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"O menino no espelho", de Fernando Sabino, e o gênero memórias literárias

 

24/07/2014

Autor e Coautor(es)
ROGERIO DE CASTRO ANGELO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias, Lazuíta Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: modos de organização dos discursos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Compreender em que medida podemos considerar o livro "O menino no espelho", de Fernando Sabino, como uma obra de memórias literárias.
  • Fazer um estudo da obra "O menino no espelho".
Duração das atividades
4 a 5 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Noções sobre o gênero memórias literárias.

    Obs: Sugere-se que o professor peça que os alunos leiam a obra "O menino no espelho", de Fernando Sabino, em casa, para, num segundo momento, realizar as atividades descritas nessa aula. Opcionalmente, o professor poderá dispor um tempo de sua própria aula para que os alunos leiam alguns capítulos do livro.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • Apresentação e discussão de vídeo.
  • Leitura e discussão de obra literária.
  • Questionário escrito.
  • Encenação/produção de vídeo sobre capítulo de livro (em grupos).
  • Produção textual.

 

Recursos:

  • Computador e data show.
  • Texto teórico (impresso ou projetado).
  • Livro literário (físico ou em pdf).
  • Material para produção textual.

 

Módulo 1

 

Atividade 1

 

Para motivar os alunos a trabalharem com o livro "O menino no espelho", de Fernando Sabino, o professor exibirá o trailer do filme homônimo, lançado no Brasil em 19 de junho de 2014.

 

(Professor, caso o filme já esteja disponível em DVD na ocasião da execução da aula, é interessante locar o filme e marcar uma sessão de cinema na escola, o que possibilitaria outras possibilidades de exploração do filme como um todo, podendo resultar em trabalhos como uma resenha crítica, sinopse ou outro gênero textual).

 

 

Menino no espelho

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=349jAkUrm74>. Acesso em: 23 jul. 2014.

 

A partir do trailer, o professor irá discutir o enredo do filme e do livro, de uma maneira geral, ressaltando que as histórias contadas partem das memórias do escritor Fernando Sabino, mas a realidade sobre a biografia do autor funciona apenas como plano de fundo, ou seja, mistura-se no livro realidade com ficção, o que nos permite caracterizar a obra como uma obra de memórias literárias.

 

Para que os alunos compreendam um pouco melhor sobre o que significa classificar uma obra como memórias literárias, o professor entregará a eles o seguinte texto explicativo, elaborado pelas professoras Anna Helena Altenfelder e Regina Andrade Clara, sobre o gênero memórias literárias. Trata-se de um recorte feito do material elaborado para as Olimpíadas de Língua Portuguesa que contempla o gênero memórias literárias.

 

O gênero memórias literárias

Memórias literárias são textos produzidos por escritores que dominam o ato de escrever como arte e revivem uma época por meio de suas lembranças pessoais. Esses escritores são, em geral, convidados por editoras para narrar suas memórias de um modo literário, isto é, buscando despertar emoções estéticas no leitor, procurando levá-lo a compartilhar suas lembranças de uma forma vívida. Para isso, os autores usam a língua com liberdade e beleza, preferindo o sentido figurativo das palavras, entre outras coisas. Nessa situação de produção, própria do gênero memórias literárias, temos alguns componentes fundamentais:

um escritor capaz de narrar suas memórias de um modo poético, literário;
um editor disposto a publicar essas memórias;
leitores que buscam um encontro emocionante com o passado narrado pelo autor, com uma determinada época, com os fatos marcantes que nela ocorreram e com o modo como esses fatos são interpretados artisticamente pelo escritor.
A situação de comunicação na qual o gênero memórias literárias é produzido marca o texto. O autor escreve com a consciência de que precisa encantar o leitor com seu relato e que precisa atender a certas exigências do editor, como número de páginas, tipo de linguagem (mais ou menos sofisticada, por exemplo, dependendo da clientela que o editor procura atingir).


O escritor de memórias literárias

O escritor de memórias literárias tem a capacidade de recuperar suas experiências de vida, verbalizando-as por meio de uma linguagem na qual é autoridade. Mais do que lembrar o passado em que viveu, o memorialista narra sua história, desdobrando-se em autor e narrador-personagem. São exemplos de autores que escreveram suas memórias Gabriel Garcia Marques e Zélia Gattai, só para citar dois mais recentes.


À medida que escreve seu texto, o escritor-autor-narrador organiza as vivências rememoradas e as interpreta, usando uma linguagem específica - a literária. Nas memórias literárias, o que é contado não é a realidade exata. A realidade dá sustentação ao texto escrito, mas esse texto é constituído, também, por uma certa dose de inventividade. Por um lado, as memórias literárias se aproximam dos textos históricos quando narram a realidade vivida; por outro lado, aproximam-se do romance porque resultam de um trabalho literário.


Como já se disse acima, ao escrever suas memórias, o autor se desdobra em narrador e personagem, num jogo literário muito sutil, narrando os fatos de uma época, olhando-a do ponto de vista de observador geral dos momentos que narra, mas também olhando para si mesmo como personagem que viveu os acontecimentos narrados, recriados pelas lembranças suas e dos outros. É possível reconhecer quando o autor se coloca como narrador das memórias pelo uso da primeira pessoa: "eu me lembro", "vivi numa época que...". Podemos reconhecer o narrador-personagem nas memórias quando o autor descreve suas sensações e emoções narrando fatos dos quais ele é o centro, mas que envolvem outros personagens das memórias. Veja os exemplos, retirados de "Viver para contar", de Gabriel Garcia Márquez: "Minha mãe disse assim: `Que bom que você ficou amigo de seu pai.'" e "O zelador riu da minha inocência". Quando é narrador, o autor fala das lembranças como um todo; quando é narrador-personagem, fala de si, muitas vezes pela voz de outros personagens que evoca.

Como, ao utilizar a memória, sempre se faz um jogo do "agora" com o "ontem", do "aqui" com o "lá", o texto narrado ficará marcado por esse vai e vem, com uma contínua comparação do passado com o presente. Uma vez que o autor lembra, ele usa verbos que expressam o ato de lembrar para mostrar esse vai-e-vem da memória: "rememorar", "reviver", "rever". Esses verbos são usados, ora no presente ("Eu me lembro..."), ora no pretérito ("Eutásia lavava e passava minhas roupas..."). Usa pronomes possessivos ou oblíquos da primeira pessoa: "Minha casa naquela época...", "Meu avô que era carpinteiro...", "Lembro-me com saudade...", "Fizeram-me jurar que...". O autor, por exemplo, retoma palavras utilizadas na época evocada (vitrola, flertar), usa expressões que ajudam a localizar o leitor no momento em que os fatos ocorreram ("Naquele tempo", "Em 1942"). Além disso, ele traz para o texto falas, vozes de outras personagens ("D. Mariquinha dizia que moça de família não devia se pintar"), muitas vezes em forma de diálogos que movimentam e animam o texto.

Disponível em: <https://www.escrevendoofuturo.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=215:o-genero-memorias-literarias&catid=23:colecao&Itemid=33>. Acesso em: 23 jul. 2014.

 

Após a leitura e discussão do texto teórico sobre memórias literárias, o professor questionará os alunos sobre se o vídeo e o texto "O menino no espelho" pode realmente ser classificado como pertencente ao gênero memórias literárias.

 

Atividade 2

 

Para as atividades com o livro "O menino no espelho", o professor deverá solicitar aos alunos  que adquiram a obra, em sebos ou livrarias. Além disso, deve-se disponibilizar um intervalo de, no mínimo,  uma semana para que todos os alunos possam ler toda a obra.

 

Opcionalmente, pode-se disponibilizar a obra em formato digital, para que os alunos façam a leitura em casa.

 

O livro está disponível em: <http://aborrecentes.yolasite.com/resources/Fernando%20Sabino%20-%20O%20Menino%20no%20espelho.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2014.

 

Como o livro, além de prólogo e epílogo, é dividido em dez capítulos, o professor dividirá a turma em dez grupos, sendo que cada grupo deverá apresentar as aventuras/traquinagens da personagem Fernando.

 

O professor deverá orientar os alunos a prepararem uma apresentação para toda a classe, do capítulo que couber ao grupo, optando por uma das sugestões citadas abaixo:

  • Criação/gravação de um vídeo para ser exibido em sala; ou
  • Encenação teatral do capítulo;

 

Atividade 3

 

Para verificar a compreensão geral dos alunos sobre os diversos contos do livro, o professor entregará uma pequena lista de questões sobre o livro, para que os alunos respondam em duplas ou individualmente.

  1. No primeiro capítulo do livro, o personagem principal faz uma descrição de sua casa, de seu animal de estimação e de suas brincadeiras favoritas no quintal, além de relatar detalhadamente uma de suas peripécias durante a infância, algo acontecido com a galinha dele. Que acontecimento foi esse? Qual foi o “plano” dele com relação à galinha? Qual o desfecho da história?

  2. “E fui para o quarto fazer a lista das coisas que eu queria que acontecessem, para experimentar uma por uma. A primeira delas... [...] Uma, por exemplo, que foi sempre um grande sonho meu: ficar invisível.” Escreva uma aventura contada por Fernando quando ele “ficou invisível”.

  3. Após a aventura de Fernando com o avião, ele contou que havia conseguido algo ainda mais importante: fundar uma sociedade secreta. Quem fazia parte dela? Qual foi a principal aventura da sociedade secreta?

  4. Fernando, empolgado com as aventuras de Tarzã e também com as desventuras de Robinson Crusoé resolve construir uma cabana no quintal. A partir desse fato seu pai decide que ele deve fazer parte de um grupo de escoteiros e Fernando vai viver uma emocionante e perigosa aventura. Que aventura foi essa?

  5. Explique a relação entre Fernando e Odnanref.

 

Módulo 2

 

Atividade 1

sosia

Disponível em: <http://10preparados.files.wordpress.com/2010/01/80867990.jpg>. Acesso em: 23 jul. 2014.

 

No capítulo VII, Odnaref, sósia/duplo de Fernando, sai do espelho. Os alunos deverão produzir um texto imaginando que eles tivessem um sósia. No texto cada aluno deverá expor pelo menos uma situação em que o sósia troca de vida com o "real", e as aventuras em que ele se envolve.

 

Atividade 2

 

Os alunos deverão ler as produções textuais para os outros colegas e, após uma revisão textual, os textos poderão ser publicados em meio eletrônico (blog da escola ou da Língua Portuguesa), ou então fazer um mural com as produções dos alunos.

Recursos Complementares

Resenha crítica do filme "O menino no espelho" e informações sobre o filme.

Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-220561/criticas-adorocinema/>. Acesso em: 23 jul. 2014.

 

Avaliação

Os alunos serão avaliados quanto à participação em todas as atividades, principalmente no envolvimento nas atividades em grupo e apresentações.

Como avaliação qualitativa, o professor poderá avaliar a apresentação dos capítulos do livro feita pelos grupos, no Módulo 1, bem como avaliar a produção textual feita no Módulo 2, verificando se o texto atendeu à proposta.

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