição extrema, desde que seja aplicada somente aos “chefes”.

 

Mapa mundi de acordo com a pena de morte

Um Brasil com pena de morte é um Brasil com menos violência, um país que possa emergir e se desenvolver dignamente, ao invés de ser conhecido como um lugar onde só tem marginais, modo que os países de primeiro mundo nos veem. Um Brasil com pena de morte é um país onde os criminosos pensam antes de fazer qualquer atrocidade, afinal, não querem arriscar suas vidas. Claro que a criminalidade não cairá para 0% apenas com essa medida, mas com certeza terá uma redução significativa. China, Coréia do Norte, Coréia do Sul, 36  estados dos 50 que compõem os Estados Unidos (permitido pelo Governo Federal), Japão- sendo os dois últimos, os únicos países democráticos que utilizam desse tipo de punição- são lugares onde a pena de morte é aplicada. Também são lugares onde temos índices de criminalidade abaixo do brasileiro, o que mostra que seria uma solução eficiente que, se aplicada em conjunto com outras, como por exemplo, a defendida no post Campanha Pró Armamento, pode ser exatamente o que precisamos para viver sem medo, em um país digno, que respeite o direito de todos, mas que também saiba defender seus cidadãos.

Disponível em: http://www.ufrgs.br/vies/vies/um-ponto-de-vista-sobre-a-pena-de-morte-no-brasil/ Acesso em: 18 de maio 2014.

 

 

a) Qual a tese que a autora defende? Em que parágrafo(s) ela pode ser identificada?

b) O que é "falar sobre o politicamente correto"? Essa expressão no texto deixa implícitos de sentido. Quais são?

c) Qual o ditado popular utilizado no texto? Qual o peso argumentativo dele?

d) Qual(is) o(s) argumento(s) mais contundente(s) utilizado(s) pela autora? Ele(s) representa(m) qual tipo de argumento?

e) Qual o contra-argumento considerado?

f) Qual a justificativa para a defesa da pena de morte no Brasil?

g) E você, concorda com a pena de morte? Arrole suas considerações e justificativas.

h) O artigo de opinião apresenta uma estrutura predominante: introdução, desenvolvimento e conclusão. Indique, por meio do número dos parágrafos cada uma destas partes. 

Introdução: _____________§                Desenvolvimento: _____________§                  Conclusão: _____________§ 

 

Atividade 2

O objetivo é corrigir a atividade de um colega e participar das discussões provocadas na e pela correção.

 

Depois das respostas, o professor agrupará, em duplas, alunos com artigos de opinião diferentes para proceder à correção dos textos. Um aluno da dupla checará as respostas do colega, por meio das discussões coordenadas pelo professor, durante a correção.

Professor, essa dinâmica permite que os alunos conheçam o texto que não responderam na atividade anterior. Assim, todos inteiram-se sobre tudo.

 

Atividade 3

O objetivo é escolher um artigo de opinião e propor questões de interpretação.

 

Ainda em duplas e no laboratório de informática com acesso à internet, os alunos deverão buscar por um artigo de opinião e propor questões interpretativas. Depois de propostas, os alunos deverão enviá-las em arquivo para o e-mail de outra dupla de alunos. Estes poderão responder pelo Word e encaminhar de volta para a correção. Uma vez corrigidos, cada dupla devolverá o "feedback" para os que responderam as questões.

 

Professor, essa atividade estimula a autoria e, por conseguinte, reforça a atenção e cuidados necessários para a leitura do texto. Quando os alunos propõem questões de interpretação textual, seu "olhar" para o texto e para o que é discutido torna-se muito mais detido e comprometido. Isso facilita o trabalho de reforço quanto às recorrências e peculiaridades do gênero artigo de opinião.

 

Sugestões de sítios para a busca por artigos de opinião:

http://www.cartacapital.com.br/colunistas Acesso em: 18 de maio 2014.

http://www1.folha.uol.com.br/colunistas/ Acesso em: 18 de maio 2014. 

http://oglobo.globo.com/opiniao/ Acesso em: 18 de maio 2014. 

http://www.estadao.com.br/opiniao/ Acesso em: 18 de maio 2014. 

Recursos Complementares
Avaliação

O objetivo da proposta é os alunos interpretarem artigos de opinião. Assim, a avaliação consiste na adequada interpretação desses textos (que será conferida pelo professor e pelos próprios alunos em parceria), bem como na produção de questões de interpretação textual.

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Sandra Vieira, CEJMC , Rio de Janeiro - disse:
    sahevi2003@yahoo.com.br

    09/09/2015

    Cinco estrelas

    Ajudou-me muito na preparação de uma aula para o Ensino Médio. Tema atualizado, perguntas pertinentes. Parabéns


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