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A VIVÊNCIA DA INFÂNCIA E DA ESCOLA PARA CADA UM DE NÓS

 

07/10/2009

Autor e Coautor(es)
LILIANE DOS GUIMARAES ALVIM NUNES ARAUJO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

MARTA REGINA ALVES PEREIRA; FÁTIMA REZENDE NAVES DIAS; GLÁUCIA COSTA ABDALA DINIZ; LUCIANNA RIBEIRO DE LIMA.

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ética Respeito mútuo
Ensino Fundamental Inicial Ética Diálogo
Ensino Fundamental Inicial Ética Justiça
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

a) Refletir sobre a sua própria infância e a dos colegas do grupo.
b) Identificar situações vividas na escola e o significado pessoal de tais experiências.
c) Analisar, descrever e avaliar a sua escola.

Duração das atividades
2 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de se trabalhar conhecimentos prévios.

Estratégias e recursos da aula
  

Leitura de poesias, contação de história, produção escrita.

História: “A outra história de Aladim” Adaptação de Liliane dos Guimarães. 

Atividade 1: (1º aula de 50 minutos)

Primeiro Momento: Professor/a deverá convidar os/as alunos/as para sentarem-se no chão e ouvirem duas poesias: “Meus oito anos” e “Ai que saudades que tenho”. Perguntar se algum/a aluno/a gostaria de fazer a leitura das poesias em voz alta. Caso não haja nenhum/a voluntário/a, o/a próprio/a professor/a fará a leitura para o grupo.

Professor/a, acesse o sítio abaixo para localizar a poesia de Casimiro de Abreu, bem como alguns dados de sua biografia!

http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/casimiro.htm


Meus oito anos - Casimiro de Abreu

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! Dias de minha infância
Oh! Meu céu de primavera!
Que doce à vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
- Pés descalços, braços nus -.
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores -,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

AI QUE SAUDADES... Ruth Rocha

Ai que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais...
Me sentia rejeitada,
Tão feia, desajeitada,
Tão frágil, tola, impotente,
Apesar dos laranjais.

Ai que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Não gostava da comida
Mas tinha que comer mais...
Espinafre, beterraba,
E era fígado e era fava,
E tudo que eu não gostava
Em porções industriais.

Como são tristes os dias
Da criança escravizada,
Todos mandam na coitada,
Ela não manda em ninguém...
O pai manda, a mãe desmanda,
O irmão mais velho comanda,
Todos entram na ciranda,
E ela sempre diz amém...

Naqueles tempos ditosos
Não podia abrir a b oc a,
E a profe s sora era louca,
Só queria era gritar.
Senta direito, menina!
Ou se não, tem sabatina!
Que letra mais horrorosa!
E pare de conversar!

Oh dias da minha infância,
Quando eu ficava doen te,
Ou sentia dor de dente,
E lá vinha tratamento!
Era um tal de vitamina...
Mingau, remédio, vacina,
Inalação e aspirina,
Injeção e linimento!

E sem falar na tortura:
Blusa de gola engomada,
Roupa de cava apertada,
Sapatinho de verniz...
E as ordens? Anda direito!
Diz bom dia pras visitas!
Que menina mais sem jeito!
Tira o dedo do nariz!

Que aurora! Que sol! Que nada!
Vai já guardar os brinquedos!
Menina, não chupe os dedos!
Não pode brincar na lama!
Vai já botar o agasalho!
Vai já fazer a lição!
Criança não tem razão!
É tarde, vai já pra cama!

Vê se penteia o cabelo!
Menina se mostradeira!
Menina novidadeira!
Está se rindo demais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Professor, você encontrará este e outros textos interessantes de Ruth Rocha, no livro: Quem Manda Na Minha Boca Sou Eu!, da mesma autora, editora Ática.

Segundo Momento: Esclarecer ao grupo os termos ou expressões desconhecidos, por inferência, a partir da atribuição de sentido ao texto. Pedir aos/as alunos/as que se posicionem: O que acharam das poesias? Qual(is) a(s) diferença(s) e semelhança(s) entre uma poesia e outra? Qual das duas poesias mais se aproxima da infância dos/as alunos/as do grupo?

Terceiro Momento: Fazer um relaxamento com os/as alunos/as levando o grupo a imaginar-se com cerca de 30 anos de idade olhando para trás e recordando da sua própria infância.

Quarto Momento: Solicitar aos/as alunos/as que produzam um texto sobre a sua infância, baseada nas poesias lidas, incluindo as experiências vividas na escola.

Quinto momento: Socializar algumas poesias na sala.

Atividade 2 (2ª Aula de 50 minutos)

1º Momento: Retomar as poesias produzidas na aula anterior. Perguntar aos/as alunos/as que não socializaram suas produções se gostariam de compartilhar sua poesia. Propor uma reflexão sobre aspectos da escola que tenham aparecido nas poesias. Fazer uma análise sobre aquilo que está bom na escola e aquilo que precisa melhorar.

2º Momento: Contar a história “A outra história do Aladim“ e suprimir o final onde constam os pedidos do Aladim. Perguntar aos/as alunos/as: Se vocês fossem Aladim o que pediriam ao gênio da lâmpada maravilhosa? Solicitar aos/as alunos/as que se reúnam em grupo de cinco crianças e discutam sobre quais pedidos fariam para o gênio.

A outra história de Aladin

“A outra história de Aladim” Adaptação de Liliane dos Guimarães. 

Era uma vez um menino chamado Aladim que vivia feliz numa pequenina cidade do Triângulo Mineiro chamada Uberlândia. Aladim gostava muito de brincar, conversar com amigos, encantava-se com histórias e contos de fadas, e passava muito tempo do seu dia na sua adorável escola. Aliás, a sua escola tinha uma grande fama na cidadezinha onde morava. Todos queriam estudar lá. Aladim sentia-se honrado em ser aluno dessa escola desde pequenininho, quando tinha perto de quatro anos de idade. Agora já havia crescido, e estava frequentando as primeiras séries do ensino fundamental... Inclusive estava encantado com a possibilidade de aprender a ler e escrever. Um belo dia, quando Aladim estava aprontando para ir para a escola, recebeu em sua casa a visita de um viajante que por ali passava de tempos em tempos vendendo calçados, roupas, e outros objetos diversos que a sua mãe adorava. Aladim interessou-se em ver o que ele havia trazido naquela mala recheada. De repente, quando o viajante já havia retirado todos os objetos da mala, Aladim avistou um objeto muito luminoso que parecia mesmo um tesouro...  Aladim, curioso como ele só, foi logo perguntando ao viajante:_ O que é isso, meu senhor? É tão brilhante que parece ouro... Eis que o viajante respondeu:_ Isso aqui é uma jóia rara, menino esperto! Falou o viajante retirando um objeto parecido com um bule, ou talvez uma panela, ou quem sabe até um sapato de metal...
_ Para que serve ? Perguntou Aladim. Para satisfazer todos os seus desejos, disse o Viajante. Ao ouvir isso Aladim começou a pensar num tantão de coisas que gostaria de ter ou fazer. Lembrou do computador novo que pedira para o papai, do tênis da última moda que acabara de ver no pé do colega de sala... e por um instante até sonhou acordado, deslumbrado com a possibilidade de ter tudo o que quisesse. Mas foi despertado pela voz forte do viajante dizendo:_ Essa lâmpada é maravilhosa... E poderá te fazer muito feliz, desde que você ESCOLHA as coisas certas. Você quer comprá-la?
Aladim, imediatamente foi até ao seu cofrinho e retirou algumas moedas perguntando ao viajante: _Quanto custa? Eu tenho só isso... O viajante olhou para a quantidade de moedas e viu que o valor não era suficiente.... Mas como havia gostado muito do menino e acreditando que poderia ajudá-lo a transformar-se num grande homem, respondeu a Aladim:
- Essas moedas pagam a lâmpada maravilhosa, Aladim, mas você, terá que fazer um acordo comigo: Faça três pedidos especiais... Porém, todos para a sua adorável escola... Para que ela se transforme em um dos lugares mais agradáveis para você, Aladim! _disse o viajante. O Viajante, durante toda a sua vida, havia estudado muito e tinha grandes saudades da sua maravilhosa escola, com professores especiais, aulas divertidas, colegas inesquecíveis... Por causa disso pensou que só poderia contribuir com o pequeno Aladim se o ajudasse a melhorar a sua escola. Aladim, por um instante desanimou-se...
Uma lâmpada maravilhosa em suas mãos ... A possibilidade de ter o que quisesse.... e só poderia mudar a sua escola?!...
De repente uma luz iluminou a sua mente... Mudar o que não estava bacana na escola?! Que legal!!! Afinal de contas passava grande parte do tempo nesse lugar... Aladim, então percebeu que poderia transformar os seus dias na escola em dias muito mais felizes... Só tinha um problema... Poderia fazer apenas três pedidos... Como escolher dentre tantas coisas que tinha vontade de modificar.... Aladim pôs-e a pensar... Depois de tanto pensar, esfregou a lâmpada maravilhosa e em alto e bom tom pediu: Que na minha escola tenha os melhores professores do mundo; que os meus amigos da escola se transformem em verdadeiros amigos, para a vida toda; que a minha escola me ensine o caminho da leitura, das palavras doces, do amor, da alegria e da paz... Depois de fazer os seus pedidos, Aladim despediu-se do Viajante, deu um beijo em sua mãe e seguiu o seu caminho para a escola... feliz e confiante porque havia feito a escolha certa!!!

3º momento: Após discussão em pequenos grupos, o/a professor/a deverá formar uma grande roda para que todos/todas socializem seus pedidos. Nesse momento, cabe ao/a professor/a discutir com os/as alunos/as a procedência dos pedidos feitos por eles/elas, reforçando a importância da participação dos/as mesmos/as na realização das mudanças.

4º momento: O/a professor/a deverá ler a última parte da história para os/as alunos/as e discutir os pedidos feitos por Aladim na história. Fazer uma correspondência com os pedidos apontados pelos/as alunos/as. Propor aos/as alunos/as traçar metas para que os pedidos feitos por eles/elas sejam alcançados.

Recursos Complementares

Referências Bibliográficas:

ROCHA, R. Quem manda na minha boca sou eu. São Paulo: Ática, 2007.

Avaliação

Professor/a, procure observar se os/as alunos/as conseguiram se projetar no futuro e como fizeram o resgate de sua infância.
- Pergunte aos/as alunos/as se já haviam pensado em sua infância e na forma como têm vivido a mesma.
- Procure identificar como os/as alunos/as vêem a escola e a coerência de seus pedidos em relação a essa instituição.
- Busque aprofundar, no decorrer de outras aulas, as discussões sobre aspectos que precisam ser modificados nesse espaço por meio da participação efetiva dos/das próprios/as alunos/as e demais pessoas que compõem a escola.

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