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Identificando a "tese" da crônica

 

16/09/2014

Autor y Coautor(es)
ROGERIO DE CASTRO ANGELO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias, Lazuíta Goretti de Oliveira

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Recursos linguísticos em uso: fonológicos, morfológicos, sintáticos e lexicais
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Identificar qual tese se esconde por trás de diversas crônicas;
  • Perceber de que maneira essa tese é o fio condutor da história;
  • Analisar se o posicionamento é tomado de forma explícita ou implícita.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Os alunos devem ter tido contato prévio com textos do gênero crônica;
  • A noção de tese (ou posicionamento assumido) de gêneros textuais como o artigo de opinião e dissertativo-argumentativo podem ajudar os alunos a identificar mais facilmente a tese defendida nas crônicas.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • Leitura e análise de textos literários;
  • Exibição e discussão de vídeo da internet;
  • Produção textual escrita;
  • Socialização de textos produzidos
  • Reescrita de texto.

Recursos:

  • Coletânea de textos literários (crônicas);
  • Questionário sobre texto literário;
  • Computador + datashow;
  • Folha avulsa para produção textual;

Módulo 1

Atividade 1

 

Estante de livros

Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-HAOKPdeMjgs/ULwWPb_n7oI/AAAAAAAAF94/7qnYAZiB840/s1600/estante-de-livros-9.jpg>. Acesso em: 16 set. 2014.

Para introduzir as discussões sobre como identificar a "tese" defendida em uma crônica, primeiramente os alunos lerão o texto "Lombada" de Luís Fernando Veríssimo, e responderão ao questionário proposto. O professor deverá providenciar cópias do texto e do questionário para os estudantes.

 

Lombada

Luis Fernando Veríssimo

 

O computador, ao contrário do que se pensava, não salvará as florestas. Dizem que com o computador aumentou o uso do papel em todo o mundo, e não apenas porque a cada novidade eletrônica lançada no mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa embalagem de papelão. O computador estimula as pessoas a imprimirem coisas. Como hoje qualquer um pode ser editor, paginador e ilustrador sem largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel é quase irresistível. E nada dá uma impressão de permanência como a impressão, ainda mais uma tela ondulante que pode desaparecer com o mero toque numa tecla errada. Mesmo forrando a proverbial gaiola do papagaio um papel impresso tem mais nobreza e perenidade que qualquer cristal líquido.

Um livro está operacional no momento que você o abre. Um disquete não substitui um livro. Um disquete dentro de um drive, dentro de um módulo acoplado a um monitor, desde que seja compatível, substitui um livro. Ninguém jamais lhe perguntará que disquetes você levaria para uma ilha deserta. Para o disquete valer um livro, você teria que viajar com um computador e a ilha teria que ter uma usina elétrica ou um revendedor de pilhas, o que a descredenciaria como deserta e invalidaria a enquete. 

Mas desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo, o que não tem nada a ver com conteúdo ou conveniência. Até que lancem disquetes com cheiro sintetizado, nada substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas categorias inigualáveis, livro novo e livro velho. E nenhuma coleção de disquetes ornamentará uma sala com o calor e a dignidade de uma estante de livros. A tudo que falta ao admirável mundo da informática, da cibernética, do virtual e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada. No fim o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores.

(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Lombada. In: O Estado de S. Paulo, 02 nov. 1997.)

 

Sobre o texto acima, responda:

A crônica "Lombada", de Luís Fernando Veríssimo, não se limita a contar fatos. O cronista defende seu ponto de vista, isto é, defende uma tese a respeito do tema: a possibilidade de o computador substituir os livros e salvar as florestas.

  1. Qual a opinião mais comum a respeito desse tema?
  2. Qual é a tese do cronista a respeito do tema?
  3. Quais argumentos são elencados pelo cronista no primeiro e segundo parágrafos para fundamentar seu ponto de vista?
  4. No último parágrafo o cronista conclui seu texto com mais um argumento, de certa forma irônico, que argumento é esse?

 

OBS: O professor deverá corrigir as questões com os alunos, evidenciando que a tese defendida pelo cronista serve de fio condutor para sua crônica, ou seja, cada parágrafo, cada novo argumento, serve para reforçar a tese defendida de que o computador não substituirá os livros.

 

Atividade 2

Para dar continuidade à discussão do tema, o professor exibirá aos alunos o vídeo "Book", que faz uma "propaganda" do livro como um recurso super tecnológico, evidenciando suas vantagens.

 

Book

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_an5z2lxXH4>. Acesso em: 16 set. 2014.

 

  • O professor discutirá com os alunos sobre o vídeo, buscando fazê-los identificar qual a tese defendida e quais os pontos de semelhança entre o que é defendido no texto de Veríssimo e no vídeo "Book".

 

Atividade 3

Após terem lido uma crônica com o posicionamento defendido (tese) explicitamente, o professor entregará aos alunos as duas crônicas abaixo, para que eles tentem identificar qual posicionamento está sendo defendido, além disso, eles deverão avaliar se o posicionamento se dá de forma explícita ou implícita.

Os alunos lerão o texto em voz alta e, após a leitura de cada texto, o professor fará uma discussão oral com os alunos sobre o texto e sobre qual o posicionamento assumido em cada um dos textos.

A noite em que os hotéis estavam cheios

Moacyr Scliar

O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro.

Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.

— E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? — disse o encarregado. — Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!

O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa:

— O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece ninguém nas altas esferas?

O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.

— Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esse seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo.

O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante.

No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.

— O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano:

— Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado.

O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma manjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seria muito confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a idéia boa, e até agradeceu. Saíram.

Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.

 

Disponível em: <http://www.releituras.com/mscliar_noite.asp>. Acesso em: 16 set. 2014.

Aí Tem

Martha Medeiros

As coisas são como são. Se alguém diz que está calmo, é porque está calmo. Se alguém diz que te ama, é porque te ama. Se alguém diz que não vai poder sair à noite porque precisa estudar, está explicado. Mas a gente não escuta só as palavras: a gente ouve também os sinais.

Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava frio como um iglu. Você falava, falava, e ele quieto, monossilábico. Até que você o coloca contra a parede: "O que é que está havendo?". "Nada, tô na minha, só isso." Só isso???? Aí tem.

Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava exaltado demais. Não parava de tagarelar. Um entusiasmo fora do comum. Você pergunta à queima-roupa: "Que alegria é essa?" "Ué, tô feliz, só isso". Só isso????? Aí tem.

Os tais sinais. Ansiedade fora de hora, mudez estranha, olhar perdido, mudança no jeito de se vestir, olheiras e bocejos de quem dormiu pouco à noite: aí tem. Somos doutoras em traduzir gestos, silêncios e atitudes incomuns. Se ele está calado demais, é porque está pensando na melhor maneira de nos dar uma má notícia. Se está esfuziante demais, é porque andou rolando novidades que você não está sabendo. Se ele está carinhoso demais, é porque não quer que você perceba que está com a cabeça em outra. Se manda flores, é porque está querendo que a gente facilite alguma coisa pra ele. Se vai viajar com os amigos, é porque não nos ama mais. Se parou de fumar, é uma promessa que ele não contou pra você. Enfim, o cara não pode respirar diferente que aí tem.

Às vezes não tem. O cara pode estar calado porque leu um troço que mexeu com ele, ou está falando muito porque o time dele venceu. Pode estar mais carinhoso porque conversou sobre isso na terapia e pode estar mais produzido porque teve um aumento de salário. Por que tudo o que eles fazem tem que ser um recado pra gente?

É uma generalização, mas as mulheres costumam ser mais inseguras que os homens no quesito relacionamento. Qualquer mudança de rota nos deixa em estado de alerta, qualquer outra mulher que cruze o caminho dele pode ser uma concorrente, qualquer rispidez não justificada pode ser um cartão amarelo. O que ele diz importa menos do que sua conduta. Pobres homens. Se não estão babando por nós, se tiram o dia para meditar ou para assistir um jogo de vôlei na tevê sem avisar com duas semanas de antecedência, danou-se: aí tem.

 

Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/MTk1MDc/>. Acesso em: 16 set. 2014.

 

 

Módulo 2

Atividade 1

escrita

Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-8fv7EURd_9o/UEUDgOMbZtI/AAAAAAAAGRI/eeV5vKHezl8/s1600/escrever.jpg> Acesso em: 16 set. 2014.

Após terem percebido que nas crônicas em que se defende um ponto de vista isso pode ser feito de forma explícita ou implícita, os alunos deverão produzir uma crônica.

Cada aluno deverá selecionar, da lista abaixo, um ditado popular e criar uma crônica em que se defenda um ponto de vista que confirme ou que vá contra o que se afirma nos ditados populares.

Lista de ditados populares:

1.  Pimenta nos olhos dos outros é (refresco/água) 
2.  Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. 
3.  Cacarejar e não botar ovos. 
4.  Não há parto sem dor 
5.  Casamento e mortalha no céu se talha. 
6.  Fortuna Perdida? Nada se perdeu...Coragem perdida? Muito se perdeu...Honra perdida? Tudo se perdeu
7.  Pede o guloso para o desejoso 
8.  Não há amor como o primeiro 
9.  Criou a fama e deite na cama 
10.  Com papas e bolos se enganam os tolos 
11.  Muito se engana quem cuida 
12.  Uma desgraça nunca vem só 
13.  Cada panela tem a sua tampa 
14.  O pior cego é o que não quer ver. 
15.  Perdido por cem, perdido por mil. 
16.  A fome faz sair o lobo do mato. 
17.  Sol e chuva, casamento de viúva. 
18.  Tempo é dinheiro 
19.  No aperto e no perigo se conhece o amigo 
20.  Onde o galo canta, almoça e janta. 

Disponível em: <http://www.frasesdevida.com.br/2008/09/ditados-populares-01.html>. Acesso em: 16 set. 2014.

 

 

Atividade 2

Cada aluno deverá ler para a sala toda os textos produzidos. Durante a leitura, cada um dos que estiver escutando deverá descobrir qual ditado popular está sendo discutido e qual o posicionamento assumido pelo colega sobre ditado (confirmação ou refutação).

 

Atividade 3

Após as apresentações em sala, o professor lerá os textos fazendo eventuais sugestões quanto à correção gramatical e quanto às marcas do gênero crônica.

Após essa avaliação, o professor devolverá os textos para os alunos, para que eles façam a reescrita dos textos, que poderão ser publicados num jornal da escola ou então publicados no blog de Língua Portuguesa.

Recursos Complementares

Link do vídeo "Book", em espanhol, com qualidade um pouco melhor do que o com legendas em português.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=iwPj0qgvfIs<>. Acesso em: 16 set. 2014.

 

Coletânea com vários ditados populares (para a atividade 1 módulo 2)

Disponível em: <http://www.frasesdevida.com.br/2008/09/ditados-populares-01.html>. Acesso em: 16 set. 2014.

 

Site com outros exemplos de crônicas para trabalhar com os alunos qual o posicionamento defendido.

Disponível em: <http://www.cronicadodia.com.br/>. Acesso em: 16 set. 2014.

 
Avaliação
  • Professor, os alunos deverão ser  avaliados processualmente quanto à participação nas discussões e atividades propostas.
  • Como instrumento de avaliação qualitativa, o professor avaliará as crônicas produzidas, buscando perceber se os alunos de fato se posicionaram sobre os ditados populares propostos.
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