24/11/2014
Eliana Dias e Lazúíta Goretti de Oliveira
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: historicidade da linguagem e da língua |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: léxico e redes semânticas |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: processos de construção de significação |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Língua Portuguesa | Análise linguística |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Análise linguística |
Ensino Médio | Língua Portuguesa | Recursos linguísticos em uso: fonológicos, morfológicos, sintáticos e lexicais |
Ensino Médio | Língua Portuguesa | Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens |
Habilidade de leitura e escrita.
Quase duzentas línguas indígenas podem desaparecer no Brasil nos próximos anos, segundo a Unesco. A principal causa é o contato das tribos com a vida nas cidades, principalmente na Amazônia. |
O Português é uma língua rica, resultado da contribuição e mistura de vários povos (Foto: Fluss/Creative Commons)
Hoje no Brasil existem cerca de 210 línguas. É o país com o oitavo maior número de línguas em uso!!! A maioria delas é das comunidades indígenas: 180! Você acha muito? É realmente muita coisa, mas na época do Descobrimento havia muito mais. Eram 1.078. Já pensou? Mas olha só, naquela época também existiam mais índios. Cinco milhões viviam no Brasil quando os portugueses chegaram. Hoje são apenas 734 mil indígenas.
A partir do ano de 1550, há um tempão, chegaram muitos negros vindos da África. Eles não vieram por vontade própria, chegaram como escravos, trazidos à força. A escravidão aconteceu até o ano de 1888, quando foi decretada a Lei Áurea pela princesa Isabel. Enquanto foi permitida, a escravidão trouxe para cá aproximadamente 3 milhões de africanos, muitas culturas e línguas.
Não podemos esquecer de outras línguas: italiano, alemão e japonês. Elas chegaram no Brasil com os imigrantes, que vieram buscar aqui a oportunidade de uma vida melhor. Esses povos chegaram em maior número no Brasil a partir do ano de 1800. Mas antes disso, já estavam por aqui portugueses, espanhóis e holandeses.
Somou isso tudo? O resultado é um povo diverso, que fala, entre tantas outras línguas, o Nheengatu, o Hunsruckisch e a Gira da Tabatinga. O Zé Plenarinho, que adora estudar línguas, convida você para conhecer um pouco da história dessas três línguas!
Lá em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, vive o povo indígena Baniwa. A primeira língua que um indiozinho de lá aprende a falar é o Nheengatu. Essa língua tem uma história muito interessante. Os missionários da igreja na época da colonização, responsáveis por catequizar os índios, esforçaram-se para criar uma única língua indígena para todos os povos. A idéia dos missionários era facilitar a comunicação. Foi assim que surgiu o Nheengatu. Hoje cerca de duas mil pessoas falam essa língua no Brasil.
Quer conhecer outra língua falada no Brasil?! Pois então, fique sabendo do Hunsruckisch (que nome difícil!!) falado por parte da população do Rio Grande do Sul. Essa língua é uma mistura de Alemão e Português. E é resultado da chegada dos alemães na região em 1924.
A Gira da Tabatinga, língua dos filhos, netos e bisnetos de escravos, ainda é falada no nosso país. Ela foi passada de pai para filho e é uma importante forma de resistência da cultura africana.
Curiosidades:
Quer ver como o Português é uma língua rica, resultado da contribuição e mistura de vários povos? Lá vai o desafio: de onde vêm as palavras “cutucar”, “bagunça” e “cochilar”?
Nosso professor Edu Coruja tem a resposta: “Cutucar” vem da palavra kutúk, que em Tupinambá (uma língua indígena) significa tocar com objeto pontudo, ferir.
E “bagunça”? Mesmo não sabendo de onde vem, com certeza você sabe como fazer, não é? Pois fique sabendo que “bagunça” vem da palavra bulungunza, que em Quicongo (língua africana) é nada mais, nada menos que desordem, confusão. E “cochilar” também vem do Quicongo: kushila quer dizer dormir levemente.
Na escola, muitas vezes inventamos algumas línguas diferentes. Talvez você já tenha experimentado se comunicar com seus colegas por meio de algum código secreto, como a Língua do P ou a Língua do I, por exemplo.
A Formação da Língua Portuguesa no Brasil
A língua é um organismo vivo que se modifica ao longo do tempo. Palavras novas surgem para expressar conceitos igualmente novos; outras deixam de ser utilizadas, sendo substituídas.
Na época das grandes navegações, Portugal conquistou inúmeras colônias e o idioma português foi influenciado pelas línguas faladas nesses lugares, incorporando termos diferentes como "jangada", de origem malaia, e "chá", de origem chinesa. O período renascentista também provocou uma série de modificações na língua, que recebeu termos eruditos, especialmente aqueles relacionados à arte.
Os colonizadores portugueses, principalmente os padres jesuítas, difundiram o idioma no Brasil. No entanto, diversas palavras indígenas foram incorporadas ao português e, posteriormente, expressões utilizadas pelos escravos africanos e imigrantes também foram adotadas. Assim, o idioma português foi se juntando à família linguística tupi-guarani, em especial o Tupinambá, um dos dialetos Tupi. Os índios, subjugados ou aculturados, ensinaram o dialeto aos europeus que, mais tarde, passaram a se comunicar nessa "língua geral", o Tupinambá. Em 1694, a língua geral reinava na então colônia portuguesa, com características de língua literária, pois os missionários traduziam peças sacras, orações e hinos, na catequese.
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Com a chegada do idioma iorubá (Nigéria) e do quimbundo (Angola), por meio dos escravos trazidos da África, e com novos colonizadores, a Corte Portuguesa quis garantir uma maior presença política. Uma das primeiras medidas que adotou, então, foi obrigar o ensino da Língua Portuguesa aos índios.
Desde o século XVI, época da formação do Português moderno, o português falado em portugal manteve-se mais impermeável às contribuições linguísticas externas. Já o Brasil, em decorrência do processo de formação de sua nacionalidade, esteve mais aberto às contribuições linguísticas de outros povos.
Ainda hoje o português é constantemente influenciado por outras línguas. É comum surgirem novos termos para denominar as novas tecnologias do mundo moderno, além de palavras técnicas em inglês e em outros idiomas que se aplicam às descobertas da medicina e da ciência. Assim, o contato com línguas estrangeiras faz com que se incorporem ao idioma outros vocábulos, em sua forma original ou aportuguesados.
Atualmente, existem muitas diferenças entre o português que falamos no Brasil e o que se fala em Portugal. Tais diferenças não se limitam apenas à pronúncia das palavras, facilmente notabilizada na linguagem oral. Existem também diferenças de vocabulário (só para citar um exemplo, no Brasil dizemos "trem", em Portugal se diz "comboio") e de construção gramatical (enquanto no Brasil se utiliza uma construção como "estou estudando", em Portugal prefere-se a forma "estou a estudar").
Texto disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/portuguesFormacao.php Acesso em: 23 nov. 2014.
ATIVIDADE 2
Professor, depois de lidas e discutidas as ideias principais do texto, peça aos estudantes que façam uma pesquisa na internet ou em livros e gramáticas de Português. A sala será dividida em dois grandes grupos. Um grupo ficará responsável pela pesquisa sobre prefixos e sufixos latinos e a outra sobre os prefixos e sufixos gregos. Marque uma data para a apresentação dos resultados da pesquisa por escrito para o professor e oralmente para os colegas.
Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=palavras+com+prefixos+e+sufixos+latinos+gregos&biw=1366&bih=662&tbm=isch&imgil=JXqECtNxuYfKhM%253A%253BVDlA22m_RTA5
Para o professor:
Com 274 línguas faladas no Brasil, população indígena cresce no país. http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/noticia/2013/10/com-274-linguas-faladas-no-brasil-populacao-indigena-cresce-no-pais.html Acesso em: 23 nov. 2014.
Quatro estrelas 2 classificações
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29/06/2015
Quatro estrelasMuito bom.
20/02/2015
Quatro estrelasmuito interessante e criativa.