- Exercitar sua criatividade através da observação do cotidiano para desenvolver situações teatrais;
- Desenvolver duas situações curtas com início meio e fim a partir de uma palavra;
- Dar sentidos diferentes para a palavra através da entonação assumida em cada cena;

Jogos teatrais – Uso da Voz

Esta atividade tem como referência a sugestão de atividade do livro Jogos Teatrais: Exercício para grupos e sala de aula, citada no capítulo 4.
Dada a importância do uso da voz e do reforço do como se diz algo, sugiro uma atividade que foi muito bem aceita entre os alunos, justamente porque se apoiou na expressão corporal /facial e na voz. A sala deverá ser dividida em grupos de quatro ou cinco alunos e cada grupo sorteia uma palavra ou expressão. Ela deverá aparecer em duas cenas curtas pensada e escrita pelos próprios alunos a partir de observações do cotidiano,  onde em cada situação a palavra ganhará um sentido. O professor pode dar o seguinte exemplo:

Suponha que eu faça parte de um grupo que tirou a expressão: cala a boca. Em uma folha nós vamos juntos listar todas as circunstâncias em que alguém pode usar a expressão. Nesse momento os próprios alunos podem dar exemplos. Em seguida escolhemos as duas que consideramos melhores e escrevemos cenas para elas, onde a palavra apareça no momento crucial.

CENA 1: Um menino está em sua casa, quando sua mãe chega da rua contando que encontrou com uma grande amiga que não via há tempos. A amiga entra na casa e fala com a mãe que estava curiosa para ver o menino, já que não o via desde que ele era um bebê. A mãe chama o menino que vem com muita má vontade para atendê-la. A amiga entusiasmada pega nas bochechas do garoto e aperta como se ele ainda fosse uma criancinha dizendo como ele cresceu, como está bonito e etc. A mãe vendo que o menino permanecia calado, fala para ele agradecer aos elogios. O menino se desvencilha da mulher e diz: Que mulher chata! A mãe extremamente envergonhada grita com o menino: CALA A BOCA! Vá já para seu quarto!!! E convida a amiga para ir à cozinha com ela tomar um café. As duas saem com a mãe se desculpando muito com a amiga.

CENA 2: Dois amigos conversam dentro de um ônibus. João é bastante reservado. Carlos é extremamente exagerado e começa a contar um caso de uma noite em que ele foi pescar. Só que seu lampião por acidente caiu dentro da água. Então resolveu acender uma fogueira para iluminar sua pescaria noturna. De repente, sentiu uma fisgada na vara de pescar como se um peixe tivesse mordido a isca. Quando puxou a linha, viu que tinha pescado seu lampião que apesar de ter caído dentro da água, continuava com a chama acesa. Nesse instante João percebe que o ônibus inteiro estava rindo e debochando da história de pescador de Carlos e baixinho para o amigo diz: Posso te pedir um favor Carlos? E o rapaz responde: Claro amigo! O que é? E João diz entre dentes: CALA A BOCA! E os dois descem em silêncio do ônibus.

Dado o exemplo, os grupos se dividem, sorteiam uma palavra e recebem uma ficha para orientar suas idéias. A Ficha pode conter os seguintes dados:
Nome dos membros do grupo:

Atividade: UMA PALAVRA – DUAS SITUAÇÕES (folha de atividade- uma folha por grupo)

Apresentação para o dia:

Palavra ou expressão sorteada:

Idéias para situações:

Cena 1 ( resumo da ação com local, personagens, falas, etc):

Cena 2 ( resumo da ação com local, personagens, falas, etc):

Os alunos podem ter cerca de 20 minutos para escreverem e ensaiarem o que escreveram. O professor pode também programar a apresentação para outra aula dando tempo para os alunos prepararem suas apresentações. Cada grupo apresenta para os demais alunos da turma.

Se as aulas forem separadas, sugiro que o professor incentive os alunos a usarem músicas, criarem cenários, figurinos para as cenas.

Referências Bibliográficas:

Novelly, Maria C. Jogos Teatrais: Exercícios Para Grupos e Sala de Aula – Campinas, SP: Papirus Editora, 1996 ( Coleção Ágere)

Reverbel, Olga Garcia. Um Caminho do Teatro na Escola - São Paulo: Editora Scipione, 1989. 

Os alunos podem comparar a cena descrita no papel com a encenação, observando as dificuldades erros e acertos das duas cenas escolhidas. A turma pode ajudar na avaliação comentando posteriormente pontos observados durante as apresentações comparando com os relatos do grupo sobre seu desempenho.