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TRAVANDO E ENROLANDO A LÍNGUA: O DESAFIO DA FALA RÁPIDA

 

25/11/2009

Autor e Coautor(es)
Mirian Chaves Carneiro
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Sulamita Nagem Dias Lima

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Ler frases curtas com compreensão e fluência.
- Escrever com base em textos memorizados.
- Desenvolver a linguagem oral.
- Ler em voz alta um trava-língua previamente preparado.
- Acompanhar leituras em voz alta feitas pelo professor.
- Estabelecer a relação entre os sons da fala e as letras.
- Distinguir letra, sílaba e palavra.
- Distinguir vogais de consoantes.
- Conhecer as variedades de combinações de letras utilizadas para escrever.
- Analisar as palavras em relação à quantidade de letras e sílabas.
- Usar espaço para separar palavras, sem aglutiná-las ou separá-las de forma indevida.
- Usar a escrita no sentido correto (da esquerda para a direita, de cima para baixo).

Duração das atividades
Aproximadamente 100 minutos; 02 aulas.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Conhecer o alfabeto.
- Conhecer alguns provérbios e saber recitá-los.

Estratégias e recursos da aula

- aula interativa;
- trabalho em grupo;
- caixa contendo trava-línguas;
- alfabeto móvel ou fichas contendo letras;
- confecção de cartazes ilustrativos de trava-línguas.

Desenvolvimento da aula

1º passo:

1- Em uma caixa o professor colocará tiras de papel contendo em cada uma delas um trava-línguas, como por exemplo:

"O tempo perguntou para o tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu pro tempo que não tem tempo de dizer pro tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem".

2- O professor retira de dentro da caixa uma tira. Lê para a turma o que está escrito. Copia o trava-língua no quadro. Faz uma nova leitura apontando cada palavra do texto.

3- Solicita aos alunos a leitura coletiva em voz alta.

4- Propõe a leitura por alguns alunos.

2º passo:
Discutir com a turma:
- Que texto é esse?
- Por que tem esse nome?
- Para que ele serve?
- Como ele se organiza?
- Alguém conhece outro texto parecido com esse?

3º passo:
O professor divide a turma em grupos:
1- Um aluno sorteia um trava-língua. Mostra para o grupo e eles tentam a leitura do texto.
2- O grupo vai exercitar a leitura rápida do trava-língua.
3- O grupo vai escolher quem vai falar o trava- língua para a turma.
4- O professor pode, se achar conveniente, fazer a eleição de quem falou mais rápido e sem tropeços.

4º passo:

Exploração do texto escrito:

1- O professor escreve no quadro o trava-língua abaixo e solicita que os alunos o copiem no caderno.

Uma aranha dentro da jarra. Nem a jarra arranha a aranha nem a aranha arranha a jarra.

2- Enquanto os alunos realizam a cópia, o professor vai observando as estratégias usadas por eles. Caso observe algum aspecto, em relação à aquisição do código ( uso de letras maiúsculas, segmentação entre as palavras, etc...) é interessante ir chamando a atenção da turma sobre o mesmo.

3- O professor vai propor as seguintes atividades:

3.1- Usando o alfabeto móvel ou fichas de cartolina com letras, o aluno deverá formar uma palavra escolhida por ele, do texto.

3.2- Ao socializar a tarefa, o professor solicitará que o aluno vá ao quadro e mostre no texto a palavra formada por ele, falando-a em voz alta.

3.3 – O professor escolherá uma ou mais palavras formadas pelos alunos para realizar o trabalho de identificação das vogais, consoantes, da primeira letra da palavra, da última letra, etc..

3.4- O professor voltará ao texto do trava-língua para, coletivamente, explorar: quantas palavras tem o texto; o que significam os espaços em branco entre uma palavra e outra; quantas letras maiúsculas foram usadas e porque elas foram usadas; a pontuação e outros sinais gráficos usados no texto e seus significados, etc...

5º passo:

1- O professor divide a turma em grupos e cada um retira da caixa , um trava-língua.

2- Tentam ler em voz baixa ( para que os outros grupos não escutem) o trava-língua que foi retirado da caixa.

3- Em seguida, usando uma cartolina o grupo vai ilustrar, da melhor maneira possível o texto, para que a turma adivinhe, através do desenho, qual trava- língua eles estão representando.

4- Todos os cartazes serão expostos lado a lado na sala. Deverão estar junto aos desenhos o texto correspondente a eles.

Recursos Educacionais
- Caixa com as tiras com trava-línguas digitados.
Recursos Complementares
1. Definições para o professor e sugestões de trava-línguas para que ele possa usar durante a aula.

Parlenda (do verbo parlar) ou travalínguas é uma forma literária tradicional, rimada com caráter infantil, de ritmo fácil e de forma rápida. Usada, em muitas ocasiões, para brincadeiras populares. Normalmente é uma arrumação d e palavras sem acomp anhamento de melodia , mas às vezes rimada, obedecendo a um ritmo que a própria metrificação lhe empresta. A finalidade é entreter a criança, ensinando-lhe algo.
Algumas vezes, é chamada de trava-línguas, quando é repetida de forma rápida ou várias vezes seguidas, provocando um problema de dicção ou paralisia da língua, que diverte os ouvintes. Assim, pede-se a alguém que repita uma parlenda, em prosa ou verso, de forma rápida - "fale bem depressa" - "diga correndo" - ou que a repita várias vezes seguidas - "repita três vezes".
As parlendas não são cantadas e, sim, declamadas em forma de texto, estabelecendo-se como base a acentuação verbal.
Os portugueses denominam as parlendas cantilenas ou lengalengas. Na literatura oral é um dos entendimentos iniciais para a criança e uma das fórmulas verbais que ficam, indeléveis, na memória adulta.
Os travalínguas, além de aperfeiçoadores da pronúncia, servem para divertir e provocar disputa entre amigos. São embaraçosos, provocam risos e caçoadas.Fazem parte das manifestações orais da cultura popular, são elementos do nosso folclore, como as lendas, os acalantos, as parlendas, as adivinhas e os contos. O que faz as crianças repeti-los é o desafio de reproduzi-los sem errar. Entra aqui também a questão do ritmo, pois elas começam a perceber que, quanto mais rápido tentam dizer, maior é a chance de não concluir o trava-línguas.

TRAVA-LÍNGUA: espécie de jogo verbal que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente. É uma modalidade de parlenda.
Trata-se de uma brincadeira onde se pede que a pessoa repita uma dada seqüência, de forma rápida, várias vezes, para testar a "agilidade" da língua.
Como isso costuma provocar dificuldade de dicção ou paralisia da língua ("trava-língua"), diverte e provoca disputa lúdica para saber quem se sai melhor nessa brincadeira.
Às vezes é quase impossível pronunciá-las sem tropeço.
O que motiva pessoas a repetir os trava-línguas, principalmente crianças, é o desafio de reproduzi-los sem errar, o que requer atenção, ritmo e agilidade orais.
São usados também de forma técnica por atores, cantores e professores como exercícios de foniatria e impostação de voz .

2- Exemplos de trava-línguas

1. Fui ao mar colher cordões, vim do mar cordões colhi.
2. Uma aranha dentro da jarra. Nem a jarra arranha a aranha nem a aranha arranha a jarra.
3. A aranha arranha a rã. A rã não arranha a aranha.
4. Sobre aquela serra há uma arara loura. A arara loura falará? Fala, arara loura!
5. Chupa cana chupador de cana na cama chupa cana chuta cama cai no chão.
6. A vida é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente, sem suceder o sucesso...
7. Trazei três pratos de trigo para três tigres tristes comerem.
8. A vaca malhada foi molhada por outra vaca molhada e malhada.
9. Comprei uma arara rara em Araraquara.
10. Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
11. Pedro Pereira Pedrosa pediu passagem para Pirapora.
12. Pode passar, porteiro, para pegar peixe piau.
13. O princípio principal do príncipe principiava principalmente no princípio principesco da princesa.
14. O Tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o Tempo respondeu ao tempo
15. que o tempo tem tanto tempo quanto tempo, tempo tem.
16. Há quatro quadros três e três quadros quatro.
17. Sendo que quatro destes quadros são quadrados,
18. um dos quadros quatro e três dos quadros três.
19. Os três quadros que não são quadrados,
20. são dois dos quadros quatro e um dos quadros três.
21. Casa suja, chão sujo.
22. Num ninho de mafagafos tem seis mafagafinhos. Quem os desmafagafizar bom desmafagafizador será.
23. O bispo de C onstantinopla, é um b om desconstantinopoli tanizador. Quem o desconstantinopolitanizar, um bom desconstantinopolitanizador será.
24. Não confunda cafetão de gravata com capitão de fragata.
25. O peito do pé do Pedro é preto.
26. Pinga a pia apara o prato, pia o pinto e mia o gato
27. Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco é ornitorrinco, ornitologista é ornitologista, e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista.
28. O original não se desoriginaliza! O original não se desoriginaliza! O original não se desoriginaliza! Se desoriginalizásemo-lo original não seria!
29. Quico quer caqui. Que caqui que o Quico quer? O Quico quer qualquer caqui.
30. Toco preto, porco fresco, corpo crespo.
31. Uma trinca de trancas trancou tancredo.
32. Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, para o prato, pia o pinto e mia o gato.
33. Se o Arcebispo-Bispo de Constantinopla a quisesse desconstantinoplizar, não haveria desconstantinoplizador que a desconstantinoplizasse desconstantinoplizadoramente.
34. Pedro pediu permissão para passar pelo portão para pegar o pinto pelado pelo pescoço.
35. Percebeste ou fingiste que percebeste para que os outros percebessem que tivesses percebido, percebeste?
36. Atrás do quadro da escola bibliotécnica estava um papibaquígrafo.
37. O doce perguntou pro doce qual era o doce que era mais doce e o doce respondeu pro doce que o doce que era mais doce era o doce de batata-doce.
38. Luzia lustrava o lustre listrado, o lustre listrado luzia.
39. Um limão, mil limões, um milhão de limões.
40. Um tigre, dois tigres, três tigres.
41. O rato roeu a roupa do Rei da Rússia que a Rainha, com raiva, resolveu remendar.
42. Um prato de trigo para um tigre, dois pratos de trigo para dois tigres, três pratos de trigo para três tigres, etc...
43. Três Tigres tristes comiam em um prato de trigo .
44. O original nunca se desoriginou e nem nunca se desoriginalizará.
45. Qual é o doce que é mais doce que o doce de batata doce?
46. Respondi que o doce que é mais doce que o doce de batata doce é o doce que é feito com o doce do doce de batata doce.
47. Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que não sabemos, ambos saberemos se somos sábios, sabidos ou simplesmente saberemos se somos sabedores.
48. O tempo perguntou ao tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que não tem tempo para dizer ao tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem.
49. Embaixo da pia tem um pinto que pia, quanto mais a pia pinga mais o pinto pia!
50. Se o príncipe de Constantinopla quisesse se desconstantinopolizar qual seria o desconstantinopolizador que iria a Constantinopla para descontantinopolizá-lo?
51. A sábia não sabia que o sábio sabia que o sabiá sabia que o sábio não sabia que o sabiá não sabia que a sábia não sabia que o sabiá sabia assobiar.
52. O desinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacaria as cavidades que deveriam ser desinquivincavacadas.
53. Perlustrando patética petição produzida pela postulante, prevemos possibilidade para pervencê-la porquanto perecem pressupostos primários permissíveis para propugnar pelo presente pleito pois prejulgamos pugna pretárita perfeitíssima.
54. Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco, é ornitorrinco, ornitologista, é ornitologista, e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista.
55. Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito de paralelogramos. Seis paralelogramos tem um paralelepípedo. Mil paralelepípedos tem uma paralelepipedovia. Uma paralelepipedovia tem mil paralelogramos. Então uma paralelepipedovia é uma paralelog ramolândia?
56. Os naturistas são natu ralmente naturais por natureza.
57. Em uma casa tem quatro quartos. Em cada quarto tem quatro quadro. E cada quadro é quadrado. Quantos quadros quadrados tem na casa?
58. Verbo tagarelar no tempo condicional:
59. - Eu tagarelaria - Tu tagarelarias - Ele tagarelaria - Nós tagarelaríamos - Vós tagarelaríeis - Eles tagarelariam.
60. O rei de Roma ruma a Madri.
61. Rosa vai dizer à Rita que o rato roeu a roupa do rei de Roma.
62. O rato roer roía e, a Rosa Rita Ramalho, do rato a roer se ria!
63. O rato roeu a rolha da garrafa da rainha.
64. O pinto pia, a pia pinga. Quanto mais o pinto pia, mais a pia pinga.
65. A pia perto do pinto, o pinto perto da pia, tanto mais a pia pinga, mais o pio pinta. 66. A pia pinga, o pinto pia, pinga a pia, pia o pinto, o pinto perto da pia, a pia perto do pinto.
67. Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato. Pinga a pia, apara o prato, pia o pinto e mia o gato
68. A espingarda destravíncula-pinculá. Quem destravíncula ela, bom destravíncula-pinculador será.
69. Tem uma tatu-peba, com sete tatu-pebinha. Quem destatupebá ela, bom destatupebador será.
70. No cume daquele morro, tem uma cobra enrodilhada. Quem a cobra desenrodilhá, bom desenrodilhadô será.
71. No morro chato, tem uma moça chata, com um tacho chato, no chato da cabeça. Moça chata, esse tacho chato é seu?
72. Um ninho de carrapatos, cheio de carrapatinhos, qual o bom carrapateador, que o descarrapateará?
73. Agá, agá, agá, a galinha quer botar. Ijê, ijê, ijê, minha mãe me deu uma surra, fui parar no Tietê. Alô, alô, o galo já cantou. Amarelo, amarelo, fui parar no cemitério. Roxo, roxo, fui parar dentro do cocho.
74. O Papa papa o papo do pato
75. Um prato de papa dentro do papo do papa.
76. A batina do padre Pedro é preta.
77. O peito do pé de Pedro é preto.
78. É preto o prato do pato preto.
79. O Pedro pregou um prego na pedra.
80. Pedro pregou um prego na porta preta.
81. O padre Pedro tem um prato de prata.
82. O meu vira lata usa gravata.
83. O padre pouca capa tem, pouca capa compra.
84. O pelo do peito do pé do pai do padre Pedro é preto.
85. O padre Pedro deu uma topada na pedra preta.
86. Pedro tem o peito preto. Preto é o peito de Pedro. Quem disser que o peito de Pedro não é preto, tem o peito mais preto que o peito de Pedro.
87. - Pedreiro da catedral está aqui o padre Pedro? - Qual padre Pedro? - O padre Pedro Pires Pisco Pascoal. - Aqui na catedral tem três padres Pedros Pires Piscos Pascoais. Como em outras catedrais.
88. Paulo Pereira Pinto Peixoto, pobre pintor português, pinta perfeitamente, portas, paredes e pias, por parco preço, patrão.
89. O Original não se desoriginaliza.
90. Quem for um parangamirotirimiariadolizador será um parangamirotirimiroaro
91. Uma trinca de pregos pregou Jesus na cruz do meu amigo avestruz.
92. O peito do pé de Pedro é preto, se o peito do pé de pedro é preto, o pedro é preto.  http://pt.wikipedia.org/wiki/Trava-l%C3%ADngua

Recursos Complementares

Leitura para o professor:

- HEYLEN, Jacqueline. Parlenda, riqueza folclórica; base para a educação e iniciação à música. 2ª ed. São Paulo, Editora HUCITEC, 1991.

Avaliação

A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades.
O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, as observações e intervenções do professor, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.

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