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Reconhecendo minicontos

 

22/10/2014

Autor e Coautor(es)
WALLESKA BERNARDINO SILVA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias e Lazuíta Goretti

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral: escrita e produção de texto
Educação Escolar Indígena Línguas Desenvolvimento da linguagem escrita
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

 

  • Definir minicontos.
  • Identificar minicontos.
  • Interpretar minicontos.
  • Produzir minicontos.
Duração das atividades
150 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Narração.
  • Elementos da narrativa.
  • Partes da narrativa.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias e recursos:

  • pesquisa na internet;
  • discussões orais e coletivas;
  • produção e interpretação de texto;
  • computador, projetor e internet.

 

Módulo 1

Atividade 1

O objetivo é apresentar minicontos aos alunos e definir esse texto coletivamente.

 

O professor projetará alguns minicontos com o objetivo de mostrar aos alunos o que seria esse tipo de texto. 

Sugestões de sítios:

http://www.minicontos.com.br/minicontos Acesso em 20 out. 2014.

http://www.leonardobrasiliense.com.br/?apid=0&tipo=2 Acesso em 20 out. 2014.

http://autoressaconcursosliterarios.blogspot.com.br/2013/05/os-20-minicontos-classificados.html Acesso em 20 out. 2014.

https://twitter.com/minicontos Acesso em 20 out. 2014.

 

Depois, provocará uma discussão cujo resultado culminará na escrita de um texto coletivo com a definição de miniconto.

Sugestão de sítio com proposta de definição para subsidiar a discussão:

O miniconto

Miniconto é um tipo de conto muito pequeno, digamos que com no máximo uma página, ou um parágrafo. Alguns dizem que ele é o primo mais novo do poema em prosa, outros apontam as fábulas chinesas como origem, de certo é que desde meados do século XX o conto tem experimentado – com sucesso – formas extremamente breves a partir de textos de gente como Cortázar, Borges, Kafka, Arreola, Monterroso e Trevisan. 

Nos últimos anos este tipo de ficção ganhou muito espaço na literatura de diversos países. Nos Estados Unidos, antologias sucessivas foram lançadas com textos cada vez menores culminando na chamada microfiction, cuja antologia inaugural reúne textos de até 300 palavras. A literatura latino-americana, responsável pela difusão inicial do gênero, tem não apenas apresentado antologias como também estudos acadêmicos acerca do que eles chamam de “microrelato”. É de um hispano-americano, o guatemalteco Augusto Monterroso, o micro mais famoso: 

Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá.

No Brasil, há uma grande quantidade de autores publicando livros com ou exclusivamente de minicontos. Alguns valores importantes para o miniconto sãoconcisãonarratividadeefeitoabertura e exatidão.

Concisão

A velha insônia tossiu três da manhã. 
Dalton Trevisan (Ah, É?, 1994) Ser breve e ser conciso são coisas diferentes. O miniconto precisa ser conciso, mais do que breve. Nesse sentido não deveríamos falar de um limite de número de letras, palavras ou páginas para o miniconto, e sim num limite conceitual. A história que ele conta precisa caber exatamente naquele pequeno tamanho, não mais, não menos. Não pode-se atrofiar uma narrativa, tampouco espichá-la. Por isso nem todos os temas e enfoques podem ser transformados em miniconto. Na verdade, raros o podem. Uma tosse às três da manhã pode ser a superfície de um miniconto; a insônia, não. 

Narratividade 

Caiu da escada e foi para o andar de cima. 
Adrienne Myrtes (Os cem menores..., 2004) Se a brevidade originada pela concisão diferencia o mini do conto tradicional, é a narratividade que primeiro diferencia o miniconto do haicai ou do poema em prosa (que não necessariamente são narrativos, ainda que possam sê-lo). Ser narrativo significa, por óbvio, narrar algo, contar a passagem de uma personagem de um estado a outro, implicitamente (como no mini do Trevisan) ou explicitamente (como neste exemplo da Adrienne). Sem essa narratividade, corre-se sempre o risco de fazer uma simples descrição de cena em vez de um miniconto. 

Efeito 

"TV NO QUARTO" | E os pais na sala, assistindo a um documentário sobre os dramas da adolescência.
Leonardo Brasiliense (Adeus conto de fadas, 2006) O grande mestre do conto moderno, Edgar Allan Poe, talvez tenha sido quem primeiro colocou o efeito pretendido no topo dos objetivos do escritor. Ainda hoje é considerado um bom conto aquele que consegue provocar algo no leitor, seja medo, compaixão ou reflexão. Quando temos uma simples descrição, não chega a ocorrer no leitor este efeito, por menor que seja, enquanto em uma narrativa como a do Leonardo Brasiliense o leitor não tem como não pensar na sua adolescência ou na sua atitude com os próprios filhos. 

Abertura 

Um vida inteira pela frente. O tiro veio por trás. 
Cíntia Moscovich (Os cem menores..., 2004) Como pode um texto tão pequeno provocar efeito em quem lê? A resposta está no próprio agente da questão: o leitor. À Cíntia coube contar a história de uma pessoa que morreu assassinada numa representação contundente da banalização da vida. Mas se a vítima é um homem, uma mulher, gorda, magra, nova, velha, se mora na cidade, no campo, noutro país, se era bandido ou mocinho, amante ou amado, casto ou tarado, nada disso está dito, cabe ao leitor preencher as lacunas a partir de seus conceitos e experiências. Muito possivelmente um leitor urbano como nós verá aí uma ironia com a insegurança que ceifa a vida de tantos jovens. Mas talvez um trabalhador suburbano veja a covardia de quem mata pelas costas, e não o futuro perdido por quem morre. Essa abertura é uma das riquezas do conto potencializada no miniconto. 

Exatidão 

"AVENTURA" | Nasceu.
Luís Dill (Contos de Bolso, 2005)

Tudo bem que a abertura do texto para o leitor seja aspecto fundamental do miniconto, mas é importante que o autor seja suficientemente claro para criar o efeito desejado no leitor, e não seu oposto, sob o risco de não ser compreendido. Para tanto a escolha de cada palavra em cada posição é fundamental, quase como em um poema, pois disso depende o sucesso ou não da narrativa. Se Cíntia Moscovich escrevesse “Teria sido um ótimo escritor, mas o tiro veio por trás” o texto perderia seu recurso estético causado pela oposição frente/trás, vida/morte, comprometendo até o efeito semântico. Mesma coisa, e mais ainda, no texto “Aventura”, do Dill. Não sei se existem outras duas palavras que se casem tão bem para formar uma narrativa instigante, aberta e ao mesmo tempo repleta de significados como esta. São apenas duas palavras, quinze caracteres tão bem dispostos que é difícil não sentirmos seu efeito. E percebermos ali o cerne do conto e da literatura.

Disponível em: http://www.literaturadigital.com.br/minicontoscoloridos/miniconto.html Acesso em 20 out. 2014. Acesso em 20 out. 2014.

 

Atividade 2

O objetivo é confrontar vários textos do mesmo gênero a fim de reforçar suas características estilísticas, composicionais e estruturais.

 

Em duplas, os alunos escolherão 3 minicontos para apresentar à sala, discorrendo sobre sua interpretação.

 

Professor, esse é o momento de os alunos depararem-se com vários textos do mesmo gênero, o que facilitará a identificação das características e funções descritas na atividade anterior.

 

Atividade 3

O objetivo é interpretar coletivamente dois minicontos.

 

 @minicontosminicontos

No Senado, muitos escândalos e sujeiras faziam barulho. Mas no país ninguém ouvia, era quarta-feira e o Galvão gritava gol muito alto. RS

5 Ago 09 via web

                                                                                                                                                                                                                                                                                                               http://twitter.com/#!/minicontos Acesso em 20 out. 2014. 

a) Qual o sentido atribuído à palavra “barulho” no miniconto? 

b) A qual país o produtor do texto se refere ao dizer “no país ninguém ouvia”? Como você chegou a essa resposta? Explique por meio de pistas linguísticas contidas no próprio texto e de seu conhecimento de mundo. 

c) Existe no miniconto uma ironia, ou seja, o produtor do texto escreve algo objetivando, na verdade, dizer o contrário do que escreveu. Pergunta: qual a ironia no texto? Explique. 

d) É possível afirmar que há uma crítica no miniconto? Se sim, o que ou quem é criticado e por quê? 

e) Como esses sentidos estão colocados no miniconto?

f) Quais os efeitos provocados pelo miniconto no leitor?

 

Neném

Depois de muitos anos e várias tentativas, ele chegou, chorando forte. A cunhada foi a única com coragem para trazê-lo.

Marcelo Spalding
30/01/2012
 
 
 
a) Recrie a história do miniconto em uma narrativa tradicional.
 
b) O que indica humor nesse texto? Por quê?
 
c) A última palavra do miniconto, "trazê-lo", pode ter diferentes interpretações. Quais seriam?
 
d) Por que a cunhada e não a mãe? 
 
e) "Coragem" pressupõe alguns sentidos nesse contexto. Quais seriam? Justifique-os!
 
f) Quais os efeitos provocados pelo miniconto no leitor?
 

 

 

Atividade 4

O objetivo é produzir minicontos.

 

Os alunos, após conhecimento do gênero, deverão criar pelo menos um miniconto que deverá compor um painel virtual no sítio da escola. Antes da mostra, cada aluno deverá propor interpretação aos minicontos dos colegas em uma roda de conversa.

Recursos Complementares
Avaliação

Nessa proposta, as atividades primam a compreensão do gênero miniconto como um texto de concisão, narratividade e efeito.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 5 classificações

  • Cinco estrelas 4/5 - 80%
  • Quatro estrelas 0/5 - 0%
  • Três estrelas 1/5 - 20%
  • Duas estrelas 0/5 - 0%
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Opiniões

  • Cristina Souza, UFMG , Minas Gerais - disse:
    amicacristina@bol.com.br

    08/11/2014

    Três estrelas

    Gostei bastante da aula. Minha sugestão é trabalhar os minicontos nos espaços de publicação deles, no twitter, em blogs, sites dos autores etc. Analisar com os alunos a influência desses espaços na produção pode ser bastante interessante. Na atividade 4, os alunos produzirão seus contos a partir de quais temáticas? Também acredito que a tarefa dos autores interpretarem os contos para os colegas seja dispensável. Porque, afinal, os autores profissionais não fazem isso. Abraço e parabéns!


  • LEILA DE FATIMA RODRIGUES DOS SANTOS, CEL JUNTO A EE REGENTE FEIJO , São Paulo - disse:
    leylla92@hotmail.com

    05/11/2014

    Cinco estrelas

    Gostei muito do seu plano de aula. É muito bom para fazer com que nossos estudantes viagem na imaginação.


  • PATRICIA, Instituto Municipal de Ensino Superior de Sao manuel -IMES , São Paulo - disse:
    patirussou@gmail.com

    01/11/2014

    Cinco estrelas

    Perfeito!


  • Maria Celia, Colegio Estadual Dr Jair Santos Silva , Bahia - disse:
    ceulima.barbosa@gmail.com

    24/10/2014

    Cinco estrelas

    Muito boa a aula. Irretocável. Pode ser adaptada para qualquer série, reduzida ou ampliada.


  • Mirian Figueiredo Sá Santos, Colégio Estadual Celina Pinho- Classe VIII , Bahia - disse:
    melemil03@hotmail.com

    22/10/2014

    Cinco estrelas

    Muito interessante. Mas com certeza, sofreria adaptações, dependendo do perfil da turma. Amei o desenvolvimento da proposta, pois sou apaixonada por esse gênero. Como tornar a proposta tão estimulante sem o computador e a internet no colégio? E quando a maior parte da turma tem aversão à leitura? A equipe está de parabéns. O trabalho está irretocável, a meu ver. Caberia a produção de um livro de minicontos, pela turma?


Sem classificação.
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