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Crônica: um gênero literário

 

18/08/2014

Autor e Coautor(es)
ALINE CARRIJO DE OLIVEIRA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Médio Língua Portuguesa Relações sociopragmáticas e discursivas
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Dominar conceitos estruturais referentes ao gênero crônica.
  • Interpretar crônicas.
  • Produzir crônicas.
Duração das atividades
5 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Elementos literários.
  • Funções de linguagem.
  • Domínio das ferramentas de busca online.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • Leitura textual.
  • Interpretação textual.
  • Produção de texto.
  • Revisão textual.

 

Recursos:

  • Material Impresso.
  • Laboratório de Informática.
  • Data show.
  • Computador.

 

Professor, a crônica é um gênero discursivo permeado pela literariedade e realidade concomitante ao ato da escrita.

 

crônica

Imagem disponível em: http://1.bp.blogspot.com/-1wV0JiH-0m8/UJmpGMgbFHI/AAAAAAAAABQ/lqLWSgsUvOA/s1600/CRNICA~1.JPG, acesso em 02/08/2014.

 

Aula 1 – Descobrindo a crônica

Professor, pergunte aos seus alunos se eles sabem o que é crônica. Pergunte a eles se sabem explicar e exemplificar esse gênero. Com essa proposta, pretende-se ter acesso ao conhecimento prévio dos alunos e introduzir o assunto da aula iniciada. Após as hipóteses dos alunos, sintetize a fala deles dizendo então que a crônica é um tipo de texto que vai tratar de um fato cotidiano.

Para melhor apresentar o conteúdo, distribua para a sala um texto conceitual sobre a crônica, solicite a eles que leiam o excerto silenciosamente e depois peça para que eles levantem as principais características desse gênero textual. Se necessário, a fim de organização, escolha dois alunos para explicarem o trecho entregue e tentarem sanar as dúvidas que os colegas forem apresentando diante de suas falas. 

 

 Crônica

A palavra crônica vem do latim Chronica, cujo significado é “registro de fatos comuns, feitos em ordem cronológica”.  Em épocas passadas, designava qualquer documento de caráter histórico. Por isso, a quem hoje se dá o nome de historiador, antigamente era chamado de cronista.

Hoje, crônica é um termo usado para definir um gênero narrativo ou reflexivo breve, episódico e comunicativo. A crônica se caracteriza por registrar, acima de tudo, um flagrante do cotidiano, em seus aspectos pitorescos e inusitados, com certa dose de humor e de reflexão existencial. Contém passagens líricas e comentários de interesse social e a linguagem é, quase sempre, coloquial e irreverente.

A crônica procura contar ou comentar histórias da vida, histórias que podem ter acontecido com qualquer um.  O interesse será despertado pela escolha das palavras e pelo modo como elas serão colocadas, fazendo-nos conferir, pensar, refletir, questionar e entender melhor o que se passa dentro e fora da gente.

 

TUDO SOBRE REDAÇÃO. Crônica. Disponível em: http://proflucimarlinguaportuguesa.blogspot.com.br/p/tudo-sobre-redacao.html, acesso em 26/07/2014.

 

 

Professor, após a dinâmica com o texto conceitual, entregue a seus alunos uma crônica de Luis Fernando Veríssimo, Crônica e Ovo.

Enquanto distribui o texto, apresente Luis Fernando Veríssimo como um dos grandes cronistas brasileiros, que atualmente vive em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e possui 77 anos de idade.

Em seguida, solicite para cada aluno leia uma frase do texto, promovendo uma roda de leitura.

 

Crônica e Ovo

A discussão sobre o que é, exatamente, crônica é quase tão antiga quanto àquela sobre a genealogia da galinha. Se um texto é crônica, conto ou outra coisa interessa aos estudiosos da literatura assim como se o que nasceu primeiro foi o ovo ou a galinha a zoólogos, geneticistas, historiadores, e (suponho) o galo, mas não deve preocupar nem o produtor nem o consumidor. Nem a mim nem a você.

Eu me coloco na posição da galinha. Sem piadas, por favor. Duvido que a galinha tenha uma teoria sobre o ovo, ou, na hora de botá-lo qualquer tipo de hesitação filosófica. Se tivesse, provavelmente não botaria o ovo: É da sua natureza botar ovos, ela jamais se pergunta, “Meu Deus, o que eu estou fazendo?”. Da mesma forma que o escritor diante do papel branco (ou, hoje em dia, na frente da tela do computador) não pode ficar se policiando para só “botar” textos que se enquadrem em alguma definição técnica de “crônica”. O que aparecer é crônica.

Há uma diferença entre o cronista e a galinha, além das óbvias (a galinha é menor e mais nervosa). Por uma questão funcional, o ovo tem sempre o mesmo formato, coincidentemente oval. O cronista também precisa respeitar certas convenções e limites: mas está livre para produzir seus ovos em qualquer formato. Existem textos classificados como contos, paródias, outros que são puros exercícios de estilo ou simples anedotas e até alguns que se sub­metem ao conceito acadêmico de crônica. Ao contrário da galinha, podemos decidir se o ovo do dia será listrado, fosforescente ou quadrado.

Você, que é o consumidor do ovo e do texto, só tem que saboreá-­lo e decidir se é bom ou ruim, não se é crônica ou não é. Os textos estão na mesa: fritos, estrelados, quentes, mexidos... Você só precisa de um bom apetite.

 

Luis Fernando Veríssimo

 

TUDO SOBRE REDAÇÃO. VERÍSSIMO, Luis Fernando. Crônica e Ovo. Disponível em: http://proflucimarlinguaportuguesa.blogspot.com.br/p/tudo-sobre-redacao.html, acesso em 26/07/2014.

 

Após a leitura, promova uma reflexão sobre o texto. Para tanto, sugerimos que divida a sala em pequenos grupos de 4 integrante e solicite a eles que respondam às perguntas abaixo no caderno. Informe aos alunos que as respostas deles serão discutidas em um diálogo com a sala toda na próxima aula.

 

  • Qual a proposta do texto?
  • O que é uma crônica para o autor?
  • Para o autor, importa saber que tipo de texto ele está escrevendo?
  • Por que ele estabelece uma relação entre a crônica, o conto ou outros gêneros literários?
  • O autor utiliza-se de um recurso metalinguístico, ou seja, de uma crônica para falar da própria crônica? Justifique.
  • Com base no texto conceitual sobre a crônica, identifique quais são os elementos que comprovam que o texto de Luis Fernando Veríssimo é um representante do gênero crônica?

 

Aula 2 – Discutindo as reflexões

 

Atividade 1

 

Professor, disponha os alunos em um semicírculo, observando a proximidade entres os integrantes de cada grupo, e peça para que eles permaneçam com suas anotações sobre a crônica do Fernando Veríssimo em mãos.

Inicie o diálogo propondo uma retomada do conceito de crônica, conforme estudado na aula anterior. Peça a um aluno para explicar o que ele entendeu por crônica.

Depois disso, verifique se os demais alunos não possuem dúvidas quanto à máxima do gênero que é a escrita ficcional temporal sobre um fato cotidiano ou atual da sociedade.

Após essa verificação, peça para que cada grupo eleja um representante para expressar as conclusões obtidas na reflexão da aula anterior.

Eleja também um grupo responsável para fazer as anotações de sistematização do conteúdo que será apresentado por cada grupo da aula anterior. Exemplo: o grupo 1 fará anotações referente ao conteúdo apresentado pelo grupo 2; o grupo 2 fará anotações referente ao conteúdo apresentado pelo grupo 3 etc.

Espera-se que os alunos tenham abstraído que para o autor não importa sobre qual o gênero ele se propõe escrever, ele simplesmente escreve, pois faz parte da sua natureza escrever como faz parte da natureza da galinha botar um ovo. Ainda há de se dizer que para o autor, crônica é um texto literário e por isso ficcional, sendo assim, de fácil confusão entre gêneros como o conto ou outros de extensão menor da literatura. Com relação a esse efeito, o autor também sinaliza para a não hegemonia entre os gêneros e por isso o limiar entre as diferenças de textos sejam confusas.

Ainda espera-se que os alunos percebam que por se tratar de um texto que vai discutir sobre a necessidade humana de explicar a origem, a estrutura e a funcionalização das coisas, sejam elas naturais ou culturais, o texto trata de um assunto corriqueiro, comum e contemporânea à escrita. A partir disso, entende-se que se trata de um texto metalinguístico, uma crônica falando da própria crônica.

Depois disso, solicite aos grupos que se organizem e os integrantes de cada equipe elaborem um esquema (mapa conceitual) com as informações importantes anotadas durante a apresentação dos grupos. Peça aos alunos que, após o término da confecção do esquema, apresentem os tópicos importantes e afixem o material elaborado no mural da sala como lembrete do conteúdo.

 

Professor, para obter melhores informações sobre como orientar os alunos a construírem um esquema, acesse no site Portal de Educação e Tecnologia, o texto de SCHÄFER, Patrícia Behling, O uso de mapa conceitual em sala de aula, disponível em: http://www.educacaoetecnologia.org.br/?p=6189, acesso em 16/08/2014.

 

 

Atividade 2

Jornal

Imagem disponível em: http://1.bp.blogspot.com/-vziQ9UxuJZs/Ta8hVtP7j2I/AAAAAAAAAjM/qeNBAnVegi4/s320/jornal.gif, acesso em 02/08/2014.

Após essa sistematização do conceito do gênero, leve os alunos à biblioteca da escola e peça para eles procurarem em jornais, canal onde mais comumente se encontra crônicas, textos com as características de crônica discutidas nas aulas até então.

Peça para eles usarem o celular, a fim de fotografarem o texto que acreditam contemplar as características do gênero solicitado na atividade.

Após a pesquisa, peça para que eles, em casa, transponham as imagens do celular para um pen drive, pois na próxima aula eles terão que apresentá-las, identificando e exemplificando os elementos que os fizeram crer na correspondência do conteúdo com a crônica.

Sugerimos, para motivar o diálogo sobre o texto lido, as perguntas:

  • Este texto apresenta elementos literários? Quais?
  • Este texto apresenta fatos do cotidiano? Quais?
  • Este texto está em forma de prosa ou verso? Justifique.
  • Este texto proporciona uma reflexão crítica sobre algum assunto? Justifique.
  • Este texto tem que características que o classificariam como crônica?

 

Aula 3 – Apresentando a pesquisa

 

Professor, organize os alunos para que possam apresentar suas pesquisas no data show para toda a sala. A dinâmica deve seguir a proposta de lerem o texto fotografado e apresentarem quais elementos do texto representam uma realidade ficcionalizada, ou seja, um fato real, cotidiano que foi trabalhado por um texto literário crítico.

É importante que essa atividade seja de diálogo, pois é possível que alguns textos não sejam representativos de crônica e todos devem compreender quando e porque são ou não crônicas.

 

Aula 4 – Escrevendo uma crônica

Atividade 1

Professor, retome com seus alunos a aula anterior em que eles leram uma crônica para contextualizar a estratégia de escrita de crônica.

Avalie, professor, se os alunos, por meio das indagações da aula anterior, tiveram acesso aos conceitos básicos da crônica e se, em suas sistematizações, está sendo possível perceber a materialização desse processo.

Depois disso, distribua para eles a matéria de Fábio C. Martins intitulada 6 Dicas para Escrever uma Crônica, disponível em: http://www.folhetimonline.com.br/2012/06/25/dicas-6-dicas-para-escrever-uma-cronica/, acesso em 24/06/2014.

Assim que distribuir o texto, organize os alunos para que cada um leia uma das dicas apresentadas. Sugerimos a roda de leitura como estratégia para que contemple os alunos com memória visual e auditiva para a percepção da teoria trabalhada nesse tema.

Depois de lido, explique aos alunos que dependendo do foco do texto é que se classifica a crônica em Filosófica, Humorística, Lírica, Crônica-ensaio ou Jornalística.

Assim exposto, peça para que um dos alunos explique os passos pra construção de uma crônica. 

Professor, lembre aos seus alunos que esse esquema de construção textual é o mesmo usado para a escrita de qualquer texto, pois para se produzir um enunciado coeso e coerente é necessário enumerar os elementos a serem discutidos, a sequência dos enunciados/fatos etc.

 

Atividade 2

Solicite aos seus alunos que pensem em um tema atual que renderiam uma boa crônica e, logo em seguida, que escrevam, em seus cadernos, suas crônicas com base nas discussões realizadas em sala, referente ao texto das dicas e ao que eles leram. Professor, aconselhe-os a, sempre que preciso, relerem a crônica do Luiz Fernando Veríssimo para se aterem às estratégias que ele apresenta.

 

Aula 5 - Revisão do texto

 

Imagem disponível em: http://www.sophos.com.br/admin/arquivos/revisao.jpg, acesso em 02/08/2014.

Atividade 1

Professor, peça a seus alunos que façam uma roda e que troquem seus textos com o colega. Explique que em uma redação de jornal cada um tem sua função, ou seja, cabe ao autor escrever; ao revisor, corrigir e sugerir (pois é praticamente impossível a qualquer autor perceber em seu próprio texto as incoerências de sentido e de norma); e ao editor, ler e avaliar a relevância do texto proposto.

Sabendo disso, avise-os que agora eles farão papel de revisores. Para tanto, cada aluno fará a leitura silenciosa de uma crônica que não é a sua e, por meio da sua leitura atenta, dará sugestões de ortografia, sintaxe e revisão lexical para ajudar a melhorar o texto do colega. Se necessário for, deixe disponíveis dicionários e gramáticas para consulta.

Atividade 2

Para uma revisão criteriosa, às vezes são necessários mais de um profissional das Letras para o trabalho; por isso, professor, faça o texto rodar mais uma vez, sem que ele volte à mão do seu autor e repita a atividade 1.

Atividade 3

Após as 2 duas olhadas técnicas e cuidadosas, o autor da crônica receberá seu texto novamente, fará a leitura silenciosa da sua produção textual com as sugestões dos revisores para avaliar se concorda ou não com os apontamentos. Em caso de dúvida de marcação ou de necessidade de defesa da sua ideia para com o revisor, possibilite a dinâmica de consulta e conversa com o colega que produziu o apontamento no texto.

Depois de todos os olhares para o texto, é chegada a hora de passá-lo a limpo. Para tanto, solicite seus alunos que façam a reescrita de seu texto, em casa, e que tragam-na em uma folha separada para a próxima aula para ser entregue à redação do jornal da escola para publicação.

Recursos Complementares
Avaliação

A avaliação é processual. O professor deve acompanhar o processo de produção do aluno durante a confecção das atividades e perceber se ele conseguiu atingir os objetivos da aula em relação ao conceito do gênero e os processos de interpretação e construção textual.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 4 classificações

  • Cinco estrelas 2/4 - 50%
  • Quatro estrelas 2/4 - 50%
  • Três estrelas 0/4 - 0%
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  • Uma estrela 0/4 - 0%

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Opiniões

  • Maria Joaquina, Escola Estadual Santa Maria Goretti , Paraná - disse:
    jocosta69@hotmail.com

    27/04/2016

    Cinco estrelas

    Muito bom!


  • Prazeres Rocha, Escola EREM Professor Eraldo Campos , Pernambuco - disse:
    prazeresrocha@hotmail.com

    13/04/2016

    Quatro estrelas

    Muito bom.Vou trabalhar com as minhas turmas.Obrigado por esse material facilitador


  • Roquelina de Jesus Conceição, Colégio Estadual de Vila de Abrantes , Bahia - disse:
    rockfert@hotmail.com

    06/04/2016

    Quatro estrelas

    Gostei do material, pois serviu para auxiliar na aula ministrada na turma do 1º ano do Ensino Medio. As definições reforçaram o entendimento dos estudantes. Li o assunto e resumi esquematizando.


  • Marilza gonçalves, Marilza Gonçalves , Rondônia - disse:
    marilzadiscipula@hotmail.com

    02/04/2016

    Cinco estrelas

    Excelente aula, gostei muito e vou usá-la em sala com meus alunos. Abraços


Sem classificação.
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