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Do Curtametragem ao texto escrito: Trajetória de uma reflexão

 

29/10/2009

Autor e Coautor(es)
CRISTIANE NERI HORTA
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Edna Maria Santana Magalhães

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: modos de organização dos discursos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Médio Língua Portuguesa Relações sociopragmáticas e discursivas
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral: escrita e produção de texto
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: processos de construção de significação
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

. Conhecer a estrutura de um curtametragem.

. Praticar o processo de retextualização – escrita e revisão – a partir de uma narrativa de um curta.

. Pesquisar e relacionar textos lidos.

. Ler, interpretar, relacionar, inferir  e registrar dados dessas pesquisas em gráficos ou em tabelas.

. Produzir um registro de memórias, utlizando o ambiente escolar para afixar tais registros.

. Refletir sobre a forma textual em estudo e diferenciá-la de outras já estudadas e presentes em seu dia-a-dia.

Duração das atividades
5 aulas ou encontros (sendo 04 geminadas/os).
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

.Domínio razoável das habilidades de leitura e de escrita.

.Habilidade de comunicar com concisão as informações de seu interesse.

.Domínio do registro lingüístico adequado aos propósitos do trabalho proposto.

.Reconhecimento da função do uso de determinados suportes textuais, tais como: curta-metragem, texto acadêmico, texto jornalístico,propaganda, gráficos.

.Identificação, nos suportes, de fontes de informação (publicação, autores, divulgação, período de circulação).

.Conhecer as características, os objetivos e usos de um curta-metragem. Este tem a duração máxima de 15 minutos. Na maioria das vezes, representa uma visão subjetiva e parcial da realidade.

. Discussão sobre trabalho infantil, o comportamento do menor nas ruas e comportamento moral e ético que ele apresenta. Nesse momento, fazer um levantamento ORAL dos saberes dos alunos sobre esses temas, questões legais ou ilícitas envolvidas, consequências sociais e para as crianças envolvidas, dos dados de observação da realidade do bairro, da cidade e do país.

Estratégias e recursos da aula

Aula 1: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Converse com os alunos sobre a questão do Trabalho Infantil. Pergunte a eles se já ouviram falar, se leram ou assistiram em algum lugar sobre esse tema. Liste no quadro de giz, os possíveis motivos que levam uma criança a se submeter a essa prática, as implicações e prejuízos  para a  infância e para o futuro desses pequenos trabalhadores. Deixe que a turma se posicione a respeito do assunto. Sendo favoráveis ou contrários ao Trabalho Infantil, que apresentem justificativas e/ou argumentos plausíveis.Trace com a turma, um perfil comum da criança que trabalha. Como ela é? Tem estrutura familiar? Vive onde? Sofre preconceito da sociedade? Por quê? Que tipo de trabalho executa? Tem boa remuneração? Essa atividade é legalizada? Que penalidades deveriam sofrer os adultos que "empregam" tais crianças? Que medidas deveriam ser adotadas para que isso não mais acontecesse em nosso país?

Após esse debate, apresente o curta-metragem “10 centavos”. Não se esqueça de falar que tem duração de, no máximo, 15 minutos, e que abordará como temática principal, a criança pobre que trabalha. O filme, provavelmente, surpreenderá os alunos no que se refere à integridade e correção desse menino do subúrbio, marginalizado pela sociedade de uma grande metrópole. 

http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=8738

Professor,

Se não houver a possibilidade de exibir o curta por motivos alheios, apresentar o roteiro em diálogos (ver Roteiro transcrito a seguir). Este procedimento também pode ser uma ferramenta rica de possibilidades. Através dos diálogos, percebe-se a variante lingüística, o contexto sócio-cultural e familiar, o espaço e o tempo da narrativa.


Diálogos

DEZ CENTAVOS

INT, PLANO INCLINADO/ DIA

HOMEM
Bom trabalho!

COBRADOR
Valeu!

GAROTO
Tio, deixa eu passar por baixo?

COBRADOR
Pô, velho, o fiscal tá ali.

GAROTO
Então deixa eu passar normal, depois eu passo aqui e pago.

COBRADOR
Se no final do dia meu caixa não bater?

GAROTO
Eu vou lá em cima tomar conta de uns carros, depois eu passo aqui e te dou.

COBRADOR
Passa, passa, passa...

EXT, RUA DO CARMO, FRENTE DO HOTEL/ DIA

TAXISTA
Sai, sai...

GAROTO
Tio, pode ficar tranquilo que eu tô olhando.

MOTORISTA
Na volta eu te dou um trocado.

GAROTO
Tio?

MOTORISTA
Diga aí.

GAROTO
Quer que eu lave?

MOTORISTA
Vai lavar com o quê?

GAROTO
Oxe! Com água!

MOTORISTA
E cadê o balde, cadê a flanela...?

GAROTO
Tá tudo ali, tio.

MOTORISTA
Quanto é?

GAROTO
Três reais.

MOTORISTA
Pra lavar e olhar, beleza?

GAROTO
Beleza.

FINAL DA RUA

GAROTO
Tio, tio !

GAROTO
Tio, empresta o regador?

HOMEM DAS FLORES
Você também vende flores é?

GAROTO
Não. Eu lavo carro.

HOMEM DAS FLORES
E depois, como eu vou fazer pra molhar minhas flores?

GAROTO
Eu pego, depois eu encho e trago.

GAROTO
Tio, me empresta o banquinho?

HOMEM DAS FLORES
O banquinho também?

GAROTO
O banquinho também.

HOMEM DAS FLORES
Mais alguma coisa?...

GAROTO
Não. Valeu tio. Brigado

HOMEM DAS FLORES
Não demora, hein!

HOMEM DAS FLO RES
Pensei que não voltava mai s...

Já ganhou quanto hoje?

GAROTO
Três e vinte.

HOMEM DAS FLORES
Quer ganhar ma is um trocado pra to mar conta do carrinho enquanto vou alí resolver uns problemi nhas de aposentadoria?

GAROTO
Vai demorar?

H OMEM DAS FLORES
Tá recusando dinheir o é?

GAROTO Não. É que eu to com fome.

HOMEM DAS FLORES
Tome aqui um real, junta e vai almoçar. Não demore hein?

HOMEM DAS FLORES
Vai...

INT, RESTAURANTE A QUILO/ DIA

GARÇOM
Quatro e trinta.

GAROTO
Mas eu só tenho quatro e vinte.

GARÇOM
São quatro e trinta.

GAROTO
Então vou tirar um pouquinho...

GARÇOM
Não pode!

GAROTO
Tira uma coxa.

GARÇOM
Não pode moleque, eu já disse!

GAROTO
Depois eu te dou dez, tio.

GARÇOM
Vai...

MULHER
Os dez dele...

EXT, RUA DO CARMO/ TARDE

MOTORISTA
Sai daí seu pivete! Eu te pedi alguma coisa, foi?!

EXT, RUA DO CARMO, PROXIMO DA IGREJA DO CARMO/ NOITE

HOMEM DAS FLORES
E aí? Não vendeu nada, né?

GAROTO
É que eu tava...

HOMEM DAS FLORES
Eu sei... Olhando os carros. Ganhou alguma coisa pelo menos?

HOMEM DAS FLORES
E aí? Eu não vou ter dinheiro pra te pagar.

HOMEM DAS FLORES
Que é isso?

GAROTO
Fica soltando.

HOMEM DAS FLORES
Xô ver

GAROTO
Tio, vendedor de flores se aposenta?

HOMEM DAS FLORES
Eu não fui sempre vendedor de flores...

GAROTO
E lavador de carros, se aposenta?

HOMEM DAS FLORES
Você vai querer ser sempre lavador de carros é?

HOMEM DAS FLORES
Agora não solta mais.

HOMEM DAS FLORES
Faz assim.

HOMEM DAS FLORES
Toma aí

GAROTO
Não precisa.

HOMEM DAS FLORES
Leva, você pode conseguir vender.

HOMEM DAS FLORES
Me dá o banquinho.

HOMEM DAS FLORES
Tenho que ir.

EXT, RUA DO CARMO, PROXIMO AO HOTEL/ NOITE

HOMEM
E aí, a gente vai pra onde agora?

GAROTO
Moço, compra essa flor?

HOMEM
Quanto é?

GAROTO
Dois reais

HOMEM
Não sei se tenho dois reais não. Tenho quarenta centavos.

GAROTO
Não , não, deixe...

GAROTO
Moço, moço... Me dê.

HOMEM
Você quer? Peraê...

HOMEM
Valeu pela flor, pode ficar com ela e pode ficar com as moedas também, beleza?

GAROTO
Beleza!

INT, BAR / NOITE

GAROTO
Tio...

DONO DO BAR
Fala, garoto.

GAROTO
Você podia fazer um favor pra mim?

DONO DO BAR
Mas a essa hora, garoto?

DONO DO BAR
Vai... Fala.

GAROTO
É que eu fiquei devendo dez centavos pro plano inclinado e mais dez centavos pro restaurante. O senhor pode entregar pra mim?

DONO DO BAR
Ah, é isso? Claro...Posso sim, pode ficar tranquilo, tá na mão.

DONO DO BAR
Ô garoto, o plano inclinado fechou às sete horas(noite), como é que você vai pra casa?

GAROTO
Vou andando, lá na frente eu pego o trem.

DONO DO BAR
Então adianta seu passo, que o último trem sai meia noite.

GAROTO
Tio...

DONO DO BAR
Fala, garoto.

GAROTO
Me dá trinta centavos de pão?

DONO DO BAR
Toma, adianta o passo, hein...

INT, CASA DO GAROTO

GAROTO (sussurrando)
Ele apareceu?

FIM


Professor:

. Promova uma reflexão acerca da quase inexistência de diálogos, tanto na exibição do curta-metragem, quanto no Roteiro. E estes, quando presentes são curtos, diretos, sem qualquer adjetivação. A ação, o olhar do protagonista diz mais que a palavra. É preciso que os alunos compreendam as especificidades de um texto cinematográfico e de um texto transcrito no Roteiro.

. Explique os códigos que aparecem no Roteiro escrito do curta-metragem indicativos de espa ço e tempo da narrat iva.

. Enumere com os alunos quais as prin cipais características da oralidade, os rec ursos que são exclusi vos da fala: as funções dos gestos e da entonação, os objetiv os da utilização das he sitações e repetiçõe s.

. Enfatize a s características de um texto no gênero nar rativo – que p ode ser na modalidade oral ou escrita, mediado ou não pela imagem como foi o caso do curta assistido -, e que adaptações são necessárias quando se quer transformar essa narrativa oral em um registro mais formal.

. Aponte com a turma que aspectos evidenciados anteriormente deveriam ser mantidos em um texto escrito, para preservar sua forma e conteúdo. Pedir aos alunos que indiquem quais deveriam ser retirados.

Aula 2: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,
Antes de apresentar o texto que será estudado em sala de aula, retome a questão do Trabalho Infantil. Informe aos alunos que esse tema possibilita vários tipos de pesquisas: científicas, sociológicas, comportamentais, filosóficas e antropológicas. Estes estudos apontam algumas das possíveis causas para que tal prática ocorra; o comprometimento da infância e, consequentemente as implicações na vida adulta daquele que, desde cedo, trabalha. Indicam também os tipos de ocupações mais exercidas pelas crianças.

Depois da leitura, peça para os alunos compararem o curta-metragem com o texto. Liste com eles os pontos em comuns e os outros não abordados por um ou pelo outro. Você pode fazer isso em cartazes ou até mesmo no quadro de giz. O importante é que esse registro esteja disponível para consulta ao longo do processo. 'É interessante que sejam registradas em um suporte que possibilite aos alunos lerem, refletirem sobre as discussões. Mas cuide para que esse suporte tenha uma boa estética e de acordo com a norma escrita formal.

                         "Trabalho Infantil, uma realidade"

Crianças deixam escola para exercer atividades que complementem renda familiar

Simone Silva
4 período de Jornalismo

     Todos os dias, quando passamos pelos centros urbanos, nos deparamos com um triste fato da realidade. Crianças que ao invés de estarem na escola estão trabalhando, muitas vezes para sustentar os próprios pais. São trabalhos enfadonhos e mal remunerados, como vendedores de cocos, picolés, balas e jornais. Também há engraxates e vigias de carros.

     Para a psicóloga Janete Tranqüila Gracioli, o que leva as crianças a trabalharem é a realidade econômica do país, que não fornece condições para que as famí lias empobrecidas man tenham seus filhos na escola, obrigando-os a contribuírem com o orçamento doméstico como forma de garantia da sobrevivência de toda a família.

     "Muitos pais impõem que seus filhos abandonem os estudos para trabalhar e muitas vezes isso é prejudicial. Os pais deveriam buscar outras formas de sobreviver e se conscientizar de que o estudo é o diferencial para um futuro melhor", diz a psicóloga Janete Tranqüila.

     Segundo ela, a criança que trabalha tem um desenvolvimento acelerado em termos de maturidade e responsabilidade. Essas vivências precoces podem ser prejudiciais, pois antecipam o que cada fase de desenvolvimento prepara para cada um. Para a criança, é importante o brincar, o sociabilizar e o estudar. "Há muitas desvantagens em termos de maturidade e desenvolvimento psíquico", adverte Janete.

     Muitas famílias incentivam seus filhos a trabalhar desde cedo. Elas não vêem os esforços das crianças como um trabalho, mas sim como uma ajuda na renda familiar. Para alguns pais, as crianças de baixa renda que trabalham estão sa lvas de vícios e da marginalidade.

    ;  Devido ao ca nsaço e a falta de tempo para estudar , muitas crianças aban donam a escola inúmera s vezes e amargam suce ssivas reprovações. Isso causa uma defasagem da criança em relação à série cursada e até mesmo o abandono dos estudos. Elas se tornam adultos com baixo grau de escolaridade, o que reduz as chances de ter um bom emprego.

     Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), Minas Gerais é o estado que mais tem crianças trabalhando como empregada doméstica com mão – de – obra bar ata. No Brasil quase três milhões de crianç as trabalham, a maio ria nunca foi à escola. Entre crianças com menos de dez anos, 375 mil ajudam a família com o trabalho. Entre 1995 e 1999, 230 mil crianças foram retiradas do mercado de trabalho.

Exploração

     O trabalho doméstico de crianças é uma das formas de exploração mais difícil de ser combatida. As famílias empregadoras encaram o emprego doméstico como uma espécie de ajuda social. Quase 370 mil meninas com idade inferior a 16 anos trabalham em casas de famílias. Ter uma faxineira, cozinheira ou babá nessa faixa etária é uma ilegalidade tão grave quanto empregar garotos na colheita de sisal, nas carvoarias ou no corte da cana de açúcar. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), essas meninas trabalham em média 42 horas por semana e ganham no máximo 6 0% do salário mínimo.

     O menor J.P.S., 10 anos, trabalha o dia inteiro no sol empurrando um carrinho de picolé. Ele fala que o trabalho é muito cansativo. Além do carrinho ser pesado, ele tem que andar muito, na maioria das vezes com os pés descalços. Com o dinheiro ganha, compra pão e leite para a família; às vezes va i à escola de manhã. A remuneração é paga da seguinte forma: por cada picolé de trinta centavos vendidos, ele ganha dez centavos.

     O trabalho infantil é ilegal, está na Constituição Federal, no artigo 7o inciso 33, que veta o trabalho para menores de 18 anos. Segundo a advogada Consuelo Aparecida de Souza, há uma exceção. "Os adolescentes de 14 anos podem trabalhar como aprendizes", diz ela.

     Os pais que incentivam o trabalho infantil podem ter algumas penalidades como advertência, perda da guarda, destituição da tutela e suspensão do pátrio poder.

     A comerciante E.N.F.S, contratou uma menor de 15 anos para trabalhar como empregada doméstica para ajudar na renda da família. Segundo ela, a menor mora com a irmã e estava passando fome. A menor está trabalhando há dois meses na casa da comerciante que pretende regularizar a situação da funcionária junto ao Ministério do Trabalho.

Estatuto da Criança

     Quando foram criados o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Constituição de 1988 determinavam a idade mínima de 14 anos para o trabalho. Mas essa lei contrariava as determinações da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Em sua convenção de número 138, a OIT estipula a idade mínima de 15 anos para ingressar no mercado de trabalho. A lei brasileira só ficou de acordo com a OIT em dezembro de 1998, através de uma emenda constitucional que institui a idade mínima de 16 anos para o trabalho, permitindo que adolescentes maiores de 14 anos trabalhassem como aprendizes em jornadas que não ultrapassem seis horas diárias com todas as garantias trabalhistas.

     Com apenas nove anos de idade, A.F.S.O. vende geladinho nas ruas da cidade. Todos os dias ela acorda bem cedo para ajudar sua mãe a prepara-los e ir à escola. Quando chega em casa, almoça, pega os geladinhos e sai para vende – los. Chega já à noite, e ainda encontra forças para fazer a lição de casa. Ela fala que preferia estar brincando ao invés de trabalhando; "Mas eu tenho que trabalhar para não passar fome" com enta.

     N o Brasil estão sendo cr iados alguns programa s para combater o trabalho infantil. A lém Bolsa escola, no qu al os pais recebem uma quantia em dinheiro por cada criança mantida na escola, há também, o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). O programa oferece a Bolsa Criança Cidadã, com o objetivo de recriar condições mínimas para que a família possa prover suas necessidades básicas e complementar sua renda, e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.

http://www.revelacaoonline.uniube.br/a2002/cidade/infantil.html

Professor, após a leitura do texto:

. Resgate as informações dadas pelos alunos anteriormente sobre os dados observados das realidades deles.
. Que perguntas os alunos têm sobre o texto lido? Que informações novas eles têm sobre esse mesmo tema? Se eles não tiverem perguntas, faça você algumas perguntas que aponte para as seguintes habilidades de leitura: identificação de informações explícitas, ideias centrais do texto e do parágrafo, relação entre informações constantes no texto, relacionar o texto lido com o curta, extrapolar as leituras e relacionando-as com a realidade social de sua cidade e país.
. Peça aos alunos que enumerem as causas apontadas pelo texto para justificar o trabalho infantil.

. Extrapole para que eles pensem em consequências apontadas no texto e na realidade de pessoas que eles conhecem.

. Promova um debate oral entre os alunos com aqueles que concordam ou que discordam do trabalho infantil, dentro da perspectiva de ajuda no orçamento doméstico.

. Ao final, peça que eles retomem os principais pontos apresentados no debate. Você pode fazer tais apontamentos no quadro de giz ou pedir que os alunos façam isso em cartazes para colocar em sala ou no mural. Seria importante que, além disso, o texto lido em sala de aula também ficasse exposto. Valem aqui os comentários sobre o cuidado estético desses materiais: ser bonito, limpo, organizado, com letras que possibilitem uma leitura fácil. Poderia se pensar em pedir aos alunos que fossem extraídos do texto, as principais ideias e redigir um esquema, pois o texto lido é muito longo.

Aulas 3: duas aulas de 50 minutos (1 hora e 40 minutos)

Professor,

Inicie essas aulas, dizendo que um determinado tema pode ser abordado de diversas formas: quer seja através de um debate, de um filme de um texto acadêmico ou de um texto jornalístico. Ao apresentar a reportagem, peça que os alunos estejam atentos ao tipo de linguagem utilizada, ao direcionamento ou o enfoque abordado pela notícia, se o assunto é estudado em sua amplitude, se todas as crinças que trabalham são elencadas no texto.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0911200738.htm

Depois da leitura da reportagem, faça os seguintes questionamentos:

. Pode-se afirmar que o protagonista do curta-metragem é uma exceção diante da realidade apontada pela reportagem? E pelo texto da aula anterior?

. Que atitudes o protagonista do curta-metragem apresentou para ratificar ou contestar a pesquisa realizada pela Fipe, veiculada pelo jornal?

. Que outros elementos citados na reportagem podem ser ilustrados pelo curta-metragem?

. A pesquisa foi veiculada pelo jornal em 2007. Há dados atuais que ilustrem como está a realidade do trabalho infantil em nosso país? Que projeção pode ser feita para daqui a uma década? Com base em quais justificativas?

. Apresente os dados do último censo demográfico realizado no Brasil em 2000 e a última contagem da população brasileira feita em 07/09/2009.

Professor, não se esqueça que o censo só é feito em nosso país a cada década. portanto, não há um mais recente. Teremos um nov o em 2010.

Dados do IBGE: Em setembro de 2009, estima-se que a população brasileira tenha aproximadamente 192.000. 000 de habitantes.

. Peça para que os alunos, em pequenos grupos, desenhem gráficos ou tabelas, com os dados de 2007, as projeções para 2009 e para 2017.

. Peça para que cada grupo apresente o trabalho, justificando as projeções.

. Compare os dados apresentados pelos grupos.

. Peça que façam um outro gráfico ou tabela coletivamente com a síntese dos grupos. Não se esqueça de afixar na sala de aula, juntamente com os outros trabalhos expostos anteriormente. 

Aula 4: duas aulas de 50 minutos (1hora e 40 minutos)

Professor,

. Feitas essas abordagens e questionamentos nas aulas anteriores, peça aos alunos que escrevam um texto narrativo, fazendo uma releitura do Curta “10 centavos”, evidenciando um aspecto retratado na pesquisa da Fipe.

. Sugestão: Pode ser escrito com foco narrativo em primeira pessoa.

. Nesse tipo textual, é preciso estimular a descrição do espaço, das ações, visto que a palavra escrita é fator primordial para a compreensão do conteúdo.

. Além disso, valorize o trabalho de seus alunos. Após a revisão textual, faça uma exposição dos textos elaborados por eles em um "varal de textos" ou em murais, corredores da e scola. Se for necessário, peça que os alunos levem os textos para casa e façam uma nova versão que deverá ser lida por seus pares, ser feita nova versão e revisão.

Aula 5: 50 minutos

Professor,

Para finalizar esse trabalho, apresente a Campanha publicitária que a Unicef veicula para combater o trabalho infantil. Peça para oa turma observar a linguagem não-verbal utilizada. Observe, através da oralidade dos alunos, a percepção e o nível de inferência que eles qpresentam ao relacionar imagem com o texto escrito, dentro do contexto da campanha.

                “Trabalho infantil é ilegal! Denuncie.”

                                     [Acesso em 08/09/2009]

http://www.unicef.org/brazil/pt/dm9ddb_carrinho.jpg

http://www.unicef.org/brazil/pt/dm9ddb_vassoura.jpg

http://www.unicef.org/brazil/pt/dm 9ddb_pazinha.jpg

http://www.unicef.org/brazil/pt/dm9ddb_martelo.jpg

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http://www.unicef.org/brazil/pt/dm9ddb_chavedeboca.jpg

SE VOCÊ CONHECE ALGUM CASO DE EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL, DENUNCIE!

Professor,

Ao apresentar essa campanha publicitária, peça aos alunos que sugiram outras formas de divulgar esse tema. A turma pode ser organizada em grupos, de modo que criem uma campanha não só com imagens, mas com informações que se destacaram  ao longo dessas aulas. Cada grupo ficaria com tarefas definidas: dados a serem apresentados, imagens (gravuras de revistas) que ilustrassem o tema, frases ou pequenos textos sobre as atitudes contrárias a essa prática no Brasil.

Com tudo isso, os trabalhos já expostos em sala de aula, "varal" de textos, cartaz(es) com a propaganda institucional afixados na escola, pode-se convidar a comunidade escolar para uma visita para conhecer o que foi estudado nessas aulas.

Professor,

Censos de mográficos - IBGE
Grupo s de idade/Ano 1980 1990 2000
0 - 14 anos 38,24% 34,73% 29,60%
15  - 64 anos 57,74% 60,45% 64,55%
65 anos ou mais 4,01% 4,83% 5,85%
Recursos Complementares

Professor, maiores detalhes de como abordar o trabalho com gêneros textuais distintos, acesse os links vinculados à seguinte página http:///www.pucrs.br/gpt/substantivos.php  [Acesso em 08/09/2009].

Avaliação

Professor, compare as relações feitas pelos alunos  entre o curta-metragem, o roteiro em sua produção escrita. Avalie como eles fazem essas relações, que elementos dos textos são abordados e quais as contribuições extras que eles possuem, a qualidade das informações existentes, como se dá a vinculação gramatical (coesão) e semântica (coerência) no texto. Analise se o texto final apresentou as características de um texto narrativo e se abordou um aspecto evidenciado pela pesquisa da Fipe. Discuta, individualmente, com os alunos o que poderia ser alterado, caso fosse necessário, para que o texto ficasse mais adequado à proposta sugerida. Em pequenos grupos, peça aos alunos que façam uma análise dos aprendizados que acham ter desenvolvido ao longo desse trabalho e o que deveria ser ainda melhor desenvolvido. Por que eles perceberam essa lacuna? O que sugerem que seja feito para que o aprendizado seja melhor? Em relação ao desempenho escrito, quais as dificuldades detectadas por eles?

Diante desses aspectos apontados pelos alunos, estabeleça uma linha de intervenção e de orientação para ajudar na melhoria da escrita dos alunos. Partir da organização lógica das idéias, coesão e coerência dos gêneros textuais produzidos por eles – texto narrativo, gráficos, conclusões, campanhas publicitárias. Por fim, verificar os aspectos predominantes da língua formal, presentes nesses tipos de texto.

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