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Os modalizadores nos artigos de opinião

 

25/11/2014

Autor e Coautor(es)
ROGERIO DE CASTRO ANGELO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias, Lazuíta Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: organização estrutural dos enunciados
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Compreender o que são os modalizadores e como eles são utilizados em artigos de opinião.
  • Aprender qual a função da utilização de modalizadores na construção textual.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Espera-se que os alunos já tenham estudado o gênero artigo de opinião.

Estratégias e recursos da aula

Estratégias

  • Leitura de material explicativo sobre modalizadores;
  • Leitura e interpretação de artigos de opinião;
  • Produção de artigo de opinião.

Recursos

  • Textos explicativos (impressos).
  • Coletânea de textos.
  • Material para produção textual.

 

Módulo 1

Atividade 1

 

Primeiramente, o professor explicará aos alunos o que são modalizadores. Para facilitar a compreensão, o professor poderá levar essa explicação:

 

Modalizador é palavra da área da linguística, e «diz-se de ou elemento gramatical ou lexical por meio do qual o locutor manifesta determinada atitude em relação ao conteúdo de seu próprio enunciado». Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, «entre os modalizadores tem-se: a) os advérbios (talvez, sem dúvida, a meu ver etc.), que indicam se o conteúdo do enunciado foi ou não inteiramente assumido pelo locutor; b) o modo verbal (indicativo, subjuntivo), que indica se o enunciado expressa um fato ou um desejo (Pedro veio; gostaria que Pedro viesse); c) o verbo auxiliar modal, que indica a noção de necessidade ou possibilidade (Pedro pode vir; Pedro deve vir); d) uma oração principal cujo verbo expressa modalidade (é possível que Pedro venha)».

Carlos Marinheiro :: 09/10/2007

Disponível em: <http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=21629>. Acesso em: 23 nov. 2014.

 

 

Em seguida, os alunos deverão ler o seguinte material, que traz mais algumas explicações e exemplos de modalizadores. O professor deverá ler o material com os alunos, ressaltando que os modalizadores ajudam a identificar o posicionamento assumido pelo locutor (ou emissor) do texto sobre o conteúdo enunciado, podendo relativizar ou enfatizar o que foi dito.

 

Modalização

 

O fenômeno da modalização ganha destaque nos estudos linguísticos, pois tem a função de determinar “o modo de como aquilo que se diz é dito”. Na produção de um discurso, o locutor manifesta suas intenções e sua atitude no enunciado que produz, o que pode ser considerado como atitude ilocucionária de modalização.  

Observemos os exemplos abaixo.

a) Eu ordeno que você se retire daqui.

b) É preciso que você se retire daqui.

Nota-se que, respectivamente, as sentenças estabelecem as noções de obrigatoriedade e necessidade. Em ambas o locutor procura obrigar seu interlocutor a assentir ao seu discurso, o qual é marcado pela atitude autoritária e imperativa daquele.

Em (a) o locutor coloca-se explicitamente num patamar de autoridade e manifesta em seu enunciado a intenção de levar o interlocutor a agir conforme o citado.

Já em (b) o locutor é menos incisivo e autoritário, porém manifesta a necessidade de que a ação seja concretizada. Nota-se que em ambas as frases o locutor se compromete com o conteúdo asseverado, pois se expõe como autor de tais afirmações.  


c) É possível que Maria tenha feito a prova.

d) Provavelmente será preciso estudar.

Em (c), o locutor parte de suas percepções acerca da realidade, de suas convicções, porém não garante a verdade da proposição, o que permite que a responsabilidade sobre a asseveração seja atenuada. Já no exemplo (d) nota-se que o locutor, diferente do que ocorre no enunciado (b), avalia o conteúdo como uma possibilidade não como uma verdade. Ele deseja ver realizada a ação de estudar, porém a apresenta de modo menos incisivo, podendo receber contestações, pois não é apresentada como uma certeza.  

Modalidade do discurso:

– modalização e modulação

– valores

A polaridade e a modalidade são recursos interpessoais da linguagem. A polaridade ocorre em respostas a perguntas do tipo sim/não. A modalidade, por sua vez, pode ocorrer como probabilidade, usualidade, obrigação e prontidão.

A probabilidade e a usualidade servem a proposições (declarações e perguntas). É o caso propriamente dito de modalização. A obrigação e a prontidão, por sua vez, servem a propostas (ofertas e comandos). É o caso da modulação.

Valores da modalidade:  

Sempre com base na polaridade, a modalidade pode trazer um grau alto, médio ou baixo de julgamento.

   – Grau alto:

       “certamente”, “sempre”...

   – Grau médio:

       “provável”, “usualmente”...

   – Grau baixo:

      “possível”, “às vezes”...

 A função interpessoal também ocorre por meio do metadiscurso. O metadiscurso consiste em “comentários” do locutor que permeiam seu discurso. O metadiscurso pode ser analisado por meio de seus índices (tarefa da interpretação).

Índices do metadiscurso:

 Marcadores ilocucionais:  

  – “afirmo”, “prometo”, “discuto”, “por exemplo”...

 Narradores:  

  – “O diretor informou que...”

 Salientadores:  

   – “mais necessário”, “mais importante”...

 Enfatizadores:  

   – “sem dúvida”, “é óbvio”, “é lógico”...

 Marcadores de validade:  

     – “pode”, “deve”, “talvez”...

 Marcadores de atitude:  

    – “infelizmente”, “é incrível que”, “curiosamente”...

 Comentadores:  

   – “talvez você queira...”, “meus amigos” e todas as formas de vocativo, “vocês poderão”...

 

Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1559889/modalizacao-do-discurso>. Acesso em: 23 nov. 2014.

 

 

 

Atividade 2

Para os alunos perceberem como funcionam os modalizadores nos textos escritos, os alunos deverão ler o texto abaixo, em duplas, buscando explicitar qual a função exercida pelos trechos destacados, ou seja, verificar o que a utilização dos modalizadores revela sobre o posicionamento do locutor sobre o conteúdo tratado.

 

Herança maldita

Publicado em 23/11/2014 | Rubens Bueno


Um dos pontos centrais no debate travado ao longo das últimas eleições foi o desempenho da economia brasileira. Comparações foram feitas, dados foram apresentados, verdades, meias verdades e mentiras foram direcionadas aos eleitores que muitas vezes se viram face a face com números tão distantes da realidade que parecia que estavam falando de outro país. Mas, afinal, passada a visceral campanha vivida por todos nós, qual é o desempenho do atual governo Dilma na economia?

O crescimento da economia, por exemplo, é um dado essencial para avaliarmos o desempenho de um governo. A média de evolução do PIB no governo Dilma que se encerra no próximo mês deverá ser de 1,63%. Um crescimento medíocre se comparado a qualquer parâmetro, seja os governos brasileiros passados, seja outros países no mesmo período. Para termos uma ideia do pífio desempenho da economia brasileira nos últimos quatro anos, a média de elevação do PIB entre os anos de 1940 e 2000 foi de 5,35%. E, na década passada, o crescimento médio do PIB brasileiro foi de 3,6%. Se compararmos com países da América Latina, somos um dos lanternas no crescimento.

Nas contas públicas, o desempenho não foi diferente. O déficit nominal nos últimos 12 meses até setembro foi o maior desde 2003. Os números são bem piores, já que o Tesouro adiou para novembro o pagamento de precatórios e a compensação do crédito subsidiado bancado com a emissão de dívida pelo Tesouro. Mais um exemplo da contabilidade criativa e deletéria deste governo.

Outro equívoco monumental do atual governo é o tratamento dispensado à indústria. O ex-ministro Delfim Netto, em entrevista à Folha de S.Paulo recentemente, foi taxativo: “O governo tem de reconhecer: eu destruí um setor. Ponto final”. É a desindustrialização causando prejuízos enormes à nossa indústria, precarização dos empregos, falta de investimento e perda de competitividade.

Poderíamos avançar, falando da leniência com a inflação no topo da meta; do descumprimento da proposta de superávit primário; do descontrole nas contas externas; do aumento da dívida pública, enfim, são inúmeros exemplos negativos que o atual governo coleciona na economia e que servirão de herança maldita para o próximo governo da presidente Dilma.

O período pós-eleitoral nos trouxe mais surpresas desagradáveis: aumento na Selic, autorização de reajuste nos preços da energia e dos combustíveis, aumento do desmatamento da Amazônia, déficit recorde nas contas públicas, enfim, medidas tomadas e indicadores revelados ao sabor dos interesses da candidatura oficial. Tudo feito para não atrapalhar a reeleição. Tudo feito para enganar o povo brasileiro.

Para o bem de nosso país, esperamos que o governo que se inicia faça tudo diferente do que o triste governo que se encerra.



Rubens Bueno é deputado federal e líder do PPS na Câmara Federal.

 

Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1515517&tit=Heranca-maldita>. Acesso em: 23 nov. 2014. (grifos nossos)

 

 

Professor, é válido chamar a atenção dos alunos para o fato de que a própria adjetivação (pontos centrais; dado essencial; crescimento medíocre; pífio desempenho; prejuízos enormes; etc.) é reveladora do posicionamento do autor do artigo de opinião sobre o estado da economia brasileira e o desempenho do governo em conduzi-la. Perceba-se que quando o autor utiliza essas adjetivações, está na realidade emitindo um parecer sobre uma realidade (pontos centrais do ponto de vista de quem?; dado essencial de acordo com quem?).

Além disso, o uso do verbo auxiliar modal no futuro do presente do indicativo, na frase "[...] deverá ser de 1,63 %" revela que o autor não tem como afirmar com certeza que esse número se concretizará, mas ele tem quase certeza que sim. Para exemplificar para os alunos, o professor pode fazer exercícios de substituição, por exemplo, trocando a locução "deverá ser" por "será" ou "poderá ser", para que os alunos percebam as mudanças de sentido provocadas pela utilização ou não dos modalizadores.

Outro recurso utilizado (e que o professor deverá ressaltar) é o dos intensificadores, em "bem piores", "prejuízos enormes" que são utilizados para salientar as informações que o autor julga relevantes.

Interessante notar ainda o uso de "Poderíamos", utilizado no início do quinto parágrafo. O autor utiliza o verbo no futuro do pretérito do indicativo (poderíamos), ao invés de utilizar o presente do indicativo (podemos), uma vez que o verbo foi utilizado para marcar o começo de uma enumeração.

 

 

Módulo 2

Atividade 1

Os alunos irão ler o texto abaixo, buscando identificar nele as palavras e expressões que funcionem como modalizadores do discurso.

Os alunos deverão:

  • Grifar (ou destacar com marcatexto) as palavras e expressões;
  • anotar ao lado de cada marcação que efeito de sentido esse modalizador agrega ao trecho em que está inserido;
  • ao final da leitura do texto, explicar qual a tese defendida pelo autor do texto e como os modalizadores ajudam a revelar esse posicionamento assumido.

 

Desfaqueamento já!


Publicado em 21/11/2014 | Bene Barbosa

Não, o verbete do título não consta de nenhum dicionário, mas não me espantarei se em breve passar a constar. Tal neologismo – criação de uma nova palavra – começou a surgir mais de uma década atrás, por causa das tais campanhas de desarmamento, sendo invocado a cada crime com faca – e não são poucos – para ironicamente expressar a completa ineficácia da política nacional de recolhimento de armas, a qual, apesar do fragoroso fracasso, vige até hoje na terra brasilis.

E eis que me deparo com duas notícias que remetem ao aludido termo, uma delas sobre um covarde ataque a uma sinagoga em Israel, onde dois terroristas armados com facas deixaram quatro mortos e outros tantos feridos, e só acabaram mortos com a chegada da polícia. A outra é sobre segurança pública na Inglaterra.

No primeiro caso, o de Israel, enquanto feridos ainda eram atendidos e os mortos, retirados do local, o ministro israelense de Segurança Pública, Yitzhak Aharonovitch, disse que o país vai facilitar o porte de armas para garantir a autodefesa dos cidadãos. “Aliviarei imediatamente as restrições sobre o porte de armas”, afirmou à rádio pública de Israel.

Já a segunda notícia, vinda da Inglaterra – berço moderno do desarmamento e país que falsamente é usado como exemplo de sucesso dessa política no combate ou redução de crimes violentos –, informa que várias cidades, diante de uma verdadeira epidemia de crimes cometidos com facas, facões, espadas e machados, lançaram efetivas campanhas de “desfaqueamento”! Isso mesmo, as pessoas estão sendo convidadas a entregar suas facas em prol da segurança. Com tais campanhas, o governo e a polícia tentam diminuir as ocorrências violentas utilizando tais objetos. O absurdo da notícia, confesso, até para mim causa dificuldade de tecer críticas minimamente educadas, sendo impossível não indagar o que virá depois. Entregar bastões? Pedras? Garrafas de vidro? Ou serão as próprias mãos?

Minha modesta sugestão para os operadores da Segurança Pública, na Inglaterra ou em qualquer outro país: leiam com atenção o livro da americana Joyce Lee Malcolm, professora e doutora em Direito, chamado Violência e Armas — A Experiência Inglesa (lançado no Brasil pela Vide Editorial), obra em que a escritora faz um minucioso estudo sobre a criminalidade na Inglaterra, iniciando no século 15 e indo até o século 21. Os resultados da extensa pesquisa são os já conhecidos: não existe relação entre nível de criminalidade e número de armas em mãos corretas, sejam elas facas ou fuzis.

A divergência de posturas é de simples compreensão: a Inglaterra, muito alinhada ideologicamente com o politicamente correto e com o progressismo, continua imaginando que aquele que quer fazer o mal só o faz por ter acesso aos instrumentos eficazes para isso. Israel, por outro lado, dá uma resposta rápida e eficaz, que aponta para algo que é sabido por todos e negado por muitos: que o Estado não é onipresente para a defesa do cidadão e um maluco armado, mesmo que com uma simples faca, só pode ser detido por um cidadão de bem, também armado em iguais ou superiores condições às do seu agressor. E que se dane o politicamente correto!


Bene Barbosa, especialista em segurança pública, é presidente da ONG Movimento Viva Brasil.

 

Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1515166&tit=Desfaqueamento-ja!>. Acesso em: 23 nov. 2014.

 

Atividade 2

Os alunos deverão redigir um artigo de opinião sobre um tema que esteja sendo trabalhado em uma de suas disciplinas escolares. Em seus textos eles deverão fazer uso de modalizadores de forma a ressaltar o posicionamento assumido, bem como relativizar alguns trechos.

 

Recursos Complementares

Artigo sobre os modalizadores em -mente nos textos jornalísticos de opinião.

Disponível em: <http://www.filologia.org.br/xcnlf/12/12.htm>. Acesso em: 23 nov. 2014.

 

Sequência didática para o trabalho com os modalizadores:

Disponível em: <http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/gramatica-com-textos-9o-ano-modalizadores-do-discurso>. Acesso em: 23 nov. 2014.

Avaliação

Durante as discussões de textos e materiais explicativos, os alunos serão avaliados processualmente, de acordo com a participação efetiva e a contribuição para o bom rendimento das atividades.

 

Para avaliar a compreensão da função dos modalizadores, o professor avaliará a produção textual dos alunos verificando a adequação ou não dos modalizadores.

Opinião de quem acessou

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