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Analisando os elementos narrativos de um relato

 

21/07/2014

Autor e Coautor(es)
ALINE CARRIJO DE OLIVEIRA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Relações sociopragmáticas e discursivas
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Reconhecer as características do relato em textos.
  • Perceber o efeito de subjetividade no uso da primeira pessoa do singular no discurso da ordem do relatar.
  • Incentivar o aluno a ler textos clássicos.
Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Características discursivas da ordem do narrar.
  • Elementos da narrativa.
  • Verbos: Modo Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.
  • Os três principais tempos dos verbos: Presente, Pretérito e Futuro.
  • Os sentidos e as relações temporais provocadas no uso dos verbos (passado completo, incompleto ou passado anterior; presente para rotina, hábito, contemporaneidade ao ato da enunciação; futuro do presente e do pretérito).
Estratégias e recursos da aula

ESTRATÉGIAS:

  • Recapitulação dos conceitos dos modos verbais e dos efeitos de sentido produzido pela escolha deles.
  • Leitura e análise de um trecho de um capítulo do romance Relato de um náufrago, de Gabriel Garcia Márquez.
  • Construção de uma linha temporal para percepção da cronologia dos fatos e da relevância deles.
  • Interpretação textual.

 

RECURSOS:

  • Data show.
  • Power Point.
  • Folha com material impresso (“Eu era um morto”, in Márquez, Gabriel Garcia. Relato de um náufrago e o esquema temporal dos eventos narrados).

 

Aula 1 - Gênero discursivo

Professor, os modos e tempos verbais carregam a enunciação de sentido e podem deixar implícita ou declarada a opinião do autor. Cientes disso, trabalhar com o gênero do relato e suas variações é demonstrar para o aluno, na prática, os efeitos de linguagem pertencentes aos gêneros da ordem do relatar.

Atividade 1

Relato

Imagem disponível em: http://www.alunosonline.com.br/upload/conteudo_legenda/950146e58aace72b95228ac8894e067d.jpg, acesso em 24/06/2014.

Questione aos alunos se eles já viveram alguma aventura, seja boa ou ruim, se corriam o risco de morte ou não etc. Peça a alguns deles que relatem aos colegas as suas aventuras.

Professor, após os alunos apresentarem oralmente suas aventuras, distribua o capítulo Eu era morto, in Relato de um náufrago, de Gabriel Garcia Márquez. 

Enquanto isso, questione sobre a popularidade desse autor colombiano entre os alunos perguntando:

  • Vocês já ouviram falar em Gabriel Garcia Márquez?
  • Já ouviram falar em “Cem anos de solidão”?
  • E em “Amor nos tempos do cólera”?

Imagem disponível em: http://www.espalhafactos.com/wp-content/uploads/2012/07/gabriel-garcia-marquez-02.jpg, acesso em 24/06/2014.

Professor, informe aos alunos que o autor morreu em 17 de abril de 2014, aos 87 anos. Ainda dirá que o site do G1 publicou na ocasião que Gabriel Garcia Márquez é considerado um dos maiores autores do século XX. Projete uma pequena biografia do autor supracitado para produzir um efeito de proximidade do objeto a ser analisado e os alunos.

 

Gabriel Garcia Márquez nasceu em 6 de março de 1927, em Aracataca, na Colômbia.

Começou a estudar Direito e Ciências Políticas na Universidade Nacional da Colômbia, mas não concluiu o curso.

A coluna POP & ARTE do G1 afirma que o autor preferiu iniciar carreira no jornalismo.

(Fonte: POP & ARTE, disponível em: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/04/escritor-gabriel-garcia-marquez-morre-dizem-jornais.html, acesso em: 11 jun. 2014.).


 

Na sequência, apresente a sinopse do livro Relato de um Náufrago para contextualização do capítulo escolhido para a atividade.

SINOPSE

O livro Relato de um Náufrago, escrito por Gabriel García Márquez, conta a história de um marinheiro sobrevivente de um náufrago no ano de 1955 no mar do Caribe.

No livro é relatado que um destróier da marinha Colombiana sai de Mobile nos Estados Unidos da América em direção a Cartagena de las Indias na Colômbia cheio de mercadorias contrabandeadas. Duas horas antes de sua chegada, a 28 de Fevereiro de 1955, grandes ondas varrem o convés do destróier levando 8 marinheiros e grande parte da mercadoria ao mar. Por estar muito pesado, o destróier não pode voltar e busca-los. Apenas Luís Alexandre Velasco consegue alcançar uma balsa, e passa por muitas dificuldades durante 10 dias no mar, como fome e a sede e após esse período chega em uma vila de pescadores no norte da Colômbia. Eles não o reconhecem, porém cuidam dele e levam-no até o hospital mais próximo.

Era época de ditadura militar na Colômbia e o governo não revelou a história verdadeira ao povo, eles não falaram do contrabando, disseram que houve uma tormenta, e impediram qualquer um de falar com o marinheiro além de sua própria família, os médicos e os jornalistas do governo, no entanto um jornalista da oposição se fingiu de médico e entrou para falar com Velasco.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Relato_de_um_N%C3%A1ufrago, acesso em 09/07/14.

Pergunte aos alunos se pela sinopse dá para saber se o livro é interessante, sobre o que ele fala, qual é o gênero do texto etc.

Professor, espera que seus alunos demonstrem oralmente perceber que a sinopse é um texto muito curto para se compreender o romance inteiro, mas que por ela percebe-se que será relatava o drama de um sobrevivente do mar.

Depois das hipóteses levantadas pelos alunos, entregue para eles uma cópia de um trecho do capítulo Eu era um morto (in: MÁRQUEZ, Gabriel Garcia. Relato de um náufrago. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1970. p. 70-3) e solicite que eles façam a leitura do texto em casa e preparem uma análise literária sobre os elementos da narrativa do fragmento para a próxima aula.

GUIA PARA A ANÁLISE LITERÁRIA

 

  • Qual é o objetivo desse fragmento?
  • O que vocês perceberam quando leram o texto?
  • O personagem está valendo-se de que tipo de texto? Argumentativo? Expositivo? Narrativo? Injuntivo? Ou descritivo?
  • Narrador?
  • Personagens?
  • Tempo?
  • Espaço?
  • Enredo?

 

EU ERA UM MORTO

 

Não me lembro do amanhecer do sexto dia. Tenho uma ideia nebulosa de que, durante toda a manhã, fiquei prostrado no fundo da balsa, entre a vida e a morte. Nesses momentos, pensava em minha família e a via tal como me contaram agora que esteve durante os dias do meu desaparecimento. Não fiquei surpreso com a notícia de que tinham me prestado homenagens fúnebres. Naquela sexta manhã de solidão no mar, pensei que tudo isso estava acontecendo. Sabia que haviam comunicado à minha família o meu desaparecimento. Como os aviões não voltaram, sabia que tinham desistido da busca e que me haviam declarado morto.

Nada disso era errado, até certo ponto. Em todos os momentos, tratei de me defender. Encontrei sempre um meio de me defender. Encontrei sempre um meio de sobreviver, um ponto de apoio, por insignificante que fosse para continuar esperando. No sexto dia, porém, já que não esperava mais nada. Eu era um morto na balsa.

À tarde, pensando que logo seriam cinco horas e os tubarões voltariam, fiz um desesperado esforço para me levantar e me amarrar à borda. Em Cartagena, há dois anos, vi na praia os restos de um homem destroçado por tubarão. Não queria morrer assim. Não queria ser repartido em pedaços entre um montão de animais insaciáveis. Eram quase cinco horas. Pontuais, os tubarões estavam ali, rodando a balsa. Levantei-me penosamente para desatar os cabos do estrado.

A tarde era fresca. O mar, tranquilo. Senti-me ligeiramente fortalecido. Subitamente, vi outra vez as sete gaivotas do dia anterior e essa visão infundiu em mim renovados desejos de viver.

Nesse instante teria comido qualquer coisa. A fome me incomodava. Mas o pior era a garganta e a dor nas mandíbulas, endurecidas pela falta de exercício. Precisava mastigar qualquer coisa. Tentei arrancar tiras de borrachas dos sapatos, mas não tinha com que cortá-las. Foi então que lembrei dos cartões da loja de Mobile.

Estavam num dos bolsos da calça, quase completamente desfeitos pela umidade. Rasguei-os, levei-os à boca e comecei a mastigar. Foi um milagre: a garganta se aliviou um pouco e a boca se encheu de saliva. Lentamente continuei mastigando, como se aquilo fosse chiclete.[...] Pensava continuar mastigando os cartões indefinidamente para aliviar a dor das mandíbulas e até achei que seria desperdício jogá-los no mar. Senti descer até o estômago a minúscula papa de papelão moído e desde esse instante tive a sensação de que me salvaria, de que não seria destroçado pelos tubarões. [...]

Afinal, amanheceu o meu sétimo dia no mar. Não sei por que estava certo de que esse não seria o último. O mar estava tranquilo e nublado, e quando o sol saiu, mais ou menos às oito da manhã, eu me sentia reconfortado pelo bom sono da noite. Contra o céu cinza e baixo passaram sobre a balsa as sete gaivotas.

Dois dias antes eu sentira uma grande alegria vendo as sete gaivotas. Mas quando as vi pela terceira vez, depois de tê-las visto durante dois dias consecutivos, senti o terror renascer. “São sete gaivotas perdidas”, pensei, com desespero. Todo marinheiro sabe que, às vezes, um bando de gaivotas se perde no mar e voa sem direção, durante vários dias, até encontrar e seguir um barco que lhes indique a direção do porto. Talvez aquelas gaivotas que vira durante três dias fossem as mesmas todos os dias, perdidas no mar. Isso significa que eu me distanciava cada vez mais da terra.

 

(MÁRQUEZ, Gabriel Garcia. Relato de um náufrago. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1970. p. 70-3.)

 

Aula 2 - Desbravando o texto

Imagem disponível em: http://www.elresumen.com/tapas_libros/relato_de_un_naufrago.jpg, acesso em 24/06/2014.

Professor, peça aos alunos para se munirem com as análises que fizeram do fragmento que levaram para casa. Divida a sala em dois grupos e apresente a seguinte atividade:

Esse texto lido é uma situação discursiva como qualquer outra e, por isso, ele tem um público-alvo, um tema e uma estratégia textual. Para percepção desses apontamentos, foi solicitado a vocês que se preparassem para a análise literária dos elementos da narrativa que estavam presentes no trecho lido. Para tanto, reúnam-se, discutam as suas respostas individuais e cheguem a um consenso do grupo para ser apresentado à classe.

Espera-se que os alunos levantem hipóteses sobre o objetivo de narrar o que aconteceu durante o tempo em que o náufrago ficou à deriva. Percebam que parece que ele dialoga com alguém, como se respondesse a perguntas e que o texto possui, então, características narrativas.

 

  • Qual é o objetivo desse fragmento?
  • O que vocês perceberam quando leram o texto?
  • O personagem está valendo-se de que tipo de texto? Argumentativo? Expositivo? Narrativo? Injuntivo? Ou descritivo?
  • Narrador?
  • Personagens?
  • Tempo?
  • Espaço?
  • Enredo?

Espera-se que os alunos levantem hipóteses sobre o objetivo de narrar o que aconteceu durante o tempo em que ficou à deriva, perceberem que parece que ele dialoga com alguém, como se respondesse a perguntas e que o texto possui, então, características narrativas.

E para ajudá-los a perceber os elementos da narrativa no capítulo supracitado, depois da tentativa de análise deles, pode-se projetar as perguntas e posteriormente a elas as respostas correspondentes esperadas.

  • Quem narra a história? - O náufrago!
  • Quem são os personagens? As gaivotas, os tubarões parecem personagens para vocês? – Não!
  • O narrador pode ser personagem? - Sim!
  • O tempo desse fragmento, qual é? - Nós podemos perceber dois: o tempo em que o narrador leva para relatar o fato e o tempo de sete dias em que o narrador ficou à deriva.
  • Qual o espaço desse fragmento? - Também podemos observar dois: um lugar a salvo, não revelado nesse trecho, onde ele faz o relato a alguém e o outro é o mar, onde ele se encontra à deriva.
  • E o enredo desse fragmento? - Um náufrago recuperado relata sobre suas angústias, medos e as dificuldades que passou durante o tempo em que estava à deriva no mar e algumas impressões em relação à sua pseudomorte, após seu resgate.

Professor, pergunte, após a verificação das hipóteses dos alunos sobre os elementos da narrativa, a respeito da veracidade do texto:

  • Ele produz o efeito de sentido de real?
  • A narrativa está embasada em suposições, ordens, manual de como fazer, fatos, rotinas etc.?
  • Ela possui marca de quando a história se passa?

 

Nessa hora o professor deverá ajudar seus alunos a compreenderem que a narrativa está embasada em fatos já acontecidos, para tanto, entregará uma linha temporal para organizar os fatos da história e analisá-la com os alunos.

Imagem do arquivo da própria autora.

Após a apresentação do esquema cronológico, ajude os alunos a compreenderem que:

  • pode-se perceber que ele relata as situações em que ele se encontrava e as sensações que tinha diante daqueles eventos;
  • os fatos são todos anteriores ao fato de relatar, ou seja, precisa haver a marca de passado acabado, concluído antes da ação que configura o personagem principal em narrador dos fatos.

Na sequência, pergunte aos alunos:

  • Quais são as marcas de tempo passado e completo no texto?

Espera-se que os alunos levantem os advérbios de tempo e o tempo dos verbos.

  • E o efeito de fato verdadeiramente acontecido fica marcado como no texto?

Espera-se que os alunos lembrem-se da verossimilhança do texto, pois é possível que o conteúdo relatado no texto tenha acontecido e o efeito de verdade marcado pelo verbo do modo indicativo. 

 

Aula 3 - Sistematizando

Professor, promova uma breve recapitulação:

  • Percebemos então que nesse gênero há, em sua maioria, características narrativas e os verbos encontram-se no passado e no modo indicativo.

E continue a motivar a análise:

  • Voltemos ao esquema cronológico. Reparem que nos dias 1º, 2º e 3º não há registros. Vocês conseguem pensar o porquê?

Espera-se que os alunos levantem hipóteses como: o narrador não se lembra o que aconteceu; ele não achou que era importante; não fazia diferença para história; é porque era igual a todos os outros dias; porque nem ele sabia o que estava acontecendo etc.

Depois das falas dos alunos, relembre-os de um tópico levantado anteriormente à análise do fragmento:

  • Neste fragmento, para os dias 1º, 2º e 3º os fatos que aconteceram não se configuram relevantes para a narrativa. O autor do texto com essas características não precisa relatar tudo o que se acontece, mas sim aquilo que é considerado fundamental para a construção da linha discursiva.
  • Depois de isso tudo colocado, o que podemos retomar? O gênero lido tem características de um tipo de texto narrativo, os verbos estão, em sua maioria, no tempo passado perfeito do modo indicativo e o narrador é o personagem principal. Certo? Partindo dessas observações, conseguem perceber com que gênero textual esse fragmento do romance de Gabriel Garcia Márquez se assemelha?

 

Sugerimos algumas perguntas para estimular os alunos a pensarem sobre:

  • O texto é narrado em que pessoa? Lembrem-se que é narrador-personagem!
  • O texto tem efeito de objetividade ou subjetividade? Lembrem-se o narrador é personagem principal! Ele conta a sua própria história! Podemos confiar em um narrador assim? É por isso que se tem esse texto tem efeito de subjetividade?
  • Esse fragmento parece-se mais com um diário ou com um romance? Lembrem-se que ele trata da questão a partir dos fatos diários.
  • Esse fragmento traz informações da experiência do seu personagem, tanto concreta quanto abstrata? Lembre-se que ele relata o fato e logo em seguida narra sua reflexão ou sentimento produzido no momento.
  • O narrador revela em seu relato todos os efeitos ou só os marcantes? Lembrem-se que para alguns dias não percebemos eventos.
  • É possível identificar os 5 elementos da narrativa? Lembrem-se do início da nossa análise do texto.
  • Nesse tipo de gênero se relata qualquer episódio ou só o marcante? Lembrem-se que ele promove uma reflexão sobre o seu sofrimento solitário à deriva e o comportamento de sua família velando uma pseudomorte.

Após a reflexão acima com os alunos, questione:

  • Qual a diferença entre os relatos que vocês apresentaram anteriormente e esse do Gabriel Garcia Márquez? E qual a semelhança?

Espera-se que os alunos levantem as questões de um relato ser oral e o outro escrito. De um ser ficcional e o outro verdadeiro. De que ambos retomam fatos do passado, usam verbos no pretérito perfeito e no modo indicativo e que tratam, as duas formas – as deles realizadas na aula e a lida também na aula, de uma recapitulação de fatos cronológicos de um mesmo evento.

Sendo assim, questione:

  • Quando foi questionado se haviam vivido aventuras, foi pedido para relatassem, contassem sobre a aventura. O gênero que possui essas características de narrar fatos importantes da experiência de alguém pertence à ordem do relatar, seja expresso de forma oral ou escrita. Dentre os relatos há: relato de viagem, relato de experiência/pessoal etc. Como é sabido: não há gênero puro, e o relato também pode ser construído em 3º pessoa do singular para produzir o efeito de objetividade, o relato pode estar também em diário, notícias, reportagens, biografias etc.

 

Partindo dessa revelação, proponha para os alunos uma sistematização dos conceitos trabalhados por meio da análise do capítulo do romance de Garcia Márquez com a exposição dos conceitos abaixo:

  • Perroni (1992) traz que relato é uma narrativa em que são contadas experiências pessoais vividas anteriormente ao ato enunciativo.
  • Labov (1967) afirma que o relato é um método usado para recapitular experiências (se é recapitular, lembrem-se que essas experiências já aconteceram).
  • Bastos (2004) diz que a finalidade do relato está em apresentar situações vividas, presenciadas, testemunhadas pelo autor de forma retrospectiva

> Os estilos de linguagem comuns ao relato são:

  • Descrição de ações, sentimentos e sensações.
  • Utilização de advérbios de tempo e de lugar.
  • Utilização da primeira pessoa ou terceira pessoa.
  • Utilização dos verbos no pretérito perfeito e presente do indicativo.

 

Na sequência, pergunte aos alunos se todos os tópicos levantados como conceitos formais para o gênero fazem sentido e se foram os percebidos durante a leitura e nas falas dos colegas que se propuseram a relatar suas experiências. Espera-se que os alunos compreendam que partindo do corpus textual é mais fácil entender a teoria, pois é possível, assim, vê-la funcionando e de forma mais concreta e prática do que no processo inverso (da teoria à prática).

Sendo assim, solicite aos alunos que confeccionem em casa um relato do melhor dia da sua vida e trazê-lo, digitado e em folha impressa, na próxima aula para socialização com a turma, revisão textual e publicação no blog da sala.

Aula 4 - Socializando os relatos

Professor, antes de a aula começar, se necessário, crie um blog de crônicas para a sala.

Se necessário, consulte o Tutorial: Como criar um blog - passo a passo, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ciZvHCEBJFE, duração: 2min53seg, acesso em 24/06/2014.

Atividade 1

Peça a cada aluno que troque com seu colega o texto produzido e peça para os leitores fazerem um "pente fino" no texto do colega. Sugerindo, se necessário, propostas de ortografia, construção frasal etc.

Depois disso, promova o diálogo do revisor com o autor do texto, para que discutam as melhores formas para a construção de sentido do texto.

Atividade 2

Imagem disponível em: http://reidarenda.com/wp-content/uploads/2013/04/do-meu-blog.jpg, acesso em 24/06/2014.

Leve seus alunos ao Laboratório de Informática e lá solicite a eles que se organizem nos computadores para acessarem o blog.

Mostre a dinâmica do blog; onde e como são inseridas as postagem nesse ambiente virtual; quais os recursos de imagem, link, vídeo, som, dentre outros disponíveis.

Depois de tudo isso, peça a eles que digitem seus relatos e postem os textos no blog.

Lembre ao aluno que o gênero blog possibilita relação com vários gêneros textuais e que o relato é um deles. Além do mais, esse suporte textual possibilita a interação entre autor e leitor, por meio dos comentários.

Sendo assim, solicite ao aluno que, em casa, faça a leitura dos outros relatos construídos por seus colegas de sala e que comente no blog sobre as suas impressões do texto.

Recursos Complementares

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

PERRONI, M. C. Desenvolvimento do discurso narrativo. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

RISTUM, M. & BASTOS, A. C. S. (2004). Violência Urbana: uma análise dos conceitos de professores de ensino fundamental. Ciência e Saúde Coletiva, 9(1), 225-239.

Avaliação

A avaliação será processual e por meio da leitura do relato produzido pelos alunos. O professor avaliará a compreensão dos alunos acerca o gênero estudado durante as exposições orais de relato, nas participações das discussões e corroborará as suas impressões do processo na materialidade da produção escrita posterior à sistematização do conteúdo. Avaliar também se as atividades propostas incentivaram os alunos a ler textos clássicos.

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