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O ritmo do poema

 

21/05/2014

Autor e Coautor(es)
ROGERIO DE CASTRO ANGELO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias, Lazuita Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Análise e reflexão sobre a língua
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Perceber o conceito de ritmo nos poemas;
  • conhecer os mecanismos para identificar o ritmo de um dado poema;
  • produzir versos e poemas com ritmo definido.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Gênero poema;
  • estrutura de poemas em versos e estrofes
  • divisão de sílabas de uma palavra;
  • silabas tônicas e átonas.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias

  • Discussão oral;
  • Análise e declamação de poemas;
  • Acompanhamento do ritmo de poemas por meio de batucadas;
  • Produção textual.

Recursos

  • Coletânea de poemas (handout).
  • Quadro negro e giz;
  • folha sulfite.

 

Módulo 1

Atividade 1

Para trabalhar com o conceito de ritmo no poema, o professor deverá retomar com os alunos o que são sílabas tônicas e átonas, lembrando que a sílaba tônica é a mais forte de uma palavra, e as átonas são as demais (ou fracas). O professor deverá ressaltar com os alunos que, em alguns poemas, o poeta organiza as palavras de forma que as sílabas tônicas e átonas fiquem numa disposição simétrica ao longo dos versos.

Para exemplificar, o professor distribuirá o poemas abaixo, no qual pode-se notar uma preocupação do poeta com o ritmo, ou seja, com o encadeamento entre as sílabas tônicas e átonas ao longo dos versos.

Primeiramente o professor pedirá aos alunos que marquem quais as sílabas tônicas das palavras de cada verso. Para auxiliar na marcação, os três primeiros versos do poema I- Juca Pirama foram marcados em negrito abaixo. Para realizar essa atividade, o professor incentivará os alunos a acompanharem o ritmo dos versos batucando na mesa e, para as sílabas tônicas devem fazer uma batida forte, para as átonas, uma batida mais fraca, para que eles percebam que ao longo do poema há uma coincidência da localização das sílabas tônicas.

 

Obs: Para facilitar a compreensão de como se faz o acompanhamento do ritmo, é interessante ler um verso, acompanhando com as batidas, depois fazer novamente apenas as batidas, sem ler o verso, para eles perceberem qual o ritmo do verso.

 

I juca pirama

Disponível em: <http://cineclubeiesb.files.wordpress.com/2010/12/i-juca-pirama-02.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

I-Juca Pirama

(Gonçalves Dias)

No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos - cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.


São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!


As tribos vizinhas, sem forças, sem brio,
As armas quebrando, lançando-as ao rio,
O incenso aspiraram dos seus maracás:
Medrosos das guerras que os fortes acendem,
Custosos tributos ignavos lá rendem,
Aos duros guerreiros sujeitos na paz.

[...]

IV

Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.


Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.


Já vi cruas brigas,
De tribos imigas,
E as duras fadigas
Da guerra provei;
Nas ondas mendaces
Senti pelas faces
Os silvos fugaces
Dos ventos que amei.

Disponível em: <http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/GoncalvesDias/IJucaPirama.htm>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Atividade 2

O professor agrupará os alunos em duplas para que eles marquem nos poemas abaixo quais as sílabas tônicas presentes em cada verso, e para que eles busquem a melhor maneira de recitar o poema, acompanhando o ritmo imposto pela alternância entre sílabas tônicas e átonas.

Após eles marcarem nos textos as sílabas tônicas, cada dupla deverá escolher um dos poemas para recitar.

 

Texto 1

Cais matutino
(Ribeiro Couto)

Mercado do peixe, mercado da aurora:
Cantigas, apelos, pregões e risadas
À proa dos barcos que chegam de fora.

Cordames e redes dormindo no fundo;
À popa estendidas, as velas molhadas;
Foi noite de chuva nos mares do mundo.

Pureza do largo, pureza da aurora.
Há viscos de sangue no solo da feira.
Se eu tivesse um barco, partiria agora.

O longe que aspiro no vento salgado
Tem gosto de um corpo que cintila e cheira
Para mim sozinho, num mar ignorado.

Disponível em: <http://poesiacontraaguerra.blogspot.com.br/2008/02/cais-matutino.html>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Texto 2

O RELÓGIO

(Vinicius de Moraes, Paulo Soledade)


Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac...

Disponível em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/musica/cancoes/o-relogio>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Texto 3

A CASA
(Vinicius de Moraes, Sérgio Endrigo, Sergio Bardotti)


Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos Bobos
Número zero


Tonga Editora Musical LTDA

Disponível em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/musica/cancoes/casa>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

O pato

(Vinícius de Moraes)

Lá vem o pato
Pato aqui pato acolá
Lá vem o pato para ver o que é que há
O pato pateta
pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do puleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço de genipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tijela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela

Disponível em: <http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/chico-buarque-e-vinicius-de-moraes/o-pato/2499870>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Módulo 2

Atividade 1

Após terem trabalhado o que é o ritmo dos poemas, o professor apresentará um tipo de poemas chamado Limericks (ou limeriques) que surgiu na Inglaterra e foi difundido no Brasil pela escritora Tatiana Belinky.

O professor deverá apresentar o limerique, explicando que trata-se de um tipo de poema que tem uma estrutura fixa, e que geralmente são poemas de cunho humorístico.

Segundo consta no site do "Premio Tatiana Belinky de limeriques", esse tipo de poema pode ser caracterizado como:

São cinco versos, sendo que o primeiro, o segundo e o quinto são octassílabos e rimam entre si. Já o terceiro e o quarto verso são pentassílabos e também rimam entre si. Além disso, sua temática sempre gira em torno de coisas bem malucas.

Disponível em: <http://portalpanapana.com.br/premio/site/?page_id=11>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Para exemplificar melhor a estrutura, o professor partirá de um exemplo:

Ao ver uma velha coroca
fritando um filé de minhoca
o Zé Minhocão
falou pro irmão:
“Não achas melhor ir pra toca?”

Disponível em: <http://www.escolakids.com/o-mundo-divertido-e-absurdo-dos-limeriques.htm>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Para uma explicação bem detalhada sobre os limeriques, temos inclusive um passo a passo, tal como segue:

 

Limeriques

Disponível em: <http://portalpanapana.com.br/premio/site/?page_id=11>. Acesso em: 20 mai. 2014.

Além de perceberem a estrutura, os alunos deverão notar que o ritmo dos limeriques geralmente é bem marcado.

 

Atividade 2

Após os alunos terem compreendido o que são limeriques, cada aluno deverá produzir pelo menos um limerique, obedecendo à estrutura e ao ritmo desse tipo de poema.

Vale lembrar que os limeriques geralmente são poemas nonsense, ou seja, não precisam fazer muito sentido, o legal é brincar com as palavras, respeitando a estrutura do poema.

 

Atividade 3

Os alunos lerão seus limeriques para a sala toda.

Para fazer uma exposição com os limeriques produzidos, cada aluno copiará seu limerique numa folha sulfite, colocar seu nome e série, e fazer uma ilustração sobre o tema do limerique. Depois, as folhas podem ser afixadas num mural da escola, ou fazer um varal de poesia.

Recursos Complementares

Site com informações sobre o Prêmio Tatiana Belinky de limeriques

Disponível em: <http://portalpanapana.com.br/premio/>. Acesso em: 20 mai. 2014.

 

Sugestão de dez livros de limeriques.

Disponível em: <http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/dez-livros-limerique-738979.shtml>. Acesso em: 20 mai. 2014.

Avaliação
  • Os alunos serão avaliados qualitativamente quanto ao trabalho nas duplas e a participação nas declamações de poemas.
  • Quantitativamente, o professor avaliará os limeriques produzidos pelos alunos, verificando a adequação à forma do poema e também a adequação do ritmo do poema.
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