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Censura e resistência na produção musical brasileira dos anos 60/80

 

20/08/2014

Autor e Coautor(es)
LEIDE DIVINA ALVARENGA TURINI
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Eliana Dias, Lazuíta Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio História Poder
Ensino Fundamental Final História Cidadania e cultura no mundo contemporâneo
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cidadania e participação
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Cidadania e cultura contemporânea
Ensino Médio Sociologia Poder, política e Estado Moderno
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Ensino Médio História Tempo: transformações e mentalidades
Ensino Médio História Sujeito histórico
Ensino Médio História Cultura
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio Sociologia Ideologia e a indústria cultural
Ensino Médio Sociologia Movimentos sociais / direitos / cidadania
Ensino Médio História Memória
Ensino Médio Sociologia Mudança e transformação social
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Analisar músicas e trajetórias de artistas brasileiros cuja produção foi atingida pela censura durante a ditadura no Brasil.
  • Discutir a questão da acomodação e da resistência presentes na produção musical brasileira, no âmbito da conjuntura política do regime ditatorial.
Duração das atividades
04 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O golpe de Estado de 1964 e a instauração da ditadura no Brasil.

Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • Leitura e interpretação de fontes escritas.
  • Interpretação e debate de letras de músicas.
  • Reprodução, análise e debate de áudios e vídeo.
  • Atividades em dupla e em grupo.
  • Debate.

 

Recursos:

  • Computador com internet.
  • Textos, músicas, áudios e vídeo relativos ao tema da aula.

 

 

Módulo 1 - Brasil, anos 60/80: censura, acomodação e resistência na produção musical

 

Atividade 1

 

Página Memórias Reveladas

Texto: A ditadura, as artes e a cultura

Entre a ditadura, que não foi um monolito mudando segundo as circunstâncias, e a cultura, extraordinariamente diversa no caso do Brasil e também mutante, as relações foram muito complexas.

Em seu primeiro governo, a ditadura pareceu tolerar ou negligenciar a cultura de protesto (música, cinema, literatura, artes plásticas) elaborada por artistas e intelectuais que, através de sua arte e de seu humor, criticavam a censura e o regime, incentivavam a rebeldia e denunciavam o terrorismo cultural. No momento seguinte, no entanto, no agitado ano de 1968, embora o gênero florescesse, acirrou-se a censura e apareceram grupos paramilitares de direita ameaçando e, às vezes, atacando manifestações artísticas. Com o AI-5, diminuíram drasticamente, embora não fossem extintas as margens para este tipo de arte comprometida com as lutas sociais e os programas políticos derrotados em 1964.

Houve, contudo, manifestações culturais, outras extraordinariamente populares que não tiveram senão problemas secundários com a ditadura e seus censores. A Jovem Guarda e os grupos nacionais de rock’n roll, com ritmos e temáticas que pareciam longe da dimensão política; a música sertaneja, que preservou e aumentou sua audiência e que também frequentava pouco as ásperas trilhas dos embates contra a ditadura; os programas humorísticos televisivos, ouvidos e vistos por milhões de pessoas; as novelas que, sobretudo a partir de Beto Rockfeller (o anti-herói que só queria subir na vida), tornaram-se um ingrediente essencial da cultura popular nacional.

Ao longo dos anos 1970 e cada vez mais, a vitória do projeto de modernização conservadora, a urbanização e a industrialização intensas do País, a revolução nas comunicações, a integração nacional pelas redes de televisão, entre outros fatores, iriam suscitar temáticas, abordagens e polarizações (moderno X arcaico) que pareciam distanciar o Brasil do período anterior ao golpe de 1964.

Neste quadro houve a possibilidade de convergências e alianças imprevistas, como a de autores de tradição de esquerda criarem e divulgarem seus trabalhos (novelas) através de redes televisivas notórias adeptas do regime ditatorial, mesmo que, eventualmente, tivessem dificuldades com a censura governamental. É que, no caso, embasavam a aliança afinidades comuns tecidas em torno de valores modernos e progressistas, compatíveis com a sociedade que emergia como resultado dos alucinados anos do milagre econômico.

O mesmo aconteceu com o cinema, onde a Embrafilme, agência estatal, não se privou de financiar filmes nestas mesmas bases explorando as relações pessoais, dramas íntimos ou as questões dos costumes, às vezes abordadas de ângulos inovadores.

A cultura de protesto não desapareceu. Permaneceu nas margens e tornou a aflorar nos últimos anos da ditadura, sobretudo com o fim da censura, mas sem a relevância que fora a sua logo depois da vitória do golpe. Mudara o País, e radicalmente ensejando no mesmo movimento a mudança dos padrões culturais.

 

Autoria: Daniel Aarão Reis e Denise Rollemberg.

Texto disponível em:

http://www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/campanha/censura-nas-manifestacoes-artisticas/index.htm

Acesso em: 18/08/2014

 

 

Orientações para a atividade:

 

 

a. Os alunos devem fazer uma leitura atenta e individual do texto. Em seguida, devem responder, por escrito, as seguintes questões:

 

  • Os autores marcam no texto dois momentos distintos na relação entre a ditadura e a cultura (particularmente a chamada "cultura de protesto"). Quais são eles? como se caracterizam, segundo os autores?
  • Os autores citam o "agitado ano de 1968" e o AI-5, como fatores que caracterizaram o início da segunda fase da ditadura. Por quê?
  • De acordo com o texto, a Jovem Guarda, os grupos nacionais de rock’n roll, a música sertaneja, os programas humorísticos televisivos e as novelas "tornaram-se um ingrediente essencial da cultura popular nacional.". Explique.
  • Os autores falam em "alianças imprevistas" ocorridas no regime ditatorial, a partir dos anos 70. Quais são elas? Por que elas aconteceram?
  • Com o acirramento da censura e da repressão, a chamada "cultura de protesto" desapareceu? Explique.

 

b. Promova a socialização das respostas entre os alunos.

 

 

Atividade 2

 

Aprofundando as questões discutidas na Atividade 1, os alunos devem analisar a imagem do infográfico abaixo, o qual reforça a tese dos autores do texto de que, a princípio, quando ocorreu a instauração da ditadura em 1964, intelectuais e artistas criticaram o regime e a censura sem sofrerem retaliações imediatas e mais duras, como passou a ocorrer a partir de 1968.

 

 

Infográfico

Disponível em: http://educacao.uol.com.br/infograficos/2014/03/12/entenda-como-foram-os-anos-da-ditadura-militar-em-40-datas-historicas.htm#10

Acesso em: 18/08/2014

 

A imagem acima refere-se ao espetáculo "Opinião", estreado no Rio de Janeiro em 10/12/1964, com a presença de Zé Keti, Nara Leão, Maria Bethânia e João do Vale. O Show, segundo o recurso, marcou o início da resistência artística à ditadura militar.

 

Para que os alunos possam refletir sobre esta questão, eles devem ouvir o áudio abaixo:

 

Podcast Opinião

Disponível em: http://memoria.ebc.com.br/radioagencianacional/materia/2013-05-14/m%C3%BAsica-e-censura-opini%C3%A3o-foi-grito-de-protesto-contra-ditadura-no-brasil

Acesso em: 18/08/2014

 

Segundo a apresentadora do recurso, "Opinião, que estreou em dezembro de 1964, é considerado o primeiro grito de protesto contra a ditadura militar. João do Vale, Zé Keti e Nara Leão interpretavam canções no palco de arena do Rio de Janeiro, intercaladas pelos textos de Oduvaldo Viana Filho, Armando Costa e Paulo Pontes, textos que revelavam os graves problemas sociais de um país que era apresentado como "perfeito" por um regime ilegítimo. Foi um marco que abriu caminho para um dos períodos mais intensos e férteis da música popular brasileira".

 

Oriente os alunos a organizarem outras informações a respeito do espetáculo (confira, por exemplo, as fontes citadas em Recursos Complementares).

 

 

Atividade 3

 

Continuando a discussão anterior, os alunos devem fazer um trabalho de leitura e interpretação da letra da canção-tema  do "Opinião". Confira: 

 

 

Música -  "Opinião"

 

Música Opinião

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aUp0PhdUaUc

Acesso em: 18/08/2014

 

 

Opinião (1964)

Samba

Composição : Zé Keti

Interpretação : Nara Leão

Opinião

Podem me prender
Podem me bater
Podem, até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião
Daqui do morro
Eu não saio, não

Se não tem água
Eu furo um poço
Se não tem carne
Eu compro um osso
E ponho na sopa
E deixa andar

Fale de mim quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã, seu doutor
Estou pertinho do céu

Vídeo e link disponíveis em: http://www.vagalume.com.br/ze-keti/opiniao.html

Acesso em: 18 de agosto de 2014

 

 

Orientações para a atividade:

 

a. Os alunos devem reproduzir a canção, utilizando um dos links citados acima. Em seguida, em dupla, devem fazer o trabalho de interpretação da letra. Para tanto, questione:

 

  • A letra evidencia problemas sociais na sociedade da época. Quem é o sujeito que fala? Onde e como ele vive? Que condições ele enfrenta no lugar em que vive?
  • Quando o sujeito afirma "Podem me prender/ Podem me bater/ Podem, até deixar-me sem comer/ Que eu não mudo de opinião", tais palavras podem ser associadas de alguma forma ao momento político que se vivia no país, ou seja, à instauração da ditadura?

 

b. Embora a resposta ao segundo questionamento possa ser sim, estudiosos afirmam que a premissa não pode ser totalmente compreendida sem que se leve me conta que, quando a letra foi composta por Zé Keti, a preocupação mais específica, de caráter político-social, era a questão da favela e a investida governamental contra as "aldeias do mal", como discute o texto abaixo:

 

“Aldeias do mal”

Governantes sempre associaram favelas ao crime e à falta de higiene

[...] As remoções de favelas assumiram proporções gigantescas a partir de 1968. O governo federal criou a Coordenação de Habitação de Interesse Social da Área Metropolitana do Grande Rio, que atuou até 1973. Esse órgão unificou a política sobre as favelas com o objetivo de extingui-las – o que se relacionava à capacidade de articulação dos chamados favelados. A Federação das Associações das Favelas do Estado da Guanabara fora criada em 1962, no contexto da transferência compulsória de moradores para as vilas populares. Era dessa época o samba “Opinião” (1963), de Zé Kéti: “Podem me prender/ Podem me bater/ Podem até/ Deixar-me sem comer/ Que eu não mudo de opinião/ Daqui do morro/ Eu não saio não”. Entre 1962 e 1974, foram 80 favelas atingidas, 26.193 barracos destruídos e 139.218 habitantes removidos. Em anos de ditadura militar, líderes favelados foram torturados e assassinados.

Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/aldeias-do-mal (Grifos nossos)

Acesso em: 18/08/2014

 

Oriente os alunos a profundarem a discussão com a leitura e discussão coletiva do texto completo indicado no link acima.

 

 

Atividade 4

 

Na interpretação do texto base, trabalhado na Atividade 1, os alunos leram uma referência ao ano de 1968, como um ano de grande efervescência política e cultural.

 

Indique a eles o recurso abaixo, o qual pode trazer mais informações acerca daquele ano. Confira:

 

 

 

Descrição

Apresenta episódio de Decantando a República, um inventário histórico e político da moderna canção popular brasileira, que retrata um pouco da trajetória do cantor e compositor Caetano Veloso nos Festivais de Música que ocorreram no período da ditadura militar no Brasil. Também pode ser ouvida a canção "É proibido proibir" cantada por Caetano Veloso no Festival de Música de 1968.

 

Texto e áudio disponíveis em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=22811 (Acesso em: 18/08/2014)

 

Após a audição do recurso, proponha aos alunos uma discussão e um aprofundamento das informações apresentadas a respeito do Festival Internacional da Canção de 1968 e, e em particular, sobre a trajetória do cantor Caetano Veloso. Incentive os alunos a conferirem o site do cantor: http://www.caetanoveloso.com.br/index.php

 

No Festival de 68, Caetano foi vaiado e respondeu de forma exaltada. Questione os alunos:

 

  • Por que ele foi vaiado?
  • Qual o significado político de suas palavras (confira abaixo), no contexto da época?

 

Na etapa paulista, Caetano Veloso foi vaiado no Teatro Tuca quando cantou com Os Mutantes a música É Proibido Proibir, de sua autoria. Quando o público virou-lhe as costas, o cantor proferiu um discurso que se tornou célebre.

“Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? [...] A mesma juventude que vai sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! [...] Se vocês, em política, forem como são em estética, estamos feitos!”, bradou, ironicamente, Caetano Veloso.

Disponível em: http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/musicais-e-shows/festival-internacional-da-cancao/1968.htm

Acesso em: 18/08/2014

 

No link indicado acima, os alunos encontrarão informações, fotos e vídeos, entre outros, relativos às edições de 1967 a 1972 do Festival da Canção. Sugira aos alunos que façam uma consulta ao site e que socializem, posteriormente, as suas conclusões sobre os festivais e suas repercussões no contexto do regime ditatorial estabelecido.

 

 

Atividade 5

 

No Festival da Canção de 1968, Caetano defendeu a música "É proibido proibir". Confira a letra:

 

 

Vídeo Musica Proibido Proibir

Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=-xkxIpeGVMc

Acesso em: 18/08/2014

 

Compositor: Caetano Veloso

Disco: Singles

Gravadora, ano: PolyGram, 1999 (relançamento em CD)

É proibido proibir

 

A mãe da virgem diz que não.
E o anúncio da televisão.
E estava escrito no portão.
E o maestro ergueu o dedo.
E além da porta há o porteiro, sim.
Eu digo não.
Eu digo não ao não.
Eu digo.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.
É proibido proibir.

Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças, livros, sim
Eu digo sim
Eu digo não ao não
Eu digo
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir.

Letra disponível em: http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/proibido-proibir.html. Acesso em: 18 de agosto de 2014

 

 

Orientações:

 

a. Estimule os alunos a ouvirem o áudio da música e a interpretar a sua letra: 

 

  • Ideias centrais da letra.
  • O significado do título.
  • Como a letra da canção pode contribuir para uma reflexão sobre o período analisado?
  • É possível dizer que a canção expressava uma contestação ao regime militar? Justifique.

 

b. Promova a socialização das respostas dos alunos.

 

 

Atividade 6

 

 

A Série "Semana do Proibido" (Ver link: http://tvbrasil.ebc.com.br/tags/semana-do-proibido) apresentou uma reportagem sobre a censura à produção musical brasileira durante a ditadura militar. Proponha aos alunos que reproduzam o vídeo para análise, estudo e debate de suas ideias centrais.

 

 

Vídeo

Disponível em: http://tvbrasil.ebc.com.br/reporterrio/episodio/serie-retrata-a-censura-a-producao-musical-brasileira-durante-a-ditadura

Acesso em: 18/08/2014

 

 

 Orientações para a atividade:

 

a. O professor deverá fazer a reprodução do recurso em local apropriado, para todos os alunos. Outra possibilidade é que eles acessem o vídeo por meio de computadores conectados à internet.

 

b. Caso assistam todos juntos, o professor poderá, a qualquer momento, pausar a reprodução e chamar a atenção dos alunos para as ideias centrais do vídeo e incentivando os alunos a buscarem esclarecimentos/aprofundamento dos fatos narrados.

 

Ideias centrais do vídeo que podem ser aprofundadas pelos alunos:

 

1. O DCDP (Divisão de Censura de Diversões Públicas) era o órgão federal responsável pela censura/liberação das músicas para gravação. Os alunos devem selecionar fontes que contenham informações acerca da atuação do órgão. O vídeo traz boas indicações, mas eles podem aprofundá-las.

 

2. Ao citar a atuação da censura, a reportagem aborda as seguintes situações na quais ela atingiu compositores/intérpretes:

 

  • Letra de música de Martinho da Vila foi censurada porque trazia a palavra liberdade.
  • Letra de música de Luiz Ayrão foi censurada porque falava sobre homossexualismo.
  • Música de Tim Maia foi censurada porque falava em anistia.
  • Caetano Veloso teve música vetada porque a letra dizia "A Rua Chile sempre chega para quem quer", o que, para o regime, significava uma alusão ao governo democrático de Salvador Allende no Chile.
     
  • Chico Buarque foi um dos mais perseguidos pela ditadura e, por isso, criou um pseudônimo, "Julinho da Adelaide", para fugir da censura e da repressão.
  • A música Cálice, de Chico Buarque e Gilberto Gil foi vetada, mas mesmo assim eles a cantaram durante show em 1973. Os censores chegaram a tentar impedir a apresentação, mandando cortar o som da sala, sem sucesso. Para eles, a palavra cálice era um trocadilho com o verbo calar.
  • Gonzaguinha também foi um dos que mais teve músicas vetadas. Só em 1973, foram 9 letras vetadas.
  • Roberto Carlos não era visado pela censura e conseguiu gravar a música "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos", uma homenagem a Caetano Veloso, que estava exilado em Londres, em 1971.
  • A perseguição sofrida por Geraldo Vandré no período.

 

A proposta é que os alunos, divididos em duplas, busquem reunir informações/conhecimentos relacionados aos fatos citados. Por exemplo, eles podem encontrar as músicas citadas e fazer um trabalho de análise de suas letras, ou ainda, podem também pesquisar sobre a trajetória, durante a ditadura, dos artistas citados, buscando entender como se acomodavam, mas também como resistiam, por que muitos foram para o exílio, entre outras questões.

 

 

c. Sobre Geraldo Vandré, o jornalista Sérgio Cabral afirmou: “Ele foi muito torturado, ele foi muito ameaçado também, aquele Geraldo Vandré que nós conhecíamos, aquele foi assassinado pela ditadura”. Acima sugerimos o trabalho com a trajetória do compositor na ditadura. Proponha também o trabalho com a música "Pra não dizer que não falei das flores", considerada um hino de resistência contra a ditadura.

 

 

Pra não dizer que não falei das flores

Geraldo Vandré

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Link: http://www.vagalume.com.br/geraldo-vandre/pra-nao-dizer-que-nao-falei-das-flores.html#ixzz3AsPaFZpT

Acesso em: 18/08/2014

 

 

 

 

I. Proponha aos alunos a leitura e interpretação coletiva da música. Oriente-os a interpretar cada verso e a apontar as ideias centrais da letra.

II. A música em questão foi censurada pela ditadura. Quais elementos contidos na letra representavam, na perspectiva dos censores, um perigo/ameaça/subversão?

III. Pergunte aos alunos: a música foi considerada “o hino da resistência contra a ditadura”. A letra é condizente com este título? Por quê?

 

d. Ao final das atividades, promova um debate entre os alunos para que eles exponham tanto as ideias centrais do vídeo trabalhado, quanto os conhecimentos que conseguiram reunir sobre essas ideias. O professor deve ser o coordenador do debate, levantando questões que devem ser priorizadas na discussão e anotando aquelas que devem ser retomadas para esclarecimentos ou aprofundamento ao final da dinâmica.

Recursos Educacionais
Nome Tipo
É proibido proibir [Decantando a República] Áudio
Recursos Complementares

Para alunos e professores:

 

1. Músicas de Chico Buarque ajudam a estudar período da ditadura.

Disponível em: http://noticias.terra.com.br/educacao/musicas-de-chico-buarque-ajudam-a-estudar-periodo-da-ditadura,50f842ba7d2da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

 

2. Blog sobre a Ditadura. Portal do Professor.

Disponível em: http://ditaduraportalprofessor.wordpress.com/

 

3. A música brasileira e a ditadura militar.

Disponível em: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=469

 

4. Memórias Reveladas.

Disponível em: http://memoriasreveladas.wordpress.com/

 

Links acessados em: 18/08/2014

Avaliação

O professor deve observar se os objetivos propostos na aula foram alcançados pelos alunos, tendo em vista as estratégias desenvolvidas e os recursos utilizados. Assim, poderá avaliar os alunos nas atividades trabalhadas em cada módulo, como: leitura e interpretação de fontes escritas; interpretação e debate de letras de músicas; reprodução, análise e debate de áudios e vídeo; atividades em dupla e em grupo; debate.

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