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Foco Narrativo: A história é de cada um

 

19/10/2009

Autor e Coautor(es)
CRISTIANE NERI HORTA
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Edna Maria Santana Magalhães

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral: escrita e produção de texto
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua oral: gêneros discursivos
Ensino Médio Língua Portuguesa Gêneros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: processos de interlocução
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: usos e formas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Espera-se no decorrer e ao fim das aulas propostas que o aluno possa:

. construir inferências a partir das redes de sentido estabelecidas num texto e desse com outro(s) texto(s).

. ser capaz de interpretar, analisar e relacionar os elementos que caracterizam um narrador personagem.
. desenvolver uma interpretação dos textos, a partir dos variados pontos de vista dos narradores e relacioná-los entre si.
. refletir sobre a forma textual.
. construir inferências sobre os propósitos do narrador personagem.
. produzir textos a partir de estruturas já conhecidas e de escolhas de outros narradores personagens.
. praticar o processo de retextualização - escrita e revisão - a partir do texto produzido, exercitando os diferentes pontos de vista de narração.
Identificar características das modalidades oral e escrita em diferentes suportes textuais: filme de curtametragem, livro.
Identificar as características da focalização (ponto de vista do narrador) e da modalização (voz narrativa).
Reconhecer as variantes linguísticas apresentadas em cada versão de cada narrador personagem.

Duração das atividades
6 aulas ou encontros de 1 hora e 40 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Para desenvolver esta proposta de trabalho, os alunos devem ter:

. domínio de habilidades de leitura e de escrita.
. habilidade de comunicar com concisão as informações de seu interesse.
. domínio do registro lingüístico adequado aos propósitos do trabalho proposto.
. reconhecimento da função do uso de um determinado suporte textual.
. identificação, nos suportes, de fontes de informação.
. habilidade de identificação de informações explícitas

. habilidade de relacionar informações explícitas.

Estratégias e recursos da aula

Aula 1: duas aulas de 50 minutos ( 1 hora e 40 minutos)


Professor,

Comece esta série de aulas, conversando com seus alunos sobre a questão da autoria de uma história.

Pergunte a eles:
Se um dia todos presenciassem um fato, esse seria contado por cada um da mesma maneira? Por quê?

Nesse momento, ouça os alunos. Peça exemplos de fatos que já ocorreram em sala de aula. Peça que mais de um aluno (re)conte a sua versão do acontecido. Espera-se com isso que eles percebam que ,apesar do conhecimento de todos, o mesmo fato pode ser contado de várias maneiras. Lembre-os do ditado popular que diz: "quem conta um conto aumenta um ponto", cada um vê o fato de uma ótica diferente, conta de um jeito único, mas o tema é abordado por todos.

Mostre a eles o cartaz de divulgação do filme. Explore a imagem e o significado do título do filme.

www.marciotrigo.com/blog/?p=13

Informe aos seus alunos que “A História de Cada Um” é um curtametragem, produzido por Márcio Trigo  que recebeu apoio do Ministério da Cultura. Participou da seleção de mostra do  Curta-Criança de 2006. O filme foi apresentado na mostra oficial do Segundo Festival de Curtas de Cabo Frio e está na seleção oficial da 7ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Foi criado a partir de um livro do mesmo autor.

http://www.mirabolanteeditora.com.br/infantil.html

A história de cada um


Como uma mesma história se transforma em cinco? Peça a um cachorro, a uma salsicha, a uma velhinha e a um menino que contem as aventuras que viveram numa manhã de sol. Cada visão é narrada por Celso Taddei, Claudio Lobato, Luciana Sandroni, Mariana Mesquita e Márcio Trigo. E as ilustrações são assinadas por Ivan Zigg, Claudio Lobato, Flavio Pessoa, Fabiana Egrejas e Marcia Mello. Cada um a seu modo. O livro acompanha o DVD curta metragem "A história de cada um", dirigido por Márcio Trigo.

Depois, apresente o primeiro texto escrito sobre a história.

Essa narrativa corresponde ao narrador onisciente, que é aquele que sabe e conhece tudo o que acontece ao longo da história.

A História de cada um

Os dias andavam muito carregados. Havia mais de uma semana que as nuvens venciam as batalhas em sua eterna guerra contra o sol. Talvez por causa disso mesmo, a estrela maior, naquele trivial feriado, quis aparecer grandiosa, como que para provar seu poder e sua força perante a natureza. Era um domingo de sol. A cidade estava repleta de pessoas, que cansadas da chuva, saíram de casa com saudade do calor e do brilho solar. Nas praças, as crianças brincavam com suas bicicletas, meninos jogavam bola, meninas pulavam corda ou vice-versa. Na lagoa, namorados redescobriam beijos e carinhos. Nas praias, surfistas pegavam suas ondas, quais caravelas singrando mares nunca dantes navegados. Os idosos recordavam saudosas marcas do passado, mulheres se esforçavam para parecer cada vez mais lindas e os homens atualizavam-se lendo jornais e botando o papo em dia. Tudo era perfeito. Nada, nem ninguém poderia desmanchar tamanha comunhão entre tudo e todos.
Bem, pelo menos, era para ser assim.

O que não era esperado, o que não tinha que acontecer, infelizmente aconteceu. Foi tudo tão rápido, foi tão de repente que o caso só não passou despercebido p or que foi grave. Ou pelo menos alguns pensaram assim. Uns colocavam a culpa no menino destrambelhado, outros na velhinha desatenta, alguns teimavam em afirmar que quem causou tudo foi o cachorro e teve até quem insistia em recriminar a salsicha.

Ainda era cedo, o sol aind a não havia chegado ao centro do céu. A ve lhinha, alegre, saud ável e bem disposta, andava lépida e fag ueira, quando vindo não se sabe de onde, um vulto enorme e peludo chocou-se com ela, fazendo um estrago incalculável. O furacão de pelos, alem de levá-la ao solo, trazia consigo um jovem esbranquiçado pela sua própria cor de origem e pelo pavor de não conseguir dominar aquela terrível fera. A velhinha ainda atordoada não che gou a ver o animal de quatro patas avançar para a carrocinha como um cachorro querendo uma salsicha. Bem, desculpa, mas na verdade, era isso mesmo que estava acontecendo. Era um cachorro avançando para a carrocinha de cachorro quente, sem que ninguém conseguisse detê-lo. O jovem tentava, mas suas forças não eram suficientes para segurar a vontade do animal.

Pessoas corriam, gatos fugiam e outros cachorros, atiçados por aquele líder canino, sentiram-se no direito de avançar também. Todos queriam salsicha. A carrocinha virou e derramou pela grama um mar de molho e salsichas. A sorte foi que aquele grande animal peludo ficou preso pela guia na carrocinha tombada e com isso, seu frágil dono conseguiu contornar a situação. Com seu líder subjugado, os demais cachorros amansaram e cada qual foi para o seu canto com o rabinho entre as pernas.

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Felizmente as salsichas não sofreram nenhuma baixa, e para sua sorte, sujas, não puderam ser consumidas por ninguém. Aliás, baixa ninguém sofreu, alto ficou o galo na testa do jovem, consequência da bengalada que recebeu da pobre velhinha.
Aos poucos a vida foi tomando seu rumo. O sol brilhava forte e de cima observou tudo com um sorriso irônico. O sol tem dessas coisas.

Essa é apenas uma versão dessa história. Tudo na vida é uma questão de ponto de vista.

Aula 2: duas aulas de 50 minutos ( 1 hora e 40 minutos)


Professor,


- Inicie essas aulas, retomando a história lida nas últimas aulas.
- Mostre para a turma como ela foi transformada em filme.


Acesse o site www.marciotrigo.com   e clique em cine.  Ou acesse o mesmo filme pelo endereço:


http://www.youtube.com/watch?v=K4aW7uWlMBM&feature=related

 e http://www.youtube.com/watch?v=Q8RsO4pGezk&feature=related

OBS: Atenção, Professor, inicialmente, exiba os primeiros 1’27’’ (um minuto e vinte e sete segundos) do filme. Esses correspondem ao texto escrito.
Nesse momento, pergunte aos alunos como cada personagem apresentada na história contaria a sua versão.

- Ouça as hipóteses levantadas pelos alunos. Depois que todos que quiseram conta a história deram a sua versão, dê prosseguimento ao filme. Agora é a história será contada  a partir da ótica do menino.

OBS: Atenção, Professor, exiba até os 4’15’’ (quatro minutos e quinze segundos) do filme.

- Após essa breve exibição, pergunte aos alunos sobre a versão contada pelo menino.

- Pergunte se a linguagem utilizada pelo menino comprometeu o entendimento da história.

- Peça que os alunos indiquem algumas das gírias utilizadas pelo menino e seus respectivos significados. Algum deles usa alguma das gírias? Em que situação?

- Se a versão do menino fosse integrada ao texto escrito sofreria mudanças? De qual natureza?

OBS: Professor, é importante que seus alunos percebam que o registro formal deve estar presente nesse momento, já qu e o texto inicial correspon de a ele. É preciso que ocorram adequações.

Seria interessante que você, professor, promovesse em sala de aula essa retextualização coletiva da fala do menino para o texto escrito, na modalidade formal.


Aula 3: duas aulas de 50 minuto s ( 1 hora e 40 minutos)

Professor,

Convers e com os alunos sobre a versão contada pelo menino e informe-os  que a seguir eles assistirão a mesma história, mas contada agora pela senhora que foi 'atropelada'. Será que seria muito diferente da versão a ser contada agora? Será que a linguagem seria a mesma? Pergunte se alguém gostaria de tentar contar a história como se fosse a senhora.

Dê prosseguimento ao filme. Agora é a história a partir da ótica da senhora.

OBS: Atenção, Professor, exiba de 4’15’’até 7’07’’do filme.

Após essa breve exibição, pergunte aos alunos sobre a versão contada pela senhora:a A linguagem utilizada pela senhora comprometeu o entendimento da história. O que tinha de diferente da usada pelo menino?

Peça que os alunos indiquem algumas das expressões utilizadas pela senhora e seus respectivos significados.

S e a versão da senhora fosse integrada ao texto escrito sofreria mudanças? De qual natureza?

Seria interessante que você, professor, promovesse em sala de aula essa retextualização coletiva da fala da senhora para o texto escrito, na modalidade formal.

Aula 4 : duas aulas de 50 minutos ( 1 hora e 40 minutos)


Professor,


Converse com os alunos sobre as versões contadas até o momento. Será que seria muito diferente da versão a ser contada agora? Destaque que a versão a ser contada agora é a do cachorro. Será que a linguagem seria a mesma?

OBS: Atenção, Professor, exiba de 7’07’’até 9’04’’ do filme.

- Após essa breve exibição, pergunte aos alunos sobre a versão contada pelo cachorro: A linguagem utilizada pelo cachorro comprometeu o entendimento da história. O que tinha de diferente da usada pelos outros interlocutores.

- Verifique se os alunos atentaram para o detalhe das imagens estarem em preto e branco. Por que esse recurso foi utilizado nesse momento?

- Peça que os alunos indiquem algumas das expressões utilizadas pelo cachorro e seus respectivos significados.

- Se a versão do cachorro fosse integrada ao texto escrito sofreria mudanças? De qual natureza?

- Seria interessante que você, professor, promovesse em sala de aula essa retextualização coletiva da fala do cachorro para o texto escrito, na modalidade formal.

Aula 5 : duas aulas de 50 minutos ( 1 hora e 40 minutos)

Professor,

Converse com os alunos sobre as versões contadas até o momento. Será que seria muito diferente da versão a ser contada agora? Como seria a história pela ótica da salsicha? Não fale nada com os alunos, deixe que eles tentem propor a versão deles. A versão contada pela salscha no curta terá algo surpreendente. 

OBS: Atenção, Professor, exiba de 9’04’’até o final do filme.

- Após essa breve exibição, pergunte aos alunos sobre a versão contada pela salsicha: a linguagem utilizada pela salsicha comprometeu o entendimento da história. O que tinha de diferente da usada pelos outros interlocutores?

- Verifique se os alunos atentaram para o humor utilizado nessa versão. Com que propósitos ele foi utilizado?

- Peça que os alunos indiquem algumas das expressões utilizadas pela salsicha e seus respectivos significados.

Se a versão da salsicha fosse integrada ao texto escrito sofreria mudanças? De qual natureza?

Seria interessante que você, professor, promovesse em sala de aula essa retextualização coletiva da fala do salsicha para o texto escrito, na modalidade formal.

Aula 6 : duas aulas de 50 minutos ( 1 hora e 40 minutos)

Professor,
Apresente novamente a cena inicial do parque, envolvendo os na rradores já ouvidos e dos demais presentes.

Faça a leitura e a exploração dessa cena com os alunos. Liste os participantes desse momento.

Peça que cada aluno escolha uma das pessoas e escreva uma nova versão da história, a partir do seu ponto de vi sta.

Depois, peça que leiam as versões criadas para a apreciação da turma.

Ao final, retome os últimos trechos do texto escrito:


Essa é apenas uma versão dessa história. Tudo na vida é uma questão de ponto de vista.

Instigue os alunos a comentar o que essas duas frases têm a ver com as versões da mesma história apresentada no curta. Ao fim da discussão, peça que escrevam um parágrafo, onde eles sintetizem os comentários, mas de forma demonstrar como os diferentes pontos de vista podem possibilitar compreensões distintas de uma mesma realidade, de um mesmo fato. Além disso, é preciso salientar que os pontos de vista explicitam vivências distintas que cada personagem experimenta e, por tal, observa-se uma valorização ou desvalorização, a supressão ou o acréscimo  de determinados detalhes.

- Proponha a leitura de alguns dos textos, comente os pontos que achar pertinentes sobre o conteúdo no que se refere ao atendimento da proposta, a força argumentativa, a progressão textual.

- Em duplas, peça que os alunos troquem os textos entre si, faça uma leitura e avaliem as correções ortográficas e formais. Dê tempo para que refaçam o texto, recolha-os e traga no dia seguinte com sugestões para melhorar a redação (conteúdo e estrutura).

- Só depois disso, você deve avaliar o texto. Dê oportunidades para que o aluno escreva várias versões de um mesmo  texto e procure sempre dar a esses textos uma destinação real, ou seja, não se coloque como o único leitor e destinatário dos textos de seus alunos. Crie alternativas para que eles seja socializados: criação de murais, varais, publicação no site da escola, publicação em jornais da turma ou da escola.

Recursos Complementares

Professor, maiores detalhes de como bordar o trabalho com gêneros textuais distintos, acesse os links vinculados às seguintes páginas

http://www.pucrs.br/gpt/

Avaliação

Professor,
Compare as relações feitas pelos alunos entre os textos apresentados pelos narradores personagens e a produção escrita . Avalie como eles fazem essas relações, que elementos dos textos são abordados e quais as contribuições extras que eles possuem. Verifique a qualidade das informações existentes, como se dá a vinculação gramatical (coesão) e semântica (coerência) no texto.
Discuta, individualmente, o que poderia ser alterado, caso fosse necessário, para que o texto ficasse mais adequado à proposta sugerida.
Peça aos alunos que façam uma análise dos aprendizados que acham ter desenvolvido ao longo desse trabalho e o que deveria ser ainda melhor desenvolvido. Que sugestões teriam para o êxito nos próximos trabalhos? Em relação ao desempenho escrito, quais as dificuldades detectadas por eles?

Diante desses aspectos apontados pelos alunos, estabeleça uma linha de intervenção e de orientação para ajudar na melhoria da escrita dos alunos. Partir da organização lógica das idéias, coesão e coerência do gênero textual produzido por eles. Por fim, verificar os aspectos predominantes da língua formal e as variantes linguísticas, presentes nesse tipo de texto.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 2 classificações

  • Cinco estrelas 1/2 - 50%
  • Quatro estrelas 0/2 - 0%
  • Três estrelas 1/2 - 50%
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Opiniões

  • isaudi, Escola Estadual Tancredo de A. Neves , Mato Grosso - disse:
    isa-santos9@hotmail.com

    11/08/2010

    Três estrelas

    Cristiane, achei sua aula muito boa e pretendo desenvolvê-la com minhas turmas. sucesso.


  • LÍLIA DO SOCORRO PEREIRA DOS SANTOS, NTE - BELÉM - (Batista Campos) , Pará - disse:
    liliasnts149@gmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    colega, adorei sua aula,vou utilizá-la com meus alunos e tenho certeza que será uma grande ajuda.


Sem classificação.
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