Portal do Governo Brasileiro
Início do Conteúdo
VISUALIZAR AULA
 


Olhares diferentes para distintas leituras: o texto literário e as artes plásticas

 

18/09/2009

Autor e Coautor(es)
ANA GRAZIELA CABRAL
imagem do usuário

BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Edna Maria Santana Magalhães

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Médio Artes Arte Visual: Contextualização
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Professor, espera-se que ao fim das aulas propostas sejam alcançados os seguintes objetivos:

1) tornar os alunos sensíveis à leitura de diferentes tipos de texto, entre eles ao gênero textual conto e à leitura de imagens;
2) incentivar a produção escrita por parte dos alunos;
3) mostrar diferentes formas de expressão artísticas, como as artes plásticas e a literatura;
4) incentivar os alunos a emitir sua opinião sobre os trabalhos dos colegas, de forma a compreender a função da crítica para o artista;
5) reconhecer,  nos textos, elementos referentes à cultura popular, à memória e ao imaginário infantil.
6) incentivar o desenvolvimento da expressão artística, no caso, a pintura.

Duração das atividades
7 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Professor, para obter sucesso com essa proposta é preciso que os alunos conheçam anteriormente noções sobre o gênero conto, que podem ser encontradas em vários sites indicados no subtítulo “Recursos Complementares”. É importante que as noções sobre conto sejam apresentadas em comparação com as demais modalidades de prosa de ficção, como o romance e a novela, noções essas que também se encontram nos sites. Isso facilitará a compreensão, por parte dos alunos, das características específicas do conto.
Além disso, convém falar um pouco sobre o autor Machado de Assis. Para isso, sugere-se o site: http://www.releituras.com/machadodeassis_bio.asp - (acessado em 06 de setembro de 2009). Da mesma forma sugere-se que os alunos tenham conhecimentos sobre as obras dos pintores Alfredo Volpe e Iberê Camargo. Essas informações poderão ser encontradas em sites indicados no campo "Recursos Complementares".

Estratégias e recursos da aula

Professor, a proposta de aula aqui apresentada alia uma análise do “Conto de Escola”,  de Machado de Assis e das obras “Pássaro de Papelão”, de Alfredo Volpi e “Carretel azul”,  de Iberê Camargo. A intenção é que se trabalhe com o imaginário infantil através das obras, usando a estrutura de cada uma, o texto literário e a pintura, com fins de levar os alunos a refletir sobre esses dois contextos de produção da arte.

1ª AULA:


Professor, comece trabalhando com a imagem “Pássaro de Papelão”, de Volpi:

Passaro de Papelão

http://www.artenaescola.org.br/midiateca/imagens2/Alfredo_Volpi_Passaro_de_papelao.jpg . Imagem “Pássaro de Papelão” de Alfredo Volpi, série brinquedos populares, 1955. Tempere sobre papel, 49,8 x 73 cm, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paul, doação Theon Spanudis, São Paulo – SP. (Acessado em 06 de setembro de 2009).


- Apresente a imagem aos alunos e deixe que eles a olhem por um longo tempo. Essa apresentação pode ser feita por meio de algum recurso audiovisual ou a imagem pode ser impressa. Então peça que falem livremente sobre o que vêem na imagem, sem influenciar inicialmente as respostas. Os alunos devem perceber a presença de objetos na tela, como listras finas, verdes e horizontais, outras mais grossas de um tom marrom, um retângulo azul claro ao centro na posição horizontal e outro paralelo acima, de cor azul escura, um pouco menor. Tudo isso é envolvido por uma fina moldura marrom. Eles possivelmente notarão ainda a presença de um objeto ao centro que se assemelha a um pássaro (pássaro de papelão, que é um brinquedo popular muito comum em barraquinhas de festas populares do país); verão ainda uma ferradura e uma figa, objetos que você, professor, pode associar à elementos da cultura mágica, que simbolizam a sorte.


- Após deixar que os alunos teçam ideias sobre a imagem, apresente dados mais técnicos sobre ela. Informe que essa pintura faz parte de uma das séries de pinturas que Alfredo Volpi realizou sobre o tema “Brinquedos Populares”. Chame a atenção dos alunos para o título de cada obra de arte.

_____________________________________________________________________________________________________

Agora, professor, apresente a imagem “Carretel Azul”, de Iberê Camargo:

http://www.artenaescola.org.br/midiateca/imagens2/Ibere_Camargo_Carretel_azul.jpg . Imagem “Carretel Azul”, 1981, de Iberê Camargo. Óleo sobre tela, 25 x 35 cm, Fundação Iberê Camargo, doação Maria Coussirat Camargo, Porto Alegre, RS. (Acessado em 06 de setembro de 2009).


- Assim como com a imagem anterior, deixe que os alunos observem essa figura e que falem livremente sobre ela. Provavelmente eles comentarão o fato de que não conseguem ver com tanta clareza o que simboliza o desenho da imagem. Leve-os a observar que as cores usadas são mais escuras e que essa imagem parece ser ainda mais abstrata que a anterior. Explique que abstrato é aquilo que não remete à semelhança com os objetos existentes no mundo, diferentement e do figurativo, que s e assemelha às coisa s comuns e corriquei ras na vida. Então o s oriente até que eles reconhecem um carre tel na imagem. Talve z eles não tenham co nhecimento sobre o que é um carretel. Então, professor, explique inicialmente que esse é um objeto do universo da costura, em que se guardam as linhas ou serve para enrolar fios usados para fins diversos. Por esse motivo, também podemos encontrar carretéis de formatos, tamanhos e feitos com materiais os mais variados possíveis. Há carretéis para fios de luz, mangueiras, fitas e outros materiais com grande comprimento.

- Em seguida fale da influência do carretel nas brincadeiras de criança. Eles eram usados pelos meninos para fazer rodas de carrinhos ou ainda para enrolar a linha de pipas e papagaios. Já as meninas faziam bonequinhas com os pequenos carretéis. Era parte do imaginário infantil ficar ao pé da máquina de costura da mãe esperando que um carretel de madeira fosse desocupado e descartado para, em seguida, virar brincadeira. Essa modalidade de carretéis foi substituída por modernos retrozes de linha plásticos, que puseram fim ao encanto gerado pelos carretéis.


Existem ainda os grandes carretéis de madeira utilizados para guardar fios de energia e telefônicos.


É interessante apresentar a imagem real de ambos os carretéis aos alunos, conforme sugerido nas imagens modelos abaixo. Melhor ainda seria se você, professor, conseguisse em alguma loja de aviamentos uma carretel de verdade, para que os alunos possam pegá-lo.

IMAGEM 1 - CARRETEL
Carretel azul

IMAGEM 2 - CARRETEL DE ARMAZENAR FIOS DE ENERGIA/TELEFONE

IMAGEM 3- RETROZES DE LINHA

IMAGEM 4 - PIPA PRESA A UMA ESPÉCIE DE CARRETEL

IMAGEM 5 - BONECAS FEITAS COM CARRETEL 

- Logo após mostrar as imagens dos carretéis, conte aos alunos a trajetória de criação da série sobre "carretéis", de Iberê, conforme o fragmento que se encontra abaixo. Fale sobre as motivações do artista, pois elas ajudarão os alunos a compreenderem os jogos de cores e a temática utilizada pelo pintor.

“A partir de 1959, aproximadamente, devido às restrições físicas impostas por uma hérnia de disco, o artista passa a trabalhar em seu ateliê. Sua paleta de cores assume tons mais sombrios e surgem os carretéis como tema para sua pintura. Através desses objetos, reminiscências de sua infância, o artista acessará mais tarde o abstracionismo. "Símbolo, signo, personagem – o carretel -, brinquedo da minha infância, e agora, nesta fase, tema da minha obra, está impregnado dos conteúdos do meu mundo." (p.99, Camargo) Os carretéis tornam-se uma presença forte e recorrente em sua obra. Ao longo de quase 40 anos, eles surgem, ora transfigurados em signos, ora através de referências mais sutis, tornando-se linhas rápidas, quase imperceptíveis, como em Tudo te é falso e inútil V, de 1993: "O carretel, esse ente industrial, foi o tema, o personagem do meu drama pictórico". (p.27, Lagnado)”

(http://www.iberecamargo.org.br/content/acervo/carreteis.asp - acessado em 6 de setembro de 2009).


- Peça que os alunos façam oralmente uma associação entre as duas imagens. Ele s devem mencionar o fat o de que ambas tratam de contextos da infância. Aproveite esses ganchos para dizer que obras como estas são resultados das memórias dos artistas que as produzem, de seu repertório de vida e visão de mundo. Tente mostrar a eles que, através da arte, é possível expressar um pouco do mundo particular de cada um, ao mesmo tempo em que se criam universos novos e que parecem não ter comunicação com o mundo em que vivemos.


- Como exercício, ao final da aula, peça aos alunos que escrevam um texto falando brevemente das duas imagens lidas, relacionando-as com a infância e contando também de uma lembrança ou memória que faça parte de sua própria infância. O texto deve ser entregue pelos alunos na aula seguinte.


2ª AULA


- Professor, inicie a aula, pedindo que alguns alunos (deixe livre essa participação) leiam os textos que fizeram, pergunte como foi para cada um dos leitores produzir esse texto, se houve alguma dificuldade em escrever sobre o tema e como foi resolvida.


- Recolha as redações após a apresentação e corrija-as apontando os erros cometidos, sejam gramaticais, sejam de outro nível, mas não faça para eles a correção. Apenas evidencie os erros e devolva as redações para os alunos na aula seguinte. Durante a sequência de aulas eles terão tempo para repensar a produção do próprio texto e fazerem as modificações que julgarem conveniente. Essa atividade é positiva para que você observe a evolução dos alunos em relação à sua primeira produção e as modificações feitas.

- Professor, fale aos alunos sobre os gêneros textuais narrativos, mais especificamente sobre a prosa de ficção, caracterizada pela invenção, criação, imaginação, fingimento. Diferencie Romance, Novela e Conto, com ênfase para o último citado. Observe o campo “Recursos Complementares”, onde estão disponíveis sites que podem te ajudar na construção de tais explicações.


Precisa ficar claro para os alunos que o Conto é uma narrativa tradicionalmente mais breve, em que se enfatiza o essencial, acabando por concentrar o desenvolvimento da ação e dos personagens, limitando-os no tempo e no espaço. Dessa forma, o Conto constitui um verdadeiro instante narrativo.

- Depois de expostas essas colocações, distribua para todos os alunos cópias do “Conto de Escola”, de Machado de Assis. Faça a leitura em voz alta para os alunos, buscando dramatizar ao máximo a leitura:

CONTO DE ESCOLA


Machado de Assis


A escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia - uma segunda-feira, do mês de maio - deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brinca r a manhã. Hesitava e ntre o morro de S. D iogo e o Campo de San t'Ana, que não era entã o esse parque atual, construção de gentle man, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.
Na semana anterior tinha feito dois suetos, e, descoberto o caso, recebi o pagamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho empregado do Arsenal de Guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim uma grande posição comercial, e tinha ânsia de me ver com os elementos mercantis, ler, escrever e contar, para me meter de caixeiro. Citava-me nomes de capitalistas que tinham começado ao balcão. Ora, foi a lembrança do último castigo que me levou naquela manhã para o colégio. Não era um menino de virtudes.
Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo; ele entrou na sala três ou quatro minutos depois. Entrou com o andar manso do costume, em chinelas de cordovão, com a jaqueta de brim lavada e desbotada, calça branca e tesa e grande colarinho caído. Chamava-se Policarpo e tinha perto de c inquenta anos ou mais. U ma vez sentado, extra iu da jaqueta a boceta de rapé e o lenço vermelho, pô-los na gaveta; depois relanceou os olhos pela sala. Os meninos, que se conservaram de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se. Tudo estava em ordem; começaram os trabalhos.
- Seu Pilar, eu preciso falar com você, disse-me baixinho o filho do mestre.
Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinqüenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mai s severo com ele do que conosco.
- O que é que você quer?
- Logo, respondeu ele com voz trêmula.
Começou a lição de escrita. Custa-me dizer que eu era dos mais adiantados da escola; mas era. Não digo também que era dos mais inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de excelente efeito no estilo, mas não tenho outra convicção. Note-se que não era pálido nem mofino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita, por exemplo, acabava sempre antes de todos, mas deixava-me estar a recortar narizes no papel ou na tábua, ocupação sem nobreza nem espiritualidade, mas em todo caso ingênua. Naquele dia foi a mesma coisa; tão depressa acabei, como entrei a repro duzir o nariz do mestr e, dando-lhe cinco ou seis atitudes diferentes, das quais recordo a interrogativa, a admirativa, a dubitativa e a cogitativa. Não lhes punha esses nomes, pobre estudante de primeiras letras que era; mas, instintivamente, dava-lhes essas expressões. Os outros foram acabando; não tive remédio senão acabar também, entregar a escrita, e voltar para o meu lugar.
Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora, e recapitulava o campo e o morro, pensava nos outros meninos va dios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero humano. Para cúmulo de desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que bojava no ar, uma coisa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos.
- Fui um bobo em vir, disse eu ao Raimundo.
- Não diga isso, murmurou ele.
Olhei para ele; estava mais pálido. Então lembrou-me outra vez que queria pedir-me alguma coisa, e perguntei-lhe o que era. Raimundo estremeceu de novo, e, rápido, disse-me que esperasse um pouco; era u ma coisa particular. < br />- Seu Pilar... m urmurou ele daí a algu ns minutos.
- Que é?
- Você... - Você quê?
Ele deitou os olhos ao pai, e depois a alguns outros meninos. Um destes, o Curvelo, olhava para ele, desconfiado, e o Raimundo, notando-me essa circunstância, pediu alguns minutos mais de espera. Confesso que começava a arder de curiosidade. Olhei para o Curvelo, e vi que parecia atento; podia ser uma simples curiosidade vaga, natural indiscrição; mas podia ser também alguma coisa entre eles. Esse Curvelo era um pouco levado do diabo. Tinha onze anos, era mais velho que nós.
Que me quereria o Raimundo? Continuei inquieto, remexendo-me muito, falando-lhe baixo, com instância, que me dissesse o que era, que ninguém cuidava dele nem de mim. Ou então, de tarde...
- De tarde, não, interrompeu-me ele; não pode ser de tarde.
- Então agora...
- Papai está olhando.
Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos finos; metemos o nariz no livro, e continuamos a ler. Afinal cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro, que ele lia devagar, mastigando as idéias e as paixões. Não esqueçam que estávamos então no f im da Regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha decerto algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava, pendurada do portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca. E daí, pode ser que alguma vez as paixões políticas dominassem nele a ponto de poupar-nos uma ou outra correção. Naquele dia, ao menos, pareceu-me que lia as folhas com muito interesse; levantava os olhos de quando em quando, ou tomava uma pitada, mas tornava logo aos jornais, e lia a valer.
No fim de algum tempo - dez ou doze minutos - Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou p ara mim.
- Sabe o que tenho aqui?
- Não.
- Uma pratinha que mamãe me deu.
- Hoje?
- Não, no outro dia, quando fiz anos...
- Pratinha de verdade?
- De verdade.
Tirou-a vagarosamente, e mostrou-me de longe. Era uma moeda do tempo do rei, cuido que doze vinténs ou dois tostões, não me lembro; mas era uma moeda, e tal moeda que me fez pular o sangue no coração. Raimundo revolveu em mim o olhar pálido; depois perguntou-me se a queria para mim. Respondi-lhe que estava caçoando, mas ele jurou que não.
- Mas então você fica sem ela?
- Mamãe depois me arranja outra. Ela tem muitas que vovô lhe deixou, numa caixinha; algumas são de o uro. Você quer esta? Minha resposta fo i estender-lhe a mão disfarçadamente, depoi s de olhar para a mesa do mestre. Raimundo recuou a mão dele e deu à boca um gesto amarelo, que queria sorrir. Em seguida propôs-me um negócio, uma troca de serviços; ele me daria a moeda, eu lhe explicaria um ponto da lição de sintaxe. Não conseguira reter nada do livro, e estava com medo do pai. E concluía a proposta esfregando a pratinha nos joelhos...
Tive uma sensação esquisita. Não é que eu possuísse da virtude uma idéia antes própria de homem; n ão é também que não fosse fácil em empregar uma ou outra mentira de criança. Sabíamos ambos enganar ao mestre. A novidade estava nos termos da proposta, na troca de lição e dinheiro, compra franca, positiva, toma lá, dá cá; tal foi a causa da sensação. Fiquei a olhar para ele, à toa, sem poder dizer nada.
Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai. Se me tem pedido a coisa por favor, alcançá-la-ia do mesmo modo, como de outras vezes, mas parece que era lembrança das outras vezes, o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como queria, - e pode ser m esmo que em alguma ocasião lh e tivesse ensinado mal , - parece que tal foi a causa da proposta. O p obre-diabo cont ava com o favor, - ma s queria assegurar-lhe a eficácia, e daí recorreu à moeda que a mãe lhe dera e que ele guardava como relíquia ou brinquedo; pegou dela e veio esfregá-la nos joelhos, à minha vista, como uma tentação... Realmente, era bonita, fina, branca, muito branca; e para mim, que só trazia cobre no bolso, quando trazia alguma coisa, um cobre feio, grosso, azinhavrado...
Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la. Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal interesse, que lhe pingava o rapé do nariz. - Ande, tome, dizia-me baixinho o filho. E a pratinha fuzilava-lhe entre os dedos, como se fora diamante... Em verdade, se o mestre não visse nada, que mal havia? E ele não podia ver nada, estava agarrado aos jornais, lendo com fogo, com indignação...
- Tome, tome...
Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo em nós; disse ao Raimundo que esperasse. Pareceu-me que o outro nos observava, então dissimulei; mas daí a pouco deitei-lhe outra vez o olho, e - tanto se ilude a vontade! - não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo.
- Dê cá.. .
Raimundo deu-me a pratinha, sorrateiramente; eu meti-a na algibeira das ca lças, com um alvoroço que não posso definir. Cá estava ela comigo, pegadinha à perna. Restava prestar o serviço, ensinar a lição e não me demorei em fazê-lo, nem o fiz mal, ao menos conscientemente; passava-lhe a explicação em um retalho de papel que ele recebeu com cautela e cheio de atenção. Sentia-se que despendia um esforço cinco ou seis vezes maior para aprender um nada; mas contanto que ele escapasse ao castigo, tudo iria bem.
De repente, olhei para o Curvelo e estremeci; tinha os olhos em nós, com um riso que me pareceu mau. Disfarcei; mas daí a pouco, voltando-me outra vez para ele, achei-o do mesmo modo, com o mesmo ar, acrescendo que entrava a remexer-se no banco, impaciente. Sorri para ele e ele não sorriu; ao contrário, franziu a testa, o que lhe deu um aspecto ameaçador. O coração bateu-me muito.
- Precisamos muito cuidado, disse eu ao Raimundo.
- Diga-me isto só, murmurou ele.
Fiz-lhe sinal que se calasse; mas ele instava, e a moeda, cá no bolso, lembrava-me o contrato feito. Ensinei-lhe o que era, disfarçando muito; depois, tornei a olhar para o Curvelo, que me pareceu ainda mais inquieto, e o riso, dantes mau, estava agora pior. Não é preciso dizer que também eu ficara em brasas, ansioso que a aula acabasse; mas nem o relógio andava como das outras vezes, nem o mestre fazia caso da escola; este lia os jornais, artigo por artigo, pontuando-os com exclamações, com gestos de ombros, com uma ou duas pancadinhas na m esa. E lá fora, no céu azul, por cima do morro, o mesmo eterno papagaio, g uinando a um lado e outro, como se me chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali, com os livros e a pedra embaixo da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém, nem que me serrassem; guardá-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpando, roçando-lhe os dedos pelo cunho, quase lendo pelo tato a inscrição, com uma grande vontade de espiá-la.
- Oh! seu Pilar! bradou o mestre com voz de trovão.
Estremeci como se acordasse de um sonho, e levantei-me às pressas. Dei com o mestre, olhando para mim, cara fechada, jornais dispersos, e ao pé da mesa, em pé, o Curvelo. Pareceu-me adivinhar tudo.
- Venha cá! bradou o mestre.
Fui e parei diante dele. Ele enterrou-me pela consciência dentro um par de olhos pontudos; depois chamou o filho. Toda a escola tinha parado; ninguém mais lia, ninguém fazia um só movimento. Eu, conquanto não tirasse os olhos do mestre, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos.
- Então o senhor recebe dinheiro para ensinar as lições aos outros? disse-me o Policarpo.
- Eu...
- Dê cá a moeda que este seu co lega lhe deu! clamou.
Nã o obedeci logo, mas não pude negar nada. Conti nuei a tremer muito. Poli carpo bradou de novo que lhe desse a m oeda, e eu não resisti mais, meti a mão no bolso, vagarosamente, saquei-a e entreguei-lha. Ele examinou-a de um e outro lado, bufando de raiva; depois estendeu o braço e atirou-a à rua. E então disse-nos uma porção de coisas duras, que tanto o filho como eu acabávamos de praticar uma ação feia, indigna, baixa, uma vilania, e para emenda e exemplo íamos ser castigados. Aqui pegou da palmatória.
- Perdão, seu mestre... solucei eu.
- Não há perdão! Dê cá a mão! Dê cá! Vamos! Sem-vergonha! Dê cá a mão!
- Mas, seu mestre...
- Olhe que é pior!
Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e fui recebendo os bolos uns por cima dos outros, até completar doze, que me deixaram as palmas vermelhas e inchadas. Chegou a vez do filho, e foi a mesma coisa; não lhe poupou nada, dois, quatro, oito, doze bolos. Acabou, pregou-nos outro sermão. Chamou-nos sem-vergonhas, desaforados, e jurou que se repetíssemos o negócio apanharíamos tal castigo que nos havia de lembrar para todo o sempre. E exclamava: Porcalhões! Tratantes! Faltos de brio!
Eu, por mim, tinha a cara no chão. Não ousava fit ar ninguém, sentia todos os olhos em nós. Recolhi -me ao banco, soluçando, fustigado pelos impropérios do mestre. Na sala arquejava o terror; posso dizer que naquele dia ninguém faria igual negócio. Creio que o próprio Curvelo enfiara de medo. Não olhei logo para ele, cá dentro de mim jurava quebrar-lhe a cara, na rua, logo que saíssemos, tão certo como três e dois serem cinco.
Daí a algum tempo olhei para ele; ele também olhava para mim, mas desviou a cara, e penso que empalideceu. Compôs-se e entrou a ler em voz alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa, coçando os joelhos, o nariz. Pode ser até que se arrependesse de nos ter denunciado; e na verdade, por que denunciar-nos? Em que é que lhe tirávamos alguma coisa?
- Tu me pagas! tão duro como osso! diz ia eu comigo.
Veio a hora de sair, e saímos; ele foi adiante, apressado, e eu não queria brigar ali mesmo, na Rua do Costa, perto do colégio; havia de ser na Rua larga São Joaquim. Quando, porém, cheguei à esquina, já o não vi; provavelmente escondera-se em algum corredor ou loja; entrei numa botica, espiei em outras casas, perguntei por ele a algumas pessoas, ninguém me deu notícia. De tarde faltou à escola.
Em casa não contei nada, é claro; mas para explicar as mãos inchadas, menti a minha mãe, disse-lhe que não tinha sabido a lição. Dormi nessa noite, mandando ao diabo os dois meninos, tanto o da denúncia como o da moeda. E sonhei com a moeda; sonhei que, ao tornar à escola, no dia seguinte, dera com ela na rua, e a apanhara, sem medo nem escrúpulos... De manhã, acordei cedo. A idéia de ir procurar a moeda fez-me vestir depressa. O dia estava esplêndido, um dia de maio, sol magnífico, ar brando, sem contar as calças novas que minha mãe me deu, por sinal que eram amarelas. Tudo isso, e a pratinha... Saí de casa, como se fosse trepar ao trono de Jerusalém. Piquei o passo para que ninguém chegasse antes de mim à escola; ainda assim não andei tão depressa que amarrotasse as calças. Não, que elas er am bonitas! Mirava-as, fugia aos encontros, ao lixo da rua...
Na rua encontrei uma companhia do batalhão de fuzileiros, tambor à frente, rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os soldados vinham batendo o pé rápido, igual, direita, esquerda, ao som do rufo; vinham, passaram por mim, e foram andando. Eu senti uma comichão nos pés, e tive ímpeto de ir atrás deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e depois o tambor... Olhei para um e outro lado; afinal, não sei como foi, entrei a marchar também ao som do rufo, creio que cantarolando alguma coisa: Rato na casaca... Não fui à escola, acompanhei os fuzileiros, depois enfiei pela Saúde, e acabei a manhã na Praia da Gamboa. Voltei para casa com as calças enxovalhadas, sem pra tinha no bolso nem ress entimento na alma. E con tudo a pratinha era bonita e foram eles, R aimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; mas o diabo do tambor...


(http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/MachadodeAssis/contodeescola.htm -

acessado em 06 de setembro de 2009).


- Professor, a partir da leitura do conto, procure ouvir os alunos. Peça que eles digam o que observaram sobre o conto. Que falem sobre o espaço, sobre a noção de tempo (observando, inclusive o fato de que o narrador conta uma memória de infância), sobre os personagens. Diga a eles que o conto demonstra um momento de transição entre a infância, caracterizada pela ingenuidade, e a fase adulta, marcada pela corrupção de valores, que se apresenta no conto por meio de diversos símbolos.

- Professor, proponha que os alunos leiam em voz silenciosa o conto e façam marcas no texto: vocabulário/expressões desconhecidas, trechos que acharam estranho, curiosidades, elementos (utensíli os, práticas sociais, vocabulário, c ostumes...) que fazem p arte de uma outra época, caracterização de espaço, de personagens, tempo, conflitos... Enfim os elementos necessários para a compreensão mais apurada do texto.

- Professor, peça a ajuda deles para enumerar no quadro os símbolos ligados à inocência de infância e os outros que marcam certa maldade adulta. Para inocência, é pertinente que eles apresentem elementos como o campo, a rua, o morro, as brincadeiras, os amigos, o papagaio de papel (muito ligado à ideia da liberdade de infância, sugerida pelo pássaro de papel, de Volpi) e o tambor. Todos esses elementos constituem também tentações no imaginário do personagem Pilar, pois eles são convites para que o aluno não frequente as aulas. Para símbolos de manifestação adulta tem-se a palmatória, a sova de vara de marmelo, a gramática e especialmente a moeda, símbolo da ganância. No conto pode ainda ser discutido o fato do quanto é relativa a noção de ética de acordo com o ponto de vista de cada personagem. Ou seja, para Curvelo ele agiu certo ao denunciar os meninos, mas ao menos tempo esses o viram como um traidor. Para Raimundo o certo era cumprir a lição de Português para ver o pai satisfeito, mesmo que para isso tivesse que corromper o colega com uma moeda. O professor, por sua vez, considera a ação dos meninos inadmissível. É interessante discutir com os alunos essas noções de certo e errado que estão entre o mundo das crianças e adultos. Coloque-os para falar sobre isso, faça um círculo e promova uma discussão em torno do conto.
- Por último, não deixe de acrescentar à discussão as imagens de Volpi e Iberê Camargo. Ajude os alunos a construir uma ligação entre o texto e as imagens, focando o uso das memórias de infância para a construção dos três objetos artísticos, a seleção dos pontos de vista de cada um dos autores e como esses se relacionam entre si.

3ª AULA

Professor, os alunos, em posse de tintas, pincéis e folhas de cartolina branca, vão eleger uma cena do conto de Machado de Assis para pintar. Leve os alunos a pensar: se eles escolherem pintar a cena do momento em que o personagem Pilar ganha a moeda, quais seriam as cores apropriadas a serem usadas? E se a imagem pintada for referente à cena em que o professor estiver punindo os meninos com a palmatória, as cores usadas poderiam ser as mesmas? Lembre aos alunos de que eles podem optar por fazer pinturas figurativas, reproduzindo ao pé da letra alguma cena, ou podem usar de recursos mais abstratos, como, por exemplo, pintando os elementos que compõem o ambiente do conto, de forma aleatória: a moeda, a palmatória, o tambor. Os materiais produzidos nessa aula serão utilizados na última aula, quando será construída uma exposição final com as produções dos alunos. Além disso, esse material será incorporado ao blog que faz parte da proposta também da última aula.


4ª AULA


Professor, após a apresentação das obras de Volpi e Iberê, a discussão sobre a teoria do conto, sobre o processo de produção desse gênero narrativo e a leitura do “Conto de escola”, de Machado de Assis, disponibilize essa aula para pensar sobre a produção de um texto também da modalidade conto, cuja temática esteja voltada para o imaginário infantil. Eles deverão unir as informações colhidas nas imagens e no conto de Machado de Assis para que possam produzir um bom conto. Além disso, use essa aula para desenvolver com eles um esquema do processo de escrita, em que seja decidido:


- sobre o que escrever?
- quem serão os personagens?
- como eles serão?
- onde eles estão?
- em que tempo ocorrem os fatos?
- qual é o conflito?
- como será resolvido?
- como terminará a história?


Após a utilização dessa aula para pensar e organizar o trabalho, os alunos terão cerca de três dias para apresentar a primeira versão do texto.


5ª AULA


Essa aula será usada para a apresentação da primeira versão dos textos de alg uns colegas. Durante a l eitura, o professor pode fazer comentários que digam respeito à estrutura utilizada pelo aluno para a elaboração do texto, fazendo comentários que possam nortear o grupo a melhorar suas produções. Cabe a você, professor, explicar aos alunos as distintas formas de registrar as falas dos personagens no texto e de expressar as marcas do narrador.


Em um segundo momento da aula os alunos poderão refazer novamente o texto, baseados nos comentários ouvidos.


6ª AULA


A sexta aula será o último momento destinado à correção dos textos dos alunos. Eles deverão entender que escrever exige dedicação e paciência, e que é um ato contínuo de fazer, desfazer, refazer. Alunos que não tenham tido oportunidade de ler seus textos na quinta aula poderão fazê-lo agora. Após a segunda rodada de leituras e comentários, eles terão um tempo para modificar algo que julgarem necessário e deverão entregar a versão final do texto.



7ª AULA

Nessa aula é interessante que ao menos alguns alunos façam a leitura de seus textos definitivos. Enquanto isso, os colegas, que estarão assistindo, poderão fazer perguntas sobre o texto dos colegas e sobre as formas utilizadas para a construção do mesmo. Em seguida, todos deverão ir para o pátio da escola. Lá eles amarrarão em um barbante a cartolina confeccionada na terceira aula e junto a ele colocarão o texto. Deve-se criar um cordão com as pinturas e textos dos alunos, que podem ser colocados ao longo das paredes da escola, para apreciação de todos. O próximo passo é fazer registros fotográficos de todo o material, sendo pertinente também a filmagem dos trabalhos. O autor de cada trabalho pode se posicionar em ao lado de seu cartaz e um colega pergunta sobre o processo de criação da pintura e do texto. A filmagem fica a cargo do professor. Esse material pode ser postado na página da escola ou ainda pode-se criar um blog com as produções, de forma que todo o espaço do blog seja pensado e formulado pelos alunos, assessorados pelo professor. Eles poderão criar a apresentação do blog, selecionar as imagens adicionadas e cada aluno poderá fazer uma pequena autobiografia para ser postada junto às fotos do seu trabalho e ao texto, que poderá ser digitado diretamente no blog, para ser acessado por todos. Aí vai uma dica de um link em que há uma entrevista sobre a criação do texto autobiográfico:

http://www.via6.com/topico.php?tid=132437 – acessado em 17 de setembro de 2009).


Link do Blogspot: https://www.blogger.com/start (acessado em 17 de setembro de 2009).

Recursos Complementares

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u615.jhtm - Biografia de Alfredo Volpi (acesso em 6/9/2009);
http://www.bolsadearte.com/cotacoes/volpi.htm - Obras de Alfredo Volpi (acesso em 6/9/2009);
http://www.iberecamargo.org.br/ - Fundação Iberê Camargo (acesso em 6/9/2009);
http://www.youtube.com/watch?v=umCzGfW11Ks – Vídeo sobre o “Conto de escola”, de Machado de Assis (acesso em 6/9/2009);
http://www.youtube.com/watch?v=umCzGfW11Ks – Peça teatral do “Conto de Escola”, de Machado de Assis (acesso em 6/9/2009).

http://www.releituras.com/machadodeassis_bio.asp - Biografia de Machado de Assis (acessado em 6/9/2009);
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=literatura/docs/oconto - teses sobre o conto, Ricardo Piglia; (acessado em 6/9/2009);
http://www.facasper.com.br/cultura/site/noticia.php?tabela=noticias&id=398 – Apontamentos sobre o conto, Profª. Dra. Thaís Chinelatto, com a colaboração da Profª. Dra. Nanami Sato. (acessado em 6/9/2009);
http://www.jackbran.pro.br/redacao/teoria_do_conto.htm - A estrutura do Conto (acessado em 6/9/2009).

Avaliação

Professor, observe como os alunos recepcionaram a ideia de ler imagens. Avalie a aceitação deles em relação a essa prática. Durante o desenvolvimento da atividade de pintura, o professor pode observar os alunos quanto à aptidão para tal atividade e também em relação à organização e limpeza dos materiais de pintura e da área de trabalho. Essa proposta de aula exige uma participação efetiva dos alunos em relação à manifestação oral e expressão de opiniões. Portanto, professor, observe se todos os alunos estão realmente envolvidos nas discussões promovidas em sala. Avalie, ainda, se eles conseguiram estabelecer a devida relação entre o texto literário e as pinturas, inferindo informações implícitas em ambos os meios de expressão da linguagem. No âmbito da linguagem, os alunos podem ser avaliados quanto a capacidade de produção escrita, competência para organização e desenvolvimento de um esquema que antecede a produção do texto; sua habilidade em amarrar os elementos textuais do conto, de forma a tornar o texto coerente e coeso; a aptidão para fazer inferências pertinentes ao texto e extrapolações em relação ao tema e a sua realidade imediata.

Opinião de quem acessou

Cinco estrelas 6 classificações

  • Cinco estrelas 6/6 - 100%
  • Quatro estrelas 0/6 - 0%
  • Três estrelas 0/6 - 0%
  • Duas estrelas 0/6 - 0%
  • Uma estrela 0/6 - 0%

Denuncie opiniões ou materiais indevidos!

Opiniões

  • Ana Graziela, Centro Pedagógico da UFMG , Minas Gerais - disse:
    aninhagra@hotmail.com

    23/07/2011

    Cinco estrelas

    Agradeço a todos pelos comentários, sempre tão enriquecedores e gratificantes.


  • Guiveronez Coelho Ferreira, Escola , Ceará - disse:
    guiveronez@gmail.com

    09/09/2010

    Cinco estrelas

    Seu trabalho é muito bem elaborado, gostei muito, pois você se preocupou com todos os detalhes das aulas, não esquecendo nenhuma referência de texto e imagem. Com irá facilitar na localização e transmição de conteúdos.


  • Joelma Portugal de Freitas, Madre Imaculada , Pará - disse:
    Joelmapfreitas4@gmail.com

    29/07/2010

    Cinco estrelas

    Gostei muito do projeto e acredito que ele poderia ser ampliado ainda mais se alguns textos fossem transformados em textos de teatro para serem apresentados no pátio da escola ou em outro ambiente apropriado,observando a interação com alunos de outras turmas e com pais e comunidade em geral,utilizando a sonoplastia como recurso e os quadros pintados anteriormente poderiam servir como cenário para as apresentações.Tudo devidamente filmado.


  • Maria alves Bringel da Silva, EEF Maria Núbia Vieira Novais , Ceará - disse:
    g.bringel@hotmail.com

    05/04/2010

    Cinco estrelas

    Proposta de aula excelente capaz de ser adaptada a diferentes realidades.


  • Silvane Aparecida Gomes, Cefet -MG , Minas Gerais - disse:
    silvanenet@gmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    Importantíssimo para despertar a criticidade de nossos alunos; mostrar a eles que nosso olhar é essencial para nossa própria formação cidadã. Parabéns!


  • Lionete Viana da Silva, eproinfo , Amazonas - disse:
    lioneteviana.coari@hotmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    A proposta apresentada é otima, pois demonstra aspectos do contrutivismo através da interpretação e criatividade do aluno, onde seu potencial vai além das normas gramaticas mas que podem ser cobradas. Valeu a idéia. parabens aos professores que fizeram tal inovação. Amei!!!!!!!


Sem classificação.
REPORTAR ERROS
Encontrou algum erro? Descreva-o aqui e contribua para que as informações do Portal estejam sempre corretas.
CONTATO
Deixe sua mensagem para o Portal. Dúvidas, críticas e sugestões são sempre bem-vindas.