- Diferenciar o conceito geográfico cidade/campo da definição político-administrativa de zona urbana e zona rural.

- Reconhecer a interdependência entre campo e cidade formando uma unidade dialética.

- Reconhecer a influência da industrialização da agricultura como unificadora dos espaços urbanos e rurais.

- Identificar a relação cidade/campo no cotidiano de quem vive tanto na cidade quanto no campo.

- Identificar as alterações provocadas pelo meio técnico-científico informacional na clássica interdependência entre o campo e a cidade.

Divisão do trabalho:conceituação

Industrialização da agricultura: conceituação e histórico 

Aula indicada para as séries intermediárias do ensino fundamental: entre 3ª e 6ª série.

Os professores de Biologia e de Química deverão ser convidados a participar desta aula.

Atividade 1: Sensibilização

Esta atividade tem o objetivo de sensibilizar os alunos para o desenvolvimento do tema proposto, chamando a atenção para a presença da relação cidade/campo no cotidiano de todos nós. Inicialmente, o professor deverá criar uma situação provocativa, levando os alunos às primeiras percepções. Considerando a diversidade das escolas brasileiras podem-se identificar algumas situações:

Situação 1. Se a turma faz parte de uma escola urbana, em que todos os alunos residem na cidade, o professor poderá perguntar: Embora residindo na cidade, todos nós precisamos do campo. Como podemos observar essa necessidade?

Situação 2. Se a turma faz parte de uma escola rural, em que todos os alunos residem no campo, o professor poderáperguntar: Embora residindo no campo, todos precisamos da cidade. Como podemos observar essa necessidade?

Situação 3.Turmas mistas, principalmente em escolas urbanas que recebem alunos residentes no campo, o professor poderá perguntar: Cidade e campo se completam. Como é possível observar essa interdependência?

Em qualquer dos casos, as respostas deverão ser orais, respeitando a percepção de cada um. O professor deverá anotar na lousa algumas respostas interessantes e solicitar que os alunos as registrem no caderno.

Com a intenção de garantir que a percepção inicial dos alunos acerca do tema em estudo não sofra interferência dos colegas, não poderá haver qualquer tipo de comunicação entre eles. A interação ocorrerá apenas mais tarde.

Feita a parte introdutória da aula (estimulação dos alunos com uma das três provocações sugeridas anteriormente), o professor deverá colocar no centro de uma mesa uma cesta ou bandeja previamente preparada, contendo alguns produtos básicos, tais como:

- algumas frutas de fácil acesso: banana, laranja, abacate etc.

- alguns recipientes transparentes com arroz e feijão crus.

- embalagens vazias “tetra Pak” de produtos de origem agrária (leite, suco de fruta etc.).

- outros produtos de consumo popular, acondicionados na embalagem original ou em frascos transparentes (fubá, farinha de mandioca, massa de tomate, mel etc.)

A fim de estimular a participação e diversificar os itens de observação, algumas questões (Quadro 1) deverão ser respondidas em grupo, cuja formação seguirá o número de ordem de chamada dos alunos. Considerando, por exemplo, uma turma com trinta alunos, propõe-se que as questões sejam respondidas da seguinte forma:

questão l – alunos de número 1 a 6

questão 2 - alunos de número 7 a 12 

questão 3 - alunos de número 13 a 18 e assim sucessivamente. Essas respostas deverão ser escritas em tiras de papel previamente distribuidas pelo professor aos alunos.

As perguntas do Quadro 1 deverão ser apresentadas na lousa (ver modelo abaixo) ou em uma das paredes da sala de aula (com uso de cartolina ou papel pardo), onde os alunos fixarão (com durex ou fita crepe) as tiras contendo as suas respostas. Cada grupo (formado como sugerido anteriormente) fixará as tiras de papel (escritas pelos alunos, após discussão e consenso entre os membros) no espaço correspondente à pergunta. Quando a lousa estiver completa com as perguntas e respostas, o resultado final proporcionará um ambiente interessante para a identificação de algumas categorias de análise fundamentais (Natureza, trabalho, produção, circulação, consumo, técnica, tecnologia) para a compreensão geográfica da relação cidade/campo.

Quadro 1. Disposição das questões na lousa para fixação das tiras com as respostas

Quando a lousa (ou o quadro na parede) estiver completa o professor deverá estipular um tempo (dez minutos, aproximadamente) para que os alunos analisem o ambiente temático criado, com a preocupação de identificar os elementos que caracterizam a relação cidade/campo.

Essa reflexão deverá ser induzida pelo professor por meio de um diálogo dirigido para que as palavras chave que caracterizam a relação cidade/campo sejam identificadas. Nesse momento deverá ser entregue a segunda tira de papel a cada um dos alunos para que escrevam suas respostas. Desta vez, as tiras escritas deverão ser entregues ao professor, que selecionará algumas, com os conceitos geográficos eleitos para esta aula. Ele deverá fixa-las (com durex ou fita crepe) em canetas do tipo “bic” ou lápis, que se transformarão em hastes, para serem espetadas nos produtos selecionados e apresentados na cesta (descritos no início desta atividade). O número de hastes corresponderá à quantidade de conceitos priorizados pelo professor.

Ao final, a cesta contendo produtos reais se transformará numa síntese das categorias geográficas de análise da temática denominada relação cidade/campo. Se os alunos não conseguirem identificar algumas delas o professor deverá reforçar ou repetir individualmente os procedimentos ou comando para garantir que ocorra o aprendizado.

Atividade 2: Decodificação do tema proposto

O professor deverá levar os alunos ao laboratório de informática ou imprimir o Quadro 2. As repostas deverão ser anotadas no caderno.

Quadro 2. A relação cidade/campo em imagens

Na socialização dos resultados os alunos deverão formar um único grupo, que mediado pelo professor, e, por meio de diálogo dirigido, deverá garantir que todos os alunos apresentem suas respostas.

Atividade 3. Sistematização e recodificação do tema proposto

A atividade 3 deverá representar uma oportunidade para que os alunos percebam a interdependência entre a teoria e a prática. As questões do Quadro 3 deverão ser respondidas em grupo (os mesmos formados na Atividade 1) e anotadas no caderno e socializadas ao final.

Quadro 3. As refeições vão além dos alimentos que comemos

Propõe-se que a socialização dos resultados seja feita por meio de apresentações, tendo como referência os temas sugeridos no Quadro 4. Por sorteio os temas serão repassados aos grupos (os mesmos formados desde a atividade 1), que poderão optar entre duas formas de apresentação:

a) elaboração de cartaz em cartolina;

b) elaboração de slides para apresentação virtual.

Cada grupo apresentará suas conclusões (como sugerido anteriormente) e o professor poderá fotografar ou escanear alguns trabalhos para publicação no jornalzinho da escola ou no blog da turma.

Os trabalhos deverão apresentar: a) título; b) fontes de pesquisa; c) um desenho esquemático que represente o tema desenvolvido; d) uma legenda que sintetiza os conceitos que permeiam a representação.

Alguns exemplos de desenhos esquemáticos podem ser encontrados em

Ebenezer Howard e a cidade-jardim:  http://urbanidades.arq.br/2008/10/ebenezer-howard-e-a-cidade-jardim/

Cartografia antiga da cidade de Macau, C. 1600-1700: confronto entre modelos de representação europeus e chineses: http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-218-53.htm

Quadro 4. Temas sugeridos para os trabalhos conclusivos desta aula

Apontamentos para uma abordagem dialética das relações cidade-campo: do modelo clássico aos novos desafios. Disponível em http://www.revistas.usp.br/agraria/article/viewFile/110/110

A telemática e o meio técnico-científico-informacional: um olhar sobre o urbano. Disponível em http://cumincades.scix.net/data/works/att/4dcc.content.pdf

O professor deverá estar atento a todas as atividades desenvolvidas pelos alunos, considerando seu interesse e participação, bem como o domínio de conteúdo e a argumentação.