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OUVIR HISTÓRIA: UMA ARTE PARA TODA IDADE

 

22/10/2009

Autor e Coautor(es)
Mirian Chaves Carneiro
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Sulamita Nagem Dias Lima

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Posicionar-se em relação a diferentes temas tratados.
- Inserir o jovem e o adulto no contexto da sociedade, valorizando sua cultura e seu conhecimento.
- Trabalhar a expressão oral desenvolvendo habilidades para emitir opiniões, com clareza.
- Ter acesso a cultura e ao lazer, através da audição de história.
- Respeitar o turno da palavra.

- Utilizar adequadamente a pontuação do discurso direto, destacando as falas
de personagens (dois pontos, travessão).

- Ler e escrever relatos breves de experiências de vida.

- Conhecer textos através da leitura oral do professor, identificando elementos como título, personagens, complicação e desfecho.

Duração das atividades
Aproximadamente 100 minutos 02 aulas.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há exigência de trabalho com nenhum conhecimento prévio pelo professor para essa aula, apenas irão apreciar a história através da audição dela. No entanto, os alunos irão, gradativamente, ampliando suas experiências de mundo através de revisões sobre, por exemplo, se já ouviram falar sobre Monteiro Lobato (sondagem).

Estratégias e recursos da aula
                   

- aula interativa;
- audição da história A Morte e o Lenhador;
- trabalho em grupo;
- Fichas (com nome de Monteiro Lobato e outros títulos de fábulas.

Desenvolvimento da aula

1º passo: Discutir sobre histórias que ouviram na infância: quem contava, quais eram as histórias, do que se lembram. Contaram ou contam histórias para filhos e netos?
O que é saber ouvir? E saber conta ruma história?
Para que serve ouvir histórias? (Relaxa, aproxima as pessoas, acesso a outros mundos, outras culturas, desenvolve a imaginação, a criatividade, o vocabulário, fruição, lazer).

2º Passo:
1. O professor prepara uma sacola onde deverão ser colocadas fichas contendo o nome de Monteiro Lobato e os títulos de algumas fábulas escritas por ele. Veja o exemplo abaixo:

MONTEIRO LOBATO

A MORTE E O LENHADOR

    A MENINA E O LEITE
     A ONÇA DOENTE

2- Colocar os alunos em um círculo e solicitar que alguns alunos escolham, de dentro de uma sacola, uma ficha. ( Lembre-se de que vai chamar o número de alunos correspondente ao número de fichas da sacola).

3- Quando todas as fichas tiverem sido retiradas da sacola, a professora propõe ao aluno que está com o nome MONTEIRO LOBATO, que fale sobre o que sabe desse autor.
O professor pode solicitar à turma que todos falem o que sabem sobre MONTEIRO LOBATO.

4- Nesse momento, o professor pode enriquecer as informações sobre MONTEIRO LOBATO, lendo um pouco mais da biografia dele.

5- O professor problematiza: E as outras fichas? (Nesse momento solicita que o aluno leia o título que está na sua ficha). Que relação há entre elas e o nome MONTEIRO LOBATO?
O professor faz, então, os comentários necessários: são fábulas reescritas por Lobato.

3º passo:

- Com os alunos ainda em círculo, propor as seguintes questões para debate:
- Que histórias ouviram na infância?
- Quem as contavam?
- Do que se lembram dessas histórias?
- Vocês contaram ou contam histórias para filhos e netos?
- O que é saber ouvir?
- E o que é preciso saber para contar uma história?
- Para que serve ouvir histórias?
Nesse momento, o professor pode também falar das suas experiências com as histórias.

4º passo:

1 - Apresentar a história lida ou contada: A morte e o lenhador. 

A morte e o lenhador

"Um velho lenhador, cansado de sua tarefa de buscar lenha da mata, invoca duas vezes a morte. Quando ela aparece, o lenhador se arrepende e diz tê-la chamado apenas para pedir ajuda para colocar a lenha sobre as costas:
Um pobre lenhador, vergado pelo peso dos anos e da lenha, que às costas trazia, caminhava gemendo, no calor do dia, sentindo por si próprio o mais cruel desprezo.
A dor, por fim, foi tanta que ele até parou e, pondo ao chão seu fardo, pôs-se a refletir:
Que alegrias tivera em seu pobre existir? Depois de tanta vida, algum prazer lhe restou?
Faltara, às vezes, pão; descanso, nunca houvera;
Os filhos, a mulher e o cobrador, à espera;
O imposto e a cara feia do soldado…
Ele era um infeliz, completo e acabado!
Pensando nessa falta de alegria e sorte, chamou em seu auxílio a morte.
- "Vosmecê me chamou, e eu vim. Agora venha."
- "Só te chamei pra me ajudar com a lenha…"

http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Morte_e_o_Lenhador

 

2- Após ouvir a história, solicitar que recontem a história ouvida.
Se for preciso ou pedido, repetir a audição da história gravada.
Ouvir alguns alunos, mesmo que cada um conte uma parte da história ouvida, mantendo princípio, meio e fim, sem modificá-la.

3- O professor divide a turma em grupos e propõe: Que outro final seu grupo daria para esta história, com a chegada inesperada da morte para o lenhador?

4- O grupo deverá dramatizar a história com o final dado por eles.

5- A turma deve planejar as apresentações da história: dia, local, horário, quem vão convidar....

Informações para o professor:

José Renato Monteiro Lobato nasceu em Taubaté/SP, no dia 18 de abril de 1882, mas, para herdar uma bengala com cabo de prata, com as iniciais JB, do seu pai, mudou seu nome para José Bento, aos 11 anos de idade.
Monteiro Lobato foi um grande homem, um grande brasileiro e um dos maiores escritores - em todo o mundo – de livros para crianças.
Foi, de fato um ser plural: escritor de cartas, de obras infantis, ensaísta, crítico de arte e de literatura, pintor, jornalista, empresário, fazendeiro, advogado, sociólogo, tradutor e diplomata. Foi o único autor no mundo a escrever quase 5 mil páginas para crianças.
Faleceu no dia 04 de julho de 1948, mas continua vivo entre nós, através de sua vasta obra, principalmente do mundo criado para as crianças no sítio do Picapau Amarelo.
Monteiro Lobato foi-se aos 66 anos de idade, deixando uma imensa obra para crianças, jovens e adultos e o exemplo de quem passou a existência sob a marca do inconformismo.

Resumo feito por Mirian Chaves

Outras sugestões de contos e fábulas de Monteiro Lobato.
Conto Negrinha de Monteiro Lobato: http://intervox.nce.ufrj.br/~valdenit/lobato.htm
Sobre o autor e muito mais http://lobato.globo.com/

Outras fábulas recontadas por Monteiro Lobato:

Conto: O galo que logrou a raposa
Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A raposa desapontada, murmurou consigo: "Deixe estar, seu malandro, que já te curo..."
Em voz alta:
- Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro, gavião e pinto, onça e veado, raposa e galinhas, todos os bichos andam agora aos beijos, como namorados. Desça desse poleiro e venha receber o meu abraço de paz e amor.
- Muito bem! - exclama o galo. - Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai ficar o mundo, limpo de guerras, crueldade e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas... Como lá vem vindo três cachorros, acho bom esperá-los, para que também eles tomem parte na confraternização.
Ao ouvir falar em cachorro Dona Raposa não quis saber de história, e tratou de pôr-se ao fresco, dizendo:
- Infelizmente, amigo, tenho pressa e não posso esperar pelos amigos cães. Fica para a outra vez a festa, sim? Até logo.
E raspou-se.
Contra esperteza, esperteza e meia.

http://br.geocities.com/turmadajuli/mlgaloraposa.htm


Conto: O corvo e o pavão
O pavão, de roda aberta em forma de leque, dizia com desprezo para o corvo:
“Repare como sou belo! Que cauda, hein? Que cores, que maravilhosa plumagem! Sou das aves a mais formosa, a mais perfeita, não?”
“Não há dúvida de que você é um belo bicho”, disse o corvo. “Mas, perfeito? Alto lá!”
“Quem quer criticar-me! Um bicho preto, capenga, desengraçado e, além disso, ave de mau agouro... Que falha você vê em mim, ó tição de penas?”
O corvo respondeu:
“Noto que para abater o orgulho dos pavões a natureza lhe deu um par de patas que, faça-me o favor, envergonharia até a um pobre diabo como eu...”
O pavão, que nunca tinha reparado nos próprios pés, abaixou-se e contemplou-os longamente. E, desapontado, foi andando o seu caminho sem replicar coisa nenhuma.
Tin ha razão o corvo: não há belez a sem defeito
http://br.geocities.com/turmadajuli/mlcorvopavao.htm


A Menina e o leite
Certa vez, uma menina que morava no interior de uma cidade resolveu pensar no futuro:
- O que eu vou fazer com apenas uma vaquinha, e ainda por cima sem dá leite?
Com o passa do tempo, a pequena vaquinha virou uma vaca gorda , então deu seu primeiro pote de leite . E lá foi a menina vender o produto.
- Ah! Meu primeiro pote de leite, irei vendê-lo e comprar ração para a vaca produzir cada vez mais, assim venderei o leite, e com o dinheiro irei comprar doze galinhas que irão botar meia dúzia de ovos por dia. Depois, comprarei dois galos, dois bodes e com o passar do tempo, duas ovelhas...
A menina já estava bem distraída, pensando tanta coisa, quando de repente, viu uma cobra e gritou:
- Ah, Ah, Ah...
E, caiu derramando todo o leite.
- já foram embora todos os meus planos para o futuro. Disse a menina.
Moral: Quem muito quer nada consegue.
http://fabulasmanuelsatiro.blogspot.com/2008/01/menina-e-seu-primeiro-pote-de-leite.html

Recursos Complementares

1) Algumas orientações para o professor:

“ A principal intenção do texto literário é estética, ou seja, criar algo belo ou extraordinário. Por isso, o “como a coisa é dita” é tão ou mais importante que “o que está dito”. A leitura desses textos é dirigida pelo sentido estético e sua análise deve buscar desvendar os recursos utilizados pelo autor para produzir o belo e o extraordinário”. EJA Proposta Curricular – 1º Segmento- MEC
Encontrado em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/propostacurricular/primeirosegmento/propostacurricular.pdf

Avaliação

A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades.

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