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Escrevendo textos de opinião sobre o lugar onde vivo

 

24/06/2014

Autor e Coautor(es)
ROGERIO DE CASTRO ANGELO
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias, Lazuita Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Perceber os diferentes temas que podem ser abordados para falar do lugar onde se vive.
  • Reconhecer o posicionamento defendido em textos de opinião que tratem de problemas sociais.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Familiaridade com os textos de opinião;
  • Conhecimento prévio sobre os problemas sociais do lugar onde moram;
  • Habilidades de leitura e escrita de artigo de opinião.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • Pesquisa na internet;
  • leitura e análise de textos de opinião;
  • discussão oral;
  • produção e reescrita de textos.

 

Recursos:

  • Laboratório de informática (alternativamente podem-se utilizar jornais impressos);
  • quadro e giz;
  • xerox de coletânea de textos;
  • suporte para produção textual (computador ou papel).

 

Módulo 1

 

Atividade 1

 

pesquisa

Disponível em: <http://www.ct.ufpb.br/pos/ppgecam/images/arquivos/imagens/pesquisa.jpg>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

Para que os alunos possam escrever, ao final dessa sequência didática, textos de opinião sobre o lugar onde vivem, é necessário que o professor leve notícias veiculadas em jornais locais ou regionais, que contenham informações sobre o município onde os alunos vivam.

 

O professor poderá começar a aula projetando para os alunos algumas notícias de versões online de jornais locais ou regionais, ou ainda levar os alunos para fazer uma pesquisa na internet de notícias sobre o município e a região onde moram, para que os alunos possam identificar, juntamente com o professor, alguns temas de questões sociais presentes no município onde residem, para que, posteriormente, esses temas possam ser discutidos e culminarem na produção de um texto de opinião sobre o lugar onde se vive.

 

A partir das manchetes dos jornais do município (ou das pesquisas de notícias sobre o município), os alunos deverão anotar no caderno quais as questões sociais poderiam ser abordadas em um texto de opinião sobre o município onde eles residem.

 

Professor, é necessário fazer um levantamento das questões sociais que se relacionam mais com a realidade do município específico onde a escola esteja situada, uma vez que não faz muito sentido, por exemplo, ficar falando na questão de congestionamentos quilométricos em um município pequeno, ao passo que em um município de grande porte a questão da mobilidade passa a ser uma preocupação mais recorrente.

 

***

Para exemplificar a atividade, abaixo seguem as manchetes das notícias mais recentes sobre o município de Uberlândia, em Minas Gerais, veiculadas pelo jornal Correio de Uberlândia, na aba Cidade e Região, do dia 20 de junho de 2014.

 

cidades

 

A cada minuto, um veículo é multado na avenida João Naves

Suspeitos explodem caixa da Justiça do Trabalho em Araguari

Idoso é preso suspeito de tráfico de drogas no bairro Jaraguá

Moradia da UFU recebe alunos depois de dois anos inaugurada

Técnicos-administrativos da UFU decidem pelo fim da greve em assembleia geral

Três são presos por tráfico de drogas em bar no bairro Dona Zulmira

Disponível em: <https://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

A partir das manchetes veiculadas no jornal local, os alunos poderiam deduzir algumas questões que poderiam ser escolhidas como tema para as discussões e para a produção textual. São elas:

 

  1. Pelo alto índice de infrações de trânsito, podemos deduzir que a cidade apresenta um problema de desrespeito às regras de trânsito.
  2. Apesar de a manchete 2 apresentar uma notícia sobre a cidade vizinha, Araguari, em Uberlândia também são recorrentes as explosões de caixas eletrônicos, que são uma questão de segurança pública.
  3. Observando as manchetes 3 e 6 podemos perceber que há também um problema no município de Uberlândia relacionado ao tráfico de drogas.
  4. A partir das manchetes 4 e 5, podemos perceber alguns problemas administrativos na Universidade Federal de Uberlândia.

 

A partir dessas e de outras manchetes, os alunos deverão elencar outras questões sociais que poderão ser abordadas ao fazerem um texto de opinião sobre o município de Uberlândia.

 

Algumas possibilidades de temas para discussão e produção textual:

  • transporte público;

  • mobilidade urbana;

  • saúde pública;

  • acesso à moradia;

  • saneamento básico;

  • violência;

  • segurança pública;

  • espaços de esporte e lazer:

  • uso dos recursos hídricos;

  • preservação do meio ambiente;

  • limpeza das vias públicas;

  • poluição visual e sonora.

 

Atividade 2

 

Após terem identificado questões sociais relevantes sobre o município onde vivem, o professor direcionará uma discussão sobre os problemas sociais característicos do município onde se insere a escola.

 

Para essa discussão, cada aluno deverá citar um dos temas/problemas sociais que puderam ser identificados no decorrer da Atividade 1, bem como argumentar sobre quais as causas ou possíveis soluções para a questão abordada.

 

Atividade 3

 

Após terem discutido os temas pertinentes à comunidade onde vivem, o professor distribuirá uma coletânea de textos de opinião sobre diferentes locais do Brasil, escolhido entre os textos 1 a 9.

 

Para cada texto, os alunos deverão:

  1. Identificar qual o tema discutido.
  2. Destacar qual o posicionamento do autor do texto de opinião sobre o tema.
  3. Destacar quais argumentos são elencados para sustentar a opinião defendida.

 

Após a leitura dos textos, o professor direcionará uma discussão sobre os textos, contrastando os problemas elencados nos textos de opinião, com aqueles presentes no próprio município onde os alunos se encontram.

 

TEXTO 1

 

OPINIÃO: “Como você imagina uma área de lazer?”

 

por Karen Melo (estudante e moradora do Complexo do Alemão)

Quando você ganha um presente, qual sua primeira reação? Fica feliz, usufrui e mostra a outras pessoas. E quando ganha algo que você, seus filhos e seus amigos vão desfrutar? Você conserva, e cuida com carinho. Na teoria é bem fácil e prático responder, mas na prática está bem longe de ser realidade.

 

lazer


Há mais ou menos um ano e meio, a comunidade da Fazendinha, uma das comunidades que compõe o conjunto de favelas do Alemão, ganhou sua primeira praça na subida da Rua Antônio Austregésilo, especificamente na antiga Vila Paloma, não tem um nome especifico, pois não se acha placa alguma indicando. Você a encontra completamente abandonada, falta urbanização, conservação e outras opções de brinquedos para as crianças. No alto da praça, com uma área verde está servindo para animais se alojarem e depósito de entulhos.



A praça apresentada aos moradores tinha o objetivo de entretenimento e era especialmente focado para as crianças, possui brinquedos, um espaço enorme vazio, e uma “linda” cachoeira despejando esgoto ao ar livre.


 

lazer - alemão

 

Infelizmente essa é a única área de lazer mais próxima para os moradores da Fazendinha. Como mãe eu te pergunto: Esse é o espaço que você quer para o seu filho? Onde os brinquedos estão quebrados, enferrujados, o chão de areia com objetos cortantes, sem iluminação e de bônus uma linda cachoeira com coliformes fecais sendo despejados a céu aberto.


Como cuidar do que nos foi dado, se já veio cheio de falhas? Como falar para as crianças que aquela área feita pensando nelas, causa perigo a saúde?
 

Até um tempo atrás os próprios moradores conformados com o abandono, jogava seus lixos na praça, mas hoje tem coleta de lixo, o único ponto positivo até agora.
 

Após ler tudo isso que eu te contei, eu pergunto: De quem é a culpa? Minha? Sua? De quem a planejou? Quem deve lutar por ela? O que eu posso fazer como moradora? Com quem falar? Esperar até quando?
 

A degradação de algo que foi para nos beneficiar; machuca. Mais triste é saber que lá do alto, no teleférico onde passam turistas, artistas e políticos, não dá para ver o abandono desta praça e muito menos sentir o cheiro de esgoto que vem da “cachoeira”.
 

Como você imagina uma área de lazer? O que gostaria de ver nela? Eu realmente não sei te responder, não tenho onde me espelhar.

Disponível em: <http://www.raizesemmovimento.org.br/opiniao-como-voce-imagina-uma-area-de-lazer-o-que-gostaria-de-ver-nela-eu-realmente-nao-sei-te-responder-nao-tenho-onde-me-espelhar/>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

 

TEXTO 2

 

Transporte público pioneiro é passado em Curitiba

Publicado em 31/07/2013 | PEDRO PAULO SKROBOT


Curitiba, graças ao arquiteto Jaime Lerner, então prefeito da cidade, foi pioneira na década de 1970 na base do que hoje é considerado um dos mais modernos meios de transporte urbano no mundo: o BRT (Bus Rapid Transport, ou Transporte Rápido de Ônibus). A modernidade, no entanto, ficou para trás. Hoje, as estações-tubo não servem às necessidades de segurança e abrigo da população.

No dia 4 de julho, um homem de 64 anos caiu de dentro de uma estação-tubo que havia sido depredada por vandalismo ocorrido em manifestações no dia 21 de junho. Manifestações motivadas exatamente, a princípio, pelo preço alto e pelas péssimas condições do nosso transporte público. O fato chama a atenção para a importância das estações, onde se pagam as passagens e se aguardam os veículos de transporte. Nesse caso, os vidros e portas da estação, fabricados de forma obsoleta, não resistiram à ação dos criminosos e a Urbs, que não tinha material suficiente para reparar as três estações danificadas, anunciou gasto de R$ 1,5 milhão na restauração.

Tanto o gasto quanto o principal – o acidente – poderiam ter sido evitados se Curitiba não tivesse ficado parada no tempo, vivendo de glórias do passado. E se tivesse, como outras capitais, investido em modernas, seguras, confortáveis e espaçosas estações BRT como as que estão sendo construídas no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e outras cidades. Nessas estações de passageiros, que variam de 70 a 140 metros de comprimento para comportar com comodidade um número maior de pessoas, as bilheterias são dotadas de ar-condicionado e banheiros para maior conforto dos cobradores. A infraestrutura para os usuários do transporte fornece segurança e comodidade, com portas automáticas adaptadas aos ônibus, com sistema de segurança para evitar acidentes durante a abertura ou o fechamento, e vidros sem curvatura vertical – ao contrário das estações-tubo –, o que facilita o uso e a manutenção. Monitores de televisão mostram o tempo de chegada e o destino dos ônibus, e câmeras monitoradas por uma base central de comando captam imagens do interior dos ônibus e das estações, e todo o trajeto dos veículos, permitindo a inclusão ou retirada imediata de ônibus das linhas, conforme o fluxo de passageiros.

Curitiba cresceu quase 30% entre 1991 e 2010 e o sistema de transporte coletivo há muito tempo deixou de ser o modelo ideal, pois não foi atualizado e remodelado para comportar a demanda atual. É preciso pensar na população que enfrenta todos os dias o nosso transporte público, e é difícil entender por que os investimentos necessários não estão sendo feitos.

Pedro Paulo Skrobot é engenheiro civil da Prime Portas Automáticas.

Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1395288&tit=Transporte-publico-pioneiro-e-passado-em-Curitiba>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

TEXTO 3

 

Procedimentos nas UAIS*

 

Ponto de Vista

Completei 85 anos de idade em maio deste ano. O dia não conto porque sempre disse que, “apesar da alta idade ainda não consultara um médico. Minha própria família admira e diz: “Ele tem uma saúde de ferro!”. Pois bem: vejam que de uma hora para outra surgiram dores inesperadas em meu corpo, da cabeça aos pés. No início fingi que não era nada, mas, desta feita, não teve outro jeito senão arranjar coragem e me mandar para a concorrida UAI Martins.

Ali fui atendido com delicadeza, ficando marcada a consulta com um médico de clínica geral, mas, segundo a moça, as vagas do mês já estavam preenchidas e a consulta só seria possível dentro de 30 dias. Voltei para casa e fiquei a esperar à custa de comprimidos de Tandrilax. No dia e hora depois daqueles 30 dias de espera, veio outro atropelo: “O médico está viajando, mas você será chamado por telefone”, disse a moça. Voltei pra casa e esperei a chamada telefônica que avisaria sobre o dia e a hora para “apenasmente” remarcar a consulta. Depois de mais 20 dias flagelantes, fui avisado de que estaria sendo atendido, mas… “só depois de marcada uma nova consulta, pois a outra havia caducado”. Marquei a outra consulta que só aconteceu cinco semanas depois. No entanto, o médico foi rápido e rasteiro. Deu-me uma olhada de cima para baixo para, então, indagar: “O que é mesmo que está acontecendo com você?”. Meio indeciso, respondi: Não está acontecendo nada comigo, doutor! São apenas dores intermitentes da cabeça aos pés, entende? “O médico nem perguntou por mais nada; franziu a testa, ajeitou os óculos, pegou a caneta, escreveu e passou-me uma folha de papel timbrado na qual estava escrito ou rabiscado: “Solicito consulta com médico em reumatologia”.

Ora, ia até me esquecendo de que o médico orientou-me a procurar o guichê preferencial onde seria marcada a nova consulta. Esbarrando em pessoas pela esquerda, pela direita, acabei chegando no tal guichê. A moça atendeu-me e disse: “Nós não temos médico nesta especialidade, mas vou encaminhá-lo para a UAI Roosevelt onde o senhor será atendido. De fato: fui atendido, mas… depois de quatro semanas tomando Tandrilax e Tylex! Lá na UAI Roosevelt, a médica foi rápida com a consulta e explicou quase direitinho: “Para mim, você tem reumatismo no sangue, artrose e problemas sérios na coluna lombar; vou pedir radiografias das articulações de todo o seu corpo; vamos aguardar ‘mais um pouquinho’, pois dependendo também dos resultados das análises de urina e sangue; só depois disso é que poderei receitar os medicamentos necessários”. Afinal, os exames de laboratório confirmaram reumatismo no sangue, mas as radiografias ficaram prontas depois de mais de quatro semanas confirmando, em parte, o diagnóstico apontado pela doutora. As radiografias indicaram, também fratura na coluna, três bicos de papagaio e dois esporões nos calcanhares. Com mais uma consulta de retorno, a doutora prescreveu Reuquinol e Artrolive para o reumatismo e mais 30 inserções de fisioterapia. Ora, já se passaram quatro semanas de espera pelas “benditas” inserções de fisioterapia e elas só serão realizadas por uma clínica parceira a ser indicada pelo Posto de Saúde Lagoinha, mas… “assim que houver vaga”. Foi isto o que me disse a moça da UAI. Sim: meu telefone continua o mesmo – 3217-1071. (Em tempo: nas três UAIs onde estive, várias pessoas contaram-me histórias semelhantes.

Alberto de Oliveira
Jornalista

*UAI - Unidade de Atendimento Integrado - nome dado aos postos de saúde da cidade de Uberlândia, MG.

Disponível em: <http://www.correiodeuberlandia.com.br/pontodevista/2014/06/13/procedimentos-nas-uais/>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

TEXTO 4

 

A falta de saneamento

 

Sétima maior economia do mundo, o Brasil apresenta índices de saneamento básico de país subdesenvolvido. O Atlas de Saneamento 2011, recém-publicado pelo IBGE, permitindo uma melhor avaliação da Pesquisa de Saneamento Básico 2008, mostra que somente 45,7% dos domicílios em todo o País têm acesso a redes de esgotos sanitários. Frequentemente, são redes restritas a algumas áreas das metrópoles ou às sedes dos municípios menores. E 2.495 dos 5.564 municípios do País não contam com nenhum tipo de esgoto sanitário. O Estado de São Paulo, onde apenas um município não dispõe desse serviço, é a exceção. Mas, como nota o IBGE, o fato de um município oferecer algum tipo de serviço de saneamento já leva a incluí-lo entre os que são atendidos, independentemente da abrangência, eficiência e do número de ligações domiciliares.

Tem havido avanço, mas muito lento. Pela mesma pesquisa, realizada em 2000, só 33,5% dos domicílios eram servidos por redes de esgotos. Mais da metade da população brasileira continua sendo obrigada a se servir de fossas sépticas ou de alternativas mais rudimentares como fossas a céu aberto ou lançamento de dejetos em cursos d'água, em detrimento das condições de salubridade e do meio ambiente.

A desigualdade entre regiões é bem nítida também sob esse ângulo. A Região Sudeste é a mais bem servida (69,8% dos domicílios), seguindo-se as regiões Centro-Oeste (33,7%) e Sul (30,2%). Os maiores problemas estão no Nordeste (29,1%) e, principalmente, na Região Norte (3,5%). Segundo o IBGE, as deficiências são mais acentuadas nas cidades de menos de 50 mil habitantes e nas áreas rurais. Considerando as dimensões do País, o avanço do agronegócio e as necessidades de preservação florestal em áreas de escassa população, talvez seja impossível a universalização dos serviços de esgotos sanitários no Brasil. De qualquer forma, o saneamento básico deveria ser condizente com a taxa de urbanização nacional, que está em torno de 85% da população, projetando-se um avanço para 93% por volta de 2050.

Os governos, nos três níveis, têm elevado os seus investimentos nesse setor, mas nunca na medida do necessário, apesar do contínuo aumento da carga tributária. Como afirmou o professor Rogério L. F. Werneck, em artigo publicado no Estado (28/10), percebe-se com clareza "a inexplicável carência de recursos que ainda persiste em áreas nas quais a atuação do Estado é indiscutivelmente essencial", como o saneamento básico.

Nas grandes metrópoles, se forem consideradas apenas as necessidades de esgotos sanitários, a situação é melhor, mas os grandes centros do País estão ainda muito longe de alcançar o nível não só dos países mais avançados, mas mesmo de alguns países vizinhos da América Latina, que deram mais atenção às necessidades de prevenção de transmissão de doenças por meio da melhoria das condições de saneamento.

Em sentido mais amplo, entendendo-se o esgotamento sanitário como compreendendo não só a coleta de esgotos, mas também estações de tratamento e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais, as maiores cidades brasileiras ainda deixam muito a desejar. Brasília, sendo uma cidade planejada, mas que cresceu muito além do projetado, apresenta o melhor nível de atendimento do País no que se refere a esgotos (86,4% dos domicílios), mas se vê diante de problemas para lidar com seus lixões.

Muita culpa cabe às administrações municipais, mas, na realidade, as autoridades nos diferentes níveis de governo estão mais interessadas em realizar obras vistosas, às vezes faraônicas, que podem lhes render dividendos eleitorais, do que obras subterrâneas. Alguns governos só se dispõem a realizar tais obras quando contam com verbas ou empréstimos a juros baixos pelo BNDES, que financia alguns projetos de saneamento incluídos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

Quanto ao tratamento de resíduos sólidos e de águas pluviais, as grandes enchentes, que assolam no verão as grandes metrópoles brasileiras, aí estão para demonstrar o descaso com que essas questões continuam a ser tratadas.

Disponível em: <http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-falta-de-saneamento-imp-,794405>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 


TEXTO 5

 

Transporte público pior

 

Apesar dos investimentos na expansão da rede de metrô e na modernização das linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e das promessas da Prefeitura paulistana de melhoria do sistema de ônibus na capital, os usuários estão mais descontentes com o transporte público na Grande São Paulo. Para eles, os serviços de metrô, ônibus e trens metropolitanos pioraram em 2011.

Motivos para o descontentamento não faltam. O excesso de passageiros é uma das principais queixas dos usuários dos transportes públicos da capital e dos demais municípios da Grande São Paulo, de acordo com pesquisa anual patrocinada desde 2005 pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) - entidade da qual fazem parte as empresas públicas e sindicatos de empresas privadas do setor.


A espera excessiva, pois muitas vezes o trem ou ônibus chegam lotados e não conseguem receber mais passageiros nos pontos de parada, e a baixa velocidade de circulação (no caso dos ônibus) são outros pontos negativos do sistema de transporte público da maior região metropolitana do País.
No ano passado, a qualidade dos serviços piorou em todas as modalidades de transporte público, na opinião dos usuários. O metrô, por exemplo, foi considerado "excelente ou bom" por 74% dos entrevistados, uma avaliação muito positiva se comparada com a de outros meios, mas 10 pontos inferior à de 2009. O sistema está sendo "vítima de seu próprio sucesso", na interpretação que o engenheiro Rogério Belda, diretor da ANTP, dá à queda da avaliação, a seu ver consequência da expansão da rede metroviária. "Quando tinha poucas linhas, era avaliado pelo serviço delas. Agora, há um embrião de rede", diz Belda.


A direção do metrô ressalta que o sistema absorveu mais 1,3 milhão de passageiros em 2011, sendo 500 mil em razão da abertura das Estações República e Luz da Linha-4. Esse número mostra que havia, e ainda há, grande demanda por transporte público eficiente como o metrô, ainda que lotado nos horários de pico.


O fato, lembrado pela empresa, de que "São Paulo é a única cidade no mundo ocidental com quatro obras do metrô em andamento" - nas Linhas 2-Verde, 4-Amarela, 5-Lilás e 17-Ouro - mostra que as autoridades estão procurando atender a essa demanda, que se manteve reprimida durante muitos anos.
Também os serviços da CPTM tiveram, em 2011, avaliação pior do que no ano anterior. Dos entrevistados em 2011, 48% consideraram seu serviço bom ou excelente, contra 54% na pesquisa anterior. Avaliados isoladamente, dois sistemas foram considerados os melhores da Grande São Paulo: o Expresso Tiradentes (80 mil passageiros por dia) e a linha São Mateus-Jabaquara operada pela Emtu (250 mil passageiros por dia).


Já a avaliação do sistema de ônibus - o mais importante de todos, pois é utilizado por mais da metade dos usuários de transportes públicos da região - foi a que ais piorou. Em 2010, 59% diziam que o serviço era ótimo ou bom; em 2011, apenas 40%. O problema é mais complicado em São Paulo. A SPTrans, responsável pelos ônibus da capital, tem informado que, de 2005 até agora, mais de 80% da frota foi renovada, e muitos veículos foram substituídos por outros de maior capacidade. Assim, mesmo sem aumento da frota, a oferta de assentos cresceu.


Do ponto de vista operacional, porém, os usuários não viram grande melhora. Dos 66 quilômetros de corredores de ônibus prometidos pela Prefeitura no início do ano passado muito pouco saiu do papel. A velocidade média dos veículos - que, como o índice de lotação, é fator essencial para o conforto do passageiro -, se não diminuiu, continua muito baixa, o que torna as viagens cada vez mais irritantes.


O transporte público tornou-se "um agente comprometedor da qualidade de vida" de muitos moradores da Grande São Paulo, observou Maria Aparecida Toledo, uma das coordenadoras da pesquisa da ANTP. Não é de estranhar, por isso, que sua avaliação seja cada vez pior.

 

Disponível em: <http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,transporte-publico-pior-imp-,833920>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

TEXTO 6

 

O indecente transporte público

 

Superlotação. Sufoco. Atrasos. Péssima qualidade. O transporte público em Fortaleza pode ser resumido com essas palavras. Todos os dias, o fortalezense enfrenta uma via-crúcis para se locomover pela Cidade de ônibus. Eles são verdadeiras latas de sardinha ambulantes. Ou melhor, até as sardinhas conseguem ter um pouco mais de espaço, se comparadas com os nossos coletivos em horário de pico.


Quando o transporte público falha, não tem jeito. O cidadão corre para a concessionária na primeira oportunidade. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/CE), entraram 12 mil novos veículos nas ruas da Capital só nos três primeiros meses deste ano. Todo mundo paga o pato dessa escolha desastrosa.

A “imobilidade urbana” é um fenômeno cada vez mais comum em Fortaleza. O quadro só tende a piorar.


O desalentador é constatar que nenhuma medida ou estudo é feito para tentar tirar o transporte público do estado de calamidade em que está hoje. Os governistas de plantão talvez venham me lembrar do tão propalado “Bilhete Único”. Sem dúvida, uma medida importante, que vai facilitar a vida dos passageiros. Mas, por si só, não resolverá todas as deficiências dos coletivos. Os ônibus continuarão superlotados e isso precisa ser combatido urgentemente.

As obras de construção de corredores exclusivos para ônibus arrastam-se há anos, a ritmo de lesma. Essa incompetência do poder público em tocar obras tão vitais para os cidadãos é lamentável.

Precisamos expandir, rapidamente, o número de corredores prioritários e exclusivos de transporte coletivo. A disputa entre ônibus e carros é injusta. O transporte individual é o responsável pelos engarrafamentos e, assim, deve arcar com esse ônus. É justo que o caminho do ônibus fique livre, já que ele tem a capacidade de transportar muito mais pessoas.

Melhorar o sistema público de transporte é um desafio e tanto. Por isso, precisa de gestores que tenham ousadia e coragem de implementar medidas que, talvez, soem até impopulares no primeiro momento (para quem utiliza o carro, obviamente).

Pessoas com perfil burocrático ou que adote o discurso de que “a frota atual atende a demanda” estão dispensadas.

Geimison Maia

geimisonmaia@opovo.com.brRepórter do Núcleo de Cotidiano do O POVO

Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2013/06/17/noticiasjornalopiniao,3075860/o-indecente-transporte-publico.shtml>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

TEXTO 7

 

Violência urbana

 

As grandes metrópoles estão convulsionadas. Crimes, sequestros, estupros e corrupção. A degradação do ser humano. Violência urbana, o índice de criminalidade comparado as guerrilhas urbanas.

A superpopulação tem repercussão funesta na sociedade, e como consequência a obrigação de manter um número crescente de criminosos, idiotas e loucos. Paranoicos, esquizofrênicos, maníacos e oligofrênicos.

Consideramos a educação um extraordinário agente de formação, estabilidade e desenvolvimento da personalidade. Os educadores sempre tiveram papel destacado na cultura e na existência. É essencial que o professor esteja preparado em questões relativas às drogas, planificando uma apresentação lógica e científica.

As informações devem atingir o nível do conhecimento intelectual da criança e do jovem. As noções introduzidas e desenvolvidas sedimentam um condicionamento psicológico que evita contato do adolescente com a droga, facultando-se um conhecimento honesto dos efeitos indesejáveis dos tóxicos, sem reprimir. Assim sendo, com o apoio dos pais e da família, o jovem torna-se refratário e antagônico aos tóxicos. A invasão das drogas pelo tráfico internacional ocorre por terra, mar e ar. O país deve se defender da invasão das drogas com as Forças Armadas do Exército, Marinha e Aeronáutica. Um perfeito Serviço de Inteligência e Segurança Pública reduziria e controlaria em grande parte a oferta, a distribuição e o uso de drogas ilícitas.

Os pais devem observar instabilidade escolar, comportamento antissocial, indisciplina e agressividade. Amigos de procedência duvidosa e hábitos contraditórios aos da família. Sintomas clínicos, abstração e hipomnésia. Ser viciado não é afirmação social, econômica ou sexual. Pelo o contrario, pode significar alienação, frustração, impotência ou psicose. O haxixe legalizado na Holanda incentivou o tráfico e a criminalidade, o vício e dependência, segundo Renée Wizsenk. Contra a liberação, Grainny Kenny presidente da Europe Against Drugs argumenta: liberação das drogas ilícitas seria uma catástrofe com aumento incontrolável da drogadição, violência urbana e criminalidade.

O modismo ou a mania dos tóxicos relevando incontestável malefício à humanidade. Dizimando centenas de milhares de jovens, promovendo a desintegração da família e da sociedade, conduzindo através de labirintos e tumultos. Considerando-se o devaneio e as elaborações psicóticas das drogas, teremos como resultado grande decepção, abrindo-se uma janela para o mundo do crime.

Que o homem ganha com a liberação das drogas? Saúde ou enfermidade? Amor ou violência? O paraíso ou o inferno? A liberdade ou a escravidão? A vida ou a morte? Estresse, desordens psicossociais e mentais.

Existem diversos estilos de enfrentamento e manejo do estresse. Resolução do conflito, suporte social e esperança vital. Esperança e satisfações vitais com a família, trabalho, artes, esportes e espiritualidade. Fé em Deus. Como recursos terapêuticos psicologia cognitiva e neurofármacos. Viver não é uma arte fácil. E a família é o maior símbolo, luz e caminho notadamente para os mais jovens, todos juntos, orando um ideal supremo espiritualmente em paz.

Josué de Castro
médico, professor e escritor

Disponível em: <http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/opiniao/violencia-urbana-1.519569>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

TEXTO 8

Nova cidade

 

Fortaleza possui padrão de mobilidade fundado no automóvel que garante a expansão da cidade contínua e para todos os lados, sem considerar os custos das redes de infraestrutura de água, esgoto, sistema viário, transporte público para atender esse modelo de crescimento urbano. Regra geral, a análise e planejamento desse modelo acontece fragmentariamente, dissociando uso do solo, proteção ambiental, sistema de transporte público de passageiros e circulação de veículos particulares.


Consequências desse padrão são noticiadas diariamente: problemas ambientais gerados pela alta produção de gases poluentes; acidentes de trânsito transformados em questão de saúde pública devido aos alarmantes índices; engarrafamentos imensuráveis que causam mal-estar e insegurança no trânsito.

Solução para os engarrafamentos: mais vias, mais viadutos, mais rotatórias, mais semáforos com o objetivo de possibilitar ao transporte motorizado mais fluidez. Deriva daí o círculo vicioso: mais vias, mais carros, mais congestionamento, mais vias, mais carros, mais congestionamento...

70% do espaço público das metrópoles estão ocupados pelo sistema viário destinado aos automóveis, que transporta pouco mais de 30% dos habitantes dessas cidades. Isto é privatização do espaço público, a qual concorre para o desaparecimento da vida pública, substituída por um modo de vida mais individualista em que o uso do transporte particular colabora em larga medida.

A nova cidade requer uso do solo, proteção ambiental e circulação pensados, implantados e avaliados de modo integrado; utilização do espaço público como lugar de convivência e não apenas lugar de passagem, de circulação; aumento das áreas de calçadas com conforto e segurança que estimule caminhadas casa-trabalho, casa-lazer, trabalho-lazer; planejamento de tráfego e trânsito que inclua meios não motorizados como bicicletas e priorize o pedestre.

Joaquim Cartaxo

cartaxo@hurb.com.br Arquiteto urbanista e secretário de formação política do PT/CE

Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/03/24/noticiasjornalopiniao,3224988/nova-cidade.shtml>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

TEXTO 9

 

É hora de efetivar o direito à moradia

 

24 de agosto de 2013

“Podemos acreditar que se desenha um novo cenário para a habitação de interesse social”

por Gorete Fernandes(*)

Há décadas, a partir da questão do êxodo rural, as capitais, entre elas, Fortaleza, se viram diante de uma crescente demanda de habitação. Em um cenário de inexistência de uma política de habitacional, portanto, se formaram as primeiras favelas. Em Fortaleza, temos mais de 600 favelas e em torno de 100 áreas de risco.

Em 30 anos de Federação de Entidades de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF), trabalhamos para construir uma política de habitação de interesse social e tantas outras políticas de benefício para o povo das favelas, como a discussão do Planejamento Urbano. Durante muitos anos, também contribuímos com os movimentos de mutirão habitacional, como a primeira grande alternativa criada pela força do povo para resolver algumas demandas da população carente.

Ao repassar essa história, hoje temos consciência que se abre um novo horizonte. Após décadas de luta, a gente pode exigir as demandas histórias do atendimento do direito à cidade e do direito à moradia, por meio do Estatuto da Cidade, que hoje completa 10 anos e que teve como relator o senador Inácio Arruda. Foi a partir da aprovação deste Estatuto, ainda no Governo Lula, quando criado também o Conselho Nacional das Cidades, que tivemos a oportunidade de ter alguns avanços, como a Lei da Mobilidade, do Saneamento Básico e da Assistência Técnica para as Organizações do Movimento Social produzirem moradia, possibilidade esta que gerou, ainda em 2009, a modalidade Entidades do maior programa de habitação da história do Brasil, o Minha Casa, Minha Vida. Isso permite hoje ao movimento social construir 3.520 novas casas.

Podemos reconhecer atualmente que há compromisso da Prefeitura de Fortaleza e do Governo do Estado com a retomada de obras de conjuntos habitacionais, que há anos eram levados sem a menor prioridade, requalificando o que estava parado, dando a oportunidade para, de uma vez por todas, atendermos as demandas das áreas de riscos, assim como trabalhar com novos projetos de unidades habitacionais, urbanização e saneamento.

Ao acompanhar a união de forças de movimentos sociais, empresas sérias e governos, podemos acreditar que se desenha um novo cenário para a habitação de interesse social. Neste mês da habitação, vemos que a celebração deste grande arco de parceria nos levará a não só produzir casas, mas prover as novas áreas de habitação com equipamentos públicos, como creches, escolas, postos de saúde e outros.

Portanto, para nós que estamos nas ruas, nas comunidades, nas favelas, cabe cobrar a condução destas políticas e parabenizar a organização do povo, que através de suas principais armas, a união e a coragem, realiza a verdadeira batalha, que é o enfrentamento da desigualdade de classes. Povo de Fortaleza, é hora de efetivar o direito à moradia!

(*) Presidente da Federação de Entidades de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF)

Disponível em: <http://direitoamoradia.org/?p=21426&lang=pt>. Acesso em: 20 jun. 2014.

 

Módulo 2

 

Atividade 1

 

Os alunos deverão escolher um dos temas discutidos no Módulo 1 e escrever um texto de opinião sobre o município onde vivem.

 

O professor deve ressaltar que o texto de opinião não apenas apresenta um posicionamento sobre o tema, mas fundamenta a opinião valendo-se de argumentos.

 

Atividade 2

 

Os alunos deverão ler seus textos para os colegas, acatando possíveis sugestões para a elaboração de uma versão final.

 

Após a revisão da primeira versão, os textos poderão ser divulgados por meio de um blog da escola/disciplina.

Recursos Complementares

Textos dos finalistas da Olimpíada de Língua Portuguesa de 2012. A partir da página 208 o gênero proposto são os Artigos de Opinião.

Disponível em: <https://www.escrevendoofuturo.org.br/images/stories/publico/material/2012_livro.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2014.

Avaliação

A avaliação será realizada processualmente, ou seja, ao longo das propostas de trabalho, por meio da participação produtiva dos alunos.


 
Além disso, a escrita e a reescrita de textos poderá ser um instrumento de avaliação quantitativa utilizado pelo professor.

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