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O poema - um gênero em versos

 

18/08/2014

Autor e Coautor(es)
ALINE CARRIJO DE OLIVEIRA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: usos e formas
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Identificar e utilizar os recursos literários de um poema.
  • Metrificar poemas.
  • Produzir poemas.
Duração das atividades
5 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Eu-lírico.
  • Rimas.
  • Verso e estrofe.
  • Analisar poemas.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • Análise literária.
  • Metrificação poética.
  • Produção de poemas.

 

Recursos:

  • Material impresso.
  • Laboratório de Informática.

 

Imagem disponível em: http://divulgapiaui.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/05/Poesia.jpg, acesso em 02/08/104.

 

Professor, o poema é um gênero literário emotivo por natureza, sua valorização e trabalho marcam a presentificação da subjetividade do eu em outro que não o poeta.

 

Aula 1 – Analisando o poema

 

Professor, distribua o texto do poema Retrato em branco e preto, de Chico Buarque e Antônio Carlos Jobim e peça para que os alunos leiam o texto silenciosamente. Depois disso, exiba o vídeo da música João Gilberto- Retrato em Branco e Preto – São Paulo – 1994, duração 2min16seg.  Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=13jtZQ3rqoU, acesso em 29/07/2014.

 

Retrato em branco e preto

 

Já conheço os passos dessa estrada,

Sei que não vai dar em nada,

Seus segredos sei de cor.

Já conheço as pedras do caminho

E sei também que ali sozinho

Eu vou ficar, tanto pior.

O que é que eu posso contra o encanto

Desse amor que eu nego tanto,

Evito tanto,

E que no entanto,

Volta sempre a enfeitiçar

Com seus mesmos tristes velhos fatos, que num álbum de retratos

Eu teimo em colecionar.

Lá vou eu de novo como um tolo

Procurar o desconsolo

Que cansei de conhecer.

Novos dias tristes, noites claras,

Versos, cartas, minha cara,

Ainda volto a lhe escrever

Pra lhe dizer que isso é pecado,

Eu trago o peito tão marcado

De lembranças do passado

E você sabe a razão.

Vou colecionar mais um soneto,

Outro retrato em branco e preto

A maltratar o meu coração.

HOLLANDA, Francisco Buarque; JOBIM, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida.

 

Disponível em: http://letras.mus.br/chico-buarque/86040/, acesso em 16/08/2014.

 

Professor, esse material possibilita uma discussão riquíssima sobre a canção e a sua estrutura poética. Para tanto, depois da leitura do poema, solicite aos seus alunos que se reúnam em trios para que possam conversar sobre o texto. Sugerimos que utilizem das questões abaixo para dinamizar um debate.

Se for necessário, leve seus alunos ao Laboratório de Informática, para que eles tenham acesso à nuvem para pesquisa. Lembre-os que o Google é uma ferramenta de busca riquíssima, disponível em: https://www.google.com.br/, acesso em 16/08/2014.

  • Qual a temática do poema da canção?
  • O que o termo “noites claras” se refere?
  • O termo “retrato em branco e preto” no penúltimo verso representa o quê?
  • Por que o eu-lírico diz que vai colecionar outro soneto?
  • Há como saber qual o gênero da voz do eu-lírico?
  • Há uma passagem no texto que incorpora o discurso de uma carta? Qual é? Que efeito isso constrói?
  • Quantos versos têm o poema?
  • Os versos são regulares? Ou seja, têm o mesmo tamanho? Exemplifique.
  • Há rima no poema? Exemplifique.

 

Espera-se que os alunos compreendam que o poema é sobre um amante sem amor correspondido, abandonado, que vive do passado, que só consegue proporcionar noites em claro, acordado, sozinho, lúcido, sem paixão correspondida. Ainda é possível dizer sobre o poema que são 26 versos com rimas em sequência sem a preocupação de serem ricas ou pobres. Além disso, o poema não possui versos regulares.

 

Aula 2 – Metrificação do poema

 

Professor, peça aos alunos para abrirem o caderno na página em que colaram o poema Retrato em branco e preto usado na aula passada. Peça para eles olharem no texto e tentarem reconhecer qual é o elemento que pode comprovar a afirmação de que os versos são irregulares.

Provavelmente eles vão declarar a extensão da linha. É neste momento que se deve apresentar o termo sílaba poética para seus alunos e dizer que medimos o tamanho de um verso pela quantidade de sílabas poéticas. Para tanto, escreva na lousa o primeiro verso do poema e peça para que eles façam, em sua folha, a separação das sílabas como acham que deve ser, para posterior verificação no quadro.

Depois deles terem tentado, avise-os que a separação de sílabas poéticas se dá pelo som e essa a é a principal diferença entre a separação silábica convencional e a segunda diferença é que, na hora de contabilizarmos quantas sílabas poéticas existem no verso, contamos só até a última sílaba tônica:

 

 

JÁ/ CO/NHE/ÇO OS/ PA/SSOS/ DE/SSA/ ES/TRA/DA, (10 sílabas até o TRA)

 

Pergunte se eles entenderam que na quarta sílaba acontece uma elisão (junção) de sons, pois a sílaba termina com a vogal idêntica a que começa a seguinte. Nas sílabas 6 e 8 há consoantes idênticas e, diferentemente da separação silábica convencional, na metrificação poética, elas ficam na mesma sílaba, já que a escansão (metrificação) de um poema é baseada no som das sílabas e não especificamente na separação gramatical das sílabas.

 

Para testar a compreensão deles, peça para que eles tentem fazer os próximos versos. Depois de concluída a tarefa, apresente a sua metrificação e avalie a quantidade de sílabas poéticas que há nos versos. Lembre os que essa separação silábica se dá pelo som e, por isso, as elisões irão acontecer.

 

Sugerimos a escansão abaixo, em que as elisões já estão indicadas, as sílabas já estão separadas e a última sílaba tônica já está sublinhada (como no exemplo anterior).

 

Sei/que/não/vai/dar/em/na/da,

Seus/se/gre/dos/sei/de/cor.

Já/co/nhe/ço/as/pe/dras/do/ca/mi/nho

E/sei/tam/bém/que/a/li/so/zi/nho

Eu/vou/fi/car,/tan/to/pi/or.

O/que/é/queeu/po/sso/con/tra/o/en/can/to

De/sse/a/mor/queeu/ne/go/tan/to,

E/vi/to/tan/to,

E/que/no/en/tan/to,

Vol/ta/sem/pre/a/en/fei/ti/çar

Com/seus/mes/mos/tris/tes/ve/lhos/fa/tos,/que/num/ál/bum/de/re/tra/tos

Eu/tei/mo/em/co/le/cio/nar.

Lá/vou/eu/de/no/vo/co/mo/um/to/lo

Pro/cu/rar/o/des/con/so/lo

Que/can/sei/de/co/nhe/cer.

No/vos/di/as/tris/tes,/noi/tes/cla/ras,

Ver/sos,/car/tas,/mi/nha/ca/ra,

A/in/da/vol/to/a/lhees/cre/ver

Pra/lhe/di/zer/quei/sso/é/pe/ca/do,

Eu/tra/goo/pei/to/tão/mar/ca/do

De/lem/bran/ças/do/pa/ssa/do

E/vo/cê/sa/be/a/ra/zão.

Vou/co/le/cio/nar/mais/um/so/ne/to,

Ou/tro/re/tra/to/em/bran/co/e/pre/to

A/mal/tra/tar/o/meu/co/ra/ção.

 

Aula 3 – Tentando escrever poemas com a mesma metrificação

Professor, entregue para eles o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, disponível em: http://www.horizonte.unam.mx/brasil/gdias.html, acesso em 02/08/2014. Peça para que um dos alunos declame-o para o restante da turma. Logo em sequência, pergunte a eles se esse poema aparenta ter a mesma metrificação, ou seja, ter versos regulares. Espera-se que eles concordem que sim, que o poema é regular no quesito versos e para comprovar projete a escansão dos versos, a fim de que eles tenham acesso ao material metrificado.

Professor, sugira a cada um dos alunos a metrificar um verso do poema indicado e depois confrontarem suas escanções entre os colegas. Posterior a isso, mostre a escanção canonizada. E para chegar a metrificação do poema supracitado, sugerimos que acesse escansão disponível em: https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20120601143852AAQZubZ, acesso em 02/08/2014.

Posterior a isso, peça para que eles tentem fazer uma quadra simples: poema com 4 versos, com rimas e com a mesma quantidade de sílabas poéticas por verso.

 

Aula 4 - Revisando as quadras

Atividade 1

Professor, peça a seus alunos que façam uma roda e que troquem seus textos com o colega. Explique que em uma redação de jornal cada um tem sua função, ou seja, cabe ao autor escrever; ao revisor, corrigir e sugerir (pois é praticamente impossível a qualquer autor perceber em seu próprio texto as incoerências de sentido e de norma); e ao editor, ler e avaliar a relevância do texto proposto.

Sabendo disso, avise-os que agora eles farão papel de revisores. Para tanto, cada aluno fará a leitura silenciosa de uma quadra que não é a sua e, por meio da sua leitura atenta, dará sugestões de ortografia, sintaxe e revisão lexical para ajudar a melhorar o texto do colega. Se necessário for, deixe disponíveis dicionários e gramáticas para consulta.

Atividade 2

Para uma revisão criteriosa, às vezes são necessários mais de um profissional das Letras para o trabalho; por isso, professor, faça o texto rodar mais uma vez, sem que ele volte à mão do seu autor e repita a atividade 1.

Atividade 3

Após as 2 duas leituras técnicas e cuidadosas, o autor da quadra receberá seu texto novamente, fará a leitura silenciosa da sua produção textual com as sugestões dos revisores para avaliar se concorda ou não com os apontamentos. Em caso de dúvida de marcação ou de necessidade de defesa da sua ideia para com o revisor, possibilite a dinâmica de consulta e conversa com o colega que produziu o apontamento no texto.

Depois de todos os olhares para o texto, é chegada a hora de passá-lo a limpo. Para tanto, solicite seus alunos que façam a reescrita de seu texto, em casa, e que tragam-na em uma folha separada para a próxima aula.

Aula 5 – Socializando os poemas dos alunos

 

Imagem disponível em: http://www.jm1.com.br/wp-content/uploads/2009/11/cantinho-poetico.gif, acesso em 16/08/2014.

Professor, leve os alunos ao Laboratório de Informática e peça para eles digitarem os seus poemas em um editor de texto disponível nos computadores e para personalizar o layout do texto e da página que usaram para a grafia do poema. Logo em seguida, peça para que imprimam, colem em uma folha de cartolina ou papel cartão um pouco maior que a folha impressa, na tentativa de emoldurar o poema.

Com o material pronto, elabore uma exposição no refeitório da escola para que todos tenham acesso à escrita artística dos seus alunos.

Recursos Complementares

BANTOS, Kephas Augustus. Metrificação de versos. Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/2218784, acesso em 02/08/2014.

Sílaba métrica ou sílaba poética. Disponível em: http://www.lusofoniapoetica.com/artigos/teoria-poetica/silaba-metrica.html, acesso em 02/08/2014.

COUTO, José. Metrificação. Duração: 3min52seg. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=stwXkV_XrDw, acesso em 02/08/2014.

Avaliação

A avaliação deve ser processual e, para tanto, o professor deve acompanhar e verificar a participação dos alunos nas atividades sugeridas ao longo das aulas a fim de perceber a compreensão, dificuldade e evolução dos alunos em similar o conteúdo. A produção das quadras é um material concreto para verificar o nível de compreensão do aluno.

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