• Aprender como escrever poemas obedecendo a  uma determinada métrica.
• Perceber como a métrica pode influenciar na maneira como o poema é lido.

• Contato prévio com poemas.
• Noções de separação silábica bem como de escansão de poemas.

Estratégias

• Leitura de material explicativo sobre métrica e escansão;
• prática de leitura e escansão de versos;
• prática de produção de poemas.

Recursos

• Material explicativo sobre métrica;
• coletânea de poemas;
• dicionários (eletrônico ou em livro);
• material para produção textual.

Módulo 1

Atividade 1

Disponível em: <http://innovadb.com/wordpress/wp-content/uploads/2013/03/metro-a-medida-innovadb.jpg>. Acesso em: 18 out. 2014.

Primeiramente, o professor entregará o seguinte material aos alunos, para revisar com eles o que é a métrica e como fazer a escansão de um poema.

Vejamos um exemplo de escansão, comparando a contagem de sílabas gramaticais com a de sílabas poéticas.

Atividade 2

Após os alunos terem estudado sobre o que é a métrica do poema, bem como visto um exemplo de escansão, comparado com a divisão de sílabas gramaticais, o professor entregará alguns poemas para que os alunos pratiquem a escansão. O professor deverá chamar a atenção dos alunos para o fato de que a métrica do poema, juntamente com a alternância entre sílabas tônicas e átonas, é o que condiciona como o poema será lido, dando maior ou menor fluidez à leitura.

Para facilitar a prática da escansão, o professor pedirá para que um aluno leia cada um dos poemas, de forma que todos os alunos possam ir fazendo a escansão do poema de acordo com a forma segundo a qual o poema é lido.

É necessário o professor observar aos alunos  que eles devem ler primeiramente o verso como um todo, para perceber se há ou não elisões (encontro de vogais átonas), ignorando as pausas de pontuação, e depois ler novamente fazendo as pausas para a contagem das sílabas poéticas.

Poema 1:

Disponível em: <http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/403715/gd/1241476119/O-homem-solitario.jpg>. Acesso em: 18 out. 2014.

A um Poeta
(Olavo Bilac)

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma de disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Disponível em: <http://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid=504>. Acesso em: 18 out. 2014.
 

Poema 2

Disponível em: <http://paraoinfinitoealem.files.wordpress.com/2013/02/12607fogo.jpg>. Acesso em: 18 out. 2014.

Amor é fogo que arde sem se ver;
(Luís de Camões)
 

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Disponível em: <http://www.citador.pt/poemas/amor-e-um-fogo-que-arde-sem-se-ver-luis-vaz-de-camoes>. Acesso em: 18 out. 2014.

Poema 3

Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-bb0UCNLQWts/Tj9NWkzccGI/AAAAAAAAA0k/LJxFbZVIrsg/s1600/Horishima8.jpg>. Acesso em: 18 out. 2014.

A Rosa de Hiroxima
(Vinícius de Moraes)

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida.
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

Disponível em: <http://www.revistabula.com/1150-10-melhores-poemas-vinicius-moraes/>. Acesso em: 18 out. 2014.

Poema 4

Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-dLb5asCoskY/UKlAtmijrVI/AAAAAAAANw8/r4dlC2h8nHs/s1600/fingindor.jpg>. Acesso em: 18 out. 2014.

Autopsicografia
(Fernando Pessoa)

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
 

Disponível em: <http://www.revistabula.com/522-os-10-melhores-poemas-de-fernando-pessoa-2/>. Acesso em: 18 out. 2014.

Poema 5

Adminimistério
(Paulo Leminski)

Quando o mistério chegar,
já vai me encontrar dormindo,
metade dando pro sábado,
outra metade, domingo.
Não haja som nem silêncio,
quando o mistério aumentar.
Silêncio é coisa sem senso,
não cesso de observar.
Mistério, algo que, penso,
mais tempo, menos lugar.
Quando o mistério voltar,
meu sono esteja tão solto,
nem haja susto no mundo
que possa me sustentar.

Meia-noite, livro aberto.
Mariposas e mosquitos
pousam no texto incerto.
Seria o branco da folha,
luz que parece objeto?
Quem sabe o cheiro do preto,
que cai ali como um resto?
Ou seria que os insetos
descobriram parentesco
com as letras do alfabeto?

Disponível em: <http://www.revistabula.com/385-15-melhores-poemas-de-paulo-leminski/>. Acesso em: 18 out. 2014.

Módulo 2

Atividade 1

Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_b0HOaSp7ugs/TEyVWYwi6uI/AAAAAAAADGM/XcIE_Vhu_6Q/s1600/M%C3%83O+ESCREVENDO.bmp>. Acesso em: 18 out. 2014.

Os alunos irão escrever poemas com uma métrica pré-estabelecida. Em relação ao tema para os poemas, poderá deixar livre e  ou dar algumas sugestões, quais sejam:

• amizade;
• amor;
• companheirismo;
• felicidade;
• paz.

O professor escolherá,  juntamente com os alunos, um número de sílabas poéticas para que eles escrevam poemas que tenham um número fixo de sílabas poéticas ao longo de todo o poema, criando poemas isométricos, ou seja, com versos apresentando o mesmo número de sílabas poéticas.

Com essa atividade, objetiva-se que os alunos percebam o trabalho necessário para se fazer com que um poema apresente o mesmo número de sílabas poéticas ao longo de toda a sua extensão.

Observação: para facilitar o trabalho dos alunos, é interessante que eles tenham à  disposição alguns dicionários (em formato de livro ou digitais) para que possam procurar sinônimos e também para sanar dúvidas de ortografia de palavras específicas para compor seus poemas.

Atividade 2

Após a produção, os alunos lerão seus poemas para a classe.

O professor deverá estar  atento para a necessidade de os  alunos reescreverem seus poemas, fazendo eventuais correções ou adaptações. Ao final, os alunos poderão fazer um mural de poemas em um local de grande circulação da escola.

Material extra sobre como metrificar poemas:

Disponível em: <http://www.autores.com.br/2009112526421/literatura/dicas-para-novos-autores/a-metrica-no-poema-e-como-metrificar-os-versos-de-um-poema.html>. Acesso em: 18 out. 2014.

Material em slides sobre escansão:

Disponível em: <http://pt.slideshare.net/jairnascimento/escano-e-metrificao>. Acesso em: 18 out. 2014.

Os alunos serão avaliados qualitativamente, durante as aulas, de acordo com o envolvimento nas atividades propostas.

Como instrumento de avaliação quantitativa, o professor poderá avaliar os poemas produzidos, analisando se os versos obedecem ou não à métrica estabelecida com a turma.