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Música - Pedal e Ostinato, uma experiência de composição com alunos em sala de aula - aula 03

 

19/10/2009

Autor e Coautor(es)
Daniel Fils Puig
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RIO DE JANEIRO - RJ COL DE APLIC DA UNIV FED DO RIO DE JANEIRO

Claudia Helena Azevedo Alvarenga

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Artes Música: Apreciação significativa em música: escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical
Ensino Fundamental Final Artes Música: Compreensão da música como produto cultural e histórico
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Artes Música: desenvolvimento da linguagem musical
Ensino Médio Artes Música: Estruturas sintáticas
Ensino Fundamental Final Artes Música: Expressão e comunicação em música: improvisação, composição e interpretação
Ensino Médio Artes Música: Contextualização
Ensino Médio Artes Música: Estruturas morfológicas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno deverá ser capaz de trabalhar criativamente em grupo de forma organizada, discutindo, debatendo e decidindo com respeito e espírito democrático.

Os alunos deverão ser capazes de criar um Pedal, um Ostinato e uma ou mais melodias, anotá-los corretamente utilizando-se do que conhecem da grafia musical tradicional e utilizá-los conscientemente em uma forma musical ABA.

Nesta coleção de 6 aulas os alunos irão compor suas próprias músicas utilizando Pedal e Ostinato, aprendendo mais acerca da história da música, da grafia musical e do uso de formas musicais básicas. 
Duração das atividades
2 aulas de 50 minutos (1h40min).
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Noções de grafia musical tradicional: pentagrama, clave de sol e notação de alturas (notas), sem a obrigatoriedade de notação rítmica.

Domínio básico de um instrumento melódico ou harmônico (Flauta Doce, Xilofone, Metalofone, Escaleta, Gaita, Violão, Cavaquinho, Teclado, Piano, etc).

Noções básicas acerca de formas musicais simples, especialmente sua esquematização com o uso de letras (Ex.: forma ABA, forma ABACA, forma canção, etc.) e seu reconhecimento auditivo.

A partir do conteúdo da 1a. e da 2a. aulas desta coleção:

Compreensão dos conceitos de Pedal e Ostinato, sua importância como técnicas de composição musical através da história da música, o reconhecimento auditivo do seu uso em diferentes tipos de música e a experimentação prática do uso de Pedal e Ostinato. 
Estratégias e recursos da aula

Conceitos

Pedal: Um som ou conjunto de sons sustentado continuamente por um trecho relativamente grande ou por toda a música.

Ostinato: Uma melodia ou sequência rítmica (motivo) repetida continuamente e sempre igual por um trecho relativamente grande ou por toda a música.

Forma ABA: Uma forma musical tripartida (com três partes), onde a primeira e a última parte são iguais, e a parte central diferente das outras duas e tradicionalmente contrastante. A forma ABA é uma das mais comuns nas diversas tradições, gêneros e estilos musicais, apresentando todo tipo possível de variações.

Observações importantes

Como indicam vários autores (ver os trabalhos de Robert Murray Schafer, John Paynter e Brian Dennis, por exemplo — links em “Recursos Complementares” abaixo), é interessante não criar em crianças pequenas um ouvido musical calcado nos valores e princípios da música tonal, a fim de poder deixar sua escuta aberta a novas possibilidades. Isso é importante tanto para músicas de culturas que não são calcadas no tonalismo (como, por exemplo, no Nordeste brasileiro­), quanto para a música de concerto contemporânea, a música popular experimental ou qualquer outra que se desvie desse modelo. Para isso, no caso destes exemplos de aulas, procure:

- selecionar e criar repertório de orientações variadas do ponto de vista da organização do material sonoro;

- não indicar regras harmônicas, de tensão ou resolução, ou de qualquer tipo de ordenação do material sonoro (um exemplo do que não deve ser feito seria a indicação de que os alunos trabalhem com intervalos de terça);

- enfatizar para os alunos a importância de que ouçam o resultado sonoro do que estiverem fazendo e de que deixem com que seus ouvidos guiem as escolhas musicais que fizerem.

Por experiência própria, observamos que os alunos são assim capazes tanto de repetir as soluções da música do seu entorno cultural, quanto de lançar mão de outras completamente inusitadas pela simples qualidade sonora que apresentam. Observamos isto tanto do ponto de vista da organização interna do material sonoro, quanto da organização formal de suas composições. Nesse sentido, é importante que os alunos ouçam os trabalhos uns dos outros, para que seus horizontes ampliem-se ainda mais no confronto com as soluções encontradas por outros grupos (isto será explorado nas aulas finais desta coleção).

Preparação a ser feita pelo Professor, anterior à aula

Preparar uma folha com pentagramas onde os alunos possam anotar o que estiverem criando. Sugerimos que a folha tenha:

- cabeçalho, para identificação do local (escola), data(s), integrantes do grupo e instrumentos utilizados;

- espaços definidos para anotar o Pedal, o Ostinato, as melodias criadas e a forma escolhida.

Exemplo de folha: 

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Desenvolvimento da aula

Professor(a), inicie distribuindo a folha com pentagramas preparada anteriormente (ver “Preparação a ser feita pelo Professor, anterior à aula”). Depois, relembre a experimentação feita na aula passada com Pedal, Ostinato e as melodias e faça uma rápida recordação dos conceitos de Pedal e Ostinato.

Explique aos alunos que eles irão compor a partir desta aula usando as técnicas de Pedal e Ostinato e que o trabalho de composição será feito em grupo, devendo para isto prevalecer a cooperação entre os membros. Reforce que o trabalho deve ser feito privilegiando o debate e as decisões coletivas em uma atmosfera de respeito e espírito democrático. Tenha certeza de que seus alunos já estão acostumados a decidir coletivamente e a lançar mão de votações caso haja alguma discordância entre os membros do grupo, bem como abrir mão de uma de suas opiniões caso ela seja voto vencido. Se necessário, explique estes procedimentos e faça uma breve exposição das suas vantagens e desvantagens (da forma como você as vê), relacionando-os ao contexto social democrático mais amplo (eleições para o grêmio estudantil, para a direção escolar, eleições municipais, estaduais, federais, etc.).

Agora, relembre a seus alunos o que significa uma forma ABA. Destaque que é uma forma tripartida — dividida em três partes — mas que suas divisões também podem estar mais ou menos borradas, não sendo necessária uma cisão nítida entre as partes. Reforce, no entanto, que separar claramente as partes também é uma possibilidade. Explique que tradicionalmente é utilizado um contraste claro entre as partes A e B, mas que este não é absolutamente necessário. Refira-se às músicas ouvidas nas duas primeiras aulas desta coleção, caso haja alguma que sirva como exemplo. Se quiser, e houver tempo disponível, toque um ou mais exemplos de músicas com forma ABA.

Em seguida, deixe claro para os alunos que, como nos exercícios feitos na aula passada, eles devem compor:

- um Pedal e uma melodia a ser executada em conjunto com ele; e

- um Ostinato e uma melodia a ser executada em conjunto com ele.

Esclareça que a diferença agora é que este será um trabalho a ser anotado pelo grupo como uma composição que poderá vir a ser apresentada no futuro.

Deixe claro que os alunos deverão pensar na forma ABA enquanto compõem e que devem indicar claramente na folha de que parte da forma cada um dos materiais composto fará parte. Acrescente a observação de que, caso o grupo deseje, a melodia poderá ser a mesma para as duas partes.

Em seguida, peça aos alunos que observem na folha distribuída os espaços reservados para que sejam anotados o Pedal, o Ostinato e as melodias criadas pelo grupo. Se necessário, relembre algum aspecto específico da notação musical tradicional, o qual você julgue que necessite de reforço. Deixe bem claro para eles que, mais do que anotar o que fizerem, é importante que escutem atentamente ao resultado sonoro do que vierem a criar e que estejam contentes com ele, julgando-o bonito dentro das intenções musicais que tiverem, ou seja, a escuta deve ser a ferramenta final de julgamento do resultado musical, e não a escrita. Explique ainda que cada integrante do grupo deverá preencher a sua folha com a música composta para que todos tenham o resultado do trabalho registrado em seu material das aulas de música. Peça aos alunos que escrevam a lápis para facilitar qualquer correção, revisão, melhora, etc.

Agora, divida a turma em grupos. Para isso você pode lançar mão de diversas estratégias, mas é importante que os alunos se sintam bem no grupo do qual vierem a fazer parte. Você mesmo(a) pode decidir a composição dos grupos, pode deixar que os alunos decidam livremente, pode fazer algum tipo de sorteio, pode chamar alguns alunos que irão escolher alternadamente um membro para seu grupo até completarem o total desejado, pode estabelecer alguma regra (por exemplo: todos os grupos deverão ter meninos e meninas) e deixar que eles escolham como irão se dividir, etc.

Cada grupo levará consigo os instrumentos musicais necessários, as folhas distribuídas no início da aula e o material para escrever. Deixe que cada grupo procure um espaço para trabalhar. Não tenha receio de enviar grupos para locais fora da sua sala de aula. Desde que os alunos estejam engajados na proposta e motivados para criarem algo que lhes interessa, a dispersão e a desconcentração serão minimizadas. É importante, no entanto , que você mantenha controle da situação, sabendo onde cada grupo se encontra (inclusive pedindo a eles para que não mudem de local), visitando continuamente cada um dos grupos para ver como estão trabalhando, estimulando-os a prosseguir o trabalho com elogios e afirmações positivas e tirando qualquer dúvida que possa surgir.

Professor(a), lembre-se de procurar evitar influir nas decisões dos alunos segundo os seus critérios musicais — deixe que eles criem livremente dentro da proposta apresentada. Confie que sua exposição do assunto e a escuta deles serão suficientes para que surjam soluções criativas. Atenha-se mais ao resultado sonoro do que eles fizerem do que a regras preestabelecidas de organização do material musical. Na nossa experiência, quanto mais os alunos estiverem acostumados a trabalhar criativamente com o material musical, tanto mais surgirão soluções de grande expressividade. Para isso, é importante que você consiga criar um clima descontraído, no qual a composição possa ser vista como um jogo criativo, uma atividade lúdica e expressiva que sempre alimentou as sociedades humanas.

Combine com os grupos, antes que iniciem o trabalho, quanto tempo eles terão para compor e anotar o resultado e a que horas devem apresentar a você a folha com o resultado do que fizeram nesta aula. Se for o caso, deixe claro que eles ainda terão tempo na próxima aula para continuar o trabalho, mas deverão apresentar por escrito o que conseguirem fazer nesta aula. Tenha em mente que: aquilo que os alunos anotarem na folha é a sua avaliação do trabalho realizado, somada à sua observação de como os grupos funcionaram (ver abaixo em “Avaliação”).

Sugestões de desenvolvimento das atividades em grupo

Se a escola possui, por exemplo, vários Xilofones, dê duas baquetas e um Xilofone a cada grupo e instrua os alunos sobre como trabalhar com a folha, a revezarem-se constantemente e/ou dividirem tarefas (tocar, anotar, ouvir atentamente o resultado, etc.) para que ninguém fique muito tempo sem o que fazer.

Se os alunos estão aprendendo a tocar Flauta Doce, Violão, Cavaquinho ou qualquer outro instrumento melódico, deixe que os grupos utilizem seus instrumentos para a execução das tarefas propostas. 
Recursos Complementares
Avaliação

Os alunos serão capazes de:

- utilizar corretamente os conceitos de Pedal, Ostinato, melodia e forma ABA em seu trabalho de composição;

- anotar corretamente o resultado do trabalho de composição do seu grupo, do ponto de vista da organização das folhas individuais e do que já conhecem da grafia musical tradicional;

- trabalhar em grupo de forma criativa e organizada, discutindo, debatendo e decidindo com respeito e espírito democrático. 
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