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A linguagem plástica da assemblagem

 

19/10/2009

Autor e Coautor(es)
Marileusa de Oliveira Reducino
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Elizabet Rezende de Faria

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Artes Arte Visual: Arte visual como produção cultural e histórica
Ensino Fundamental Inicial Artes Arte Visual: Apreciação significativa em arte visual
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:
• Conhecer artistas que trabalham com a linguagem artística da assemblagem em suas poiésis;
• Descobrir como a poética de um artista pode dialogar com obras de outros artistas;
• Produzir trabalho plástico, por meio da Assemblagem;
• Socializar o trabalho desenvolvido.

Duração das atividades
• Cinco aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Estudos sobre silhuetas (contorno, linha que contorna/limita/demarca, sombra);
- Trabalhos plásticos com sucatas;
- Noções básicas de pintura;
- Desenho em miniatura (redução de imagem).

Estratégias e recursos da aula

Aula 1
• Pesquisar, juntamente com os alunos, na sala de informática da escola, os seguintes assuntos: Assemblagem, Aninha Duarte e Farnese de Andrade;
• Solicitar que os alunos salvem as informações relevantes encontradas, para posterior socialização.

Sugestão de referência para o professor:


• Sobre Aninha Duarte (Ana Helena da Silva Delfino Duarte, Campina Verde -1961):

                  

1. Aninha Duarte - artista plástica, é graduada em Direito pela UNIUBE e em Bacharelado - Pintura pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, especialista em Ensino de Artes pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU e mestre em História Cultural - UFU; é professora do Departamento de Artes Plásticas da UFU desde 1996; realizou estudos em Desenho e Pintura no Museu de Artes Alfredo Andersen em Curitiba (PR) e na Escola Guinard em Belo Horizonte (MG); tem participação em diversas exposições individuais e coletivas; desenvolve pesquisas teórico-plásticas sobre Símbolos e Signos dentro do contexto da religiosidade católica popular, utilizando-se das linguagens da Pintura, Desenho, Aquarela, Objetos e Instalações, bem como, trabalhos com cenografia, figurino, adereços e ilustração de material didático para editoras. (CD – Poéticas visuais no Triângulo Mineiro – Ensaios e Percepções. NUPEA/UFU, 2007)
http://www.nupea.fafcs.ufu.br/aninhaduarte.htm

2. LELIS, Soraia Cristina Cardoso e REDUCINO, Marileusa de Oliveira. A poiésis de Aninha Duarte: a cruz como redenção e expressão. In: Poéticas Visuais no Triângulo Mineiro. (CD) Uberlândia: NUPEA, 2007.
3. Portifólio Aninha Duarte. Disponível em:
http://www.deart.ufu.br/portfolio-AninhaDuarte.pdf   


• Sobre Farnese de Andrade (Araguari, 1926 – Rio de Janeiro, 1996):

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.pr.gov.br/mon/exposicoes/farnese/foto01.jpg&imgrefurl=http://www.pr.gov.br/mon/exposicoes/farnese.htm&usg=__NlyBc1F0--EDDs6qhGbexsQcB_o=&h=528&w=310&sz=37&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=vkP1r2VQlOa7WM:&tbnh=132&tbnw=78&prev=/images%3Fq%3Dfarnese%2Bde%2Bandrade%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26um%3D1

1- Farnese de Andrade - Nascido em Araguari, no Triângulo Mineiro, em 1926, Farnese de Andrade Neto entrou em 1945 na Escola do Parque de Belo Horizonte, onde foi aluno de Guignard e contemporâneo de artistas como Amílcar de Castro, Mary Vieira e Mário Silésio. Começou a carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, passou a transformar os restos de madeira e brinquedos que coletava junto com conchas e detritos vindos do mar em obras de arte. Essas obras — assemblagens de composições e formatos variados — são o po nto alto do seu trab alho e da mostra no CCBB. As primeiras cai xas de Farnese já mi sturam bonecos destruídos, mariscos, cacos e bolas de vidro. Embora tenha sido muitas vezes chamado de escultor, o artista nada esculpia; apenas dava tratamento ao mobiliário m ineiro de roça que a dquiria em fontes dive rsas (antiquários, feiras e depósito de demolição), misturando-os à “coleção de restos” que reunia nas praias e até mesmo na rua. As imagens de santos também são um elemento recorrente em s ua obra. Elas aparecem invertidas, mutiladas ou envoltas em redomas (nas peças mais antigas) ou resina (mais recentes). Sobretudo os santos popularizados pela Umbanda — como Iemanjá, São Jorge e os gêmeos São Cosme e São Damião. Disponível em: Acesso em: 29/08/2009.
1. NAVES, Rodrigo. Farnese de Andrade. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

2. ANDRADE, Farnese. Et al. Além de Caprabana. Rio de Janeiro: Museu de Arte, 1995.

Sobre Assemblagem:
1. O termo assemblagem é incorporado às artes em 1953, cunhado por Jean Dubuffet (1901 - 1985) para fazer referência a trabalhos que, segundo ele, "vão além das colagens". O princípio que orienta a feitura de assemblagens é a "estética da acumulação": todo e qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. O trabalho artístico visa romper definitivamente as fronteiras entre arte e vida cotidiana; ruptura já ensaiada pelo dadaísmo, sobretudo pelo ready-made de Marcel Duchamp (1887 - 1968) e pelas obras Merz (1919), de Kurt Schwitters (1887 - 1948). A idéia forte que ancora as assemblagens diz respeito à concepção de que os objetos díspares reunidos na obra, ainda que produzam um novo conjunto, não perdem o sentido original. Menos que síntese, trata-se de justaposição de elementos, em que é possível identificar cada peça no interior do conjunto mais amplo. A referência de Dubuffet às colagens não é casual. Nas artes visuais, a prática de articulação de materiais diversos numa só obra leva a esse procedimento técnico específico, que se incorpora à arte do século XX com o cubismo de Pablo Picasso (1881 - 1973) e Georges Braque (1882 - 1963). Ao abrigar no espaço do quadro elementos retirados da realidade - pedaços de jornal, papéis de todo tipo, tecidos, madeiras, objetos etc. -, a colagem liberta o artista de certas limitações da superfície. A pintura passa a ser concebida como construção sobre um suporte, o que pode dificultar o estabelecimento de fronteiras rígidas entre pintura e escultura. Em 1961, a exposição The art of Assemblage, realizada no Museum of Modern Art - MoMA de Nova York, reúne não apenas obras de Dubuffet, mas também as combine paintings de Robert Rauschenberg (1925 - 2008) e a junk sculpture, e isso leva a pensar que a assemblagem como procedimento passe a ser utilizada nas décadas de 1950 e 1960, na Europa e nos Estados Unidos, por artistas muito diferentes entre si. Disponível em:  Acesso em: 29/08/2009.

http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=325


AULA 2
• Providenciar uma apresentação em PowerPoint, contendo as informações obtidas, na aula anterior sobre Assemblagem e os artistas Aninha Duarte e Farnese de Andrade;
• Elaborar essa apresentação com imagens de obras dos dois artistas, de modo que os alunos percebam a possibilidade de diálogo entre suas poiésis;
• Segue alguns exemplos:


Farnese de Andrade

  

Disponível em: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_xe-z8Ips3xY/SCs5aUC8lxI/AAAAAAAAAUs/Dh6x7IzVNR8/s400/alegria.jpg&imgrefurl=http://maiaragouveia.blogspot.com/2008/05/orion-albrecht-drer-1514-sim-deletei-o.html&usg=__CQGSbr84v4f8ETWhW631owel36Q=&h=381&w=388&sz=26&hl=pt-BR&start=5&tbnid=D1FArJdNtHdtxM:&tbnh=121&tbnw=123&prev=/images%3Fq%3Dfarnese%2Bde%2Bandrade%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG

    


Disponível em:  Acesso em 11/09/2009

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_xe-z8Ips3xY/SOK6Lf8DUUI/AAAAAAAABIE/himvp9C3eJc/s400/farnese.jpg&imgrefurl=http://maiaragouveia.blogspot.com/2008_09_01_archive.html&usg=__WMin6UcA9hk5tv794yF7ioef2Lo=&h=360&w=297&sz=16&hl=pt-BR&start=6&tbnid=NJWggI7yOYAiZM:&tbnh=121&tbnw=100&prev=/images%3Fq%3Dfarnese%2Bde%2Bandrade%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG


Aninha Duarte

 Série - Atributos

  

Instalação - Atributos
Disponível em: http://www.nupea.fafcs.ufu.br/aninhaduarte.htm

Exemplos de Assemblagem, outros artistas:

Thiago Balbino - Disponível em: http://carlotices.files.wordpress.com/2008/07/homero240712.jpg

     

  Transe. Assemblagem, caixa relicário. Madeira, palha, acrílico, sapatos, etc., 90x17x70cm+-,2001.
   Disponível em: http://paraaposteridade.blogspot.com/2008/06/blog-post.html

   

 Jaci Mattos - Título: Quadra VII  - Técnica: Assemblagem s/ Eucatex - Material: Lascas de madeira, tinta acrílica - 2007 - 60X47 cm
Disponível em: http://www.arqbrasil.com.br/_art/jaci_mattos/jacimattos_painel.html

• Pedir para que os alunos façam uma análise crítica das obras apresentadas , buscando um possíve l diálogo entre elas propondo questões como:

•Fazer uma leitura da imagem apresentada e perceber quais elementos o (a) artista utiliza para compor sua obra, descrevendo-os.
•Identificar elementos comuns nas obras de Aninha Duarte e de Farnese de Andrade;
•Que materiais os autores das obras usaram para compô-las?
•Como estes artistas apresentam seus trabalhos ao público?

•Apresentar e discutir com os alunos sobre:
•Ex-votos;
•Materiais descartados;
•Materiais utilizados nas diferentes obras.

• Pensar com os alunos:
•Que elementos podem ser utilizados na construção de uma assemblagem?
•Como seria o suporte? Imaginar uma caixa de fósforos enquanto base e estrutura da assemblagem.
• Discutir com os alunos a possibilidade de trabalharem com assemblagem.
• Solicitar para a próxima aula uma caixa de fósforos grande e materiais que possam ser incorporados em um futuro trabalho de assemblagem, como miçangas, brinquedos em mini atura, miudezas.

AULA 3
• Preparar, com antecedência, um recorte de papel cartão branco (12x7cm), que servirá de base para o trabalho em assemblagem tinta acrílica, pincéis finos, papel toalha, para enxugar os pincéis e um pote com água, para a limpeza dos mesmos.
• Distribuir os materiais de forma que os alunos possam trabalhar em grupos de no máximo 6 alunos, socializando o material;
• Retomar as obras apresentadas na aula anterior;
• Lembrar, com os alunos, os elementos que os artistas utilizaram para compor seus trabalhos: Aninha Duarte que prioriza a cruz e ex-votos, Farnese de Andrade que incorpora ex-votos e materiais descartados e, os outros artistas pesquisados que priorizam em suas obras elementos do seu cotidiano.
• Perguntar aos alunos: o que é importante em suas vidas? Como vocês chamariam a atenção do publico, para esta questão, por meio de uma assemblagem?;
• Pedir para que os alunos imaginem que a parte da caixa, que contém os palitos de fósforos, seria uma janela e que, por meio desta, eles se deixariam mostrar.
• Solicitar para que os alunos iniciem um desenho que fale da importância discutida anteriormente, com lápis HB ou N.2, usando como suporte o recorte de papel cartão branco.
• Iniciar a pintura com tinta acrílica, após a conclusão do desenho;
• Recolher os trabalhos e colocar para secar.
• Seguem imagens ilustrativas:

           

     

 Preparo e pintura do suporte – Fotos: Acervo particular

AULA 4
• Separar os materiais reservados para a assemblagem como as miçangas, os brinquedos em miniatura, as miudezas, a cola e o suporte (caixa de fósforos);
• Entregar aos alunos as pinturas da aula anterior e solicitar que colem-nas no fundo da caixa de fósforos, de modo que aquelas formes o fundo deste espaço;

    

  Material para a assemblagem – Foto: Acervo particular


• Iniciar a construção da assemblagem a partir da escolha dos elementos que serão incorporados ao trabalho;

         

  Assemblagem de alunos dos 4ºs anos do Ensino Fundamental – Foto: Acervo particular

• Deixar os trabalhos secando para a próxima aula.

                
AULA 5
• Retomar com os alunos a proposta da aula 3, ou seja, deixarem-se mostrar por meio de uma janela.
• Perguntar aos alunos: Onde encontramos janelas (casas, edifícios e outros) e como elas se apresentam em relação aos diferentes materiais (ferro, alumínio, vidro, madeira e outros) e formas (retangulares, quadradas, circulares, ovaladas e etc.);
• Conversar sobre silhueta urbana (retomando conteúdo trabalhado previamente) e solicitar alguns croquis em papel sulfite e grafite;
• Observar e socializar os croquis apresentados;
• Eleger alguns croquis para serem recortados nas folhas de E.V.A., em posterior atividade coletiva;
• Apresentar folhas de E.V.A e solicitar que, a partir dos croquis elaborados, recortem silhuetas urbana como casas, prédios, árvores e outros, em todo o espaço disponível da folha;
• Propor aos alunos que nas silhuetas recortadas no E.V.A colem suas “janelas”, permitindo que a imagem da cidade se complete com a incorporação de todas as janelas – objetos individuais construídos em assemblagem;

 

  Silhueta urbana com as janelas em assemblagem - Foto: Acervo particular

• Discutir com os alunos sobre a importância de manter a individualidade ao lado da coletividade, sem que uma anule a outra, mas que se respeitem e se unam para a complementação da vida em sociedade;
• Sobre a questão acima perguntar: A composição da proposta que acabamos de desenvolver permite esta leitura?
• Expor os trabalhos nos corredores da escola e solicitar para que cada aluno se mostre por meio de sua janela, dizendo ao grupo de colegas, porque escolheu a representação daquela imagem e os objetos que ali incorporados, pois esta discussão possibilitará que o grupo analise as imagens, bem como a criação individual dos alunos.

Recursos Complementares

• Como algumas palavras, possivelmente estranhas aos alunos, serão trabalhadas no decorrer das aulas, segue abaixo um pequeno glossário:
• ASSEMBLAGE – “A colagem e a assemblagem são duas inovações técnicas criadas por Pablo Picasso (1881-1973) e utilizadas também por Georges Braque (1882-1963) no Cubismo (1907)”. A colagem refere-se à colagem de elementos de realidade material no plano bidimensional da tela. Já a assemblagem refere-se à construção de esculturas com materiais não hierárquicos, ou seja, materiais descartáveis ou que perderam sua utilidade, por meio de solda ou colagem.s assemblagens eram inicialmente chamadas de Objetos, tendo sido utilizado o termo Assemblagem pela primeira vez em 1961, pelos curadores do Museu de Arte Moderna de Nova Yorque, Peter Sels e Willian Seitz, na Exposição ‘The Art of Assemblage’. (LELIS, Soraia Cristina Cardoso. Poéticas Visuais em construção – o fazer artístico e a educação (do) sensível no contexto escolar. 2004. Dissertação (Mestrado em Artes visuais)-Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004, p. 117)
• GUACHE (fr., gouache) – forma opaca de tinta a base de água. Diversamente da aquarela, os pigmentos da guache são ligados com cola, e os tons mais claros obtém-se pela adição de pigmento branco. (CHILVERS, Ian. DICIONÁRIO Oxford de Arte. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 241)
• IMAGINAÇÃO – s.f. Faculdade de imaginar; concepção; fantasia; coisa imaginada; invenção. (BUENO, Francisco de Oliveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1984, p. 585)

Avaliação

• Durante o desenvolvimento desta proposta, acompanhar o processo de envolvimento dos alunos com as pesquisas sobre os artistas e as percepções que eles tiveram com relação ao diálogo existente entre as obras estudadas;
• O trabalho de produção das assemblagens deverá ser acompanhado individualmente, de modo que o professor possa perceber o domínio da técnica pelo aluno;
• Na socialização do trabalho com o grupo de alunos, avaliar o percurso de cada um e consequentemente o produto final, numa conversa informal, sugerindo uma auto-avaliação.

Opinião de quem acessou

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