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SEQUENCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE ARGUMENTAÇÕES (3): descrevendo a estrutura de argumetações

 

17/12/2009

Autor e Coautor(es)
Begma Tavares Barbosa
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JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora

Regina Célia Martins Salomão Brodbeck

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Apresentar uma descrição da macroestrutura de argumentações;

Duração das atividades
50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Considerando que a aula 3 compõe a sequência didática para ensino de argumentações, os conhecimentos prévios necessários já foram trabalhados nas aulas anteriores.

A aula 3 propõe a sistematização dos conhecimentos implicados nas atividades de leitura realizadas.

Estratégias e recursos da aula

ATIVIDADE 1

Descrevendo a estrutura de argumentações.
O estudo de argumentações deve ser sistematizado com a apresentação de um modelo que descreva a estrutura desse tipo de texto. Propomos o modelo a seguir, para ser apresentado aos alunos.

MACROESTRUTURA DA ARGUMENTAÇÃO

PERGUNTA/PROBLEMA
A pergunta, num texto argumentativo, coloca o problema posto em discussão. Podemos, então, dizer que todo texto argumentativo é a resposta a uma questão- problema posta ao debate em torno de um tema relevante. No nosso caso, a questão implícita aos textos lidos seria: O sistema de cotas é uma boa política para o Brasil? Em alguns casos, textos argumentativos explicitam a pergunta. Na maior parte das vezes, no entanto, essa pergunta está implícita, e identificá-la ajuda a compor o esquema argumentativo do texto, ajuda a identificar a tese e os argumentos.

TESE
A tese de um texto é a resposta que se apresenta à questão-problema. Podemos responder sim ou não à pergunta: O sistema de cotas é uma boa política para o Brasil? O editorial lido na aula anterior responde negativamente. O reitor da UERJ, autor do outro texto, responde afirmativamente. A tese é pode ser definida também como o posicionamento assumido no texto, ou o ponto de vista defendido por seu autor.

ARGUMENTO
Argumento é tudo aquilo que, num texto argumentativo, sustenta o ponto de vista defendido pelo autor. Argumentamos através de postulações que explicam nossos posicionamentos bem como através de recursos vários como: citações, dados estatísticos, exemplos, relatos etc.

CONCLUSÃO
Exposta a tese e os argumentos em um texto argumentativo, a conclusão encerra o discurso. Muitas vezes, esse “encerramento” se faz retomando-se o que é central no texto, sua tese. Também é muito comum que as conclusões encaminhem uma solução para o problema posto em discussão.


Devemos considerar, ainda, uma estratégia bastante comum em argumentações. Muitos argumentadores, antes de apresentar seu posicionamento – ou mesmo evitando fazê-lo – compõem argumentações apresentando HIPÓTESES de resposta à questão-problema colocada em discussão. Seria o caso de um editorial que apresentasse o ponto de vista dos opositores, bem como o dos defensores das cotas, sem assumir um posicionamento claro, ou próprio. Ou, ainda, apresentasse hipóteses de resposta ao problema antes de posicionar-se com argumentos próprios.


ATIVIDADE 2
Exercitando a identificação de tese e argumento
Após a sistematização dos conhecimentos trabalhados até aqui, os alunos devem exercitar, NOVAMENTE, a identificação de tese e argumento no texto abaixo, publicado no Jornal Folha de São Paulo. Propomos agora que isso se faça como atividade escrita e que o professor monitore essa atividade auxiliando os alunos em suas dúvidas individuais.

A cura pela lei
Ferreira Gullar
(...)
E há também leis bem intencionadas, que nem por isso são boas e muitas vezes até provocam efeitos contrários à intenção do legislador. São leis quase sempre motivadas pela presunção de que basta mudar as normas para mudar a realidade. Exemplo desse equívoco é a lei que determina a reserva de vagas, na universidade, para pessoas que se declarem negras, pardas ou índias.
À primeira vista, nada mais justo do que dar àquelas pessoas a oportunidade de fazer um curso superior, mas, quando paramos para examinar a questão, vemos que não se trata de uma medida tão justa quanto parece. Ao tentar corrigir a injustiça social que, historicamente, marcou negros, índios e seus descendentes, no Brasil, criar-se-á um tipo de universitário de segunda classe, que não terá chegado ali por seus méritos; além disso, ao privilegiar etnias, a lei discrimina outros jovens brasileiros pobres por serem brancos.
Tudo isso porque se tenta, usando de um artifício legal, ignorar o v erdadeiro problema e sua verdadeira solução, já que a dificuldade para os estudantes pobres – tenham a cor que tenham – chegarem à universidade decorre da baixa qualidade dos ensinos fundamental e médio que lhes são oferecidos. A solução do problema, portanto, está na melhora do ensino que prepara o jovem para a universidade, e não numa lei feita para atalhar o caminho.

Atividade de leitura

Leia atentamente o fragmento do texto de Ferreira Gullar”, publicado na Folha de São Paulo e intitulado “A cura pela lei”. Em seguida, responda às questões abaixo:
1. Considere a seguinte questão: O sistema de cotas é uma boa política para as universidades e para o Brasil? Como o texto de Ferreira Gullar responde a ela, ou seja, qual é a sua tese?
2. Que argumentos o autor apresenta na defesa de sua tese?
3. Como conclui a discussão?
4. Procure explicar o título do texto.


ATIVIDADE 3
O professor deve retomar a atividade com toda a turma, esclarecendo as dúvidas dos alunos. É importante estimular os alunos a recuperarem as informações textuais em seus exercícios escolares sem recorrer a “cópias”, mas a “paráfrases”. Isso permite ao professor observar melhor a maior ou menor autonomia dos alunos como leitores e a refletir sobre como constroem sentido dos textos que leem.

CONFIRA
Ferreira Gullar posiciona-se frente à questão logo no início do fragmento afirmando que a lei de cotas é um “equívoco”(questão 1).
Em seguida, sustenta seu posicionamento valendo-se de três argumentos (questão 2): i) O sistema desprestigia o mérito dos candidatos, permitindo a entrada na universidade de “universitários de segunda classe”; ii) O sistema não contempla o estudante branco pobre; iii) O sistema esconde o verdadeiro problema da desigualdade no ensino superior que é a baixa qualidade da escola básica pública brasileira.
Conclui-se o texto, encaminhando-se uma solução (questão 3): a melhoria da escola pública brasileira.
A questão 4 chama a atenção para uma pista relevante em qualquer texto: o título. Explicar esse título pode exigir certo esforço dos alunos que devem reconhecer sua metáfora. A lei de cotas seria um “paliativo” para uma “doença” que deve ser atacada na raiz: “A solução do problema está na melhoria do ensino que prepara o jovem para a universidade e não numa lei feita para atalhar o caminho.”

Avaliação

Essa aula permite que o professor avalie individualmente os alunos, considerando a atividade escrita proposta.

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