29/10/2009
Sulamita Nagem Dias Lima
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Língua Portuguesa | Leitura e escrita de texto |
- Dominar instrumentos básicos da cultura letrada, que lhes permitam melhor compreender e atuar no mundo em que vivem.
- Interessar-se pela leitura e escrita como fontes de informação, aprendizagem, lazer e arte.
- Conhecer contos, crônicas, fábulas através da leitura oral do professor, identificando elementos como título, personagens, complicação e desfecho.
- Conhecer o nome, breves dados biográficos e algumas obras de grandes cronistas e contistas brasileiros.
- Posicionar-se criticamente diante da opinião de alguém sobre um assunto, sabendo também opinar.
Não há exigência de trabalho com nenhum conhecimento prévio pelo professor para essa aula. No entanto, os alunos irão, gradativamente, ampliando suas experiências de mundo.
- Aula interativa onde será importante a leitura feita pelo professor, para ser, inicialmente, modelo para os alunos ouvintes.
" Muitas são as funções que podem ser atribuídas ao ato de ler historia. Desde seduzi-los (leitores e ouvintes) pela leitura e para a leitura, dialogar com suas fantasias, deslumbrá-los com o som e ritmo das palavras, aproximá-los da importancia da imaginação, até a relação de afeto que se estabelece entre as pessoas". (Apresentação no Seminário Políticas de Incentivo à Leitura. Bartolomeu Campos Queirós. Auditório da Biblioteca Pública Luiz de Bessa - BH - MG - 16 de abril de 2009)
Desenvolvimento da aula:
1º passo:
- O professor propõe o jogo da forca para que os alunos identifiquem o autor do texto ( Cecília Meireles) que ele vai ler.
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- Se o professor desejar, pode explorar o nome a partir: uso de letra maiúscula, número de letras, letras iniciais....
2º passo:
- Apresentar resumidamente a biografia da autora.
Chama a atenção para esse gênero- biografia e sua função.
- É interessante, se o professor tiver acesso, levar alguns livros da autora. É importante deixar os alunos manusearem esses livros e até lê-los, se houver interesse.
3º passo:
Leitura do texto: História de bem-te-vi
PROFESSOR: Prepare bem a leitura do texto para que desperte nos alunos o prazer de ouvir histórias.
4º passo:
4.1- Discutir as principais idéias do texto, através das questões abaixo:
- Por que você acha que o bem-te-vi estava cantando daquela maneira?
- Você concorda com a opinião da autora de que o bem-te-vi estava estudando a cartilha?
Por quê?
- Você concorda com a opinião da criança de que o bem-te-vi era gago?
Por quê?
- Que outros pássaros você conhece?
Descreva como eles são: a plumagem, o canto, o ninho, etc...
4.2- Ler novamente o texto e discutir com os alunos, a partir das questões abaixo:
- Qual é o título do texto?
- Na sua opinião porque ele tem esse título?
- Quais são os personagens dessa história?
- Onde se passa essa história? Que partes do texto ajudaram você a responder essa pergunta?
- Qual é o assunto principal do texto?
- Que final a autora deu para a história de bem-te-vi?
5º passo:
- Ler novamente o texto solicitando que os alunos fechem os olhos e tentem imaginar o cenário da história.
- Solicitar que os alunos façam uma ilustração ( que poderá ira para o mural da sala), do que ficou na memória deles sobre o texto ouvido.
As estratégias a serem utilizadas são:
- aula interativa;
- leitura pelo professor
Recursos Educacionais
Recursos Complementares
1- Lembrete para o professor:
“O que é Leitura? “...é o meio de que dispomos para adquirir informações e desenvolver reflexões críticas sobre a realidade”. O aprendizado da leitura é uma tarefa contínua e permanente, que se enriquece com novas habilidades, à medida que se vão dominando adequadamente textos escritos cada vez mais complexos".
(PICANÇO, 2007)
http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_aimportancia.pdf
2- O professor deverá fazer a leitura oral deste texto para a turma porque (...)
“Na leitura em voz alta, a palavra escrita ganha sonoridade e enriquece com música a história. Não é raro a criança dormir enquanto lemos, como não é raro as crianças se emocionarem com rimas e aliterações, mesmo desconhecendo o sentido das palavras. Na infância a intuição é o caminho para explicar o ainda não entendido. Conhecer intuitivamente é dispensar perguntas”.
(QUEIRÓS, 2009)
Mesmo se tratando de ouvintes adultos, a leitura ser á tão bem recebida quanto pelas crianças, porque estes ouvintes também estão aprendendo, iniciando a alfabetização e sabem apreciar um texto que foi bem lido.
3- Texto a ser lido pelo professor:
História de bem-te-vi
Cecília Meireles
Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa só de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antiguidade de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.
Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e "querejuás todos azuis de cor finíssima...". Nós esquecemos tudo: quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura...
Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.
E é pena, pois com esse nome que tem — e que é a sua própria voz — devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria.
O que me leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: "...te-vi! ...te-vi", com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras achei natural que também os passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo humano.
Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão — como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? — animou-se a uma audácia maior Não quis saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: "...vi! ...vi! ...vi! ..." o que me pareceu divertido, nesta era do twist.
O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol — que se não há de pensar de bem-te-vis assim progressistas, que rompem com o canto da família e mudam os lemas dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do ma to de repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.
Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar E cantava assim: "Bem-bem-bem...te-vi!" Pensei: "É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!..." Depois, o passarinho mudou. E fez: "Bem-te-te-te... vi!" Tornei a refletir: "Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando..." E o passarinho: "Bem-bem-bem...te-te-te...vi-vi-vi!"
Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos assuntos, ouviram, pensaram e disseram: "Que engraçado! Um bem-te-vi gago!"
(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...)
Livro “Escolha o seu sonho”, Editora Record – Rio de Janeiro, 2002, pág. 53.
Também está disponível em: http://www.releituras.com/cmeireles
4- Algumas informações sobre Cecília Meireles para o professor escolher o que achar mais interessante, sugestivo ou im portante:
http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
5- O jogo da forca
Esse jogo consiste em descobrir a palavra.
1º Escolhe-se uma palavra e coloca-se tracinhos correspondentes ao número de letras da palavra.
2º Desenha-se uma forca ao lado dos tracinhos.
3º Pode-se ou não dar dicas sobre a palavra.
4° Cada aluno fala uma letra. Se na palavra tiver essa letra, coloca-se no tracinho correspondente. Caso a letra não faça parte da palavra, desenha-se uma parte do corpo na forca.
5º O jogo termina quando a palavra for descoberta ou quando se completar a forca.
http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=tex&cod=_jodaforca
BENCINI, R. Todas as leituras. Nova Escola. Leitura, São Paulo, n. 194, p. 30-37, ago.
2006.
PICANÇO, Zilda Ferreira. A importância da leitura e sua aplicação no ambiente escolar da educação de jovens e adultos. In: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_aimportancia.pdf
QUEIRÓS, Bartolomeu Campos. Artigo apresentado no Seminário Políticas de Incentivo à Leitura. Biblioteca Pública Luiz de Bessa. Abril de 2009.
A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades.
O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, as observações e intervenções do professor, a auto - avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.
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