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Onde a publicidade não está?

 

14/10/2009

Autor e Coautor(es)
Marta Regina Alves Pereira
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Gláucia Costa Abdala Diniz; Lucianna Ribeiro de Lima; Liliane dos Guimarães Alvim Nunes; Fátima Rezende Naves Dias.

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ética Diálogo
Ensino Fundamental Inicial Ética Respeito mútuo
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Reconhecer a publicidade em lugares que supostamente ela não está.
- Identificar as diferentes estratégias da publicidade para alcançar um consumidor potencial.
- Desenvolver a idéia do consumo consciente e exercer a cidadania.

Duração das atividades
Uma aula de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Não são necessários conhecimentos prévios.
Estratégias e recursos da aula

COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS DIRIGIDOS À/AO PROFESSORA/OR:

Professora/or, muitas vezes somos induzidos a comprar determinado produto porque juntamente com ele vem outro como brinde. Assim acontece com os ovos de páscoa, por exemplo. Algumas marcas trazem dentro do ovo, um brinquedo. Tudo isto são estratégias publicitárias a influenciar nossa escolha. Em nossa vida cotidiana, não paramos para perceber o quanto agimos por influência de anúncios que nem são reconhecidos como tal e o quanto contribuímos para divulgá-los nas roupas que usamos, por exemplo. Com essa aula, as crianças vão reparar melhor o quanto a publicidade inunda nossa vida com seus anúncios e deverão reconhecer a necessidade de desenvolvermos um hábito de consumo consciente. Saberão também que podem ajudar a melhorar a qualidade das publicidades brasileiras, denunciando a um órgão competente, aquelas que de alguma forma causam constrangimento às pessoas.

1º Momento:

- Inicie uma conversa com as crianças solicitando que elas encontrem dentro da sala de aula marcas deixadas pela publicidade em produtos que se encontram naquele espaço. As crianças deverão se levantar para fazer a pesquisa, andar pela sala anotando o que encontraram e em qual objeto estava. Por exemplo: na mochila que elas carregam está estampado uma personagem do desenho tal, nas lancheiras idem, em roupas que estão usando pode-se ler esse ou aquele nome em etiquetas ou ter essa ou aquela estampa de algum produto, inclusive na roupa da professora. Os lanches que se encontram dentro da lancheira também podem estar em um tipo de embalagem com estampas visuais que divulgam algo. No material escolar, idem. Após uns 5 min de pesquisa, solicite que apresentem os resultados. Anote no quadro os achados para que possam contabilizar a quantidade de marcas encontradas em tão pouco tempo. A seguir, apresente para as crianças algumas informações sobre a história da publicidade. Conte-lhes que as primeiras formas de divulgação dos produtos eram bem diferentes das que são usadas hoje em dia. Abaixo estão algumas informações que poderá ajudá-la/o.
“A publicidade existe há muito, muito tempo, desde que o ser humano passou a comprar e a vender produtos. Antigamente gritava-se na praça da vila ou no mercado para atrair freguês. Depois, apareceu a publicidade nos jornais e nos cartazes. Mais tarde, no rádio e na televisão, nos filmes e na internet. A publicidade evolui junto com o progresso tecnológico. Quando viajarmos no espaço, com certeza veremos publicidade nas naves espaciais ... e nas estrelas! Você sabia? Antigamente, poucas pessoas sabiam ler, por isso havia o trabalho do pregoeiro, que anunciava pelas ruas, em voz alta, casamentos, novas mercadorias, objetos perdidos, etc. A publicidade tornou-se uma atividade entre os séculos XVIII e XIX, com o crescimento das indústrias e sua necessidade de estimular o consumo”. (Retirado do livro: A publicidade. O mundo de hoje explicado às crianças. Alexia Delrieu e Sophie de Menthon. São Paulo: Ática, 2008).
- Depois de contar às crianças um pouco da história da publicidade, diga-lhes que alguns artistas ficam tão indignados com o excesso de publicidade a que somos obrigados a conviver, que criam algo para protestar. Carlos Drummond de Andrade, um poeta mineiro muito respeitado, escreveu um poema com o título “Eu Etiqueta”. Vejam o que ele diz na primeira estrofe desse poema:

 
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.

Pergunte às crianças qual é a reclamação que o poeta faz nesse poema? Vocês já se sentiram como Drummond, incomodados com os anúncios publicitários invadindo a vida de vocês? Em que situação isso aconteceu? Provavelmente as crianças vão falar de anúncios que interrompem um desenho na TV ou ainda os anúncios em janelas pup-up que invadem os sites da internet. Para aquelas crianças que têm e-mail, uma outra chateação é ver sua caixa de e-mail cheia de spam.

- Professora/or, caso julgue pertinente, você também pode chamar a atenção das crianças para as duas últimas linhas da primeira estrofe do poema. Observem que Drummond faz referência à marca de cigarro estampada em sua camiseta. Há uns anos atrás havia muitos anúncios publicitários destinados a venderem cigarros. Hoje esses anúncios foram proibidos porque se reconheceu que eles estimulavam o consumo de cigarros que é prejudicial à saúde de quem fuma e das pessoas próximas que acabam se tornando fumantes passivos pelo efeito da fumaça que chega junto com o ar que respiram.
Outra informação importante é sobre o CONAR – Conselho Nacional de Au to-Regulação Publicitária. O CONAR tem a função de evitar que anúncios publicitários de conteúdo enganosos, abusivos ou desrespeitosos cheguem até o consumidor. Outra atribuição importante do CONAR é regular o uso de imagens de crianças na publicidade. Qualquer um de nós, no exercício de nossa cidadania, pode fazer uma reclamação ao CONAR sempre que nos sentirmos ofendidos por algum anúncio, ou julgarmos que ele é enganoso ou abusivo. Podemos fazer isso pelo site do CONAR no endereço:

http://www.conar.org.br/

2º Momento:

Agora vamos brincar com nossa imaginação. “Faça de conta que você trabalha no CONAR e tem que dar sua opinião sobre estes três slogans publicitários para bombons, biscoitos e cereais. Você tem duas escolhas: - Ser a favor ou pedir para mudar qualquer coisa na frase”.

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Fonte: A publicidade. O mundo de hoje explicado às crianças. Alexia Delrieu e Sophie de Menthon. São Paulo: Ática, 2008.


1- “Coma os bombons Delícia, porque são incrivelmente gostosos! Coma o dia inteiro, porque fazem bem para a saúde”.
- Uma alternativa para modificar o slongan seria: “comer bombons o dia inteiro faz muito mal para a saúde e para os dentes”.

2- “Quer ficar forte como um super-herói? Experimente os biscoitos Chocossuper!”
- É preciso mudar esse anúncio. “O publicitário deve alterar a primeira frase porque é impossível ficar forte como um super-herói – eles só existem nas histórias! Pode-se usar, por exemplo: “Quer ter muito mais força e energia?”.

3- “Comer cereais Gostosura no café-da-manhã dá energia para jogar futebol”
- Favorável. Um café da manhã com cereais realmente faz bem e dá energia!”.

(Essa atividade foi retirada do livro: A publicidade. O mundo de hoje explicado às crianças. Alexia Delrieu e Sophie de Menthon. São Paulo: Ática, 2008).

Recursos Complementares

Sítio para consulta:

http://www.conar.org.br/

Avaliação

- Prepare uma atividade para ser feita em casa, se possível com a participação dos pais ou de adultos que cuidam da criança. Entregue para cada aluno/a o poema "Eu Etiqueta", na íntegra, impresso em papel sulfite:

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permanência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.

Instrua as crianças a ler o poema em voz alta para um adulto em casa e depois contar para ele as nossas conversas em sala sobre a publicidade. Depois disso, solicite que encontrem pelo menos três vestimentas de qualquer pessoa da casa com alguma marca de produto sendo divulgada. Anote o que encontrou para contar para a turma na próxima aula.

- Verifique o envolvimento dos/as alunos/as ao realizarem as atividades solicitadas.

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