Portal do Governo Brasileiro
Início do Conteúdo
VISUALIZAR AULA
 


Teatro: fruição e prazer

 

20/10/2009

Autor e Coautor(es)
MARTA PONTES PINTO
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Ler uma peça teatral;
  • conhecer a importância das didascálias ou indicações cênicas;
  • interessar-se por teatro;
  • desenvolver a fruição e se expressar com ênfase.
Duração das atividades
8 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Apresentar habilidades básicas de leitura;
  • saber que representar é assumir os comportamentos dos personagens.
Estratégias e recursos da aula
  • Leituras, exercícios.
  • Utilização do laboratório de informática.

AULA 1


ATIVIDADE

Com o forma de motivação, o professor deverá levar a turma ao laboratório para assistir a declamações e fragmentos de textos teatrais que muito ajudarão no desenvolvimento desta atividade. Sugestão youtube teatro, youtube declamações, disponíveis no sites:

www.youtube.com/watch?v=Jmr8X73WPeg

http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/D/declamacao.htm


Além disso, deverão pesquisar no site as características do texto dramático. O professor deverá conversar com os alunos sobre elas. Poderá fazer um círculo e comentar o assunto com o objetivo de prepará-los para declamações futuras.

As características do texto dramático estão disponíveis em:

 
www.scribd.com/.caracteristicasdotextodramatico


AULA 2

ATIVIDADE

O professor deverá entregar aos alunos uma cópia xerocada do texto "Ploc, a borboleta mais linda que eu já vi " ou poderá utilizar o texto do site:


www.teatroeducativo.org/Ploc.pdf


ou, ainda, utilizar a adaptação abaixo feita pela autora desta aula.


PLOC, A BORBOLETA MAIS LINDA QUE EU JÁ VI
Teatro Infantil de Roberto Villani

CENÁRIO: UM BOSQUE

Importante: O professor pode pedir ajuda do professor de Artes para os alunos confeccionarem o cenário e orientar a escolha de músicas para as letras contidas na peça.

PERSONAGENS: BEZERRA – o caçador de borboletas
TOCA - o ajudante do caçador de borboletas
PLOC - a borboleta
CHICO MACACO – um macaco amigo da Ploc
MESTRA CORUJA – coruja fêmea, mestre de boas maneiras
CONDESSA LOUVA-DEUS – uma senhora louva-deus muito nobre
DOM LOUVA-DEUS – o amado de Ploc, filho da Condessa
PRINCESA LOUVA-DEUS – irmã do Dom Louva-Deus
DOUTOR COELHO – um coelho médico, velhíssimo, míope e surdo

PRIMEIRO ATO
Cena 1
Entram Bezerra e Toca. Bezerra tem nas mãos uma rede de caçar borboletas. Ambos se movimentam como se procurassem algo.
BEZERRA – Deve estar por aqui. É a mais linda que eu já vi!
TOCA – O senhor sempre diz a mesma coisa. É a mais linda... É a mais linda...
BEZERRA – Não perca tempo e procure. Sabe como são as borboletas... De repente, puff. Desaparecem. Qualquer barulhinho as assustam. E eu não quero que elas se assustem. Principalmente essa que estamos procurando. (irritado) E não fale tanto! Você não sabe fazer outra coisa senão falar, falar, falar... E cale-se, já disse! Você é incorrigível!
TOCA – Certo, Chefe!
BEZERRA – Para isso eu fiz de você meu ajudante. Para aprender a caçar borboletas. Amanhã você será um excelente caçador de borboletas como eu. E poderá dizer com orgulho: “Sou um caçador de borboletas e devo isso ao Bezerra.”, ao Bezerra, viu Toca. A mim, entendeu?
TOCA – Entendi, sim senhor.
BEZERRA – Meu avô foi caçador de borboletas. Meu pai foi caçador de borboletas. E eu sou caçador de borboletas. É de família, meu caro. De família! Como se diz, hereditário. He-re-di-tá-rio. Entendeu? Você precisa ser um caçador de borboletas, certo?
TOCA – Sim senhor, Chefe!
BEZERRA – E a primeira lição é esta: se você pretende caçar alguma borboleta hoje, não fale. Faça como eu. As borboletas são muito sensíveis e detestam falatórios. Agora fique por aqui. Eu vou para aq uele lado. Se você v er a borboleta, é só me chamar, entendeu?
TOCA – Entendi, sim senhor!
BEZERRA – Ent ão fique atento!
TOCA – (medroso) Neste bosque não tem fantasma que assusta a gente?
BEZERRA – Ora, não seja medroso. Aqui só tem borboletas! Para mim só existem borboletas no mundo. Eu sou uma borboleta, você é uma borboleta, nós somos borboletas...
TOCA – (rindo) O s enhor a té parece a minha professora...
BEZERRA – Deixe de rir que assusta as borboletas! E agora fique aí! Eu já vou. E lembre-se, se você ver uma borboleta, é só gritar que eu venho, certo?
TOCA – Certo, Chefe!
Enquanto Bezerra se afasta, o Toca fica num canto, cheio de medo. De repente, sem que o Toca o veja, entra o Chico Macaco imitando uma borboleta.
CHICO – (para a platéia) Vocês já viram a borboleta Ploc? Ainda não? Que pena! Bem, mas logo, logo ela aparecerá por aqui. É a mais linda que eu já vi. Ela voa... Voa... Voa... Puxa, vocês não sabem a vontade que eu tenho de voar... Eu confesso a vocês que venho treinando muito, assim (balança os braços como se fossem asas)... (triste) Mas até agora, o que eu consegui foi levar dois tombos que quase me achataram o nariz... Oh! Como sou infeliz! (anima-se) Mas a Mestra Coruja disse que eu vou conseguir. Ela sabe tudo. Por isso, eu vou continuar tentando. Com licença. (corre na ponta dos pés, ‘voando’ – o Toca percebe a presença do Chico e vendo-o voar confunde-o com uma borboleta...)
TOCA – (enquanto avança para agarrar o Chico, grita pelo Bezerra) Chefe! Chefe! Peguei uma! Peguei uma!
CHICO – (tentando desvencilhar-se) Ora, me deixe seu...
TOCA – Deixo não. Você é a primeira borboleta que eu caço.
CHICO – Espera aí! Você já viu outra borboleta?
TOCA – É... Você não tem cara de borboleta... Mas você é uma borboleta! Chefe! Venha logo. Peguei uma, Chefe!
CHICO – Me largue, seu maluco!

Entra o Bezerra correndo e desajeitado com a rede de caçar borboletas em punho...
BEZERRA – Deixa pra mim! Você não tem técnica... Que é isso?!
TOCA – A borboleta, Chefe. Tão grande que eu tive de lutar com ela.
CHICO – O senhor quer dizer pra esse maluco que eu não sou borboleta.
BEZERRA – Isso não é borboleta, seu bobalhão.
TOCA – O senhor me disse que aqui só tem borboleta. Logo, eu peguei uma.
BEZERRA – Isso é macaco, Toca!
TOCA – (salta para o lado e começa a se coçar) Macaco?! Macaco me dá alergia, Chefe!
CHICO – Acho melhor o senhor arranjar um ajudante que não seja tão maluco.
BEZERRA – Desculpe, seu macaco. O Toca é estreante...
TOCA – Puxa, que coceira! O que eu faço pra não Ter tanta coceira, Chefe?
BEZERRA – É só pensar que o seu macaco é uma borboleta...
CHICO – Pensamento positivo, Toca.
TOCA – (andando em círculos) Ele é uma borboleta... É uma borboleta... Borboleta... (dá um salto sobre o Chico, agarrando-o) Peguei, Chefe! Essa borboleta é sua.
BEZERRA – (irritadíssimo) Isso é macaco, Toca!
TOCA – (solta o Chico e afasta-se dele, coçando-se) Eu sabia que não dava certo, Chefe.
CHICO – O Toca leva muito a sério essa estória de pensamento positivo.
BEZERRA – Eu já disse, Toca, que você tem muito a aprender comigo. E pare de se coçar tanto!
TOCA – Não posso Chefe, é alergia.
CHICO – Eu tenho um remédio para essa coceira.
TOCA – Então diga logo, homem... Quero dizer, macaco!
CHICO – Vou levá-lo ao Doutor Coelho. Ele cura tudo.
BEZERRA – Então vamos logo. Quero ver se ele também cura a burrice do Toca.

Cena 2Os três saem e logo a seguir, dançando e cantando, aparece a Ploc.
PLOC – (cantando) Eu sou Ploc, a borboleta
Vivo triste, ó sonhos meus...
Eu adoro um bom careta
Que se chama Louva-Deus.

Ele é nobre e muito lindo
E não liga para mim...
Meu amor já nasceu findo
E por isso eu sofro assim...
PLOC – (falando à platéia) Sabe, gente, eu sou um bocado triste. Eu queria namorar um Lo uva-Deus que vive na árvore real. Do outro lado do bosque. Mas ele nem me vê quando passa por aqui. Na ve rdade, nem me olha. É tão triste. É que ele é muito nobre e muito lindo... E eu sou feia e pobre... (triste) Não posso fazer nada, a não ser ficar olhando para ele... E desejar que ele seja muito feliz... Eu soube que ele vai se casar... (chora)
Entra a Mestra Coruja.
MESTRA – (cant ando) Por que choras minha flor?
Por que sofres tanto assim?
PLOC – (cantando) É por causa de um amor
Que ao nascer já teve fim...
MESTRA – (cantando) Um amor é coisa nobre
E não deve ter final...
PLOC – (cantando) Mas porque eu sou tão pobre
Este amor só me faz mal...
MESTRA – (falando) Ora, menina Ploc, o que tem você ser pobre?
PLOC – (triste) Oh, Mestra Coruja! É que eu queria namorar o Dom Louva-Deus e ele é tão rico... Tão nobre...
MESTRA – A nobreza não é só dos ricos. Os pobres também são nobres.
PLOC – Mas ele nem liga para mim... É tão orgulhoso...
MESTRA – Você já falou com ele alguma vez?
PLOC – Nem me atreveria. Eu sei que vou falar errado e estragar tudo. (chora)
MESTRA – Ora, Ploc, que coisa feia que você acaba de dizer. Eu não faço isso porque vai sair errado. A gente deve procurar aprender para que tudo saia certo. Quem estuda não faz nada errado.
PLOC – Mas eu nem sei como aprender... (volta a chorar)
MESTRA – (recitando) Pois eu vou te ensinar. E você vai aprender. Como bem deve falar. Como deve proceder.
PLOC – (alegre) Verdade, Mestra Coruja?
MESTRA – Verdade, Ploc! Você vai ser preparada tanto quanto o seu querido Dom Louva-Deus.
PLOC – (saltitando) Viva! Viva! (para a platéia) Vocês viram? Ela vai me ensinar boas maneiras. (abraça a Mestra Coruja) Oh, Mestra Coruja! A senhora é um doce, um amor!
MESTRA – (meio tonta) Calma, menina. Calma. A minha idade não permite tantos abraços... Você me amassa toda.

Cena 3 Aproxima-se então altivo cortejo. À frente, a Condessa Louva-Deus. Seguindo-a, sua filha e o Dom Louva-Deus.
PLOC – Aí vem ele, Mestra Coruja.
MESTRA – A Condessa é a mãe dele, não?
PLOC – É, Mestra Coruja. É a mãe dele...
Quando o cortejo passa diante da Ploc, ela coloca-se à frente da Condessa...
PLOC – (falando à Condessa) Dona, será que eu posso bater um papinho aí com o mancebo?
CONDESSA – (colocando o monóculo) Oh! Oh! Oh! Quem sois? Como vos atreveis a dirigir-me tão baixo vocabulário?
PLOC – (para a Mestra) O que foi que ela disse?
MESTRA – Perguntou quem você é.
PLOC – (para a Condessa) Oh, sim... Eu sou Ploc, a borboleta. E a senhora não precisa dizer quem é porque eu já sei. Te conheço bem, pois vejo a tua cara todos os dias. A senhora é manjada pra burro, dona!
CONDESSA – (indignada) Oh! Oh! Oh! Como são vulgares os descendentes dos lepidópteros!
PRINCESA – Faça de conta que não ouviu o que essa plebéia falou, mamã.
PLOC – A senhora não me venha com papo furado, não. O meu negócio é levar um papo com o teu gatão, falô?
CONDESSA – Oh! Oh! Oh! (tem um desmaio e é amparada pelo Dom Louva-Deus).
DOM – (sofisticado) Mamã! Ó, mamã! Que vexame, mon Dieu!
PRINCESA – Oh! Oh! Oh! Acho que eu vou desmaiar também. (e desmaia)
MESTRA – (pega a Ploc pelo braço) Venha cá! Assim você complica tudo.
PLOC – Eu falei errado, Mestra Coruja?
MESTRA – Claro que sim. Você até provocou desmaio nas duas...
PLOC – Ela falou que minha família era uma tal de lepi... lepi...
MESTRA – Lepidópteros.
PLOC – Como é esse negócio?
MESTRA – Le-pi-dop-te-ros. É o nome que deram para a família das borboletas.
PLOC – E quem deu esse nome pra minha família?
MESTRA – Ora... Foi a ... Ciência...
PLOC – (irritada) Pois eu quero falar com essa Dona Ciência. Quero uma explicação. Lepi... Lepi... Esse negócio não é nome. É um palavrão!
MESTRA – Ciência, Ploc, não é... B em, você não pode fala r com ela.
PLOC – Já sei, deve ser uma não-me-toques igualzinha a essa Condessa. Não é isso?
MESTRA – Não, menina. Ciência é... Esqueça, depois eu explico.
A Condessa e a Princesa vão se recobrando e sempre exclamando “Oh!”. Ploc se aproxima...
PLOC – Tão melhor do siricotico?
DOM – Estão sim, se quer saber. Mamã não falará mais com a senhorita. Quase estragou a nossa linda fe sta de sta noite. Se mamã não ficasse boa... (faz um gesto de revolta)
PLOC – (interessada) Puxa, me conta, que festa é essa?
DOM – (com desdém) A senhorita é muito plebéia para entender de festas nobres.
PRINCESA – Não perca tempo com essa borboletinha, meu irmão.
PLOC – (interessada e desconfiada – para a platéia) Plebéia?! (pensa um pouco... – volta-se ao Dom) Ah, vá, me conta!
DOM – Está bem. Mas só no sentido de divulgação à plebe. Sei que logo a senhorita estará transmitindo minhas notícias aos seus semelhantes.
PLOC – (esfregando as mãos, interessada) Deixa de papo furado e conta logo.
DOM – É uma festa anual.
PRINCESA – Temos o melhor baile de máscaras da região... Algo maravilhoso.
PLOC – Puxa! Será que dá pé pra mim?
DOM – Que quer dizer com ‘dá pé’?
PLOC – Perguntei se eu posso ir...
DOM – Ir à minha festa? Oh! Oh! Oh! Audácia da lepidóptera!
PLOC – (à platéia) Ele também faz ‘Oh!’. (fala à Condessa) Olha aqui, Dona! Estou com vontade de me mandar pro teu baile, falô?
CONDESSA – Oh! Oh! Oh! (ameaça novo desmaio)
DOM – Imagine se nós, na nobre estirpe, nos envolvemos com a ralé.
PRINCESA – Mas que piada! Audácia!
DOM – Vamos, mamã. Este ambiente faz mal à nossa saúde. (e retiram-se os quatro sob olhares tristes da Ploc)
MESTRA – (cantando) Ploc tenha cuidado
Com os sonhos que tens na mente.
Teus olhos só tem olhado
Prum lado bem diferente.
As coisas que ora digo
São coisas pra te ensinar.
Se não pensares comigo,
Jamais saberás olhar.
PLOC – Eu sei ver, Mestra Coruja. Não sou cega.
MESTRA – Às vezes olhamos sem saber o que vemos. Mas o que estou falando é sobre seus sonhos. Ninguém poderá ver com os olhos da cara, Ploc.
PLOC – E com que olhos devemos ver os sonhos, Mestra?
MESTRA – Com os olhos da consciência.
Cena 4Desastrado, entra o Chico Macaco, correndo.
CHICO – Ploc, esconda-se!
PLOC – Me esconder? Mas eu não fiz nada de errado...
CHICO – Não é isso. É que ele vem aí.
PLOC – Já sei. Foi o Dom Louva-Deus que me mandou prender...
CHICO – Não é nada disso, Ploc. Fuja!
PLOC – Então foi a mãe dele, só pra não me deixar ir ao baile.
CHICO – Olhe. É um caçador de borboletas.
PLOC – (cruza os braços) Pois ele que venha.
CHICO – Escute, Ploc. O caçador não é tão perigoso, mas ele tem um ajudante que é o cara mais maluco que eu já vi.
MESTRA – É melhor você ouvir o Chico Macaco.
CHICO – Esse maluco tem mania de pensamento positivo.
PLOC – Eu não acredito nesse negócio.
CHICO – Eu também não acreditava. Mas com esse cara o negócio dá certo.
PLOC – Ele te deu provas?
CHICO – Se deu!
PLOC – Quais, por exemplo.
CHICO – Ele já me caçou cento e cinco vezes.
PLOC – Está bem Vou me esconder, mas aqui perto. Quero ver como é esse tal cara maluco. (esconde-se num lugar visível à platéia)
Entra o Toca, como a procura de borboletas.
TOCA – (avistando o Chico) Ah! Lá está ela! Chefe, peguei-a de novo!
CHICO – (desanimado) Por favor, eu não sou borboleta.
TOCA – (agarra o Chico) Não tente escapar desta vez, borboletinha linda.
CHICO – E o pior é que ele me acha ‘linda’...
MESTRA – (para a platéia) O Chico Macaco tem razão. Nunca vi sujeito mais maluco.
TOCA – (para a Mestra) Pelas barbas do sapo Júlio! Outra borboleta! (larga o Chico e agarra a Mestra Coruja)
MESTRA – O problema desse maluco é com o Doutor Coelho...
CHICO – Não adianta. E u o levei à casa do Doutor Coelho. E esse maluco caçou o Doutor trinta e sete vezes...
Entra o Bezerra, afo bado.

BEZERRA – Onde? Onde? Ora, seu burro, isso é uma coruja. (Toca solta a Mestra)
MESTRA – Sou a Mestra Coruja. Coruja fêmea, por favor!
TOCA – (coçando-se) Preciso fazer pensamento positivo. A alergia está voltando...
MESTRA – (encaminha-se para um lado do palco, onde deverá ter um ban quinho) Vem pra cá, Ploc. Vamos começar as aulas.
PLOC – Viva! Eu vou aprender! (para a platéia) É tão bom aprender boas maneiras... Vocês tem mamãe e papai. E eu agora tenho a Mestra Coruja. Viva!
PLOC – (cantando e dançando) Viva, viva, eu sou Ploc,
A borboleta peralta.
Meu coração tá toc-toc
Por um cara classe alta.
Mas agora devo aprender
A lição de gente bem
E tudo o quero fazer
É conquistar o meu bem.
MESTRA – (recitando) Senta aqui, Ploc querida. (indica o banquinho)
E preste bastante atenção. (Ploc senta-se desajeitada, com as pernas abertas)
As pernas em pose devida (Ploc ajeita as pernas)
Um charminho em cada mão (Ploc ajeita as mãos)
PLOC – (recitando) Tudo isso é complicado,
A senhora há de convir.
To c’um jeito tão gozado...
To c’um vontade de rir... (ri bastante, desmanchando a pose)
MESTRA – Ora, menina Ploc! Se você quer aprender direito, não pode achar tudo gozado.
PLOC – O que a senhora quer que eu faça? É gozado mesmo!...
MESTRA – Está bem, está bem. Com o tempo aprenderás.
PLOC – Mas eu tenho pouco tempo, Mestra Coruja. Eu quero ir ao baile desta noite.
MESTRA – (espantada) Ao baile da Condessa Louva-Deus?!
PLOC – Esse mesmo. E a senhora vai me preparar para isso, tá?
MESTRA – Ai meu Deus! Em que fui me meter...
PLOC – Não quero saber. Esta noite, no baile, eu agarro o Dom Louva-Deus ou... (triste) Nunca mais...
MESTRA – Vamos ver o que se pode fazer nesse caso. Um... dois... três... A aula já começou. (deixam o palco)

SEGUNDO ATO
Cena 1
BEZERRA – Sua coceira passou, não?
TOCA – Longe de macacos eu não tenho alergia.
BEZERRA – Tomara que seu macaco não vá à festa. Preciso muito da sua ajuda, meu caro!
TOCA – Ué, por quê?
BEZERRA – Porque tenho quase certeza que a tal borboleta estará por lá.
TOCA – Claro, Chefe!
Bezerra e Toca, cantarolando, vão deixando o palco.
Cena 2
Entram o Chico Macaco, a Mestra Coruja e a Ploc.
MESTRA – Tudo o que você tem a fazer é pensar positivamente, Ploc.
PLOC – Mas eu não acredito nesse negócio, Mestra.
CHICO – E depois, pelo que temos passado por aqui com tanto pensamento positivo...
MESTRA – Mas o pensamento positivo é necessário para sermos felizes. Nunca nos devemos julgar incapazes, seja lá para o que for. Para isso existem os livros e os mestres. E por falar nisso, quantos livros você já leu, Ploc?
PLOC – (conta nos dedos...) Hum... Nenhum, Mestra.
MESTRA – É por isso que você não sabe muitas coisas importantes. Você devia ler bastante. Ler coisas boas, é claro. Veja essas crianças. (mostra a platéia) Todas elas leem bastante. Os pais delas sabem disso e compram bons livros para seus filhos...
CHICO – Se você topar, Ploc, eu compro uma porção de livros e nós dois vamos ler juntos. Que tal?
PLOC – Topo! Já que a Mestra Coruja acha que é bom...

TERCEIRO ATO
Cena 1

Este ato deve começar com efetivo clima de festa. Sugere-se a formação de pares utilizando-se figurantes. Todos deve estar mascarados. A Condessa Louva-Deus e seus filhos ainda não estão em cena. Música de fundo. Falatório geral. Depois de um breve tempo, silêncio. Os pares se abrem, criando um corredor entre eles. Música apropriada. Garbosos, por esse corredor, entra a Condessa seguida de seus filhos. De um lado, Ploc, Mestra Coruja, Chico Macaco e o Doutor Coelho. Do outro lado, Bezerra e o Toca. Todos bem visíveis à platéia. Todos m ascarados mas facilm ente reconhecíveis pela platéia.
CONDESSA – (dirigindo-se a todos) Meus amáveis e nobres convidados. Esta noi te é de festa e e spero que todos estejam se divertindo.
DOM – A festa está ótima, mamã.
PRINCESA – Uma festa digna de reis.
CONDESSA – Bem... A novidade desta noite é o casamento do meu amado e idolatrado filho.
PLOC – (sussurrando para a Mestra Coruja) Eu não disse que ele ia se casar? !
CONDESSA – Dom Louva-Deus é o último descendente do sexo masculino da família dos mantídeos desta árvore real.
PRINCESA – Chegou a hora da escolha de sua noiva.
PLOC – Viu que legal, Mestra? Ele ainda não tem noiva...
CHICO – (para a Mestra Coruja) O que é mantídeo?
MESTRA – É o nome que a ciência deu pra família dos Louva-Deus. Agora, façam silêncio.
DOM – Como todos sabem, não tenho muito contato com as jovens deste local. Logo, como todas estão sob máscaras, aquela que se identificar de maneira indireta... será a minha noiva.
CONDESSA – Meu amado filho não soube expressar-se bem. A escolha será um jogo. Aliás, uma espécie de jogo.
PRINCESA – Meu irmão dançará com todas as senhoritas e de acordo com a característica e jeito de cada uma, ele tentará reconhecê-la.
CONDESSA – Se isso acontecer, a jovem reconhecida pelo meu amado filho será a sua esposa.
DOM – É claro que será desclassificada aquela que me disser o nome.
PROINCESA – Isso não vale.
PLOC – Puxa! Tomara que ele me reconheça.
CHICO – Acho muito difícil, Ploc. Ele falou com você só uma vez...
MESTRA – Silêncio.
TOCA – Vai ser difícil encontrarmos a borboleta aqui, Chefe. Estão todos mascarados...
BEZERRA – Haverá um jeito de nós a reconhecermos. Calma.
Inicia-se então o baile. Os pares se reencontram, espalham-se pelo palco, enquanto a música toca. Todos dançam.
BEZERRA – (para o Toca) Olhe por baixo das máscaras.
DOM – (que ouve e pensa que é com ele) Isso não vale.
BEZERRA – Não falei contigo. É com o meu amigo ali.
TOCA – (olhando, forçando, por baixo da máscara da sua companheira de dança) Tô tentando, Chefe. ( a dama exclama ‘Oh!’ e o abandona. Ele logo pega outra)
O baile continua e o Dom Louva-Deus vai tentando identificar as damas e assim que troca de par diz ‘NÃO!’ da mesma forma que o Toca diz ‘NÃO’ ao tentar identificar as suas. Depois de um tempo, irritado, Dom Louva-Deus suspende a música com um gesto e...
DOM – (ao Toca) Caro senhor, quem está procurando uma noiva sou eu. Por que o senhor diz ‘NÃO’ imitando-me?
TOCA – Bem... É que o Chefe...
BEZERRA – (interrompe o Toca) Cale-se! Bem, senhor, é que... Bem, é que...
TOCA – Deixa que eu explico, Chefe! É que nós...
BEZERRA – (para o Toca) Fique quieto! (para Dom Louva-Deus) Nós estamos tentando ajudá-lo, senhor.
DOM – Isso não vale. O problema é meu. É do jogo, entendeu? Que o baile continue!
Retorna a música e com ela o baile. Vez ou outra o Bezerra tropeça na Ploc e pede desculpas.
Depois de algum tempo, Dom Louva-Deus e o Toca já dançaram com todas as damas, menos com a Ploc. E ambos aproximam-se dela, cada um agarrando-a pelo braço.
DOM – Esta dama é minha! Eu deve identificá-la.
TOCA – A dama é minha! Também preciso identificá-la.
DOM – Como?! A noiva é para mim, senhor!
TOCA – Mas ela também me interessa!
DOM – Pode me dizer por que o senhor está tão interessado?
TOCA – É porque eu preciso descobrir a...
BEZERRA – (tapa a boca do Toca com as mãos) Ele também quer se casar.
DOM – Na minha festa?
CONDESSA – Caro senhor, sugiro que deixe a jovem em paz.
PRINCESA – Aqui não é lugar para escolher sua noiva.
CONDESSA – Jamais! Jamais!
BEZERRA – (para as duas) Madames, o meu amigo vai se comportar. Eu prometo.
TOCA – Mas, Chefe! Eu tô fazendo o que o senhor mandou...
DOM – Não estou entendendo mais nada...
PRIN CESA – E muito menos eu.
DO M – Primeiro, o senho r diz que ele vai se casar... Depois, ele diz que o senhor mandou...
BEZERRA – (confuso) É que ele está na idad e de se casar...TOCA – Mas, Chefe! Não é nada disso. O senhor me mandou...
BEZERRA – (gritando com o Toca) Cale-se! (suave, para a Condessa) Senhora, o baile deve continuar...
TOCA – Pois eu não desisto. Só falta essa aí!
MESTRA – (aproximando-se) Se me dão licença, eu sugiro que ela mes ma f aça a escolha.
(solta as mãos dos dois que seguram os braços da Ploc)
DOM – Excelente idéia!
TOCA – Certo! Que ela faça a escolha! (ajeita-se todo – faz pose) Ou ele... ou eu!

Ploc faz um gesto indicando o Dom Louva-Deus. Toca, aborrecido, afasta-se. E escolhe uma dama.

Ploc aparece rindo e todos procuram reanimar-se da confusão.
PLOC abraça-se ao Dom Louva-Deus).
CONDESSA – Que audácia é essa, borboletinha?
DOM – Não, mamã. Ela é minha noiva. Eu a amo, mamã.
CONDESSA – (examinando Ploc da cabeça aos pés) Até que a senhorita não é de se jogar fora... Com um pouco de trato... E me parece bem inteligente. Acho que será a esposa ideal para o meu amado filho.
PRINCESA – Eu possa ajudá-la nas boas maneiras...
PLOC – Oh! Oh! Oh! (e desmaia nos braços do Dom Louva-Deus)
DOM – (falando com vulgaridade) Velha, eu tô na minha, falô? A gata aqui é um barato.
CONDESSA – (faz um ar de reprovação... sorri e...) Olha aqui, fedelho! Se tu tá na tua eu também tô na minha, falô? (e agarra o Doutor Coelho)
COELHO – A senhora é viuva, dona?
CONDESSA – É claro, coroa!
COELHO – E eu só pensando em massagens...
A Ploc se recompõe e todos retornam à dança e cantam alegremente:
Ploc é a borboleta
Mais linda que eu já vi.
Ela gosta das crianças
Que se encontram por aqui.
Ploc é inteligente,
Estudiosa e gentil.
Ela adora toda gente
Na magia da canção.
Ploc agora é só amor,
Seu amor, nosso amor.
E borboleta não foi feita
Para as mãos de caçador.


ATIVIDADE 2

 O professor deverá dividir a turma em grupos de nove alunos para a primeira leitura. Cada aluno ficará com um papel/personagem e, mais tarde, esses estudantes discutirão qual o melhor personagem para cada um. Os alunos que ficarem com papéis menores deverão se responsabilizar por outras funções como a de diretor, cuidar da sonoplastia, iluminação do figurino.
Como se trata de um texto longo, após a escolha do papel/personagem, cada aluno deverá se responsabilizar, em casa, pela memorização de suas falas. O professor deverá marcar ensaios com pequenos grupos.


AULAS 3,4,5,6,7

ATIVIDADE

O professor deverá destinar uma aula por semana para os ensaios que necessariamente não precisam acontecer em semanas seguidas, mas alternadas.


Importante: O professor poderá agendar na escola apresentações em espaço destinado a esse fim.

Avaliação

A avaliação dar-se-á em todos os momentos em que os alunos estiverem participando das atividades propostas. O professor deverá levar em consideração o esforço   do aluno e respeitar as limitações.
O professor poderá convidar uma equipe de professores para compor um comitê de avaliação composto por alunos e professores de outras turmas. 

Opinião de quem acessou

Sem estrelas 0 classificações

  • Cinco estrelas 0/0 - 0%
  • Quatro estrelas 0/0 - 0%
  • Três estrelas 0/0 - 0%
  • Duas estrelas 0/0 - 0%
  • Uma estrela 0/0 - 0%

Denuncie opiniões ou materiais indevidos!

Sem classificação.
REPORTAR ERROS
Encontrou algum erro? Descreva-o aqui e contribua para que as informações do Portal estejam sempre corretas.
CONTATO
Deixe sua mensagem para o Portal. Dúvidas, críticas e sugestões são sempre bem-vindas.