Portal do Governo Brasileiro
Início do Conteúdo
VISUALIZAR AULA
 


Transformações Corporais: a importância de se aceitar

 

30/09/2009

Autor e Coautor(es)
PAULO RENNES MARÇAL RIBEIRO
imagem do usuário

SAO PAULO - SP Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Andréa Marques Leão Doescher, Erwin Doescher.

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação Escolar Indígena Ciências Corpo humano e a saúde
Ensino Fundamental Final Orientação Sexual Corpo: matriz da sexualidade
Ensino Médio Biologia Qualidade de vida das populações humanas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Os alunos aprenderão sobre a importância das transformações corporais que acontecem na puberdade, e, sobretudo, da aceitação corporal. Em relação aos aspectos cognitivos pode-se trabalhar a escrita, a oralidade, a leitura, bem como, a sociabilidade dos alunos.

Duração das atividades
Aproximadamente 50 minutos; 1 aula.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos prévios sejam trabalhados para a efetuação destas aulas.

Estratégias e recursos da aula

As estratégias utilizadas serão:

- Aula interativa;

- Uso do Laboratório de Informática;

-Vídeo.

Motivação:

Como início da aula o professor pode entregar para cada aluno uma matéria jornalística, conforme postado no link: http://www.estadao.com.br/arquivo/cidades/2007/not20070108p14797.htm. Acesso em 13 Set. 2009, sobre uma adolescente que morreu por anorexia (Fig. 1), a fim de que eles a leiam.

Figura 1- Adolescente Anoréxica

http://4.bp.blogspot.com/_JCWaHbLMmmQ/SEiY6q7bIOI/AAAAAAAAABQ/qMr6r9wYIsc/s320/s.jpg. Acesso em 27 ag. 2009.

ADOLESCENTE MORRE DE ANOREXIA NERVOSA NO RIO

Maira Galvão Vieira, de 14 anos, estava com apenas 38 quilos; família nunca suspeitou das idas da menina ao banheiro, logo após as refeições.

 A família da adolescente Maiara Galvão Vieira, de 14 anos, que morreu sábado, 6, em conseqüência de uma anorexia nervosa, com apenas 38 quilos, nunca suspeitou das idas da menina ao banheiro, logo após as refeições. Os sinais da doença passaram despercebidos dentro de casa, onde ninguém tinha conhecimento do assunto, mas foram igualmente ignorados nas emergências dos três hospitais públicos por onde a paciente passou entre setembro e dezembro.

 Por causa da demora no diagnóstico, os pais da menina, moradores de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, pensam em entrar com um processo por negligência médica. "Os médicos nunca falaram nada sobre anorexia nervosa. Diziam que era uma virose ou que ela estava com anemia. Só davam soro e liberavam", contou nesta segunda-feira, 8, a tia da adolescente, a comerciária Rosa Maria Rodrigues.

Ela disse que os pais de Maiara não queriam falar com a imprensa, pois ficaram chateados com declarações feitas contra eles em um debate de rádio. "Falaram que eles queriam que a filha virasse modelo para poder ganhar dinheiro com isso. Eles sabiam que era um sonho dela desfilar, aparecer na televisão, mas nunca forçaram nada", contou a tia, sem conseguir segurar o choro.

Rosa lembra que a família fez de tudo para descobrir o que Maiara tinha. Por diversas vezes, o pai dela, o sapateiro Marcos Galvão Vieira, levantou-se de madrugada para enfrentar filas e conseguir uma ficha de atendimento em uma unidade pública de saúde, tentativa muitas vezes frustrada.

Além disso, a família chegou a aguardar quase dois meses para conseguir marcar um exame para a adolescente. "Só quem precisa de um hospital público é que sabe como tudo é muito difícil. Fizemos de tudo, mas os médicos não conseguiam descobrir o que estava acontecendo", relatou a tia, referindo-se a profissionais dos hospitais estaduais Rocha Faria e Pedro II, e do Hospital Municipal Souza Aguiar. A doença só foi descoberta no Miguel Couto.

 Internação

Segundo Rosa, Maiara, que morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória, permaneceu lúcida durante os 26 dias de internação no Hospital Municipal Miguel Couto. Até alimentos sólidos, mas nem sempre conseguia retê-los no estômago. "Uma vez ela disse que queria comer uva. Eu trouxe, ela botou apenas duas na boca e, logo depois, e já começava a meter o dedo para colocar tudo para fora. No dia que ela morreu, pediu para a irmã levá-la para casa. Estava meio triste", recordou a tia, contando que a menina estava recebendo tratamento psicológico no Miguel Couto.

 Quando morreu, estava com um Índice d e Massa Corporal 13. O indicador, que mede a relação entre peso e altura, está muito abaixo de 18,6, valor mínimo considerado como normal pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Desconhecimento sobre a doença

Para o presidente da Federação Latino-Americana das Sociedades de Obesidade, o endocrinologista Walmir Coutinho, a soci edade - em especialmente os pro fissionais de saúde - precisa, urgentemente, conh ecer mais sobre os transtornos alimentares, como anorexia e bulimia. "Ainda existe um grande desconhecimento sobre a maneira como a doença se apresenta. E, muitas vezes, se perdem oportunidades importantes de diagnóstico", alertou.

Se há dificuldade entre a classe médica, o quadro é ainda pior dentro de casa, pois, observou Coutinho, as adolescentes tentam disfarçar os novos hábitos. "Além disso, em praticamente todas as famílias há uma adolescente fazendo dieta para emagrecer. É muito difícil para os pais saber se é uma dieta patológica ou uma dieta normal", observou, chamando atenção para o impacto nocivo de blogs, sites e páginas no site de relacionamentos orkut, que trazem dicas para perder peso extremamente perigosas.

"Estudos epidemiológicos mostram que o crescimento de prevalência dos transtornos não é muito acelerado. Porém, nada comparado com a obesidade. Mas acho que o aumento pode estar acontecendo, entre outros motivos, por causa dos estímulos encontrados na internet", destacou o médico.

Procurados pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que a adolescente chegou desidratada e foi devidamente tratada. Já a Secretaria de Saúde do Estado disse que não poderia se pronunciar sobre o caso, já que o atendimento foi feito durante a gestão anterior.

Após esta leitura o professor pode averiguar a opinião dos mesmos sobre ela. Algumas questões norteadoras podem ser:

* O que vocês acharam da matéria?

* Qual a causa da morte da adolescente?

* O que poderia ter sido feito para se evitar isso?

* Você já pensou a respeito da aceitação do seu corpo?

Em seguida, solicitará que eles formem grupos de 4 pessoas a fim de realizarem uma atividade em grupo.

ATIVIDADE 1

O professor entregará a cada grupo um texto intitulado “O QUE EU FAÇO COM MEU CORPO?” (Fig.2), conforme postado abaixo.

http://www.mds.gov.br/programas/transferencia-de-renda/arquivos/manual_tematico_saude.pdf. Acesso em 27 ag. 2009.

Figura 2- O que eu faço com meu corpo? 

Cada componente do grupo deverá ler silenciosamente o texto. Feito esta leitura inicial, eles deverão compartilhar com os demais componentes do grupo suas impressões sobre o texto. O intuito é que eles tenham espaço para discutirem e compartilharem suas opiniões sobre o texto.

O professor solicitará que eles elejam um representante. Feito isso, o professor solicitará que o representante de cada grupo compartilhe com os demais grupos as suas conclusões sobre o texto.

ATIVIDADE 2

Como forma de contribuir para que os alunos reflitam sobre algumas questões acerca do corpo contidas no texto, sugere-se que o professor coloque algumas perguntas na lousa, tais como:

· Quais são os seus sentimentos quanto a crescer e sobre a maneira como o seu corpo está mudando- ou estará em breve?

· Você está entusiasmado/a ou incomodado/a com isso? Por quê?

· Como se sente a respeito das mudanças que percebeu até agora?

· Você está entusiasmado/a com as mudanças que estão por vir ou gostaria de esquecer toda esta etapa?

· Como se sente neste momento a respeito do seu corpo?

· Você é feliz com seu c orpo?; Por quê?

· Que aspectos você considera positivos e negativos no seu corpo?

· Você toma alguns cuidados com o seu corpo? Qual (is)?

· Você se compara com os outros?

Em seguida, os alunos serão convidados a formar um círculo. Neste eles brincarão de “batata quente” (Fig. 3). O intuito desta é que os alunos tenham um espaço para descontrair e refletir sobre a imagem corporal, sendo que o professor atuará como facilitador, auxiliando os alunos que se sentirem inibidos de manifestarem suas idéias.

Figura 3- Brincando de batata-quente

http://www.dyacor.com.br/BrincadeirasDeRua/Imagens_Brin/BatataQuente.jpg. Acesso em 13 Set. 2009.

Para a execução desta atividade o professor pode fazer uso de uma bola de plástico, um estojo, ou seja, objetos comuns. Quem ficar com o referido objeto deverá escolher uma das perguntas na lousa e expor aos demais as suas reflexões a respeito dela.

A atividade encerra quando todos os alunos tiverem tido a oportunidade de falar, e após o professor ter frisado com eles a importância da aceitação das particularidades físicas de cada um,  o que não significa que as pessoas não devem se cuidar fisicamente.

Cabe ao professor atuar como intermediário na atividade, de maneira que os alunos não empreguem a atividade para zombar ou ridicularizar os colegas.

ATIVIDADE 3

Como continuidade e visando que os alunos tenham um espaço para sentirem seus próprios corpos (Fig. 4), e refletirem sobre a importância da imagem corporal, sobretudo da aceitação, o professor solicitará que eles andem na sala de aula sem se tocarem, ao som de uma música lenta, seguindo as suas instruções:

· Andar na ponta dos pés;

· Andar apoiando o corpo no calcanhar;

· Andar (como se estivesse) na chuva;

· Andar (como se estivesse) em uma superfície quente;

· Andar (como se estivesse) passando por uma porta estreita;

· Andar em câmara lenta;

· Andar (como se estivesse) com pressa;

· Andar em marcha ré;

· Ficar parado.

Figura 4-  Dinâmica corporal

http://juizdeforaonline.files.wordpress.com/2009/03/a-arquitetura-do-corpo-02.jpg. Acesso em 16 Set. 2009.

Ao término, o professor solicitará que eles fechem os olhos e pensem como eles se vêem, como se apresentam fisicamente para as outras pessoas, e  que pensem ainda sobre a parte do corpo que consideram a mais bonita e atrativa, e as que consideram mais feias e detestáveis.

Ele pedirá também para eles tocarem seus rostos, olhos, nariz, boca, testa, orelhas, cabeça, pescoço, braços, barriga, pernas, pés, enfim, para sentirem seus corpos, tentando visualizar o quanto que no conjunto há harmonia neste corpo, com as partes que lhes agradam ou não. O professor solicitará também que eles tentem perceber a importância de todos os órgãos atuarem conjuntamente.

Para encerrar, ele solicitará que os alunos em silêncio tentem escutar os sons produzi dos pelo corpo. Após, ele pedirá que abram os olhos devagar, e que tentem, individualmente, a partir do que foi trabalhado, desenvolver um texto, cujo título é: “Meu corpo: a importância da aceitação”.

SUGESTÃO

Como sugestão o professor poderá solicitar que os alunos, em grupos, montem um painel. Cada grupo receberá uma cartolina, revistas, colas, tesouras e jornais para montar um cartaz a ser fixad o na escola. Este cartaz deverá enfocar a questão do corpo, da necessidade dos cuidados, não em excesso, e, sobretudo, de aceitação. Eles podem também tratar da obesidade, da anorexia e da bulimia.

Avaliação

A avaliação dos alunos pode ser feita em todos os momentos das atividades propostas, sendo considerada a contribuição individual nas discussões e demais atividades em grupo, assim como, o envolvimento dos alunos nas atividades solicitadas. O professor deverá avaliar sobretudo a percepção dos alunos quanto a importância da aceitação corporal.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 3 classificações

  • Cinco estrelas 2/3 - 66.67%
  • Quatro estrelas 1/3 - 33.33%
  • Três estrelas 0/3 - 0%
  • Duas estrelas 0/3 - 0%
  • Uma estrela 0/3 - 0%

Denuncie opiniões ou materiais indevidos!

Opiniões

  • Débora Catia Cayres Corsino, EE HITLER SANSAO , Mato Grosso - disse:
    deboraccorsino@gmail.com

    11/11/2010

    Quatro estrelas

    Esta aula tem um objetivo que as pessoas valorizem o seu corpo como ele é, porque as vezes ficamos voltados para a beleza física e esquecemos o interior, e isto pode nos levar a um caminho sem volta.


  • Ana Karolina Teixeira Lima Gomes Guimarães, COLEGIO OBJETIVO , Alagoas - disse:
    nininha.teixeira@gmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    Bastante pertinente e o conjunto de atividades são bem práticas e acessíveis! Parabéns, Professor Paulo Rennes.


  • delma suely santos, ESCOLA MUNICIPAL GOV ANTONIO CARLOS VALADARES , Sergipe - disse:
    psicopedagoga-delma@hotmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    Adorei, o conteúdo assim eles sentenem o prazer de conhecer o seu corpo.Gosto muito da forma que o colega direciona suas aulas .Parebéns.


Sem classificação.
REPORTAR ERROS
Encontrou algum erro? Descreva-o aqui e contribua para que as informações do Portal estejam sempre corretas.
CONTATO
Deixe sua mensagem para o Portal. Dúvidas, críticas e sugestões são sempre bem-vindas.