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Coesão textual

 

09/10/2009

Autor e Coautor(es)
Tânia Guedes Magalhães
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JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora

Maria Cristina Weitzel Tavela

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: organização estrutural dos enunciados
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Análise linguística
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Objetivos: introduzir noções de coesão textual em alunos de  8º ou 9º anos do Ensino Fundamental, alunos de Ensino Médio e EJA.

Duração das atividades
5 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Habilidades básicas de leitura e escrita.

Estratégias e recursos da aula
Etapa 1:


Leia o trecho abaixo:

A FORÇA DAS CIDADES MÉDIAS

Uma pesquisa inédita mostra como a riqueza no país está, aos poucos, indo para centros menores

Florianópolis é um fenômeno nacional. Nos últimos anos, a capital de Santa Catarina começou a chamar a atenção pela exuberância de suas praias e encostas e pela qualidade de vida que oferece a seus habitantes. Agora, surgiu outra razão para colocá-la numa categoria especial: Florianópolis é a cidade brasileira que mais enriqueceu nas últimas três décadas.
(Veja, 7 de março de 2001)

Escreva, no espaço abaixo, quantas referências foram feitas à palavra Florianópolis.

Explicar aos alunos que, num texto, as palavras não são “jogadas” de qualquer forma. Há necessidade de uma organização para que haja sentido.

Para embasamentos do professor, sugere-se a leitura do seguinte trecho, retirado do capítulo 30 do livro “Para entender o texto” de Platão e Fiorin (FIORIN, J. L. ; PLATÃO, F. Para entender o texto. Leitura e redação. 7 ed. São Paulo: Ática, 2000)


Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados caoticamente, mas estritamente interligados entre si: ao se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma das partes.
A essa conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá-se o nome de coesão.
A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são manifestadas sobretudo por certa categoria de palavras, as quais são chamadas conectores. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados.
Consideramos como elementos de coesão todas as palavras ou expressões que servem para estabelecer elos, para criar relações entre segmentos do discurso tais como veremos abaixo.

Professor: mostrar aos alunos alguns mecanismos de coesão, a partir dos exemplos abaixo.

A coesão, como um processo de referência, envolve vários mecanismos, como poderemos ver abaixo.


1) Lula esteve, ontem, em São Paulo. , ele disse que haverá grandes investimentos na Educação.

A que se referem o advérbio lá e o pronome ele?

2) Hoje não podemos dizer que os alunos estejam se comportando mal. Um terço pelo menos parece estar mudando de atitude.

A que se refere o numeral um terço?

3) Tobias recebeu dois emails. O primeiro informava sobre a chegada de sua mãe; o segundo negava isso.

A que se refere o pronome isso e os numerais primeiro e segundo?

4) Lula esteve, ontem, em São Paulo. Na capital, o presidente disse que haverá grandes investimentos na Educação.

A que se refere a palavra capital?

5) As grandes cidades hoje são acometidas por grandes enchentes. Os alagamentos costumam trazer grandes transtornos ao trânsito em geral.

A que se refere a palavra alagamento?

As palavras responsáveis pela coesão são os hiperônimos, os numerais, as associações, os pronomes em geral, os advérbios, os artigos.


Etapa 2


EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO


1) (Vest. UFV) Na passagem abaixo, aparecem repetidas as palavras alunos e professores. Reescreva, de três maneiras diferentes, o segundo período da passagem, sem alterar-lhe o sentido, de modo que não haja a repetição dessas palavras.

Professores e alunos, empol gados com o projeto, participavam ativam ente para que ele se c oncretizasse. Enquan to os professores en vidavam esforços par a obter apoio de polít icos e empresários d o município, os alunos pe rcorriam as ruas da cidade divulgando o evento de forma alegre e barulhenta.

Reescrita 1:
Professores e alunos, empolgados com o projeto, participavam ativamente para que ele se concretizasse.

Reescrita 2:
Professores e alunos, empolgados com o projeto, participavam ativamente para que ele se concretizasse.

Reescrita 3:
Professores e alunos, empolgados com o projeto, participavam ativamente para que ele se concretizasse.


2) Reescreva o trecho abaixo, utilizando recursos de coesão variados, de modo a eliminar a repetição da palavra vinho: (retirado e adaptado da Revista Época, 4 de agosto de 2003)

“O neozelandês Rod Philips não é apenas um daqueles enólogos que entendem tudo sobre vinho. Como diretor do Instituto de Pesquisa da Cultura e da História dos Alimentos e Bebidas da Universidade de Carleton, no Canadá, ele estuda todo o entorno social e cultural que envolve o vinho, desde a descoberta do vinho, na Antiguidade. Uma parte de suas observações sobre o vinho está chegando ao Brasil em seu livro Uma Breve História do Vinho, que acaba de ser lançado. De passagem pelo país, para conhecer a indústria de vinho e participar de seminários, ele deu a seguinte entrevista a Época.”

Etapa 3:

Explorando a cadeia referencial: leia o texto “O chiclete inimigo da cárie”, disponível em

http://www.terra.com.br/istoe/1923/medicina/1923_chiclete_inimigo_da_carie.htm

Após a leitura com os alunos, mostre como se forma a cadeia referencial:

Professor: várias palavras no texto substituem a palavra bactéria: probióticas, elas, etc. Monte com os alunos uma lista de termos que se refrem à bactéria, construindo a cadeia referncial.

Exemplo:

- REFERENTE: bactéria

ELEMENTOS DA CADEIA REFERENCIAL: 

- bactérias ácido-láticas
- elas
-

Etapa 4:  

Professor, após a realização dos exercícios, sugerimos a leitura do texto abaixo com os alunos para concluir o assunto.

O GENTIL LEITOR SABE O QUE É UM ANAFÓRICO?


O gentil leitor sabe o que é um anafórico? E um catafórico? Não se trata de nomes de medicamentos, não. Mais ou menos recentes na nomenclatura empregada nas questões de alguns vestibulares e concursos públicos, esses "palavrões" ainda surpreendem muita gente, já que não costumam fazer parte do que se estuda ou discute nas aulas de português do segundo grau de boa parte de nossas escolas.

Na verdade, muita gente sabe o que é um anafórico, por exemplo, mas não sabe que o nome do bicho é esse. Em "Atestado sem selo deixa de sê-lo", por exemplo, o pronome "lo" (que resulta da transformação de "o" em "lo") recupera o substantivo "atestado", citado antes na frase. Pronto! Você já sabe o que é um anafórico! Ou ainda não sabe? Sabe, sim: um anafórico nada mais é do que um elemento lingüístico que se refere a um termo antecedente.

Como sempre digo, muito mais importante do que o nome é o emprego. No caso dos anafóricos, isso corresponde a deixar claro quem é quem no texto. Em outras palavras, o bom uso dos anafóricos estabelece adequadamente a coesão textual (terminologia que também tem sido empregada em alguns vestibulares e concursos).

Um caso comum de mau emprego dos anafóricos ocorre com o pronome "seu", potencialmente ambíguo. Em "O rapaz disse à irmã que seu futuro estava decidido", por exemplo, não se sabe a quem se refere o possessivo "seu" (ao rapaz, à irmã ou aos dois). Nesse caso, o problema pode ser resolvido com o emprego de "dele", "dela" ou "deles".

Po is bem, em seu últim o vestibular, a Fund ação Getúlio Vargas (de São Paulo) fez esta questão: "Selecione, da linha 16 do texto, duas pala vras que tenham valor anafórico. Explique essas anáforas" . O trecho de que fazia parte a "linha 16" (de um fragmento de "A Moreninha", de Joaquim M. de Macedo) era este: "...que Ahy, de cansada, procurou fugir do insensível moço e fazer por esquecê-lo; porém, como era de esperar, nem fugiu-lhe e nem o esqueceu" (a "linha 16" começa em "moço" e termina em "o").

E então, caro leitor? Quais são os anafóricos (que, na verdade, são três)? Vamos lá: "lo" (de "esquecê-lo"), "lhe" (de fugiu-lhe") e "o" (de "o esqueceu"). Os três elementos anafóricos se referem ao mesmo antecedente ("moço").

Em "esquecê-lo", o pronome "o" se transforma em "lo" porque se prende a verbo terminado em "r" (esquecer + o = esquecê-lo). Em "fugiu-lhe", o "lhe" corresponde a "a ele" ou a "dele" ("fugiu ao moço" ou "fugiu do moço", ou seja, "fugiu a ele" ou "fugiu dele"). Em "o esqueceu", o "o" é posto antes da forma verbal por atração do termo negativo "nem".

É bom lembrar que o termo "anáfora" também é usado para denominar a "repetição de uma ou mais palavras no princípio de duas ou mais frases" ("Aurélio"): "Quase tu mataste, / Quase te mataste, / Quase te mataram!" (citado no próprio "Aurélio", o exemplo é de "Estrela da Vida Inteira", de Manuel Bandeira).

Bem, a esta altura o leitor talvez deseje saber o que é o bendito "catafórico". Se o anafórico se refere a um antecedente, o catafórico se refere ao que será enunciado adiante. Em "A verdade é esta, meus caros: estamos mal-arrumados!", por exemplo, o pronome demonstrativo "esta" se refere ao que é enunciado em seguida ("estamos mal-arrumados!"). É isso.

Coluna publicada no dia 22 de julho de 2004, no jornal "Folha de S. Paulo".

A figura abaixo faz parte da Etapa 5 (avaliação).

Quando surgiu a camisinha? Revista Escola (Abril)

Seção: Na dúvida?

Quando surgiu a camisinha?

Existem evidências de que o preservativo já era usado pelos egípcios mais de 3 mil anos atrás.

Ao contrário do que muitos alunos podem pensar, a camisinha não é uma invenção recente. Há milênios o homem já usava protetores penianos. É claro que essas primeiras versões nem de longe se pareciam com os preservativos atuais. Hoje, eles são o método mais eficaz de evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis (além da gravidez indesejada). Analisar com sua turma os motivos que levaram o ser humano a buscar esse recurso pode ser o ponto de partida para abordar questões vitais para os jovens.

1300 a.C.
Contra galhos e picadas

No Egito, foram encontrados registros em tumbas mostrando homens usando capas de linho, peles e materiais vegetais cobrindo o pênis. Não se sabe a função do dispositivo, mas historiadores especulam que caçadores protegiam o órgão sexual de galhos e picadas de insetos.

Séculos 2 a.C. a 3 d.C.
Deusa do amor

Soldados romanos utilizavam preservativos produzidos com intestino de cordeiro e bexiga de cabra para não se contaminar pelas doenças causadas pela deusa do amor, Vênus. É por isso que até hoje elas são chamadas de "doenças venéreas”.

1564
Luva de Vênus
O anatomista e cirurgião italiano Gabriel Fallopius (1523-1562) descreveu num artigo sua última invenção: “Uma bainha de tecido leve sob medida, para proteção das doenças venéreas”. Era um saco de linho embebido em ervas. O escritor inglês William Shakespeare a apelidou de “luva de Vênus”.

Cerca de 1640
A mais antiga
A camisinha mais antiga conhecida atualmente foi encontrada durante escavações feitas no castelo Dudley, perto de Birmingham, na Inglaterra. Ela estava nas ruínas da latrina desse castelo medieval e era feita do intestino de peixes e animais.

Século 17
O D outor Condom
Rez a a lenda que, para evi tar que o soberano britânico Carlos II (1630-1685) continuasse a ter filhos bastardos, o médico da corte criou um protetor com intestino de cordeiro e besuntado com óleo de amêndoas. Por isso, a camisinha teria passado a se chamar condom, em inglês.


Século 18
A primeira loja
Voltada para a aristocracia, surge em Londres a primeira loja especializada na manufatura de preservativos. Feitos sob medida com intestino de cordeiro ou carneiro, podiam ser aromatizados com essências florais. Bordéis de luxo ofereciam o aparato a seus clientes.

1844
Lavou, tá nova
O norte-americano Charles Goodyear e o inglês Thomas Hancock aperfeiçoam o método de vulcanização da borracha para tomá-la mais flexível e resistente. Mas os preservativos desse material tinham pouca aderência e textura irregular. Por serem caros, eram lavados para seguidas reutilizações.


1930
Conforto e sem cheiro
Com a invenção do látex, as camisinhas ficam mais finas e confortáveis do que as de borracha (e também sem cheiro). Durante algumas décadas, o preservativo não sofre grandes alterações. Seu uso chega a cair nos anos 1960, com o advento da pílula anticoncepcional.


Década de 1990
De volta à cena
A epidemia da AIDS trouxe de volta à cena a camisinha (o vírus HIV havia sido identificado na década anterior). Os fabricantes passam a oferecer tamanhos, cores e até sabores diversificados, além de lubrificantes e espermicidas. Surgem também as primeiras feitas de poliuretano, material mais resistente.


Futuro
Spray auto-ajustável
Em alguns anos, deve chegar ao mercado a camisinha em spray. Numa latinha que parece um desodorante, basta apertar o botão e o látex envolve o pênis (de qualquer tamanho) como uma luva.


Revista Nova Escola, janeiro/fevereiro de 2007

Recursos Complementares

 Sugestões de leitura sobre COESÃO PARA EMBASAMENTO DO PROFESSOR


1) ABREU, A. S. Curso de redação. São Paulo: Ática,

2) CITELLI, A. O. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994.

3) FIORIN, J. L. ; PLATÃO, F. Para entender o texto. Leitura e redação. São Paulo: Ática, 2000.

4) KOCH, I. G. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1989.

5) VIANA, A. C. et al. Roteiro de Redação. Lendo e Argumentando. São Paulo: Scipione, 2006.

Avaliação

Etapa 5:

Fazer a cadeia referencial no texto em anexo “Quando surgiu a camisinha?” (Revista Nova Escola, jan. fev de 2007 – Editora Abril, n. 199 – pág. 24 e 25 – não disponível online)

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 4 classificações

  • Cinco estrelas 3/4 - 75%
  • Quatro estrelas 1/4 - 25%
  • Três estrelas 0/4 - 0%
  • Duas estrelas 0/4 - 0%
  • Uma estrela 0/4 - 0%

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